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A Promessa de Ella: Grande Guerra, Grande Amor, #3
A Promessa de Ella: Grande Guerra, Grande Amor, #3
A Promessa de Ella: Grande Guerra, Grande Amor, #3
E-book247 páginas3 horas

A Promessa de Ella: Grande Guerra, Grande Amor, #3

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Sobre este e-book

Quando se alista na Grande Guerra, a enfermeira americana Ella Neumann não vê aliados ou inimigos. Filha de imigrantes alemães, todos os soldados — Aliados ou do Eixo — são seres humanos que precisam de ajuda. Uma promessa que fez a si mesma e outra promessa feita por um soldado inimigo se tornam os catalisadores para a vida que planeja depois da guerra. No entanto, um atraente soldado canadense pode complicar seus planos. Nessa terceira parte da série Grande Guerra, Grande Amor, Ella precisa lidar com promessas, traição e um amor incondicional. 
 

IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jun. de 2021
ISBN9781667402734
A Promessa de Ella: Grande Guerra, Grande Amor, #3

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    A Promessa de Ella - Ellen Gable

    Dedicado em memória da minha irmã

    Diane E. Gable Di

    24 de dezembro de 1956 – 7 de março de 2019

    Requiescat in pace

    E para Dexter James Gareth Hrkach

    Nosso primeiro neto

    "Somos cidadãos desse mundo. A tragédia

    do nosso tempo é que nós não sabemos disso."

    Woodrow Wilson

    "Todas as vezes que olhamos para o Santíssimo Sacramento,

    nosso lugar no céu é para sempre cultivado."

    Santa Gertrudes

    Sumário

    Capítulo I

    Uma enfermeira qualificada

    Capítulo II

    Disfarçado

    Capítulo III

    Fuga

    Capítulo IV

    Uma Vida Salva

    Capítulo V

    Muito qualificada

    Capítulo VI

    Nova identidade

    Capítulo VII

    Mais do que uma enfermeira

    Capítulo VIII

    Trabalhando juntos

    Capítulo IX

    Tornando-se conhecidos

    Capítulo X

    Salvando o inimigo

    Capítulo XI

    Gratidão

    Capítulo XII

    Desconfianças

    Capítulo XIII

    Surge uma oportunidade

    Capítulo XIV

    Aula de bicicleta

    Capítulo XV

    Missão no front

    Capítulo XVI

    Por um triz

    Capítulo XVII

    Finalmente

    Capítulo XVIII

    Experiência cirúrgica necessária

    Capítulo XIX

    Desabrochar

    Capítulo XX

    Mais promessas

    Capítulo XXI

    Aparência familiar

    Capítulo XXII

    Conversa constrangedora

    Capítulo XXIII

    Angústia

    Capítulo XXIV

    De volta ao trabalho

    Capítulo XXV

    Outra viagem ao front

    Capítulo XXVI

    Promessas, promessas

    Capítulo XXVII Fuga

    Capítulo XXVIII

    Hospital da Cruz Vermelha Britânica

    Capítulo XXIX

    Parto inesperado

    Capítulo XXX

    Retorno a Le Tréport

    Capítulo XXXI

    Natal na França

    Epílogo

    Capítulo I

    Uma enfermeira qualificada

    22 de maio de 1918

    Le Tréport, França

    As ondas se quebravam contra os pés descalços da moça enquanto ela andava pela praia. Ela respirou profundamente o cheiro fresco do oceano que a recordava da orla do lar nos Estados Unidos. O Canal da Mancha não era um oceano, mas com certeza cheirava como um.

    Uma brisa cálida acariciou as bochechas dela. Ella Cristine Neumann parou e levantou o queixo, regozijando-se com o calor do sol. Em dias como aquele poderia facilmente esquecer que o mundo estava no meio de uma grande guerra. Fitando o penhasco e em direção à área da base do hospital em Le Tréport, o topo do prédio a recordava que deveria comparecer ao seu turno em uma hora.

    Dois homens caminhavam na praia à frente dela. Passou por um grupo de crianças brincando na areia enquanto as mães estavam sentadas em um cobertor nas proximidades.

    Ella se imaginou andando a cavalo no rancho da Pensilvânia quando era mais nova. Não conhecia nada mais gratificante do que galopar com o vento soprando os cabelos com a grama alta deslizando debaixo dela. Quando seus pais não puderam mais pagar as aulas, aquilo partiu o seu coração.

    Ela tocou a medalha de Santa Gertrudes no pescoço, uma medalha que ganhou da mãe quando fez doze anos.

