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Nightingale
Nightingale
Nightingale
E-book482 páginas7 horas

Nightingale

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Sobre este e-book

O livro contém nove contos sobre os casos do detetive particular Jack Nightingale. Seus casos não são tão comuns, pois ele é especialista em assuntos ocultos e sobrenaturais. Cada história é um caso diferente, onde ele derrota desde demônios até o vaticano. Tudo com um bom humor inglês.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento9 de dez. de 2020
ISBN9781071579053
Nightingale
Autor

Stephen Leather

Stephen Leather is one of the UK’s most successful thriller writers, an eBook and Sunday Times bestseller and author of the critically acclaimed Dan “Spider’ Shepherd series and the Jack Nightingale supernatural detective novels. Before becoming a novelist he was a journalist for more than ten years on newspapers such as The Times, the Daily Mirror, the Glasgow Herald, the Daily Mail and the South China Morning Post in Hong Kong. He is one of the country’s most successful eBook authors and his eBooks have topped the Amazon Kindle charts in the UK and the US. He has sold more than a million eBooks and was voted by The Bookseller magazine as one of the 100 most influential people in the UK publishing world. His bestsellers have been translated into fifteen languages. He has also written for television shows such as London’s Burning, The Knock and the BBC’s Murder in Mind series and two of his books, The Stretch and The Bombmaker, were filmed for TV. You can find out more from his website www.stephenleather.com

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    Nightingale - Stephen Leather

    NIGHTINGALE

    Nove histórias curtas e sobrenaturais de Jack Nightingale

    Por STEPHEN LEATHER

    CONTEÚDO

    AINDA SANGRANDO

    AMALDIÇOADO

    BANHO DE SANGUE

    EU SEI QUEM FEZ ISSO

    MEU NOME É LYDIA

    A COISA

    CRIANÇAS DA ESCURIDÃO

    OS TRILHOS

    O MORTO-VIVO

    AINDA SANGRANDO

    Jack Nightingale nunca tinha sido um fã de sextas-feiras. Elas sempre parecem indicar o caminho para um bom e perfeito fim de semana. Sexta era sempre um dia ruim para iniciar um caso e terminar um na sexta significava que a conta não iria ser debitada antes da semana seguinte. No geral, ele achava difícil bater qualquer entusiasmo pelas sextas-feiras. Existiam as estranhas exceções. As sextas de feriado dos bancos sempre foram uma surpresa agradável, e de vez em quando o dia de ano novo e de Natal caem em sextas-feiras. Entretanto, esta sexta em particular, era diferente. Assim que ele pisou em seu escritório, sua assistente Jenny McLean disse que ele tinha um cliente a sua espera.

    - Não tinha nada marcado no diário. - disse Nightingale, pendurando seu casaco atrás da porta.

    - Eu nunca agendo nada lá porque você nunca confere. - disse Jenny – Ele é um padre do Vaticano. - Ela estava usando um vestido azul que parecia caro e tinha seu cabelo louro amarrado em um rabo de cavalo.

    - Do Vaticano?

    - Sim, onde vive o Papa.

    - Itália?

    - Bom, falando precisamente, é uma cidade-estado independente, mas sim, é essa mesma. - ela apontou para a porta do escritório. - Ele está esperando por você ali.

    - O que um padre quer com um detetive?

    - Eu não sei. Talvez você poderia perguntar a ele. - ela encolheu os ombros. - Só dizendo.

    - Você está com um humor sarcástico hoje. Café?

    - Eu adoraria um.

    Nightingale sorriu e balançou a cabeça:

    - Eu quis dizer pra você me trazer um. E um pro cliente.

    - Eu escuto e obedeço. - ela disse.

    - Nós temos algum biscoito de chocolate?

    - Você comprou algum?

    - Não.

    Ela sorriu gentilmente e se virou para o monitor de seu computador:

    - Então nós não temos nada. - disse ela.

    Ela seguiu para a cafeteira enquanto Nightingale se dirigia para seu escritório. Um homem alto de cabelos escuros com olhos azuis penetrantes estava sentado na cadeira oposta à mesa de Nightingale. Ele estava vestindo um colarinho clerical e uma batina preta que ia até o chão. Ele se levantou e esticou a mão:

    - Jonah Connolly. - disse o padre. Seu sotaque era difícil de assimilar, mas com certeza, ele não era italiano.

    Nightingale apertou sua mão:

    - Você é do Vaticano, minha assistente me disse.

    Connolly sorriu:

    - Eu sou, de fato. - sua mão sumiu dentro de sua batina e reapareceu segurando uma fina carteira de couro preta.

    - Mas você não soa italiano.

    O padre deu a Jack um cartão de visita e deslizou a carteira preta para dentro de sua batina:

    - Nem todo mundo que trabalha no Vaticano é Italiano, senhor Nightingale.

