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E-book426 páginas5 horas

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Sobre este e-book

 Quando Sandy Lipton e a criança que ela esperava desapareceram, os tribunais da opinião pública decretaram o jovem Chris Matheson como culpado. Décadas depois, o agente do FBI aposentado retorna para casa e descobre que a núvem de suspeitas pairando sobre ele e a sua família nunca se dissipou.

 Com a ajudade de um time de outros agentes da lei aposentados, cada um especilista do seu próprio campo de dinvestigação, Chris Matheson começa a dilapidar o gelo cobrindo esse arquivo morto, ou cold case, para enfim descobrir o que foi que aconteceu a Sandy e o seu bebê. As pistas estão esquentando!
 

IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de abr. de 2021
ISBN9781071596524
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    Gelo - Lauren Carr

    ELENCO

    O Esquadrão da Terceira Idade:

    Christopher Matheson (Chris): Pai solteiro de três meninas. Perdeu a esposa para um ataque terrorista na França. Depois da morte repentina do pai, ele se aposentou do FBI e mudou de endereço para uma fazenda de família em Harpers Ferry, Virgínia Oeste.

    Elliot Prescott: Membro fundador do Esquadrão da Terceira Idade. Ele poderia muito bem te contar o que é que ele fazia antes de se aposentar, mas então ele teria que te matar, obviamente.

    Jacqui Guilfoyle: Médica legista aposentada, Pensilvânia. Viúva sem filhos. Vive sozinha em uma casa elegante num cume diante do Vale Shenandoah.

    Ray Nolan: Estabeleceu uma força tarefa de guerra virtual após o onze de setembro. Ele se aposentou da Segurança Interna após ser baleado nas costas por um terrorista interno. Mora com a filha e a família dela.

    Bruce Harris: Procurador-Geral da Virgínia. Dono de uma vinícola em Purcellville, Virgínia. A sua esposa é uma arquiteta de firma própria em Leesburg. Ele tem um filho na faculdade.

    Francine Duncan: Jornalista investigadora aposentada do Associated Press. Divorciada, mora com filhos e netos.

    Personagens na ordem em que aparecem:

    Sandy Lipton: Há vinte e três anos, esta jovem de dezoito anos desapareceu, assim como a criança que gestava.

    Carson Lipton: Irmão mais velho de Sandy. Cozinha para o restaurante da família, do outro lado da rua da pista de corridas.

    Ethel Lipton: A mãe de Sandy. É a dona de um condomínio de apartamentos e também do café-restaurante onde Carson trabalha.

    Emma ( 6 anos), Nikki (10 anos) e Katelyn (13 anos): Filhas de Chris Matheson.

    Viajante: O cavalo cinzento puro-sangue de Chris. Corredor aposentado.

    Sadie (doberman) e Mocha (golden labrador): Sadie era um membro aposentado da força canina policial e, Mocha, um cão de resgate e salvamento aposentado: juntos, formam a comitiva de Doris Matheson.

    Thor: uma coelha de quase sete quilos e orelhas murchas de abano. É normalmente vista vestindo umas roupinhas rosas com babado.

    Doris Matheson: A mãe viúva de Chirs e avó de suas filhas. Kirk Matheson era casado com ela, o capitão da tropa local da polícia estadual da Virgínia Oeste. Diretora da Biblioteca Pública de Bolivar-Harpers Ferry.

    Sterling: Pastor Alemão de dois anos de idade. Cão policial. Aposentou-se depois de sobreviver a uma emboscada na qual o seu tratador foi assassinado.

    Peyton Davenpot: Filha de Mason Davenport. Vice-presidente do departamento de segurança do Stardust Casino e Corridas.

    Mason Davenport: CEO do Stardust Casino e Corridas.

    Sierra Clarke: Estudante do ensino médio, dezesseis anos. Empregada de meio período na biblioteca. Filha Helen Clarke.

    Helen Clarke: Tenente da polícia estadual da Virgínia Oeste, responsável pela divisão local de homicídios. Divorciada. O primeiro amor do Chris e mãe de Sierra.

    Mona Tabler: Vítima de assassinato. Gerente de restaurante no Stardust. Divorciada e sem filhos. Vivia em uma grande casa em Shepherdstown.