    Sempre reze as almas santas, Ella, dizia a mãe reze a oração de Santa Gertrudes.

    Ella rezou silenciosamente enquanto andava a passos lentos pela praia.

    A mãe, na sua última carta, perguntou quando Ella voltaria para casa. Mamãe já sabia a resposta.

    Eu vou voltar quando a guerra terminar, disse ela aos pais no dia que saiu de casa.

    No entanto, ela não contou ainda aos pais que planejava ficar depois do fim da guerra para ganhar mais experiência em enfermagem. Os pais nasceram na Alemanha e não gostavam do fato de que os Estados Unidos estavam guerreando contra o seu país natal. Ela os lembrou que não estava lutando, apenas ajudando soldados. Para Ella, não importava se eles eram Aliados ou inimigos — cada um era um ser humano que precisava de ajuda.

    As cartas do pai e do irmão mais novos, porém, eram aquelas que a mantinha conectada com a família e entretida. Dos seus quatro irmãos mais novos, o irmão de moreno e de dezesseis anos, Frank, sempre a fazia rir. A irmão de vinte e um anos, Rosa — loira como Ella — era elegante e bonita, casada e já tinha um filho a caminho. Então havia as duas mais novas, a morena Frida e a loira Maria, com doze e dez anos respectivamente. Frida era a pacificadora da família, e Maria era a típica criança mimada que sempre parecia conseguir o que queria. Ella sentia muita falta delas porque seriam as mais mudadas quando retornasse depois um ano longe.

    O zumbido de um avião voando baixo trouxe a garota para o presente e fez com que parasse no meio do caminho. O motor daquele avião tinha um som diferente. Raramente Le Tréport via ou ouvia aviões, a não ser que fossem aviões Aliados. Ella encarou o céu e se virou em direção ao barulho enquanto o avião voava paralelo à praia. Do lugar onde estava ele cresceu e ficou mais barulhento a cada segundo, até que uma forma preta e cruzada se tornou visível. Um extenso rastro de fumaça saía da calda do avião, enquanto ele parecia ir em direção a água azul profunda ao lado do penhasco escarpado a sessenta metros de distância.

    Ella congelou. A cena se passou como um filme na frente dela.

    O avião inimigo deu uma guinada para longe da praia como que conduzindo em direção a água - um homem com consciência.

    No momento em que o avião mergulhou na água, ele explodiu. Uma rajada de vento e o rugido da explosão derrubou Ella que caiu estendida na areia, enquanto os pedaços e os restos do avião caíram na praia.

    Com a mente confusa, ela jogou os braços sobre a cabeça para se proteger. As poucas pessoas na praia também estavam estendidas na areia cobrindo as cabeças. Os gritos agudos de uma criança ecoaram por cima do zumbido do fogo que crescia do avião colidido com a água. Uma pequena garota passou correndo ao lado de Ella com o rosto coberto de sangue.

    Ella se repuxou da areia e correu em direção a criança, pegando-a no colo. O sangue escuro escorria pelos cabelos pegajosos da menina, com o odor metálico preenchendo os sentidos de Ella. Um ferimento superficial dos estilhaços sangrava — como acontecia com os ferimentos na cabeça — com abundância. Ella procurou no bolso do avental pelo lenço que usava nos cabelos e o pressionou na cabeça da criança.

    — Shhh, vai ficar tudo bem, meu amor.

    Ela retirou o lenço para ver a extensão do dano. Era fundo, mas era provável que não era fundo o suficiente para precisar de pontos. A garota finalmente se acalmou e uma mulher agitada agarrou a criança dos braços de Ella sem um merci. O lenço desapareceu junto com a menina.

    Mais pessoas das casas nas redondezas inundaram a praia. Ninguém mais parecia ferido, assim Ella fez o caminho até o funiculaire para retornar para a base do hospital.

    Espiou pela janela do vagão. O fogo e a fumaça do avião subiam como uma mão pegando as nuvens.

    Ella ainda tinha meia hora antes de retornar ao trabalho, mas decidiu caminhar até o prédio principal para ver onde a sua supervisora queria que trabalhasse. A moça passou pelo belo Hotel Le Trianon, agora um hospital estacionário britânico, e sonhou acordada sobre como seria ficar hospedada naquele hotel antes dele se tornar um hospital de guerra. Na verdade, ela nunca entrou, mas ouviu outras pessoas falarem sobre os luxuosos tetos altos, estátuas de mármore, água corrente e as luzes elétrica brilhantes.