    Nightingale analisou o cartão. O nome escrito era ‘Jonah Connolly’ e logo abaixo estava o seu número postal na cidade do Vaticano. E um número de telefone. Um número móvel.

    - Connolly? Então você é irlandês?

    - Eu soo irlandês? - perguntou o padre.

    - Não. - respondeu Nightingale. Havia um acento neutro no sotaque do homem, não irlandês, nem inglês, tão pouco americano, algo entre estes. Nightingale caminhou ao redor de sua mesa e se sentou.

    - Tudo bem então. - disse Connolly enquanto ele sentava e alisava sua batina sob suas pernas. Nightingale bateu o cartão na mesa:

    - E o que você faz pela Santa Sé?

    O padre sorriu amavelmente:

    - Eu sou tipo um intermediário.

    - Mas você é um padre?

    Connolly gesticulou para o colarinho branco em seu pescoço e respondeu:

    - Eu não estou usando isso como um acessório de moda.

    Nightingale segurou o cartão:

    - Aqui não diz que você é padre.

    - Não diz, isso é verdade. Ajudaria se eu recitasse a Oração ao Senhor? Te convenceria?

    Nightingale deu um sorriso fraco:

    - E se você me dissesse o que tem em Lucas, capítulo onze, versículo nove?

    O padre levantou uma sobrancelha e disse:

    - Você está falando sério? Você quer me testar?

    Nightingale não disse nada. Connolly suspirou:

    - Está bem. Por isso digo: Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta.

    - Suficiente.

    - Talvez você também deveria considerar Deuteronômio, capítulo seis, versículo dezesseis: Não tentareis o Senhor vosso Deus, como tentastes em Massá.

    - Sim, bom mas eu não estou testando Deus, estou? Estou testando seu representante, o que parece justo o bastante. Não foi isso que João disse?

    Connolly franziu a testa:

    - João?

    - João, capítulo quatro, versículo um.

    A testa de Connolly se franziu ainda mais, então ele balançou a cabeça lentamente:

    - Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. - o padre sorriu e continuou: - Você conhece sua Bíblia, senhor Nightingale. Você é católico?

    - Eu creio que não.

    - Mas claramente é um crente, não é?

    - Eu leio a Bíblia de vez em quanto. Eu preciso acreditar para pegar o trabalho? - ele deixou o cartão em cima da mesa.

    - Não faria diferença de qualquer maneira. - respondeu Connolly. - Eu vim até você por que seu site diz com clareza que você tem experiência em questões sobrenaturais.

    - Eu tive meus momentos. - disse Nightingale. - O que você quer que eu faça?

    O padre se curvou e Nightingale percebeu que havia uma maleta batida de couro nos pés dele. Connolly a pegou, abriu e tirou um jornal. Ele entregou para Jack e disse:

    - Página três.

    O jornal era o Bromley Times, e a manchete era GAROTA MILAGROSA CURA CÂNCER DE ESTUDANTE. Nightingale rapidamente leu a história. Uma garota de doze anos havia começado a sangrar pelas mãos, pés e por uma ferida lateral. Estigma. As feridas correspondiam ás feridas de Cristo na cruz. O nome da menina era Tracey Spradbery e de acordo com o jornal a Virgem Maria havia aparecido para ela em uma visão. Um vizinho de Tracey e sua família, um menino de dez anos, tinha leucemia. De acordo com os parentes do menino, a doença entrou em remissão um dia depois de ter brincado com Tracey e uma semana depois os médicos anunciaram a ele que ele estava curado.

    - Interessante. - disse Nightingale. Ele olhou a data da notícia. Havia sido publicada um mês antes. - Essa é uma grande história, porque eu não vi isso nos jornais nacionais? Ou na TV?

    - Por que assim que saiu no jornal local a família fechou as portas. A garota não foi mais vista desde então e não aceitam mais visitantes. Você verá no artigo que ninguém da família Spradbery falou com o jornalista e não tem nenhuma fotografia de Tracey.

    - Então ela não curou mais ninguém?

    - Não tem nenhuma evidência de que ela tenha curado alguém. - respondeu Connolly. - Toda a história é baseada em uma entrevista com a família vizinha.

    Jenny bateu à porta e trouxe uma bandeja com duas canecas de café. Ela a colocou na mesa de Jack:

    - Tem leite e açúcar na bandeja. - ela disse ao padre, e ele agradeceu para ela.

    Nightingale olhou novamente para o jornal. Tinha uma fotografia de Ben Miller, o garoto que teria sido curado da leucemia, ao lado de seus pais:

    - Então, eles sabiam que a garotinha era tinha estigmas?