    Shirley Rice: Vítima de assassinato. Membro da Comissão do Condado de Bekerley. Morava em Martinsburg.

    Opie Fletcher: Suspeito de assassinato. Confessou ter matado Mona Tabler, mas nunca foi preso.

    Victor Sinclair: Promotor do Condado de Jefferson. Tinha uma queda por Sandy Lipton nos tempos do ensino médio. O seu pai é Steve Sinclair.

    Steve Sinclair: Poderoso advogado empresarial. Ele e Mason Davenport compartilham um contrato.

    Rodney Bell: investigador-chefe do Condado de Jefferson. Amigo de infância de Chris.

    Felicia Bell: Esposa afastada de Rodney. Saía com Chris durante ensino médio. Amiga de infância de Helen Clarke.

    Xerife Grant Bassett: Xerife do condado de Jefferson e chefe de Rodney

    Tommy Bukowsky: Vítima de assassinato. Expert em guerra virtual. Trabalhava para uma família do crime organizado. O seu corpo foi encontrado na fazenda Matheson.

    Regina Patterson: Agente do FBI responsável pela investigação do assassinato de Tommy Bukowsky. Antiga chefe de Chris.

    Dr. Frederic Poole: Médico. Cuidou de Sandy Lipton durante a gravidez. Presidente do Conselho Local de Gravidez.

    Tamara Wilcox: Mulher gravida deixada no Centro Médico de Jefferson. Morreu durante parto.

    Angela Romano: Vítima de assassinato em Lancaster, Pensilvânia. Divorciada três vezes.

    Carla Pendleton: Vítima de assassinato de Mount Airy, Maryland. Viúva.

    Patricia Handle: Vítima de assassinato. Assistente administrativa do governo federal. Nunca casou-se.

    Rachel Pine: Diretora de segurança virtual no Stardust Casino e Corridas.

    Seth Greene: Motorista do Stardust Casino e Corridas.

    EPÍGRAFE

    O homem sábio deve se lembrar de que enquanto ele é um descendente do passado, ele é também um progenitor do futuro.

    Herbert Spencer

    Índice

    [TABLE OF CONTENTS]

    PRÓLOGO             006

    CAPÍTULO UM            008

    CAPÍTULO DOIS          013

    CAPÍTULO TRÊS          019

    CAPÍTULO QUATRO          029

    CAPÍTULO CINCO          034

    CAPÍTULO SEIS            039

    CAPÍTULO SETE          046

    CAPÍTULO OITO          051

    CAPÍTULO NOVE          055

    CAPÍTULO DEZ            061

    CAPÍTULO ONZE          072

    CAPÍTULO DOZE          082

    CAPÍTULO TREZE          091

    CAPÍTULO CATORZE         100

    CAPÍTULO QUINZE          108

    CAPÍTULO DEZESSEIS         117

    CAPÍTULO DEZESSETE         124

    CAPÍTULO DEZOITO         131

    CAPÍTULO DEZENOVE         141

    CAPÍTULO VINTE          148

    CAPÍTULO VINTE E UM         153

    CAPÍTULO VINTE E DOIS        160

    CAPÍTULO VINTE E TRÊS        166

    CAPÍTULO VINTE E QUATRO         171

    CAPÍTULO VINTE E CINCO        179

    CAPÍTULO VINTE E SEIS         181

    CAPÍTULO VINTE E SETE         186

    CAPÍTULO VINTE E OITO        192

    CAPÍTULO VINTE E NOVE         201

    CAPÍTULO TRINTA          205

    EPÍLOGO             215

    SOBRE A AUTORA          217

    PROLOGO

    Charles Town, Virgínia Oeste - Vinte e quatro Anos Atrás

    Eu já sei. Está frio dizia Sandy Lipton, ao meteorologista do noticiário É por isso que eu estou aqui dentro onde é quente e confortável. Eu realmente não preciso ver você tremendo aí fora para saber como está o tempo. Rindo quieta por conta do quanto ela mesma se julgava esperta, Sandy enfiou a mão profundamente entre as almofadas do sofá surrado em busca do controle remoto para mudar o canal da televisão.