    Com um posto de correio, um cinema, cabanas de jantar, tendas de lavanderia, sinais de trânsito e uma Associação Cristã da Mocidade, a base do hospital ali em Le Tréport era ela mesma uma pequena cidade. Centenas de dormitórios feitos com lona robusta, tendas de cozinha e jantar cercavam o prédio principal que era na realidade composto de sete longas e estreitas estruturas de ferro mais permanentes. O próprio hotel estava empoleirado em uma colinha perto da entrada do funiculaire.

    No momento em que ela se aproximava do prédio, uma sirene ecoou indicando a chegada de feridos.

    O seu papel ali deveria ser diferente de muitas colegas americanas que eram inexperientes e nem treinadas. Ella não era apenas uma enfermeira qualificada, mas ela estudou na Faculdade de Medicina da Mulher da Pensilvânia por meio ano — particularmente em treinamento cirúrgico — mas os pais pediram para que desistisse para ajudar a família. Além disso, eles disseram que ela não poderia ser ao mesmo tempo médica, esposa e mãe.

    Ela precisou discordar. A moça fez uma promessa a si mesma que iria buscar uma graduação em medicina quando a guerra terminasse. Financeiramente ela não sabia como faria isso. Se ela tivesse que escolher entre ser uma cirurgiã/médica ou ser uma esposa/mãe, ela teria escolhido ser médica. Por mais que gostaria de se casar um dia e ter filhos, não havia nada que a impedisse de buscar a sua graduação em medicina depois da guerra. Além do mais, Ella não tinha perspectivas de um marido até o momento, e na sua idade, provavelmente não teria.

    A garota entrou no meio do saguão do prédio principal enquanto soldados recém-feridos estavam sendo preparados para a cirurgia. Uma voz estridente gritou uma ordem na direção de Ella.

    — Srta. Neumann, não precisamos de você aqui! Você foi alocada para a caserna de prisioneiros até a próxima ordem. Além disso, você fala a língua deles.

    Decepcionada pelo comando, Ella se virou para encarar a sua supervisora.

    A velha e magra enfermeira acenou com a mão em arrogância e fez uma carranca. A Irmã Nora era americana — como Ella — mas ao contrário de Ella, Irmã Nora passou os últimos trinta anos na Grã-Bretanha trabalhando como enfermeira.

    Rápida em obedecer, Ella se virou e marchou para fora do prédio. Por que aquela mulher a desprezava?

    Ela correu pelo acampamento em direção a tenda dos prisioneiros de guerra que abrigava os soldados e oficiais inimigos capturados. A sua caserna que servia de dormitório ficava no caminho, assim ela passou por lá e pegou outro lenço para cobrir a cabeça.

    De um lado, Ella agradecia que a caserna dos prisioneiros era mais próxima do seu dormitório. Por outro lado, a moça estaria disposta a andar quilômetros para trabalhar em uma instalação médica de verdade.

    Ela entrou na caserna. Aquela era uma das maiores casernas, com teto alto, uma latrina e água corrente por dentro. Naquele momento, apenas metade dos catres eram ocupados por homens feridos. A enfermeira andou até a escrivaninha e leu atentamente os nomes dos pacientes e suas condições.

    Enquanto a maioria dos prisioneiros de guerra não eram pacientes terminais, todos eles eram homens que precisavam de cuidados. E uma vez que seus pais falavam alemão desde os seus anos de formação, Ella era bilíngue. Também aprendeu a falar francês desde quando chegou há três meses.

    Muitos dos homens naquela tenda eram loiros de olhos azuis como Ella. Porém o cabelo cacheado da moça às vezes fazia com que estranhos pensassem que ela era de descendência irlandesa.

    O ruído baixo daquela caserna contrastava severamente com o barulho na praia. Ela prometeu a si mesma que não reclamaria mais de trabalhar na caserna dos prisioneiros. Ela estava viva e estava grata por isso.

    Capítulo II

    Disfarçado

    Essa caserna parece o interior de um forno.

    O Major Gerhard Schmidt do Exército Alemão desabotoou a camisa com o ar asfixiante chegando até o pescoço e o peito suados. Ele estava a ponto de tirar a camisa quando a jovem voluntária entrou na caserna.

    Ele encarou a garota enquanto ela passava de cama em cama, com um cacho loiro aparecendo por baixo do seu lenço branco e a gentileza brilhando nos seus olhos azuis. Ela era atraente, mas não foi isso que fez com que ele a observasse. Ontem ele estudou a forma como ela interagia com os prisioneiros de guerra. O uniforme dela indicava que era americana, mas faltava nela a atitude amarga que muitos americanos, britânicos e outros Aliados — até mesmo a equipe médica — mantinha para os prisioneiros de guerra alemães.

