Amazônia: Por uma economia do conhecimento da natureza
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Sobre este e-book
— Ivo Lesbaupin, no Prefácio
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Este texto oferece argumentos e dados empíricos para contestar a visão tão frequente de que o crescimento econômico na Amazônia supõe a substituição de áreas florestais (em geral ocupadas por populações indígenas e ribeirinhas) por atividades agropecuárias tradicionais como a soja e a pecuária. Mostra também que a destruição florestal, além de privar o Brasil e o mundo de serviços ecossistêmicos indispensáveis à própria vida, apoia-se em atividades ilegais e, com muita frequência, no banditismo. As consequências do avanço do desmatamento são desastrosas para a economia da Amazônia e para a própria democracia brasileira. No lugar dos laços de confiança que poderiam emergir como resultado da exploração sustentável da floresta em pé, o atual modelo de ocupação da Amazônia fortalece a criminalidade e dissemina a insegurança por toda a região.
— Ricardo Abramovay, na Apresentação
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Amazônia - Ricardo Abramovay
EDITORAELEFANTE
OUTRASPALAVRAS
TERCEIRAVIA
Sumário
Prefácio
Apresentação
Introdução
I. O desmatamento não é premissa para o crescimento da Amazônia
II. São baixos os custos do desmatamento zero
III. As áreas protegidas são um trunfo para o Brasil
IV. As áreas protegidas estão sob ataque
V. Proteção às florestas não é idiossincrasia brasileira
Conclusões: em direção à economia do conhecimento da natureza
Referências
Sobre o autor
Prefácio
Ricardo Abramovay, autor deste estudo, participa do grupo de referência do projeto Novos Paradigmas para um outro mundo possível
. Este projeto é levado à frente pela Abong junto com o Iser Assessoria, apoiado desde 2015 pela agência de cooperação internacional Misereor, pela Fastenopfer e pela DKA.
A preocupação que nos levou a implementar este projeto é que o atual modelo de desenvolvimento, produtivista-consumista, levará muito provavelmente a humanidade à autodestruição. Precisamos denunciar o processo de degradação em curso e construir uma outra forma de organização social e econômica que nos permita viver e conviver harmoniosamente com a natureza, da qual fazemos parte.
A Amazônia está no centro do debate sobre a crise ambiental, não apenas para o nosso país, mas para todo o mundo. O estudo aqui publicado, apoiado nas pesquisas mais recentes sobre a região, oferece dados e análises preciosos para interrompermos a economia de destruição da natureza
e possibilitarmos a emergência de uma economia do conhecimento da natureza
.
O livro mostra, entre outras coisas, que, até 1960, apenas 1% do território da Amazônia havia sido desmatado; hoje são 20%. Entre 2004 e 2012, houve significativa redução do desmatamento, que, depois, voltou a crescer. Em 2016, o Brasil foi o sétimo emissor mundial de gases de efeito estufa: do total das emissões nacionais, 51% foram causados pelo desmatamento. Nos primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro, observamos um verdadeiro descontrole por parte das autoridades em favor de um processo que corre o risco de levar à savanização e desertificação da Amazônia.
É possível, demonstra o autor, com apoio em práticas que já ocorrem na floresta, mudar a situação, reverter o quadro negativo, valorizar a experiência e a vida dos povos tradicionais, combinar a sua cultura com os avanços da ciência e da tecnologia, e apoiar e ampliar as unidades de conservação. Dando o devido valor à maior área de biodiversidade do planeta, o Brasil tem condições de oferecer uma contribuição global fundamental na luta contra as mudanças climáticas.
Esperemos que este trabalho ajude a tomar consciência da gravidade da situação em que nos encontramos, com riscos tanto para o Brasil como para o mundo, e que enveredemos com urgência na mudança de rumo da qual necessitamos.
Ivo Lesbaupin
Projeto Novos Paradigmas
Apresentação
Este livro oferece argumentos e dados empíricos para contestar a visão tão frequente de que o crescimento econômico na Amazônia supõe a substituição de áreas florestais por atividades agropecuárias tradicionais, como o cultivo de soja e a criação de gado. Mostra também que a destruição florestal, além de privar o Brasil e o mundo de serviços ecossistêmicos indispensáveis à própria vida e reduzir os territórios de populações indígenas e ribeirinhas, apoia-se em práticas ilegais e, com muita frequência, no banditismo. As consequências do avanço do desmatamento são desastrosas para a economia da região e para a democracia brasileira. No lugar dos laços de confiança que poderiam emergir como resultado da convivência sustentável com a floresta em pé, o atual modelo de ocupação da Amazônia fortalece a criminalidade e dissemina insegurança.
As políticas ambientais de comando e controle são fundamentais para interromper o ciclo da violência e da destruição. Sua eficiência ficou comprovada pela redução em cerca de 80% do desmatamento na Amazônia entre 2004 e 2012. O Brasil foi reconhecido internacionalmente por esta conquista democrática e tornou-se líder global na elaboração de mecanismos econômicos voltados à proteção e à exploração sustentável da floresta em pé.
Desde então, porém, o desmatamento recomeçou a avançar e, em 2019, este avanço intensificou-se. Isso levanta duas questões cruciais. A primeira está no título deste trabalho: a economia do conhecimento da nature-za abre caminho a formas de obtenção de riquezas com chances de propiciar benefícios sociais bem mais importantes que os advindos da agropecuária atualmente dominante na região, como mostram os trabalhos da equipe