Filhos do lixão
De Sofia Soft
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Filhos do lixão - Sofia Soft
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Capa
Folha de Rosto
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Folha de Rosto
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Página de Créditos
Ninguém sabe que planeta é este.
Uns dizem que é a Terra, outros afirmam que é outro planeta, um mundo parecido com a antiga Terra, um mundo colonizado há milhares de anos, chamado…
Não adianta perguntar. Seu nome foi esquecido.
Tudo o que sabemos com total certeza tem uma aparência forte. Fortíssima. É esse estranho, mirabolante, é esse espetacular espetáculo que se espalha bem diante de nossos olhos: o lixão, em todas as direções.
De horizonte a horizonte, de dia ou de noite.
Somente o infinito lixão esparramando-se embaixo do céu dourado.
Pirralha entra em sua confortável barraca de poliéster trazendo maçãs e laranjas. Poucas e pequenas. As últimas que encontrou.
Taaa-daaaaaam! A brilhante flor azul está em cima da mesa.
É tão bonita, essa flor. Um girassol.
Pirralha deixa as frutas numa tigela, segura com cuidado o caule e aspira o perfume azul.
Seus olhos se enchem de lágrimas quentes. O perfume evoca silêncios e solidões.
É a quarta flor que ela ganha de presente do seu admirador desconhecido. Primeiro foi uma rosa, depois foram uma margarida e um amor-perfeito. E agora um girassol.
Pirralha arranca de uma vez três pétalas, põe na língua e começa a mastigar devagar. Ah, o sabor é indescritível. Não existe fruta ou guloseima alguma com um sabor parecido. É uma mistura de tudo: doce, sem ser doce demais; salgado, sem ser salgado demais; amargo, sem ser amargo demais; ácido, sem ser ácido demais; adstringente, sem ser adstringente demais…
Essa iguaria curou sua dor de cabeça.
Quando Pirralha vai arrancar a quarta pétala do girassol, uma pequena mão larápia rouba seu saboroso bocado de azul. O movimento é tão rápido que Pirralha se assusta:
— Hei?!
Então percebe que deixou a porta aberta. Devia ter fechado o zíper ao ver a flor em cima da mesa, e trancado bem trancado com um cadeado.
Uma sombra muito esperta dá a volta e escapa da barraca.
— Songamonga, sua safada, devolve isso!
Cores e odores. Um soco nos olhos e um chute nas narinas.
Fora da barraca, em todas as direções, o infinito lixão esparrama-se embaixo do céu dourado.
Sei que eu já disse isso. Mas, acredite, é uma visão espantosa.
A brisa carrega e descarrega o cheiro forte de matéria orgânica em decomposição, mas Pirralha não se incomoda. Ninguém se incomoda. Estão acostumados.
Songamonga é pequena e rápida. Já deve estar longe, escondida em sua barraca ou na barraca de um dos amigos, repartindo as preciosas pétalas da flor azul.
Pirralha xinga alto e interrompe a perseguição pra observar bem o horizonte.
Um ronco grave ecoa na fronteira entre a planície das geladeiras e o planalto dos fogões. É o traiçoeiro nevoeiro verde. Ele está se aproximando. E parece mais faminto do que de costume.
Taaa-daaaaaam! (De novo.)
Creio que chegou a hora de eu apresentar a vocês os personagens principais desta história.
Antes, eu preciso contar que no lixão não existem adultos, apenas crianças. Não me perguntem por quê. Eu não sei. Ninguém sabe. Esse é mais um dos mistérios do lixão.
Aliás, as crianças daqui nunca viram um único adulto na vida. Nunquinha. Então, obviamente elas jamais se