Histórias de Horror Brasileiras
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Sobre este e-book
Histórias de Horror Brasileiras, é uma coletânea de contos de Horror que não se limita a este gênero, tendo também os elementos de Terror, Suspense, Mistério e o clássico Sobrenatural. Seu destaque fica por conta de seus participantes que é a chave para o título, pois, neste livro não falamos de histórias clássicas como do Folclore, por exemplo. O foco aqui é mostra os novos escritores brasileiros e toda sua arte em forma de conto.
Donnefar Skedar
organizador
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Histórias de Horror Brasileiras - Donnefar Skedar
Ficha do Livro
Histórias de Horror Brasileiras,
Vários Autores
Organizador: Donnefar Skedar
Capa: Obook
Imagem da Capa: Pixabay
Imagem segundaria: Pixabay
Diagramação e Edição: Obook
Revisão de Texto: Feita pelos próprios participantes
Copyright desta edição: 2022 © Obook
Visite nosso site:
obook.com.br
1. Coletânea 2. Contos 3. Português 4. Brasileira
1. Título 2. Livro Digital 3. Coleção
Todos os direitos sobre esta obra são de exclusividade do selo independente Elemental Editoração, para qualquer tipo de informações ou reproduções sobre a mesma, é necessário a autorização antecipada pelo selo assim como pelos autores participantes deste projeto.
Sumário
Ficha do Livro
Apresentação
Olha o que esqueceram aqui em casa – Carlos H. F. Gomes
Rodovia das Flores – Solysmar oliveira
O golpe – Mauro André Oliveira
O Livro das mortes futuras – Rafael Tsuchiya
A Residência – Rodrigo Leonardi
O Assassino de Colombinas – Sérgio Pires
O voluntariado do lobo – Fran Pigosso
Vingança Tardia – Amanda Kraft
A Estrada dos Macacos Mortos – Rangel Elesbão
Jamais Brinque com o Oculto – Condessa da Escuridão
A corredora – Alison Silveira Morais
Apresentação
Histórias de Horror Brasileiras, é uma coletânea de contos de Horror que não se limita a este gênero, tendo também os elementos de Terror, Suspense, Mistério e o clássico Sobrenatural. Seu destaque fica por conta de seus participantes que é a chave para o título, pois, neste livro não falamos de histórias clássicas como do Folclore, por exemplo. O foco aqui é mostra os novos escritores brasileiros e toda sua arte em forma de conto.
Donnefar Skedar
organizador
Olha o que esqueceram aqui em casa
— Carlos H. F. Gomes
Puta susto!
Acordei com o barulho da porta batendo.
Será que o pessoal só foi embora agora?
Levantei rápido e sentei, mas o mundo e eu girávamos rápido, aí cai para o outro lado e dormi outra vez.
Mais um susto!
Um copo quebrou na cozinha e os cacos pareciam tilintar nervosos dentro da minha cabeça. Ressaca. Gosto de sei lá o que na boca. Eu rodando dentro de mim mesmo.
O gato já está fazendo arte, coitado. Acho que está com fome. O gato. Porque fui inventar moda de ter um gato? Claro que sei a resposta.
Barulho. Susto. Ressaca. Gato. Gosto de sei lá o que na boca. Tudo rodando dentro de mim. Que combinação essa.
Me apoiei devagar nos cotovelos. Já estava claro lá fora. Coloquei uma perna para fora, depois a outra e fiquei sentado.
Demorei para perceber que eu estava no sofá da sala. Demorei para lembrar que ontem foi Natal e todo mundo veio para cá.
Ah tamo tudo vacinado ué!
Puta dor de cabeça!
Fui ao banheiro me escorando pelo corredor. A bexiga estourando. Nem sei se acertei a mira. O apartamento deve estar uma bagunça. A faxina vai ser pesada. A Dona Anunciação que anuncie um pedido de ajuda na quarta-feira.
O gato deve estar com fome. Nem vi ele ontem. Com tanta gente aqui ele deve ter se escondido.
Gael. Branquinho, com umas manchas pretas, rabo preto, fofinho e arteiro. Não consigo ficar sem sorrir pensando que o carinha tem covinha no queixo e ronrona só de olhar para mim. Uma ótima companhia durante o isolamento.