    - Boa pergunta. - disse o padre. - O menino viu os curativos nas mãos da menina. E ele disse que ela contou pra ele sobre ver a Virgem Maria. Mas nós fizemos nossas próprias perguntas e pelo que descobrimos, as feridas são genuínas e ela ainda está sangrando pelas mãos, pés e por uma ferida lateral. Os locais do estigma.

    - E qual é o seu interesse? Por que o Vaticano está tão preocupado?

    - Porque poderia muito bem ser um milagre. - respondeu o padre. - E nós investigamos todos os milagres. Especialmente aqueles que envolvem a aparição da Virgem Maria.

    Ele se levantou, pegou uma caneca de café e sentou novamente.

    - E pra isso vocês contratam um detetive particular?

    O padre sorriu:

    - Geralmente, nós buscamos nós mesmos. Mas neste caso, é incomum que a família se recuse a entrar em contato conosco.

    - Parece que eles não querem nenhuma publicidade. - disse Nightingale. - Quem pode culpá-los?

    O padre segurou suas próprias mãos:

    - Absolutamente, é perfeitamente compreensível. Mas nós ainda gostaríamos de saber se este é um milagre genuíno, ou outra coisa. Em um caso como este, é mais vantajoso se nós usássemos ajuda externa.

    Nightingale assentiu:

    - Você disse que vocês fizeram questionamentos?

    - Nós conseguimos obter um relatório médico para dar uma olhada. Ela vê um médico em uma base diária. O doutor pede a ela para mudar as vestimentas e tira uma amostra de sangue. Nós conseguimos dar uma olhada nos testes de sangue dela e tudo está normal. Funcionamento do fígado, colesterol, açúcar no sangue. Ela é uma magra e saudável garota de doze anos de idade. Com exceção ao fato de que ela está sangrando.

    - Então, é um milagre?

    O padre riu:

    - Não é assim tão simples.

    Nightingale puxou um pacote de Marlboro de seu bolso:

    - Você se importa se eu fumar?

    - De modo algum. - respondeu o padre. - É um dos poucos vícios que somos permitidos.

    - Você fuma?

    O padre sorriu:

    - Como uma chaminé.

    Nightingale pegou um cigarro para si e ofereceu o pacote para o padre. O padre pegou um e Nightingale andou em volta da mesa para acender o cigarro para ele.

    - Ela tem estigma. - disse Nightingale enquanto ele retornava para seu acento. - Esse é um sinal de Cristo, certo? As marcas deixadas das unhas quando Jesus foi crucificado e a ferida lateral onde ele fora apunhalado com uma lança.

    - Você tem idéia de quantos casos de estigma o Vaticano investiga a cada ano, senhor Nightingale?

    Nightingale negou com a cabeça.

    - Bom, mais de mil. Por todo o mundo. E então nós temos sinais da Virgem Maria, anjos aparecendo, vegetais que se parecem com Cristo, a face de Jesus em machas úmidas em tetos. Você sabe quantos deles realmente são um milagre?

    - Eu vou adivinhar que a resposta é nenhum.

    O padre deu um sorriso fraco:

    - E você acertaria. Nenhum. Não existem milagres, senhor Nightingale, pelo menos não envolvendo civis. É assim agora que o Poderoso Deus demonstra sua presença no mundo. Em cada caso que investigamos, a estigma tinha outra explicação.

    - Então você acha que ela está fingindo?

    O padre balançou a cabeça:

    - Não necessariamente. Poderia ser psicossomático. O cérebro é um órgão muito poderoso e pode afetar o corpo de maneira que mal entendemos. Ou poderia ser os pais dela fazendo algo a ela enquanto ela dorme. Ou a forçando a se machucar.

    - Por que eles fariam isso?

    - No passado nós encontramos pais que queriam dinheiro, ou fama, ou apenas serem notados. Mas normalmente, nesses casos, os pais estão interessados em ganhar publicidade o bastante. Esses pais nem deixam os jornalistas chegarem perto da garotinha.

    - O que isso significa?

    O padre encolheu os ombros:

    - Talvez eles tenham uma longa jornada. Eles vivem em uma casa do conselho, talvez eles poderiam mudar isso conseguindo uma casa maior. Ou um acordo para um livro, um programa de TV. Quem sabe? Existem várias maneiras de se beneficiar de uma criança que pode fazer milagres.

    - Você acha que se esse for um estigma genuíno eles iam querer uma igreja envolvida.

    - A família não é religiosa. - disse o padre. - O pai é ateu confirmado, foi o que eu ouvi dizer. A mãe é uma católica caduca, deve ser o que está por trás disso.

    - Como? - perguntou Nightingale.

    - Talvez a mãe suprimiu sua crença graças ao marido. E o estigma é a maneira dela de deixar isso em aberto.

    - Então você acha que a mãe esta deliberadamente prejudicando a criança?

    - É uma possibilidade, sim.

    Nightingale deu uma longa tragada em seu cigarro:

    - Você acredita em Deus, certo?

