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Air Born - Você Sonha em Voar?
Air Born - Você Sonha em Voar?
Air Born - Você Sonha em Voar?
E-book290 páginas4 horas

Air Born - Você Sonha em Voar?

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Sobre este e-book

Após milhares de anos, o antigo Décimo Oitavo de Ahmose ainda está em busca do segredo do voo, forçando os Avitorians a se esconderem com medo. Enfrentando a ameaça de captura, os sonhos de Leif são destruídos e ele é forçado a decidir entre esconder ou abraçar sua herança.Depois de milhares de anos, o antigo Décimo Oitavo de Ahmose ainda está em busca do segredo do voo, forçando os Avitorians a se esconderem com medo. Enfrentando a ameaça de captura, os sonhos de Leif são destruídos e ele é forçado a decidir entre esconder ou abraçar sua herança.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento3 de jun. de 2020
ISBN9781071544990
Air Born - Você Sonha em Voar?

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    Air Born - Você Sonha em Voar? - Timothy Trimble

    SOBRE O AUTOR

    TIMOTHY TRIMBLE é o autor de Zegin’s Adventures, da série Air Born e de outros contos. Autor e tecnólogo, praticamente um geek que gosta de escrever. Embora seja um escritor de não-ficção de livros e artigos relacionados a tecnologia, seu verdadeiro amor pela escrita está na ficção científica e nas fantasias para jovens adultos. Atualmente, vive no Noroeste Pacífico, onde a prevalência de cafeterias e trilhas para caminhadas contribuem com sua inspiração. Você pode conseguir mais informações sobre ele em www.timothytrimble.com e pode acompanhar suas postagens em seu Twitter @timothytrimble ou em Facebook.com/AuthorTimothyTrimble.

    EXCERTO

    — Tem que ser o Décimo Oitavo. É assim que agem. Provavelmente estão vigiando há anos, procurando por uma rotina, esperando o momento perfeito. Acredito que também sejam os responsáveis pelo sequestro dos pais dela.

    — Então vamos buscá-la. Pegá-la de volta. Eles fizeram isso conosco, podemos fazer o mesmo!

    — Se fizermos isso, vamos causar uma guerra. — Georgeo levantou e começou a andar ao redor da mesa. — Se começarmos uma guerra com eles, vamos nos expor. É exatamente isso que querem. Se estivermos expostos, podem nos capturar, um por um. Você sabe, Torre! Há bilhões de seres humanos normais e talvez, algumas centenas de Avitorians. — Ele continuou andando. — Isso causaria a nossa extinção. Essa não é a hora certa para nos expormos. A humanidade não consegue conviver bem consigo mesma. Como podemos esperar que entendam o que somos e nos aceitem como parte de sua sociedade, se somos diferentes?

    AIR BORN

    Você Sonha em Voar?

    Timothy Trimble

    Todos os direitos reservados. De acordo com a Lei de Direitos Autorais dos EUA de 1976, digitalização, compartilhamento eletrônico de qualquer parte deste livro sem a permissão do editor é uma pirataria ilegal e roubo de propriedade intelectual.

    Segunda edição impressa – outubro, 2016

    ISBN-13: 978-1536873290

    ISBN-10: 1536873292

    Editor: Mark Hammer

    Design da Capa: Russel Calhoun

    Suporte Moral e Verificador de Saúde Mental: Denise Trimble

    Consultoria Criativa: Azaliah Yadinah

    Tradução Espanhol: Nazareth Hernandez

    Tradução Alemão: Tina Goldberg

    Tradução Português: Andressa M da Silva

    Esta é uma obra de ficção. Todos os personagens, eventos, nomes, produtos e locais (reais ou não) nesta história não são endossos, são fictícios e qualquer semelhança com a realidade se deve à imaginação fértil do autor.

    DEDICATÓRIA

    ––––––––

    Para Sharon e Cassandra, por adotar virtualmente esse escritor um pouco excêntrico.

    CONTEÚDO

    ––––––––

    Air Born

    Como Air Born Começou

    Agradecimentos

    Livros de Timothy Trimble

    Notas do Leitor

    UM - TUDO QUE EU QUERO

    Nós não escrevemos nossa história por medo de que ela fosse descoberta. Embora valorizemos nossa herança e o presente com o qual fomos abençoados, devemos permanecer vagos quando se trata de documentar. Há quem busque obter o que temos, a qualquer custo. Extinção é o que tememos, a perda de nossa beleza e nosso senso de paz. (O Guia de Preservação. Autor Desconhecido.)

