Um jardim para Deus: a história de Margareth
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Sobre este e-book
as pessoas que de alguma forma perderam seus bens mais preciosos. Aquilo que um dia puderam amar mais do que a si próprio e por isso ainda não
puderam entender suas razões e assim questionam a Deus por não poder compreendê-lo. Mas lembrem-se que somos todos filhos amados sobre as mãos do criador, pois somos o amor de Deus semeado diante dos seus olhos.
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Um jardim para Deus - Josefa Nascimento
Deus
Um jardim Para Deus - A história de Margareth
A doce infância de uma menininha bondosa, feliz e divertida que vivia ali na pequenina cidade de Céu Azul. Margareth era a irmã mais velhas de dois irmãos: Gustavo e Raul. Era também o primeiro fruto de um amor verdadeiro, de Ana e Carlos.
Dois Jovens que trabalhavam na mais bela plantação de roseiras daquela pequena cidade. E então para os dois, dali surgia o mais puro e verdadeiro amor.
Ana e Carlos desde pequenos viviam ali naquele pequeno mundo e apesar de serem dois jovens humildes, eram também muito felizes, pois aprenderam que a felicidade não era munida apenas de riquezas materiais, mas de pequenas coisas preciosas que a vida nos oferece gratuitamente. Então, desde pequenos, as crianças aprendiam que o nosso maior valor é a gratidão por tudo que possuímos, independente de como vivemos.
Aprendiam também que a vida é uma ação conjunta, onde os pais ensinam para os filhos aquilo que sabem.
As crianças daquela época estudavam, brincavam, mas desde cedo aprendiam ajudar seus pais no trabalho e entender que para cuidar de uma flor era também necessário conhecê-la.
Mas para Ana, sua maior felicidade era poder estar ali... Pois passava a maior parte do seu tempo entre as rosas. E apesar de ser o seu trabalho de seus pais, para Ana era apenas o seu jardim preferido, onde admirava tudo aquilo como se a única beleza da terra fosse aquela imensidão de flores.
Seu Salomão, o bondoso dono do roseiral, vendo tanto amor de Ana pelas flores, permitia que ela levasse todos os dias para casa um pequeno ramalhete de rosas para enfeitar sua mesa de jantar.
Mas Carlos era bem diferente! Pois passava o tempo todo resmungando e brigando com os mosquitos. Detestava as flores e não via a hora ir embora dali para sua casa. Aliás, para o pequeno rio de cachoeira que gostava de nadar. Pois para Carlos aquele pequeno rio era o seu lugar secreto e favorito, onde ninguém, nem mesmo os mosquitos, poderiam encontrá-lo.
Mas um certo dia, Carlos, antes de sair de casa, colocou escondido embaixo do seu avental, um estilingue e o levou para o roseiral. E então num momento propício se disfarçou dali, se escondendo dentro da roseira, para atirar pedras nas borboletas.
Mas invés disso: acertou a cabeça de Ana com uma pedrada. E então começaram uma gritaria dentro do roseiral. E quando vieram todos correndo para ver o que havia acontecido, Ana se encontrava com o rosto todo ensanguentado, enquanto Carlos gritava desesperado, deixando Ana muito mais assustada.
Então seus pais vieram e os acalmaram, dizendo que não tinha sido nada, que era apenas um simples cortezinho.
Realmente não tinha sido nada grave, apenas um pequeno corte na testa de Ana. Mas o que não deixou Ana muito satisfeita era ter que permanecer alguns dias em casa para cicatrizar o corte.
- Tudo culpa sua! Disse Ana para Carlos, ao deixar o roseiral.
Pobre Ana! O que faria então? Longe de suas flores.
E tudo por culpa de quem sequer devia estar ali... pois se ele não gosta das borboletas, gosta menos ainda das flores. Pensou Ana.
Mas para surpresa de todos, no dia seguinte, Carlos ainda muito assustado, ganhou coragem e foi até Seu Tomé, o pai de Ana, ali mesmo dentro da roseira, para saber notícias.
- Bom dia, Seu Tomé! Como Ana está hoje?
- Você tem consciência do que fez, né? E agora como fica minha filha sem suas rosas na mesa de jantar? Respondeu Seu Tomé. Tinha percebido o arrependimento nos olhos daquele garoto, que de alguma forma, tentava se redimir do seu ato.
E por isso, quando Seu Tomé questionou sobre as flores para Ana, dava àquele garotinho apenas a chance de se desculpar se o seu gesto fosse realmente nobre e verdadeiro.
Então Carlos voltou para seu local de trabalho, imaginando quais flores levaria para Ana naquele dia.
- Ah! E agora? Quais rosas será que ela gosta? Serão as brancas ou as vermelhas?
- Ah, sei lá! Rosas são todas iguais...
- Então vou levar rosas cor de rosa mesmo! Vai saber... Não sei com como podem gostar de flores? Se servem apenas para atrair mosquitos, resmungou Carlos.