    - É claro, não faria sentido ser um padre se eu não acreditasse.

    - E em Jesus?

    O padre concordou:

    - Sim!

    - Então você não pode considerar a possibilidade de que esse é um estigma genuíno, de que é Jesus provando sua existência?

    O padre encolheu os ombros descuidadamente:

    - Poderia ser. - ele disse. - Mas o simples fato é de que os casos de estigma como esses sempre são outra coisa. Jesus Cristo não faz a presença dele ser sentida desta forma. Por que ele faria isso?

    - Eu não faço ideia, mas eu não sou um padre.

    O padre bateu as cinzas no cinzeiro:

    - Não faria sentido algum. Deus faz de Sua presença ser sentida em incontáveis formas, ele não precisa de truques de salão baratos.

    - O que você acha que isso é, um truque?

    - Qualquer um dos mágicos de TV como Derren Brown ou David Blain poderiam criar juntos um show de estigma muito convincente. Não é difícil.

    - Mas vamos supor que seja real? Suponha que fosse mesmo Jesus mostrando ao mundo que ele existe.

    - Jesus não trabalha dessa forma. - disse o padre. - Nem Deus. Nós não temos o direito de pedir a eles que provem sua existência. Nós precisamos ter fé. Somos nós quem deve provar que somos dignos de seu amor, não o contrário.

    Nightingale concordou pensativamente:

    - Então especificamente, o que você quer que eu faça?

    - Visite a família. Encontre a garota. Descubra o que está acontecendo lá.

    - E se eu descobrir que é um milagre mesmo. O que acontece?

    Os olhos do padre de estreitaram:

    - O que você quer dizer?

    - Suponha que seja genuíno. Suponha que Jesus deu a essa garota um estigma real. O que acontece em sua igreja? As pessoas não vão se perguntar por que Jesus está falando com as pessoas e não com o Papa?

    - Deus fala com todos nós. - disse o padre. - A questão é: estamos preparados para ouvir?

    - Então você não ia suprimir o fato de que teria um milagre genuíno?

    - A igreja recebe bem verdadeiros milagres. É assim que escolhemos nossos santos. Mas ocorrências como essa não são milagres, sem exceções. Eu estou confiante de que vai ser isso o que a sua investigação vai mostrar. - ele pôs a mão em sua batina e tirou novamente sua carteira. - Eu posso pagar adiantado, com cartão de crédito?

    - A igreja tem cartão de crédito?

    - Nós usamos Visa. - disse o padre, segurando o cartão.

    Nightingale pegou o cartão:

    - Vai servir muito bem. - ele disse.

    * * *

    - Então, ele nunca transou? - perguntou Jenny, enquanto o padre descia as escadas.

    - O que?

    - Padres católicos são celibatários.

    - Isso não veio à tona. - disse Nightingale, - Sem trocadilhos.

    - Então você se confessou? - perguntou Jenny.

    Nightingale deu a ela o jornal que o padre havia lhe dado:

    - Estigma em Beckenham. - ele disse.

    Jenny rapidamente leu a história:

    - E o que eles querem que você faça?

    - Verificar. Ver se é genuíno.

    - Por que você é uma autoridade mundial em estigma? Eu meio que acho que a igreja católica deve ter especialistas no assunto.

    - A família não está querendo conversar. - ele sorriu. - Gosta de um passeio?

    - Você quer dizer que o MGB está andando de novo?

    - Você me conhece tão bem.

    * * *

    - Então, o que você sabe sobre estigmas? - perguntou Jenny enquanto eles dirigiam para o sul pelo rio Tâmisa sentido à Beckenham.

    - Provavelmente não muito mais do que você. - ele respondeu. - Marcas ou feridas no corpo que correspondem às feridas de Cristo na crucificação. As unhas em suas mãos e pés e a ferida lateral.

    - Você sabia que oito por cento de estigmas são mulheres?

    - Eu não sabia disso.

    - Bom, são. Bastante delas são freiras. Mas o mais famoso era um homem. São Francisco de Assis. Hoje em dia a maioria deles são falsos.

    Nightingale olhou para ela, surpreso:

    - Como você sabe tanto sobre isso?

    - Eu pesquisei no Google enquanto você estava no banheiro. - ela disse, tentando evitar um carro preto que de repente decidira fazer um retorno na frente deles. - Eles normalmente estão em países católicos pobres e normalmente é uma maneira de famílias conseguirem fazer dinheiro. Eles começam vendendo lembrancinhas ou marcando entrevistas.

    - Não é isso o que está acontecendo aqui. - disse Nightingale. - Eles não vão falar com o padre, ou com a imprensa.

    Ela sorriu pra ele:

    - Mas eles vão falar com Jack Nightingale, detetive particular?

    - Eu esperava que eles fossem mais abertos para essa bela e jovem assistente.