    (Ano: 1995)

    Angela ama o jeito que seu cabelo flutua pelos ventos enquanto voa pelo primitivo e frio ar noturno. — All I wanna do is have some fun...¹ — soa em seus fones de ouvido conectados ao toca fitas portátil em seu braço. Vagueando lentamente pelo ar do deserto sem olhar para os picos das montanhas à sua direita e esquerda. Seu conhecimento de cada turno, canto e recanto foi permanentemente gravado em seu subconsciente de dezessete anos. Ela balançou a cabeça e silenciosamente murmurou a letra junto com Sheryl. Afinal, este era seu parque de diversões particular.

    — E daí se estou no meio do Joshua Tree National Park? — ela declarou desafiadora para sua irmã mais velha, antes de sair para sua noite de voo. — É um desfiladeiro isolado. As únicas pessoas que aparecem por aqui são hippies velhos de L.A. à procura de um lugar para ficarem chapados. Se eles conseguirem me ver, apenas vão achar que estão alucinando. Não é grande coisa. — Disse em sua defesa, com um pé para fora da casa.

    Ela encerrou a discussão com sua irmã e olhou para o céu. Sua parte favorita eram as estrelas. As noites sem Lua eram as melhores – era mais fácil ver os milhões de pontos na Via Láctea e haviam menos chances de ser vista. Lentamente parou e pairou de costas enquanto olhava para as estrelas, imaginando se seus ancestrais vieram do céu ou se eram apenas outro tipo de ser humano. Já havia perguntado para seu tio Georgeo durante uma de suas raras visitas alguns meses atrás. Ele não sabia, mas disse que gostava de pensar que eles vinham das estrelas. Dois Avitorians – um homem e uma mulher – procurando um lugar para colonizar. Pena que os humanos já estavam aqui, ele riu. Disse que ficaram porque haviam visto algo intrigante nos humanos. Compaixão, amor e uma sede por conhecimento. Os poucos que falaram de paz e esperança se destacavam entre aqueles que lutavam por poder e riqueza. Foi isso que manteve os Avitorians na Terra. Uma vez que tomaram sua decisão, a habilidade de retornar para sua terra natal ou procurar por outro lugar para colonizar, havia sido removida. Como ou por quê – ele não sabia. Claro, Georgeo a lembrou, era apenas uma história e não tinha certeza se era verdade ou não.

    Draco, o dragão, estava bem acima de si esta noite. Ela traçou a forma da constelação com seu dedo, passando pela Ursa Menor em direção ao corpo da Ursa Maior. Passou a mão de um lado para o outro no ritmo da guitarra de Sheryl Crow. Se virou e olhou para a escuridão do chão, estimando que estava a pouco mais 120 metros do fundo do vale abaixo. Calculando, triangulou o pico de 1000 metros à sua direita e o pico de 1100 metros à sua esquerda. Com a iluminação sutil de milhões de estrelas, conseguia determinar o curso do leito seco do riacho logo abaixo que corria de oeste a leste e outro cruzando do sul. Era um cruzamento popular para os campistas de fim de semana, mas hoje à noite não havia sinal de vida lá embaixo. Sem fogueiras, sem lanternas, sem brilho dos cigarros (ou baseados), pois os campistas encontrariam conforto para uma tragada de fumaça prejudicial. Se questionava porque alguém fumava. Se lembrava da lição do tecido escuro em exibição na aula de biologia do ano passado. Hoje à noite era quarta-feira. Bah. Eu gostaria de não ter aula amanhã, ela pensou.

    Indo para o Oeste, Angela passou pela junção do riacho abaixo e pelos picos, agora deixados para trás, em direção a uma abertura do desfiladeiro. O leito seco do riacho estava completamente cercado por montanhas. Seis mil metros de comprimento e mil e seiscentos metros de altura – era o lugar perfeito para pairar e mergulhar na imensidão do céu noturno. Parou em seu lugar favorito e virou para encarar o céu. Realmente queria ficar tempo suficiente para ver a constelação de Orion aparecer no horizonte oriental, mas isso significava ficar acordada a maior parte da noite e arriscar o brilho revelador da Lua. Se fizesse isso, iria ter que ouvir as reclamações de sua irmã. Só mais alguns minutos e vou embora. Ela assistia a estrela Deneb tão intensamente que podia sentir seu movimento enquanto avançava pelo céu. O barulho do toca fitas de Angela a assustou quando desligou após a última música. Sempre se sentia desconfortável com o menor ruído no meio de uma noite tão tranquila no deserto.