    Ele evitou o contato visual enquanto ela se aproximava.

    — Major Schmidt?

    O major levantou o queixo e encarou os olhos azuis mais encantadores que já tinha visto.

    — Você precisa de remédio para dor? — ela perguntou em alemão.

    Ele balançou a cabeça.

    Nein, danke[1].

    — Você realmente tem alta tolerância para dor, senhor — afirmou ela como se fosse um fato constatado, novamente em um alemão perfeito.

    — Um atributo vantajoso quando alguém está lutando em uma guerra — respondeu ele em alemão.

    Rolf, o companheiro do catre ao lado do major, gritou em alemão:

    — Pega!

    Ele se virou. Rolf jogou um livro na direção dele. Gerhard precisou levantar os braços para pegá-lo. A garota se esquivou para evitar ser atingida.

    Ele se desculpou com ela, mas a garota não respondeu, pois seu olhar se prendeu no ombro esquerdo dele. A camisa desabotoada escorregou dos ombros quando o major levantou os braços para pegar o livro. Olhando para baixo, ele repuxou a camisa nos ombros e a abotoou. Ele odiava a sua marca de nascença grande, marrom e peluda.

    — Lugar interessante para uma marca de nascença — disse ela em alemão.

    — Irritante — respondeu ele em alemão.

    Ela deu um sorriso encantador e em seguida foi até o catre de Rolf. Ele escutou enquanto a garota falava em alemão. Rolf, sendo um galanteador, começou a conversar e perguntar o que uma garota bonita como ela estava fazendo naquele lugar. Ela respondeu dizendo que era na verdade uma enfermeira qualificada e não uma voluntária de primeiros-socorros, e que havia até mesmo estudado na faculdade de medicina por um curto período.

    Antes dela se virar e ir embora, ele guardou o nome dela: Ella Neumann. Afinal de contas, ela não era somente bonita, era gentil e inteligente — qualquer pessoa que frequentasse a faculdade de medicina tinha que ser inteligente — e falava alemão. Em resumo, ele não poderia retransmitir nenhuma informação sensível para os outros prisioneiros.

    O major estava acostumado com o desdém da equipe militar dos Aliados e dos voluntários, mas não estava acostumado com a gentileza da srta. Ella Neumann. Claro, ele não poderia pensar em uma mulher em período de guerra. Havia trabalhos demais e coisas demais para se lembrar para cada persona que ele tinha.

    A identidade verdadeira dele era Garret Smith, oficial Aliado canadense. Embora nasceu como Gerhard Schmidt em Dusseldorf, Alemanha em 1894, ele e sua família se mudaram para Kingston em Ontário no Canadá em 1896 quando ele tinha apenas dois anos. Na tentativa de criar um nome que soasse canadense, seus pais mudaram-lhe o sobrenome para Smith. Ele não lembrava de nada da Alemanha até sua família visitar Dusseldorf cinco anos antes. Na verdade, os pais tinham considerado se mudarem de volta para a Alemanha.

    Como um estudante de ciência política, Garret compreendia muito bem que se eles se mudassem de volta para a Alemanha, ele seria recrutado. Felizmente, no final daquele verão, os pais decidiram retornar para o Canadá e Garret terminou o último ano na Queens College em Kingston.

    Em maio de 1914 ele se formou na Queens em ciência política e em alemão como título secundário. Em meados de agosto, a Grande Guerra começou. Garret tinha planos de continuar os estudos na Queens, mas naquela época todos os canadenses patriotas se alistaram, então ele também se alistou. Além disso, ele queria lutar pelo seu país.

    Durante o treinamento de oficiais, o líder do comando soube que Garret falava alemão fluente e perfeitamente. Eles ofereceram a ele a oportunidade de ser um espião Aliado nas forças alemãs. Ele disse sim sem pensar direito, pois aquela era a maneira que ele fazia a maioria das coisas. Reflexão não fazia sentido para ele — se ele estava destinado a morrer daquela forma, então ele estava destinado a morrer.

    Garret podia ser alemão por nascimento, mas era canadense por completo. Ele jogava hockey no gelo, andava de patins no gelo no Canal Rideau todos os anos em Ottawa com o irmão mais novo Hank, e gostava de torta de carne e tourtière. Canadá era e é onde a sua lealdade permanecia.

    Garret recebeu todos os equipamentos necessários e foi mandado de navio para a Grã-Bretanha. Em seguida ele foi levado para a

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