    Jenny suspirou:

    - Então eu não sou apenas a motorista designada, estou realizando o trabalho manual também.

    - Apenas bata na porta, tente improvisar. - disse Nightingale.

    - E o que eu digo pra eles, exatamente?

    - Diga a eles que você tem um filho morrendo de leucemia. Você ouviu dizer que a filha deles poderia ajudar.

    O nariz de Jenny enrugou de desgosto:

    - Você está falando sério? Você quer que eu minta para eles?

    - Jenny, querida, eles dificilmente falariam com você se você dissesse que o seu cliente é o Vaticano.

    - Eu não estou confortável em inventar uma criança doente. - ela disse.

    Nightingale suspirou:

    - Tudo bem, diga a eles que você trabalha para a caridade e que você tem filhos que precisam de ajuda.

    - Então agora eu estou inventando várias crianças doentes. Me explique como que isso é melhor?

    - É menos pessoal. - respondeu Nightingale. - Veja, diga a eles qualquer coisa que você quiser, só pra ver se você consegue conversar com Tracey. Eu faria eu mesmo, mas eu sei que eles vão preferir conversar com esse seu lindo rosto.

    - Sim, bajulação vai resolver o problema todas as vezes. - disse Jenny, - Vou te dizer, Jack, essa é a parte do nosso trabalho que eu realmente não gosto, mentir para as pessoas.

    - Se você souber um jeito de dizer a verdade e tirar as informações que precisa, você pode ir em frente. - disse Nightingale.

    * * *

    Eles saíram do carro para a casa dos Spradbery logo após ao meio dia. Era uma casa geminada, em um condomínio, a tinta nas portas e janelas estavam rachando e descascando. Musgo crescia entre as pedras de pavimentação que levavam à porta da frente. Tinha uma van branca na garagem da casa dos Spradbery e um Nissan azul de cinco anos de idade, na porta vizinha. Tinha um conjunto de balanço de metal enferrujado e uma bicicleta BMX encostada contra a porta da garagem da casa vizinha.

    Jenny saiu do Audi. Três adolescentes de moletom estavam fora de uma conveniência, onde estavam fumando cigarros e encarando o carro:

    - Certifique-se de permanecer parado. - Ela disse.

    Nightingale riu:

    - Você é uma esnobe!

    - Não tem nada ver em ser esnobe. Eu só não quero encontrar meu carro aos pedaços quando eu voltar.

    - São só crianças. - Disse Nightingale.

    - Fique no carro. - Disse Jenny.

    Nightingale assistiu enquanto ela caminhava até a porta da frente. Ele tirou seus cigarros e isqueiro, mas aí ele lembrou que ela não gostava que ele fumasse no Audi. Ele pôs o cigarro e o isqueiro para fora assim que a porta da frente se abriu. Uma mulher de meia idade em um avental florido conversou com Jenny por vários minutos e então fechou a porta. Jenny voltou para o carro e curvou-se para falar com ele pela janela aberta:

    - Eles não estão aqui.

    - Com quem você falou?

    - Com a irmã da senhora Spradbery. Tia de Tracey. Ela está lá para alimentar os cachorros e deixar o lugar limpo.

    - Ela disse pra onde eles foram?

    Jenny negou com a cabeça:

    - Tudo o que ela disse é que os Spradberys levaram Tracey com eles para mantê-la longe da imprensa. Eles estavam tocando essa campainha a cada hora do dia e da noite.

    - Ela confirmou a estigma?

    - Ela disse que é verdade. Mas ela disse que a família não quer falar com ninguém.

    - Alguma ideia de quando eles voltam?

    Jenny balançou a cabeça.

    - Tracey tem que ir à escola, certo?

    - Eu perguntei isso a ela. Aparentemente eles tiraram Tracey da escola quando o sangramento começou. Eles estão educando ela em casa. O que nós fazemos?

    - Vamos conversar com os vizinhos.

    - Esse ‘vamos’ será o ‘nós real’, eu suponho.

    - Não, eu vou com você dessa vez. - ele disse. - A família de Ben Spradbery não parece se importar de falar sobre o que está acontecendo.

    Jenny procurou em volta mas as crianças tinham saído da conveniência.

    - Seu carro vai ficar bem! - disse Nightingale. Ele saiu do Audi e Jenny trancou as portas.

    - Se quebrarem minhas janelas você vai pagar, tá?

    - Eu juro que sim. - disse Nightingale. - Mas não se preocupe demais.

    Eles passaram pelo Nissan e Nightingale tocou a campainha. Não houve resposta e ele tentou novamente.

    - Talvez não tenha ninguém. - disse Jenny.

    - O carro sugere outra coisa. - disse Nightingale. Ele seguiu em direção à lateral da casa.

    - Jack, onde você pensa que está indo? - sibilou Jenny.