    De repente sentiu-se estranhamente quente. Isso é estranho. Ela olhou para as marcas de terra ao redor e percebeu que estava descendo. Virando para olhar o leito seco do riacho, notou que haviam novas sombras projetadas pela luz das estrelas no lugar onde normalmente não havia nada além de areia. Inclinou-se abruptamente para a direita e seguiu em direção aos penhascos do norte. O calor se foi e ela ganhou altitude. Sua curiosidade a levou a pairar os pés primeiro e se virar, ficando de frente para o leito do riacho. Diversas sombras moveram-se e novamente sentiu seu corpo esquentando. O ar ao redor dela ainda era frio, mas seu corpo estava quente – quase como uma febre. Sentiu como se estivesse perdendo o controle de sua altitude enquanto começava a descer. Banhada por um branco brilhante, institivamente cobriu seus olhos com suas mãos, esperando poder ver algo entre seus dedos. Ela continuou descendo. Sabia que se fosse forçada a cair no chão, não conseguiria correr tão rápido quanto podia voar. Podia sentir o pânico aumentando em seu peito.

    A adrenalina lhe deu forças para resistir à descida. Ela se afastou das luzes e foi em direção ao desfiladeiro o mais rápido que pôde. Eles me viram! Quem são eles? Por que estão aqui? Perguntas inundaram sua mente enquanto tentava reprimir o pânico. Se forçando a se concentrar, mergulhou em direção à entrada do desfiladeiro, na tentativa de ganhar velocidade e o impulso. Tenho que sair daqui e me proteger. De onde vinha o calor e por que parei de voar? Sua mente estava acelerada. Podia ouvir gritos distantes e o som de algum tipo de motor de um veículo sendo ligado atrás dela. Parecia um VW – possivelmente um buggy. Não queria arriscar olhar para trás para descobrir. As luzes ainda brilhavam sobre ela, mas estavam mais fracas quando alcançou a entrada do desfiladeiro. Roçou o chão, mal evitando os troncos das árvores e o arbusto sombreado ao longo do fundo do vale. Com o aumento da velocidade e do impulso, disparou diretamente para o céu noturno e para fora do alcance das luzes.

    — Seus imbecis! Seus idiotas! Coloquem a luz nela, agora! — A mulher gritou para os dois homens quando eles saltaram para cumprir a tarefa e deslizaram para os assentos do veículo de quatro lugares. A mulher estava agachada na parte traseira, agarrando a parte de trás de um canhão estranho, com cabos e embrulhos de cobres enrolados em volta do cano. Os pneus cavaram na areia enquanto o motorista acelerava. Diversas luzes acenderam no topo da barra acima da cabeça do motorista. O homem no banco do passageiro lutava com a luz portátil enquanto corriam atrás da voadora que escapava.

    A mulher foi jogada de volta para o banco devido a aceleração. Rapidamente, ela se levantou e agarrou as garras duplas do canhão, segurando com todas as suas forças enquanto o veículo batia no leito seco do riacho. Conseguiu se equilibrar e pressionar o botão no microfone preso ao seu ombro. — Estamos nos aproximando. — Dois cliques no alto-falante mostraram que o ouvinte do outro lado do rádio recebeu a mensagem.

    Angela nivelou a 1000 metros, exatamente com o pico mais alto ao Norte da parede do desfiladeiro. Ela olhou por cima do ombro para o carro que se aproximava, com suas luzes refletidas e um único feixe de luz vasculhando o céu. A sorte ainda estava do seu lado, eles não a tinham encontrado, pelo menos por enquanto. Seu coração estava batendo tão rápido que achou que ia explodir. Se virou e ao longo da borda do desfiladeiro, que serpenteava suavemente através de uma curva em forma de S. Tenho que me acalmar e recuperar meus sentidos. Sabia que o desfiladeiro iria se endireitar antes de chegar ao entroncamento do riacho, pelo menos isso lhe daria uma boa visão para ver a aproximação do veículo. Eu poderia seguir em frente e apenas me afastar, mas seria mais fácil de me ver. Normalmente voo para o leste. O velho riacho sobe nas montanhas e eu posso desaparecer lá. De jeito nenhum eles podem me seguir. Ela desceu em direção ao leito do riacho em um ângulo especifico para ganhar impulso.

    O veículo alcançou a entrada do desfiladeiro, saltando e deslizando para a esquerda enquanto o motorista desviava das pedras e das árvores. O homem que controlava a luz examinou o céu enquanto tentava compensar os movimentos repentinos do veículo.

    — Aumente para mil e quinhentos, Matt! — A mulher declarou no microfone. — Mil e duzentos não é suficiente. — Ela largou o microfone e agarrou a parte traseira do canhão com as duas mãos. — Tente passar por aquela curva S sem virar o carro, —disparou causticamente para o motorista.