    Durante a procura, o bebê dentro de sua barriga a chutava como se em objeção ao fato de tê-lo acordado.

    Desculpe, disse ela enquanto esfregava a sua pancinha arredondada. Eu tenho certeza de que você estará bem mais confortável na semana que vem, depois que você sair e a gente tiver se conhecido oficialmente. Ela mirou o remoto na televisão e mudou o canal para um programa do tribunal.

    Do outro lado da rua, um fluxo constante de veículos chegava ao restaurante Sure Thing, o almoço mais popular entre jockeys, treinadores e outros empregados dos estábulos do Charles Town Race. A sua família era dona quanto e gerente do restaurante e do condomínio atrás da casa deles.

    Recuando, Sandy torcia para que a sua mãe não saísse do escritório de advocacia até depois que o rush da hora do almoço tivesse terminado. Já era difícil o bastante para o seu irmão Carson cozinhar refeições para um restaurante lotado de clientes famintos sem que Ethel Lipton aparecesse para pisar em seus calos.

    Ninguém mais colocava Carson num estado de mal humor tão depressa quanto a mãe deles.

    A memória do rosto de Carson, distorcida pela fúria, veio à mente de Sandy num flash. O seu coração virou ao avesso e depois se desvirou. Ela agarrou o peito até a dor passar.

    Isso tem acontecido com bastante frequência ultimamente.

    Sandy esfregou a barriga. Ela não estava em condições de ficar de pé servindo mesas tão perto da data estipulada para o parto.

    Mal conseguia administrar o condomínio de apartamentos. A localidade conveniente, o aluguel barato e a locação mensal fizeram dos apartamentos The Sure Thing o ponto predileto para os transeuntes que frequentavam as pistas de Charles Town, a maior atração daquela cidade da Virgínia Oeste.

    Nomeada em homenagem ao irmão de George Washington, Charles Town lutava para segurar a atmosfera colonial.   O saliente da parte leste do estado, do formato de uma alça de panela, tornou-se um imã para aqueles que desejavam escapar das zonas metropolitanas de Virgínia e Maryland. O serviço ferroviário e as auto-pistas facilitavam o deslocamento das famílias que trabalhavam dentro e envolta da capital nacional que quisessem ter a vantagem de morar no Vale Shenandoah.

    Aninhada do lado de fora dos limites da cidade de Charles Town, a pista de corridas dos puro-sangue esperava cumprir o seu papel no crescimento daquela área. Não tinha alternativas. O encolhimento do número de frequentadores motivou os cavalos de alto calibre a procurar pistas mais populares. A falta de verba significava menos empregados, o que tinha um efeito direto nos inquilinos do condomínio e nos fregueses do restaurante.

    O vento frígido lá fora e as árvores desfolhadas contra o céu cinzento agouravam um futuro que fazia calafrios na espinha de Sandy. Ela se forçou para fora do sofá e rastejou até a cozinha.

    Vislumbrando o seu reflexo no espelho das costas do armário chinês, Sandy se deteve. Chris Matheson teria feito algum tipo de piada se pudesse ver os seus braços e pernas longos e magricelas e a barriga de grávida. Ela sorriu levemente.

    Eu sinto falta de Chirs.

    A criança fez cócegas dentro dela. Amorosa, ela esfregou as mãos através da barriga e riu-se. O bebê também deve tê-la visto. Ele ou ela possui um senso de humor parecido com o de Chris.

    O barulho do motor de carro na frente da casa incitou Sandy a olhar as horas. Onze e meia.

    Mãe já deve ter finalizado o encontro com o advogado. Estranho ela se encontrar com ele quanto ao processo de paternidade sem mim.

    Ela estava esperançosa o bastante para pensar que o seu visitante poderia ser Chris. A possibilidade era remota, mas era o bastante para impulsioná-la a correr até a porta. Tão rápido quanto o pensamento passou pela sua cabeça, a realidade surgiu.

    Irritado da forma que Chris estava no dia anterior, ele nunca voltaria.

    Uma onda de remorso desaguou sobre ela quando lembrou-se da raiva nos seus olhos cinzentos.

