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Tanto Tento: histórias para gostar de ler histórias
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Tanto Tento: histórias para gostar de ler histórias
E-book53 páginas31 minutos

Tanto Tento: histórias para gostar de ler histórias

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Sobre este e-book

Uma situação de vida ou morte proporcionada por uma inesperada visita da receita federal; uma pelada casual de funcionários que se transforma em um campo de batalha; um sequestro que tem como alvo um pobre professor de português; ou talvez o misterioso e curioso caso do menino iluminado. Todas estas e muito mais histórias estão presentes, aqui, neste compêndio de diversão e ironia que acabou, acidentalmente, intitulado Tanto Tento. A proposta é humildemente trazer alegria para você, amigo leitor, seja um veterano que já desbravou Guimarães ou um alérgico que nem se lembra qual ou se leu algum livro na vida, todos são bem-vindos a essa aventura que conta com pequenas crônicas ou, como prefere o autor, historietas de breves linhas. Se for o primeiro, aproveite para relaxar, resfriar a cabeça de obrigações intelectuais, retirar-se para um local de conforto e se deliciar com as situações engraçadas; se for o segundo, aproveite para desbravar, explorar e conhecer este universo não dos livros, mas das histórias, deixe-se levar por experiências de outrem, situações que você jamais vivenciou e que pode conhecer simplesmente passando os olhos por folhas amarelas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de ago. de 2021
ISBN9786589873983
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    Tanto Tento - Luís de Veri Sá

    TONER

    O telefone tocou:

    — Escritório Alcântara, bom dia — atendeu o funcionário.

    — Alô! Escritório Alcântara? — era a voz do vendedor de toner.

    — Como dito.

    — Opa, aqui é o amigo de vocês da Palmeiras Impressões. Como vão?

    — Muito bem, e o senhor?

    Como se a pergunta não importasse, respondeu:

    — Maravilha. Me diga uma coisa, como tão os toner de vocês? Precisando de alguma troca, recarregamento...

    — Tudo em ordem. Sem falhas na impressão.

    O funcionário queria livrar-se do telefonema e voltar ao trabalho.

    — Já tem seis meses desde que vocês fizeram a última troca, não querem que eu dê uma olhada?

    — Fique tranquilo, estamos bem servidos.

    O vendedor temia pelo pior, tinha medo de se arriscar, mas era necessário o sacrifício. Com uma voz de mágoa prolongou a conversa:

    — Não tão trabalhando com concorrência por aí não, né?

    — Não, não, imagina, tínhamos um estoque intocado aqui, e eram de boa marca.

    — Hum — grunhiu descrente o vendedor.

    — Sim, eram daquela marca, é... com a letra S...

    — Sucupira?

    — ISSO! Bem lembrado, ótima marca aquela, não? Nacional...

    — Sequer existe um toner sucupira, meu bom.

    Um silêncio constrangedor tomou conta do telefonema. O pensamento estava em pôr o aparelho no gancho.

    — Então... — disse o funcionário por fim.

    — Hum?

    — Não tínhamos estoque ou coisa alguma, foi algo mais trágico.

    — Uhum?

    — Algo pessoal para o patrão, não poderia contar para qualquer um, por isso tive que inventar a história.

    — Então?

    — O vizinho da frente, da loja de ferragens, sabe dele certo?

    — Comprava com concorrente — disse secamente o vendedor.

    — Certo, pois então, o sócio bateu as botas no começo do ano. Bons amigos os dois, tão bons que o que ficou não aguentou o negócio sozinho, fechou as portas.

    — E doou os toner para vocês?

    — Vendeu.

    — Vendeu?

    — Empresa em falência, amigo próximo do chefe, queríamos ajudar. E nessa crise...

    — Compreendo. Então foi isso.

    — Sim, isso mesmo.

    — Diz a verdade, então?

    — Sim, juro pela minha mãe e a mãe dela.

    — Então porque não me contou isso de cara? Porque essa mentirada toda?

    — Chefe queria guardar segredo. Coisas de amigos, não queria revelar a fraqueza, até porque não foi dito que a empresa faliu, apenas que mudou de endereço.

    — Entendo, é um bom motivo

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