Então no final do dia, Carlos com sua indelicadeza e rispidez com as flores, conseguiu escolher as mais belas rosas e correu para casa de Ana.
Chegando lá, todo ressabiado, deu de cara com a dona Clara, a mãe de Ana.
- Oi, dona Clara! Cadê a Ana?
- Você não tem outro estilingue aí não né? Respondeu dona Clara.
E vendo as flores nas mãos do garoto, então lhe disse: está lá fora no jardim.
- Oi Ana! Nossa, ficou feio mesmo a sua testa. Diz Carlos.
Ana então respondeu: - parabéns gênio, viu o que você fez? Poderia ter me matado.
- Perdoa-me, Ana? Não fiz por mal e também não sabia que estava lá... veja o que trouxe para você.
- Pode me perdoar, por favor? Pois não queria acertá-la! Na verdade, nem tinha visto você lá. Queria apenas acertar as borboletas.
- Como assim as borboletas? Seu estúpido.
- Só te perdoo se você me entregar esse estilingue e jurar que nunca mais vai atirar pedras nas borboletas do meu jardim. Respondeu Ana.
- Seu Jardim? Mas não é a roseira do seu Salomão? Questionou Carlos.
- Ah, deixa pra lá! Você não intende nada mesmo! Respondeu Ana.
- Eu te dou o estilingue, Ana, mas não estou com ele aqui! Mas amanhã eu trago para você. Pode ser?
Sim
! Respondeu Ana.
- Mas fique sabendo que o dia que matar uma só borboleta, eu juro que vai comê-la.
Credo, eu não
! Respondeu Carlos.
- E aí, gostou das flores?
- Claro, né! O meu pai com toda certeza te falou que as cores de rosa eram as minhas preferidas.
E Carlos, com um sorrisinho disfarçado, ficou muito feliz por ter acertado as flores que Ana gostava, pois sabia que ninguém havia lhe dito nada.
Então todos os dias enquanto Ana permanecia em casa, Carlos lhe trazia as mais belas rosas, cor de rosa.
O tempo foi passando enquanto Carlos e Ana tornavam-se os melhores amigos daquela linda roseira.
Carlos nunca teve muita afinidade com as flores, mas depois que conheceu Ana não fazia mais tanta questão de ir embora tão rápido dali, pois diante daquele jardim ele pode enxergar algo que para ele fosse mais especial do que as flores e as borboletas.
Ana tinha se tornado sua melhor amiga e por isso somente ela poderia conhecer e nadar no seu rio secreto.
E assim, como todo destino segue seu rumo, conforme aquilo que já está escrito...
Para Ana e Carlos, seus destinos se encontraram ali... tornando-os, em dois lindos jovens apaixonados que se amavam de forma inocente, pois sabiam que acima de tudo, o amor também era o respeito que tinham um pelo outro.
Foi então que algum tempo depois resolveram se casar, tornando mais concreto aquele amor que já sentiam. Além disso, era a realização de mais um sonho bonito, naquela pequena cidade de Céu Azul.
E todos ali presentes se emocionavam com um lindo juramento de amor que acontecia diante daquele lindo roseiral.
Ana e Carlos fizeram seus juramentos de amor eterno, pois, para os dois, enquanto durasse uma só pétala de rosa daquela roseira, o amor dos dois permaneceriam.
E enquanto isso, o céu soprou a favor dos dois as mais belas pétalas de rosas, que voavam daquele jardim em suas direções, deixando todos encantados com aquele lindo espetáculo que lhes foi enviado como um presente do céu.
Ana apenas agradeceu a Deus pelo lindo presente, ao qual era o mais lindo sobre a terra.
Um tempo depois veio Margareth, a primeira filha do casal, a qual era cercada de muito amor e carinho por todos os lados. Margareth era uma bebê muito amada, pois para Ana era a mais bela florzinha que podia existir. Para Carlos, era a sua princesinha, ou talvez sua pequena borboleta, que logo voaria por aquele imenso jardim.
Margareth era também o xodó de seus avós: vovó Clara e vovô Tomé; e da vovó Marta e vovô Onofre.
Então a doce Margareth era levada para todos os lados da cidade de Céu Azul, principalmente para dentro da roseira e também para nadar na cachoeira secreta de seus pais.
O tempo foi passando e com ele Margareth caminhava, corria e se escondia entre as roseiras. Ouviam histórias dos seus pais, inclusive a da pedrada do caçador de borboletas. Margareth caía nas gargalhadas com tantas histórias engraçadas. E também porque a sua felicidade era contagiante...
Margareth era conhecida por todos dali por sua alegria e bondade, pois desde pequenina aprendia que o valor da vida era inestimável e por isso respeitar as coisas vivas era fundamental.
E com isso muitas vezes Margareth passava horas sentada próximo de um formigueiro