Quando voltei para a sala, vi ele andando de um lado para o outro com os pelos arrepiados, rosnando para um presente jogado ao lado da árvore de Natal. Alguém deve ter esquecido; depois falo lá no grupo que alguém esqueceu de levar embora a porra do presente que eu dei
. Bóra dramatizar um pouco.
Chamei o Gael e ele se assustou. Tadinho, deu um pulo e fugiu para a cozinha. Tomara que não tenha se machucado nos cacos do copo que ele mesmo acabou de quebrar.
Que pacote feio o desse presente que esqueceram. Embrulho mal feito, papel cheio de manchas escuras e parece que está meio aberto. Do que será que o Gael está com medo? Será que foi ele quem rasgou o embrulho? Ia abaixar para olhar melhor, mas a ressaca não me permitiu.
Fui para a cozinha atrás de um sal de frutas e chutei um monte de cacos que se arrastaram pela minha ressaca por tempo suficiente para me arrancar um palavrão que não posso dizer aqui. O Gaelzinho me olhava lá detrás de um balde dentro da pia. O que um balde estaria fazendo ali? Só falta algum fdp ter vomitado nele.
Não, ninguém fez isso.
Peguei um copo, lavei bem mal lavado, enchi a metade com água da torneira mesmo e joguei o pozinho mágico dentro. O Gael se encolheu assustado com o barulhinho efervescente, tadinho. Tomei de um gole só e depois de alguns arrotos paradisíacos, senti-me bem melhor.
Varri os cacos e joguei na lixeira, procurei o potinho para por ração e não encontrei. Alguém deve ter chutado para longe ontem; não ficaria surpreso se o achasse debaixo da cama. Peguei um outro qualquer, despejei um pouco de ração, coloquei perto dele e fiz carinho. A carinha que ele fez tipo fica aqui comigo, por favor
, enquanto olhava desconfiado para a porta da cozinha, me trouxe de volta a lembrança daquele pacote esquisito lá na sala.
Olhei para o gato, comendo apressado, e sorri. Por causa dele precisei refazer a árvore de Natal logo no primeiro dia. O safadinho foi subir nela, depois de ter assassinado quase todas as bolas, tombou tudo no meio da sala. Ainda bem que ele não se machucou com as bolas quebradas.
Pensando que isso pudesse acontecer, parafusei os pés da árvore no chão e coloquei um monte de bolas de plástico, deixando várias jogadas pelo chão. Foi uma alegria só; como ele se divertiu jogando futebol sozinho! Não demorou muito e inventou de brincar de subir na árvore e se divertiu bastante também. Figurinha esse Gael, viu.
Mas agora ele está assustado e deve ser por causa daquele pacote esquisito que esqueceram aqui. Peguei o gato no colo e fui pela casa abrindo as janelas para entrar ar, só que quem entrou com tudo foi a porra da claridade. E como se não bastasse isso, o Gael pulou do meu colo com as unhas de fora, que aliás, já tinha passado da hora de aparar.
Não vi mais o gato o dia todo e também não fui procurar. Deitei no sofá, arrotei mais uma vez e quando já tinha até esquecido do presente desbeiçado que esqueceram em casa, acontece que alguma coisa me chamou a atenção na maçaneta da porta da sala. Parece que alguém deixou manchas de mãos sujas nela e na parede. Preferi não pensar naquilo no momento e nem no presente esquecido e nem no gato.
Dormi.
E sonhei.
E o sonho virou pesadelo.
Alguém que tirava o gato de dentro do pacote esquecido, abria a porta, deixando manchas na maçaneta e na parede, saia levando o gato que olhava desesperado para mim.
Acordei assustado, suado, querendo respirar, quase vomitando e a cabeça dando pontadas nas têmporas.
O Gael estava rondando o presente, guardando uma distância segura, rosnando. Chamei e ele se assustou mais ainda, correndo para o quanto.
Eu ainda não estava em condições de me levantar, então deitei de novo e dormi de novo.
E tive pesadelo de novo.
E parecia uma continuação do anterior.
Aquele mesmo alguém, que não dava para ver o rosto e nem dizer se é mulher ou não, volta com alguma coisa na mão, abre a caixa do presente esquecido, joga a coisa dentro e fecha a caixa de qualquer jeito, Pelo barulho, a pessoa estava tentando embrulhar outra vez, mas não teve paciência.
A porta bateu outra vez.
Acordei quase fazendo xixi ali no sofá mesmo.
O gato derrubou