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Filhos do lixão
Filhos do lixão
Filhos do lixão
E-book108 páginas45 minutos

Filhos do lixão

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Sobre este e-book

Breve romance de ficção fantástica pra jovens leitores, FILHOS DO LIXÃO narra as desventuras de um grupo de vinte e uma crianças & adolescentes que moram num super-hiper-megalixão de proporções planetárias. Entre os protagonistas há até mesmo um personagem sintético: uma manequim chamada Pirralha, descartada provavelmente por uma loja de roupas pra galera teen. Em sua luta diária pela sobrevivência, esse grupo juvenil é obrigado a escapar de ratos e urubus gigantes, chuvas ácidas, assassinos milicianos e um misterioso nevoeiro verde que os persegue, sem descanso. O livrim (primeira obra solo de Sofia Soft) é mais um lançamento da Líquido Editorial.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de nov. de 2021
ISBN9786599432545
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    Filhos do lixão - Sofia Soft

    capaRosto

    Sumário

    Capa

    Folha de Rosto

    Sumário

    Sobre a autora

    Créditos

    Landmarks

    Capa

    Folha de Rosto

    Sumário

    Página de Créditos

    Ninguém sabe que planeta é este.

    Uns dizem que é a Terra, outros afirmam que é outro planeta, um mundo parecido com a antiga Terra, um mundo colonizado há milhares de anos, chamado…

    Não adianta perguntar. Seu nome foi esquecido.

    Tudo o que sabemos com total certeza tem uma aparência forte. Fortíssima. É esse estranho, mirabolante, é esse espetacular espetáculo que se espalha bem diante de nossos olhos: o lixão, em todas as direções.

    De horizonte a horizonte, de dia ou de noite.

    Somente o infinito lixão esparramando-se embaixo do céu dourado.

    Pirralha entra em sua confortável barraca de poliéster trazendo maçãs e laranjas. Poucas e pequenas. As últimas que encontrou.

    Taaa-daaaaaam! A brilhante flor azul está em cima da mesa.

    É tão bonita, essa flor. Um girassol.

    Pirralha deixa as frutas numa tigela, segura com cuidado o caule e aspira o perfume azul.

    Seus olhos se enchem de lágrimas quentes. O perfume evoca silêncios e solidões.

    É a quarta flor que ela ganha de presente do seu admirador desconhecido. Primeiro foi uma rosa, depois foram uma margarida e um amor-perfeito. E agora um girassol.

    Pirralha arranca de uma vez três pétalas, põe na língua e começa a mastigar devagar. Ah, o sabor é indescritível. Não existe fruta ou guloseima alguma com um sabor parecido. É uma mistura de tudo: doce, sem ser doce demais; salgado, sem ser salgado demais; amargo, sem ser amargo demais; ácido, sem ser ácido demais; adstringente, sem ser adstringente demais…

    Essa iguaria curou sua dor de cabeça.

    Quando Pirralha vai arrancar a quarta pétala do girassol, uma pequena mão larápia rouba seu saboroso bocado de azul. O movimento é tão rápido que Pirralha se assusta:

    — Hei?!

    Então percebe que deixou a porta aberta. Devia ter fechado o zíper ao ver a flor em cima da mesa, e trancado bem trancado com um cadeado.

    Uma sombra muito esperta dá a volta e escapa da barraca.

    — Songamonga, sua safada, devolve isso!

    Cores e odores. Um soco nos olhos e um chute nas narinas.

    Fora da barraca, em todas as direções, o infinito lixão esparrama-se embaixo do céu dourado.

    Sei que eu já disse isso. Mas, acredite, é uma visão espantosa.

    A brisa carrega e descarrega o cheiro forte de matéria orgânica em decomposição, mas Pirralha não se incomoda. Ninguém se incomoda. Estão acostumados.

    Songamonga é pequena e rápida. Já deve estar longe, escondida em sua barraca ou na barraca de um dos amigos, repartindo as preciosas pétalas da flor azul.

    Pirralha xinga alto e interrompe a perseguição pra observar bem o horizonte.

    Um ronco grave ecoa na fronteira entre a planície das geladeiras e o planalto dos fogões. É o traiçoeiro nevoeiro verde. Ele está se aproximando. E parece mais faminto do que de costume.

    Taaa-daaaaaam! (De novo.)

    Creio que chegou a hora de eu apresentar a vocês os personagens principais desta história.

    Antes, eu preciso contar que no lixão não existem adultos, apenas crianças. Não me perguntem por quê. Eu não sei. Ninguém sabe. Esse é mais um dos mistérios do lixão.

    Aliás, as crianças daqui nunca viram um único adulto na vida. Nunquinha. Então, obviamente elas jamais se

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