    - Vamos checar os fundos.

    - Eu não vou arrombar e entrar. - ela disse. – Não tem nada disso no meu contrato de trabalho.

    - Ninguém falou em arrombar. - ele disse. - Só vamos dar uma olhada.

    O jardim dos fundos não era muito maior do que o da frente, mas era consideravelmente mais coberto de vegetação. Tinha um abrigo e um varal, o qual esvoaçava um lençol e uma colcha.

    - Jack, nós não deveríamos estar fazendo isso. - disse Jenny logo atrás dele.

    - Vai ficar tudo bem. - disse Nightingale. Ele chegou até a maçaneta da porta da cozinha. Ele hesitou assim que a maçaneta se moveu, antes mesmo de seus dedos a tocarem. A porta se abriu e uma mulher segurando uma cesta de plástico com roupas gritou. Nightingale deu um pulo para trás e caiu em cima de Jenny enquanto a mulher deixava cair seu cesto de lavanderia. A mulher cambaleou de volta para a cozinha e gritou de novo.

    Nightingale reconheceu ela do artigo do jornal. Era a senhora Miller, mãe de Ben:

    - Me desculpe! Eu sinto muito. - disse Nightingale. - Nós só estamos aqui para conversar com você.

    A senhora Miller permaneceu encarando Nightingale, seu peito subindo e descendo enquanto ela se engasgava para respirar:

    - Você me deu um grande susto! - ela disse. Ela estava entre os quarenta anos, uma mulher gordinha com permanente no cabelo. Ela estava usando um vestido reto com barcos e faróis estampados.

    - Você também. - disse Nightingale. - Desculpe. Eu apertei a campainha.

    - Eu estava na lavanderia. - ela disse, ainda ofegante. Suor estava aparecendo acima de seu lábio superior, enfasando um leve bigode ali. - Quem é você?

    - Jack Nightingale. - ele disse. - Essa é minha amiga Jenny. Nós podemos conversar com você sobre o Ben?

    - Vocês não são jornalistas, são? Nós não conversamos mais com jornalistas!

    Nightingale balançou a cabeça:

    - Eu tenho um sobrinho que tem leucemia. - ele disse.

    - Ah, sinto muito! - ela disse. - De que tipo?

    - Tipo? - repetiu Nightingale.

    - AML – disse Jenny, rapidamente. - Leucemia mielogênica aguda.

    - Eu sinto muito mesmo! - disse a senhora Miller. - Deixe-me pendurar isso e eu farei um chá para nós.

    Ela carregou o cesto de lavanderia até o varal.

    Nightingale abriu a boca para falar, mas Jenny o silenciou com um aceno de mão:

    - Não! - ela disse. - Eu não estou orgulhosa de mim mesma por mentir dessa forma.

    - Nós não temos escolha. - disse Nightingale. - Você ouviu ela. Alguém disse a ela para não falar com jornalistas.

    A senhora Miller voltou e conduziu eles à cozinha. O azulejo estava surrado e o forno a gás parecia ter cinquenta anos de idade. Ela disse a eles para se sentarem na mesa da cozinha enquanto ela preparava o chá. Ela estava coberta com um pano de plástico branco e haviam frascos de ketchup Heinz pela metade e um de molho inglês ao centro.

    - Como vai o Ben? - perguntou Nightingale.

    - Muito bem. - respondeu a senhor Miller. - O doutor McKenzie disse que nunca tinha visto nada como aquilo.

    -Doutor McKenzie?

    - Nosso médico geral. Ele tem cuidado do Ben desde que ele era um bebê. Adorável senhor. Ele é o médico geral de Tracey também. Ele disse que é um milagre, o que aconteceu com o Ben.

    - Parece que é. - disse Nightingale. - Mas ele estava tratando o Ben, certo? Dando medicações pra ele e tudo mais?

    - Ele estava, e ele estava nos ajudando a lidar com o hospital. - ela disse. - Mas Ben estava piorando. Ele tinha perdido todo o cabelo dele, pobrezinho. Então... - ela encolheu os ombros. - Foi um milagre. Realmente foi. Não tem outra palavra pra isso.

    - Você pode me dizer o que aconteceu, senhora Miller? - perguntou Nightingale. - Eu só sei o que eu li no jornal.

    A senhora Miller se afastou da chaleira e cruzou os braços:

    - Parece loucura quando eu conto a história. - ela disse. - Muitas crianças não brincavam com o Ben quando ele estava doente. Elas achavam que eles poderiam ficar doentes também. Pais ignorantes não ajudaram nem um pouco também. Mas Dave e Carla eram diferentes, eles eram mais do que contentes em deixar o Ben brincar na casa deles. Ele costumava a passar horas lá. Tracey fazia o caminho da escola com ele, ajudando ele com as lições que ele perdia.

