Arquiteturas fantásticas: ideias, teorias e narrativas de crianças de 2 e 3 anos
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Sobre este e-book
Construir é um verbo muito comum para essas crianças, que na brincadeira-pesquisa testam hipóteses, criam teorias, lidam com o planejado, com as surpresas e se encantam com suas descobertas e percursos.
Para transver as muitas vozes da infância é que nasce Arquiteturas Fantásticas – Da escuta das crianças à organização de contextos de aprendizagem, nas palavras do educador italiano Gino Ferri, que por muitos anos atuou nas escolas de Reggio Emilia. É ele quem assina o posfácio.
Repleto de imagens inspiradoras e contextualizadas, o livro traz ideias, teorias e narrativas de crianças de dois e três anos. Os registros foram feitos a partir de uma escuta ativa das pesquisas e investigações dessas meninas e meninos em seus cotidianos vividos na Ateliê Carambola Escola de Educação Infantil.
A obra, publicada em 2016 pelo Centro de Pesquisa e Documentação Pedagógica da Ateliê Carambola, está disponível agora também em e-book.
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Pré-visualização do livro
Arquiteturas fantásticas - Viviana Cukier
Sumário
Apresentação
Vem ver o trem
Matei a gravidade
Uma lama que gruda
É só enrolar depois apertar
Uma torre com muitos pés
Inventário de arquiteturas
Arquiteturas fantásticas: da escuta das crianças à organização de contextos de aprendizagem
Architetture fantastiche
Créditos
Fios de uma trama fantástica
PAULO FOCHI
QUANDO, NO INÍCIO DO ANO DE 2015, em um encontro com a professora Vivi, analisávamos o material gerado por ela a partir das observações das atuações das crianças, percebemos que construir, arquitetar, engendrar, combinar e descombinar são alguns dos verbos que traduzem a complexidade das ações das crianças quando se deparam com materiais não estruturados. Para além disso, também fomos percebendo que os meninos e meninas se utilizam de metáforas para colocar em marcha suas teorias.
O vento derruba
, disse a criança. Mas na nossa sala não tem vento
, pensa o adulto. Aventurar-se junto das crianças para abrir mão de ideias prévias e compreender conceitos complexos foi o convite aceito pela professora. De um lado, os meninos e as meninas foram criando sentido para ricas experiências que continuamente foram sendo vividas dentro da escola. Do outro lado, nós adultos – tanto a professora como os demais profissionais da escola – tivemos o privilégio de refletir intensamente sobre diferentes aspectos que compõem uma pedagogia atenta às crianças.
Agora, com esta primeira publicação da Ateliê Carambola Escola de Educação Infantil, torna-se pública uma trama feita por várias linhas. Algumas destas linhas escolhi destacar e será a partir delas que tentarei tornar visível o modo como fui capturado pelo trabalho aqui compartilhado.
A linha mestra: a criança precisa ser levada a sério
O que nos guia na forma como nos relacionamos com as crianças são as concepções que temos a respeito delas Partir do pressuposto de que as crianças podem elaborar mapas mentais para arquitetar as suas brincadeiras e descobertas modifica o modo como projetamos um contexto e o valor dado para aquilo que dali emerge. Desde o princípio do trabalho com as arquiteturas fantásticas construídas pelos meninos e meninas, é possível acompanhar uma narrativa que evidencia a intencionalidade delas em compreender teorias, em elaborar novas e, sobretudo, em compartilhar com outras crianças e adultos os processos de conhecimento que nascem de olhares curiosos e interessados. Aqui reside o valor máximo deste trabalho, reconhecer as crianças como sujeitos potentes e que precisam ser levados a sério.
Na mesma linha: um adulto potente
O adulto ocupa um lugar importante quando pensamos na construção de um trabalho como este que aqui é apresentado. É ele o grande responsável por garantir que crianças, conhecimento, contexto, famílias e cultura entrem em relação. Para isso, é preciso também que se reconheça nos adultos que acompanham as crianças, em especial o professor de referência, a sua potencialidade em perceber, escutar, acompanhar e retroalimentar possibilidades para a continuidade do trabalho. É preciso sublinhar que o trabalho documentado neste livro é fruto de um ano de investigações das crianças e da professora. Ter a esperança de acompanhar as modificações de sentido que as crianças foram dando aos materiais ofertados a elas e a força de garantir que o contexto continue satisfatório para que os meninos e meninas permaneçam projetando são pistas importantes para irmos constituindo uma nova ideia de professor de educação infantil.
A linha que costura: a organização de um contexto satisfatório
Mudar a atenção daquilo que tradicionalmente se fazia – pensar em atividades que preenchem o tempo – para a organização de um contexto satisfatório para a atuação das crianças indica, certamente, a mudança paradigmática que a Ateliê Carambola está se propondo. Por contexto entendo a reunião de quatro dimensões: (i) a organização do espaço – promotor de autoatividade e descentralizador