    Pelo menos ele está vivo. É o que mais importa.

    Sandy checou o seu reflexo no espelho da entrada. A gravidez havia mexido bastante com a sua compleição. Não ajudou em nada ao seu cabelo também. O que antes fora da cor de castanhas dissolveu-se num tom fosco como cinzas. Aquilo tudo estaria acabado depois de só mais uma semana. Ela se perguntava quanto tempo demoraria para que o seu corpo retornasse à sua antiga forma esguia. Aos dezoito anos, a juventude ainda estava do seu lado.

    Sandy correu os seus dedos pelo frouxo cabelo. Os sinos da campainha a assustaram de leve. Ela espiou pela janela e avistou um homem segurando um buquê tão grande que as flores escondiam o rosto dele.

    O seu coração saltou. Mais uma vez, foi lavada pela esperança.

    Então é mesmo Chris! Ele pensou melhor e vai me dar uma chance para me explicar!

    Sandy puxou a porta com força. Uma bufada de ar frígido bateu no rosto dela. Piscando, ela protegeu a face com as mãos contra a chuva meio congelada que cortava a sua pele.  Enquanto esperava o vento passar, ela fantasiava que quando sua visão clareasse, Chris e os seus olhos cinzas de aço estariam diante dela para tomá-la nos braços e declarar o seu amor imortal.

    A bufada do inverno diminuiu. A visão de Sandy Lipton clareou e a sua fantasia se transformou num pesadelo gelado.

    CAPÍTULO UM

    Dias Atuais

    Adeus, meu querido amigo.

    O gelado inverno assoprava vento por todo o topo da colina até beliscar o nariz e bochechas de Chirs Matheson. Os galhos nus do carvalho atrás dele dançavam como se quisessem também participar da cerimônia memorial.

    Da mesma forma que o seu velho líder havia feito com frequência diante deles, o doberman e o golden labrador contemplavam a fazenda lá em baixo. Até mesmo Viajante, o cavalo puro-sangue de cor cinza malhado, pendurou a cabeça num sinal de respeito por seu amigo falecido.

    Winston, você foi um amigo tão bom, bravo e leal. Sentiremos muita falta de você. Nunca o esqueceremos.

    Chris segurou a tampa da urna e a abriu. O vento imediatamente tomou posse de uma parte das cinzas e as espalhou como escuros flocos de neve através do campo. Com as costas da mão, ele enxugou as lágrimas de pesar e o frio dos seus olhos. Ele borrifou as cinzas do seu pastor alemão tão amado debaixo da árvore que fora o seu lugar favorito, do qual vigiava os seus domínios.

    Quando terminou, Chris olhou ao longe até a fazenda, cento e cinquenta acres de colinas, florestas e pastos pertencentes a sua família por três gerações. Uma rua delineada por árvores corria ao longo do rio Shenandoah na base da colina.

    Ele localizou o teto amarelo de um ônibus da escola do condado de Jefferson lá na estrada, o frio congelante formigando as costas das mãos e maçãs do rosto davam-lhe o aviso de que uma tempestade de neve misturada com um punhado de gelo estava prestes a chegar. Muitos especulavam que as escolas fechariam no dia seguinte. Se Chris não conseguisse encontrar o ônibus no fim da faixa, o motorista retornariam as suas filhas à escola primária. Então, ele teria que ir até a escola para pegá-las.

    Chris apressou Viajante a galopar colina abaixo e a fazer uma curva abrupta para a direita. Conforme o ônibus se aproximava da parada no fim da faixa, ele se inclinava para a frente sobre a sela de modo a apressar o viajante a alcançá-lo. As crianças à bordo gritavam em deleite por conta da corrida improvisada.

    Nikki, a sua filha de dez anos era a que gritava mais alto. Aquele é o meu pai! disse ela à motorista antes de descer os degraus aos pulinhos.

    Chris desmontou para aplicar-lhe um rápido abraço e um beijo. Ansiosa a aproveitar uma viagem à cavalo, Nikki jogou a sua mochila nas mãos do pai e subiu no viajante.

    A filha mais nova, Emma, demorou um pouco mais para desembarcar.