    - Ela é um anjo.

    A chaleira desligou e ela colocou a água quente em três canecas e adicionou saquinhos de chá:

    - Então, cerca de dois meses atrás, aconteceu. - ela cutucou os saquinhos de chá com uma colher.

    - O milagre? - disse Jenny.

    - O estigma. Ben voltou pra casa e disse que Tracey estava sangrando Eu pensei que talvez ela teria se machucado enquanto eles brincavam. Ela disse que tinha essas feridas em suas mãos, pés e outra na lateral. - ela deu um tapinha em sua própria lateral. - Havia sangue, mas não muito. E Tracey disse que elas não doíam. - ela tirou os saquinhos de chá para fora das canecas, jogou-os em uma lixeira e pegou uma caixa de leite da geladeira. - Dave e Carla ficaram frenéticos, é claro. Eles levaram ela às pressas para o pronto socorro e eles fizeram curativos nas feridas, deram antibióticos pra ela, mas fora isso, eles não pareciam saber o que fazer. A médica disse que ela nunca tinha visto nada como aquilo. Eu acho que Carla estava preocupada de que eles ligassem para o serviço social.

    Ela colocou as canecas na mesa da cozinha com a caixa de leite e um pote de cubos de açúcar.

    - Sirvam-se! - disse ela ao se sentar. Ela usou seus dedos para jogar quatro torrões de açúcar em seu chá e então o mexeu levemente com uma colher de plástico branca. - No dia seguinte, Ben foi brincar. Eu disse que ele deveria deixá-la por um momento mas ele não tinha mais ninguém para brincar então ele continuou importunando. Bem, naquela tarde quando Ben voltou para casa, ele estava todo empolgado e dizendo que Tracey havia visto um anjo.

    - Um anjo? - perguntou Nightingale.

    - Eu acho que ele se referia à Virgem Maria, mas a família não é religiosa e eu acho que Tracey estava só confusa. Ben disse que um anjo havia curado ele.

    - Ele disse isso?

    A senhora Miller concordou:

    - Ele disse que o anjo havia dito para Tracey que o câncer tinha sumido. Nós achamos isso ridículo, claro. Talvez eles estivessem assistindo algum filme que tivesse dado ideias a eles ou algo assim. Nós falamos para o Ben para não ser tão estúpido e o mandamos para a cama. Mas a partir dali ele começou a melhorar. Foi como se a leucemia tivesse entrado em redução, como disse o doutor McKenzie. E então desapareceu. Como se ele nunca tivesse ficado doente. O doutor McKenzie disse que nunca tinha visto nada como aquilo.

    - Você disse que o doutor McKenzie também tratou Tracey? - perguntou Nightingale.

    - Ele foi até a casa deles todos os dias após a cirurgia para trocar seus curativos. - disse a senhora Miller. - Mas o sangramento não parou. Foi quando um jornalista descobriu sobre Ben e veio para escrever um artigo. O jornal publicou a história e então todos os tipos de jornalistas começaram a aparecer. TV, rádio, jornais. Eles batiam à nossa porta em todas as horas. Depois de alguns dias Dave veio comunicar que eles estavam se mudando. Ele não tinha certeza de quanto tempo eles ficariam fora, mas ele disse que tinha que proteger Tracey.

    - O que ele quis dizer em proteger?

    - Eu não sei. - disse a senhora Miller. - Ele só disse que era muito importante que eles tomassem seus caminhos. No dia seguinte, eles haviam ido embora. Ben ficou arrasado. Mas pelo lado positivo, ele está de volta à escola agora e vai muito bem.

    Eles ouviram a porta da frente bater, e então passos ligeiros pelo corredor. A senhora Miller olhou para o relógio do forno:

    - Deve ser ele chegando agora. - ela disse.

    Um estudante se arremessou para a cozinha e jogou uma mochila no chão:

    - O que tem para o chá, mãe? - ele perguntou. Nightingale reconheceu o menino do artigo do jornal. Ele era alto para a sua idade e tinha várias sardas pelo nariz e bochechas.

    - Palitos de peixe. Mas você precisa terminar seu dever primeiro.

    - Oi Ben, eu sou Jack. - disse Nightingale. - Essa é Jenny.

    - Vocês são repórteres? Eles parecem repórteres! - ele olhou para a mãe. - Tracey disse que não deveríamos conversar com os jornais, você sabe disso.

    - Nós não somos repórteres, Ben. - disse Nightingale. - Eu tenho um sobrinho que está doente como você.

    - Eu não estou mais doente. - disse o garoto. - Estou curado. Tracey me curou.

    - Eu sei, isso é uma ótima notícia! - disse Nightingale. - Tracey te ajudou a melhorar, certo?

    O menino balançou a cabeça:

    - A moça me fez melhorar. Ela fala com a Tracey.