    Viúvo, Chris e as suas três filhas retornaram para a casa da família dez meses atrás. Já tão cedo, a menina bonitinha de cabelo loiro e um sorriso largo cheio de dentes era a estudante mais popular da segunda série na Escola Primária Blue Ridge.

    Faça o melhor para chegar em casa antes da tempestade de gelo, Sra. Brady, dizia Emma quando Chris se aproximou da porta para apressá-la. eu detestaria que você tivesse um acidente.

    Obrigado, Emma, disse Sra. Brady.

    Sra. Murphy diz que as pontes são as primeiras a congelarem. você sabia disso?

    Emma, Disse Chris, Sra. Brady sabe como dirigir um ônibus. Ela sabe tudo sobre as pontes. Ele estendeu a sua mão para a menina revestida no casaco rosa com botas, chapéu e luvas combinando.

    O que alguém tem que fazer para se tornar um motorista de ônibus? O que isso faz? Ela ela alcançava algum botão no painel.

    Chris avançou pelos degraus, jogou os seus braços em volta da filha, e carregou-a para fora do ônibus.

    Rindo, as crianças acenavam para ela, em despedida.

    Nikki digitou o código de segurança no teclado para abrir o portão de metal protegendo o caminho que dava para a casa da fazenda de tijolos vermelhos. Enquanto Chris carregava Emma para fora do ônibus, Nikki já guiava o Viajante para dentro do celeiro.

    Muito embora Nikki tivesse crescido nos subúrbios do norte da Virgínia, ela já montava em cavalos desde que mal tinha idade o bastante para andar com seus pés. Suas primeiras palavras haviam sido eu quero um pônei. A despeito de sua estrutura fina, a menina de dez anos ainda não conhecera um cavalo com a qual ela não fosse capaz de lidar.

    Ei, papai, Emma perguntou ao pai logo após ele trancar o portão, o que é Dia da Bastilha?

    Chris limpou a garganta antes de responder. Isso é um feriado Francês. Bem parecido com o nosso Quatro de Julho. Porque a pergunta?

    Eu ouvi uma das mães perguntando a Sra. Murphy se era verdade que mamãe foi morta no Dia da Bastilha.

    O que a Sra. Murthy disse?

    Eu não escutei. Ela silenciou a moça e olhou assim pra ela. Emma amarrotou o rosto, estreitou os olhos, franziu a testa e fez uma expressão engraçada.

    Apesar do assunto, Chris teve que rir.

    Não era o melhor momento para uma selfie. Ela sacudiu a cabeça com tanta força que o chapéu caiu. Chris o pegou do chão congelado e se ajoelhou para colocar de volta na cabeça dela. É verdade que terroristas mataram a mamãe?

    Ele olhou para dentro dos seus grandes olhos azuis - tão parecidos com os da sua mãe. A personalidade borbulhante de Emma era mais outro traço herdado dela. Sim, amor. Mamãe morreu em um ataque terrorista.

    Por que eles decidiram levar a mamãe, papai?

    Porque existem algumas pessoas que são simplesmente más. Elas fazem coisas ruins, apenas.

    Mas não é o seu trabalho pegá-las? Por que você não prende eles, Papai?

    Porque... Chris parou e suspirou. Como é que eu vou te explicar isso? Ele engoliu. Ficou mais difícil para eu cuidar de todas vocês depois que sua mamãe morreu.

    Mas você cuidava da gente antes daquelas pessoas más matarem a mamãe

    Sim, eu cuidava, disse Chris. Ela deveria ter voltado para casa depois de terminar o trabalho na Alemanha. Mas depois, ela- Uma brisa gelada lançou um calafrio pela espinha dele. As autoridades francesas alcançaram o verdadeiro culpado e os seus amigos, que tinha matado a sua mãe e mais um monte de gente inocente. Já eu, eu trabalhava para o FBI. Você sabe o que é isso?

    Ela balançou a cabeça. você era um federal.

    Sim, eu era um federal. E o meu trabalho era investigar crimes e pegar caras maus aqui nos Estados Unidos.

    Você prende caras maus igual o tipo que matou a mamãe?

    Às vezes, sim. Mas depois que o Vovô morreu e Nonni ficou sozinha aqui nessa fazenda tão grande, ela e eu decidimos que poderíamos ajudar um ao outro. Então eu me aposentei e trouxe vocês meninas comigo. Eu ajudo Nonni a operar a fazenda e ela me ajuda a cuidar de você e suas irmãs.

    E Katelyn, Nikki, e eu podemos todas ter Pôneis! Disse Emma com um sorriso.

    Feliz em ver o sorriso brilhante dela mais uma vez, Chris ergueu-se e tomou a sua mão. Sim, vocês podem.

    E nós temos uma piscina! Podemos ter uma festa da piscina, Papai? Emma saltitava com excitamento.

    Um momento atrás ela estava triste porque perdeu a mãe, e agora ela já está falando sobre uma festa. No fundo da sua mente, Chris suspeitava que acabara de ser enganado por uma menininha. Uma tempestade de gelo está chegando

    Eles já fecharam a escola para amanhã. Isso quer dizer que todas as minhas amigas estarão livres para vir à minha festa da piscina. Ela correu adiante. Eu vou mandar um email para convidá-las!

    Na casa da fazenda, O caminho serpenteava ao longo da beirada externa do pátio lateral e de volta para os demais prédios. Além, havia o celeiro para cavalos e numerosos gatos.

    De alguma maneira, espalhou-se o rumor de que a fazenda Matheson era o lugar certo para se deixar gatos sem-teto, que eram valiosos para manter baixa a população de roedores. A mãe de Chris, Doris, estabelecia que todo novo cato que aparecesse deveria ser castrado de modo a reduzir as ninhadas indesejadas. Mas ainda assim, todo ano trazia pelo menos uma nova ninhada de gatinhos nascidos no celeiro.

    Um mestre carpinteiro, o pai de Chris construiu um armário de madeira embutido que tomava toda uma parede no vestíbulo no qual se penduravam casacos, chapeis, cachecóis e outras roupas externas. Continha ganchos, caixas, e até mesmo um espaço para vasilhas de cachorro.

    A casa da fazenda, com um século de vida, passou recentemente por renovações. A cozinha modernizada incluía um recanto para o café da manhã, uma sala de jantar formal, e uma varanda ao sol, na qual Sadie e Mocha gostavam de dormir, em cima da mobília.

    A piscina, de chão, fechada para o inverno, repousava do lado oposto do pátio. Das suas camas, Sadie e Mocha observavam os acontecimentos dos diversos comedouros de passarinhos que a mãe de Chris havia erguido no quintal dos fundos. Eles não eram os únicos a observar os pássaros. Thor também passava a maior parte dos dias dela observando as aves.

    A esposa falecida de Chris deu um filhote de coelho para as suas filhas, um coelhinho Lop Francês, como um presente de pascoa antes de se mudar para o estrangeiro por conta uma designação do Departamento de Estado. O coelho branco e bronzeado, de orelhas murchas e longas cresceu para se tornar um embrulho peludo de quase sete quilos.

    As suas filhas haviam escolhido três nomes diferentes para o coelho e Chris puxou o vencedor de dentro de um chapéu.

    Thor foi o ganhador.

    Não importava que a coelhinha fosse fêmea e vestisse um arnês de strass rosa. A escolha de Nikki havia ganho. Então, a coelha fofinha, que se encontrava usualmente vestida em roupas de cãozinho com babado, recebeu o nome Thor.

    O cheiro de brownies esquentando no micro-ondas flutuou até o vestíbulo onde Chris removia as suas botas de cavalgar e colocava os chinelos. Depois de pendurar o casaco, chapéu e luvas descartados de Emma, ele foi até a cozinha onde a sua filha de treze anos, Katelyn, se empoleirava em um banco alto à bancada. Ela mastigava um brownie com um copo de leite enquanto lia um livro no seu tablet.

    Chris a cumprimentou com um beijo na testa no caminho para uma pratada de brownies aquecidos. Eu não vi o ônibus te deixar. A mãe de Alison te deu carona?

    Isso. Katelyn olhou de relance na direção dele.