    - Você falou com a moça?

    O menino negou com a cabeça:

    - Só a Tracey pode vê-la. Tracey é especial, sabe?

    - Você vai subir as escadas agora. - disse a senhora Miller. - Eu quero todo o seu dever pronto antes de você tocar em seu PlayStation.

    - Sim, mãe. - disse Ben. Ele seguiu para a porta.

    - Ben, antes de você ir. - disse Nightingale. - A Tracey te tocou ou fez algo pra te curar?

    Ben parou e acenou com a cabeça:

    - Ela colocou as mãos dela em minha cabeça e fez uma oração. A Oração do Senhor. Nosso papai do céu. Sabe?

    Nightingale concordou:

    - Claro. E isso foi tudo? Depois disso você ficou bem?

    - O doutor McKenzie disse que foi um milagre. Ele disse que ele espera que a Tracey melhore logo, também.

    - O doutor McKenzie ainda está tratando da Tracey?

    O menino concordou entusiasticamente:

    - Ele envia cartas minhas pra ela e traz as cartas dela pra mim.

    - Você sabe onde ela está? - perguntou Nightingale.

    - Ben, dever, agora! - disse a senhora Miller firmemente. Ben correu da cozinha.

    - Dave e Carla não querem que ninguém saiba onde Tracey está. - ela disse. - Sinto muito, mas eu devo respeitar o desejo deles.

    - Você tem um número de telefone deles? - perguntou Jenny.

    - Eu tenho, mas eles foram bem claros de que eu não deveria dar a ninguém. Ninguém mesmo.

    - Nós entendemos. - disse Jenny. Ela pegou uma caneta e um bloco de notas da bolsa dela e escreveu um número no papel. - Você poderia conversar com Dave e Carla, dizer a eles que nós gostaríamos da ajuda deles, e para eles ligarem para nós?

    A senhora Miller pegou o pedaço de papel:

    - Eu vou, mas eu tenho plena certeza de que eles não vão contatar vocês. Eu provavelmente dei para eles uma dúzia de números como os seus depois que eles foram embora e eu sei que eles não contataram nenhum.

    - Você acha que eles iam querer ajudar outros como ajudaram o Ben? - disse Nightingale.

    - Eles estão realmente preocupados com alguma coisa. - respondeu a senhora Miller.

    - Com o que, exatamente? - perguntou Nightingale.

    - Eles não falaram. Mas eu acho que eles estão preocupados que alguém queria machucar Tracey.

    - Quem? Você sabe?

    A senhora Miller balançou a cabeça:

    - É apenas um pressentimento. - ela olhou para o relógio novamente. - Desculpem-me, mas meu marido vai voltar logo e eu preciso preparar o jantar.

    Nightingale terminou seu chá e se levantou:

    - Obrigado pelo seu tempo, de qualquer forma.

    - E nós estamos realmente encantados pelo Ben. - disse Jenny, se levantando também. - É ótimo vê-lo tão bem assim.

    A senhora Miller concordou:

    - Eu espero que o sobrinho de vocês melhore. - ela disse. - Eu realmente espero que sim.

    * * *

    - Eu odeio mentir para as pessoas. - disse Jenny enquanto ela caminhava de volta para o carro. Ela estava aliviada de ver que seus pneus e janelas ainda estavam intactos. - Agora ela está inquieta com um sobrinho imaginário com leucemia.

    - Ela já deve ter esquecido. - disse Nightingale. - E vamos ser honestos. Nós dissemos pra ela que tínhamos um sobrinho morrendo de leucemia e ela apenas deu de ombros e disse que não podia ajudar.

    Jenny apertou o botão para abrir as portas do Audi:

    - Isso não é justo, Jack. Ela disse que passaria a mensagem mas que ela achava que os Spradberys não iam ajudar. Não é culpa dela.

    - Eu só estou dizendo, não tem nada de errado em dobrar a verdade um pouco para conseguir a informação necessária.

    - Aquilo foi uma mentira descarada, não dobrar a verdade. - disse Jenny. Ela entrou no carro e Nightingale foi para o acento do passageiro. - E agora? - ela perguntou.

    - Nós precisamos encontrar onde o doutor McKenzie trabalha. - ele respondeu. - Você pode pesquisar isso no seu celular?

    Jenny pegou seu telefone. Ela levou menos de dois minutos para encontrar o endereço da clínica do Dr McKenzie. Era um caminho curto, e alguns minutos depois, Jenny estava estacionando do outro lado da rua da clínica, um bangalô independente que um dia havia sido uma casa de família. O jardim tinha sido pavimentado para ser um estacionamento e tinha uma grande placa que dizia ESTACIONAMENTO APENAS PARA MÉDICOS. TODOS OS OUTROS CARROS SERÃO GUINCHADOS.

    - Eu vou nessa. -

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