    Concluindo que havia acontecido alguma evolução no drama corrente, do qual o centro era um menino de treze anos chamado Zach Daniels, Chris optou por não dizer nada.

    Ela olhou as costas dele enquanto ele despejava um leite no copo para tomar com o seu brownie.

    Katelyn tinha herdado a coloração clara de seu pai - de seus olhos cinzas de aço até o cabelo de alburno claro. Chris estava no meio da casa dos vinte anos quando o seu cabelo tornou-se gradualmente cinza nas têmporas. Pela idade de quarenta e seis, o seu cabelo era uma mistura equivalente de ondulações prateadas e e marrons.

    Enquanto ele tomava o seu copo de leite, Chris viu os olhos de Ketelyn saltando do tablet para o armário de cozinha atrás dele do outro lado do cômodo. Ela não conseguia olhá-lo nos olhos. O que aconteceu?

    Nada. Ela mordeu o brownie e baixou os olhos estreitos para o tablet.

    O que aconteceu na escola hoje?

    Não aconteceu nada.

    Chris deixou sair um suspiro profundo. Como está Zack?

    Katelyn engoliu e abaixou o tablet.

    O que aconteceu com Tara?

    Ela é uma cadela, Disse Katelyn. Isso que aconteceu.

    Chris tentou não rolar os olhos diante mais um drama entre Katelyn e a sua arquirival, Tara. A guerra acontecia desde outubro. As duas estudantes da oitava série perseguiam o mesmo menino. Quicando entre ambas como uma bola de ténis, Zack gostava por demais da atenção de duas garotas brigando por causa dele. O menino não valia nenhuma das duas.

    O que Tara fez dessa vez? Chris perguntou com um pesado suspiro antes de tomar outro gole de leite.

    Ela disse para todo mundo que você é um pervertido.

    Isso tomou toda a atenção de Chris.

    Ela disse que você estuprou uma garota adolescente quando estava na faculdade e a deixou grávida. Depois você a matou e foi por isso fugiu para se juntar ao FBI.

    Mas que-

    Era uma tal garota chamada Sandy.

    Chris sentiu como se a sua alma fosse arrancada de seu corpo para levá-lo até outra época e lugar - Para o pesadelo onde tudo havia começado.

    Pressentindo que algo estava acontecendo, Sadie e Mocha pararam de vigiar uma família de esquilos que invadia o comedouro dos pássaros e tornaram a sua atenção para a cena que fermentava na cozinha. Os seus olhos eram largos como orbes.

    Thor estava mais interessada na cenoura que Emma havia lhe dera antes de correr até o escritório para mandar emails às suas amigas.

    Não é verdade. Não é, Pai?

    Qual é o sobrenome de Tara? Chris perguntou com uma voz macia.

    Sinclair, Katelyn disse. A mãe dela é uma figurona na comissão do condado. O pai dela é -

    Victor Sinclair, Disse Chris.

    Ele é o promotor do condado

    Eu sei. Eu conheço todos eles muito bem.

    Você não fez o que eles dizem que você fez, né, pai? Katelyn olhou para ele.

    Não! Chris desceu o copo na bancada com tanta força que o leite dentro dele espirrou por cima da borda. Como você sequer pode me perguntar isso? você me conhece. Você já me viu com as suas amigas. O que te faz pensar que eu tomaria vantagem de uma menina daquele jeito?

    Os olhos de Katelyn ficaram largos de medo.

    Você realmente pensa que eu sou tão distorcido? Chris queria uma resposta.

    Ela soluçou.

    A visão das lágrimas da menina partiram o coração de Chris. Me desculpe. Ele se moveu em volta da bancada para tomá-la em seus braços. Recusando o toque dele, ela subiu depressa pelas escadas dos fundos para o seu quarto. A última palavra da conversa foi a batida da porta do quarto dela.

    Pesar, frustração e raiva acumulados nos últimos vinte meses cresceram dentro dele. Se não fizesse nada, ele iria explodir. Desesperado por uma maneira de aliviar a pressão, ele dava voltas, em círculos.

    Com um grave rugido, Chris agarrou o copo de leite e atirou-o na parede, O copo se despedaçou. Leite se derramou por todo o piso, para muita alegria de Sadie e Mocha.

    CAPÍTULO DOIS

    Como ele está? Elliott Prescott ousou tirar os seus olhos da estrada para olhar por cima dos ombros na direção dos passageiros no assento dos fundos da sua SUV.

    Doris Matheson sorriu diante do pastor alemão descansando a cabeça no topo do assento. Seu nariz se contorcia enquanto ele mandava para dentro os vários aromas dos novos arredores. Ela esfregou o ombro dele. Ele está se animando um pouco.

    Isso pode não ser uma coisa boa. Elliott parou na intercessão marcando o desvio para Harpers Ferry, situada na bifurcação dos rios Shenandoah e Potomac. O drogaram porque ele tentou comer a minha cara.

    Eu tenho certeza de que você mereceu. Disse Doris num tom animado. O pêlo do cachorro já crescia de volta no lugar da cirurgia feita onze dias atrás. O canino policial havia levado duas balas no peito. Ele teve sorte. O seu tratador não teve.

    Por que você acha que eu mereci? Elliott apertou o seu pé contra o acelerador depois de a luz ficar verde.

    Porque ninguém com uma cara igual a do Sterling faria isso com alguém que não merecesse.

    O pé de galinha em volta dos olhos de Elliott afundou conforme ele se esforçava mais uma vez, por cima do ombro, na direção onde o pastor alemão de pelo escuro e dois anos de idade estava a observa-lo. As suas grossas sobrancelhas de sal e pimenta se curvaram.

    Eu acho que você e Christopher foram feitos para ficar juntos, ela falou para o cachorro. Winston morreu no mesmo dia que você perdeu o seu parceiro, o seu lar, e o seu emprego. Vocês precisam de um do outro para sararem.

    Você tem certeza de que Chris está pronto para outro cachorro? Perguntou Elliott. Não é como se ele já não tivesse bastante bichos naquela fazenda com o qual criar laços. E Thor?

    Thor não pode sair para caminhar em trilhas

    Verdade.

    Christopher criou Wiston por muito mais tempo que ele criou Blair Ela murmurou, E Winston foi mais leal, também.

    As orelhas de Elliott se ergueran. O que você disse? Ele ergueu os olhor para o reflexo dela no espelho retrovisor.

    Nada. O espesso cabelo loiro dela emoldurava o seu rosto amável. Aos sessenta e cinco, Doris Matheson exultava uma beleza atemporal. Rugas adicionavam caráter, e não idade. Viúva de um Capitão da Polícia Estadual da Virgínia Oeste, doava muito do seu tempo para causas do bem-estar animal e o trabalho da missão de sua igreja. Como se ter um trabalho de período integral na biblioteca e o serviço voluntário não fossem o bastante, Doris também ensinava yoga e nadava por quatro quilômetros e oitocentos metros, quatro vezes por semana.

    Nossa, ela é linda quando fica acanhada, Elliott a lançou um olhar pelo retrovisor,

    Cuidado!

    Uma SUV BMW atravessou o sinal enquanto ele virava para a esquerda a pegar a rua Millville ao longo do rio Shenandoah.

    Elliott virou o volante para a direita. As rodas traseiras do seu veículo alcançaram uma placa de gelo. A BMW passou apressada pela SUV de Elliott enquanto girava como um peão. Doris se jogou em cima de Sterling para impedir que ele fosse jogado no chão. O pastor alemão berrou.

    A BMW virou a esquerda e continuou o seu caminho para Charles Town.

    Agradecendo a deus pelos seus bons reflexos, Elliott tomou nota da placa da BMW.

    STARDUST

    O que foi aquilo? Doris afagou o topo da cabeça de Sterling com as mãos tremulas.

    Peyton Davenport, Elliott disse enquanto movia o seu veículo devagar  para fora do meio da intercessão.

    Ela abanou a cabeça. Aquela menina vai acabar morrendo algum dia por conta desse comportamento inconsequente. Não é por ela que eu mais sinto, mas pelo pai dela.

    Por que sentiria? Foi ele quem criou aquela ameaça a sociedade.

    "Mason Davenport conheceu a mãe de Peyton quando ela era a sua secretária

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