    Angela podia ouvir o rangido do buggy entrando na curva do desfiladeiro. O barulho do motor ecoava pelas paredes do lugar, fazendo parecer um exército de veículos. Ela se virou e viu rapidamente as luzes piscando nos lados da montanha, lançando sombras dançantes de troncos de árvores ao longo dos lados do leito do riacho. Coelhos se espalharam, aterrorizados com o som do veículo se aproximando e um lince que os perseguia, virou-se e entrou nas sombras. Virou as costas em direção à parte reta do leito do riacho, subindo alguns metros acima da areia o mais rápido que pôde. Viu a junção do riacho ao sul se aproximando rapidamente quando a luz do buggy a pegou quando se preparava para voar em direção à saída. Ao entrar na curva, viu outro veículo estacionado a leste do seu caminho. Luzes vindo do veículo a cegaram antes que pudesse cobrir seus olhos. Percebendo que estava encurralada, reagiu instintivamente e disparou para cima, voando o mais rápido que seu coração e sua adrenalina permitiam.

    Imediatamente ela sentiu o calor novamente. Disparou para o lado, ganhando altitude, tentando se afastar do calor, mas ainda estava lá – a seguindo enquanto voava. Os fones de ouvido do seu Walkman começaram a queimar em seus ouvidos. Ela os arrancou quando puxou o toca fitas de seu braço, deixando que caíssem no chão. Se virou para olhar o buggy que se aproximava descendo pela reta do leito do riacho. Os holofotes do veículo voavam pelo céu a sua procura. Virou-se e viu o outro buggy com as luzes acesas. Ela estava desacelerando e não tinha força suficiente para continuar voando. O calor dobrou de intensidade e conseguia sentir a dor queimando em seus ossos, irradiando em seus músculos. Virou-se, esperando que de alguma maneira a manobra pudesse aliviar a dor do calor, mas sem sucesso. Estava perdendo altitude, caindo em direção ao cruzamento do leito do riacho. A dor estava se tornando insuportável. Estava em queda livre até o chão.

    Por que estão fazendo isso comigo? Eu vou morrer. Confusão e medo ocuparam seus pensamentos enquanto continuava caindo como um pássaro ferido. Assim que se preparou para o impacto, o calor desapareceu. Ela ficou ali, girando lentamente no ar, de alguma maneira conseguiu parar a sua descida. Estava a poucos metros do chão, apenas girando. Sentiu seus movimentos diminuírem e pararem quando os dois veículos a alcançaram – suas luzes estremecendo, dificultando visualizar os ocupantes. Os segundos que pairou pareciam horas. Seus sentidos estavam sobrecarregados, seu coração batendo rapidamente e percebeu que estava hiperventilando, sentia que iria desmaiar.

    — Me deixe em paz! Vão embora! — Ela gritou o mais alto que pôde.

    O que eles estão esperando? Perguntou-se. Ela olhou para cima e viu a estrela Deneb piscando na escuridão, como se estivesse piscando para dizer que tudo ficaria bem. Podia ouvir uma mulher falando enquanto os homens saíam do veículo. Ela começou a subir novamente, mas instantaneamente foi atingida pelo calor intenso. Seus ossos pareciam pinos de aço quente, derretendo com o calor.

    — Por favor. Pare! — ela chorou. Se enrolando como uma bola, fechou os olhos e caiu no chão. A areia suavizou o golpe. Embora o calor tivesse desaparecido, estava muito fraca e exausta para fugir. Lentamente estendeu-se de bruços na areia. A frescura da areia era estranhamente reconfortante. Ouviu passos se aproximando enquanto tentava rolar, quando de repente sentiu uma pontada no pescoço. Tudo o que conseguia pensar era em escorpiões enquanto sua mente ficava confusa e ela adormecia.

    ***

    (Cinco dias depois.)

    — Sinto muito, senhorita, — o guarda do parque disse. Ele tirou seu chapéu e limpou sua testa com uma toalha de rosto. Tentou pensar na melhor maneira de dar as notícias para o solene casal parado na entrada da casa. — Temos um helicóptero e várias equipes vasculhando a área onde disse que ela costumava passear. Temos até alpinistas verificando as fendas do desfiladeiro. Você consegue lembrar de alguma outra área que ela gostava de frequentar no parque?

    Faye balançou a cabeça. — Não, ela sempre ia para esse lugar. — Ela olhou para o marido, Torre. Seus olhos estavam inchados e vermelhos por causa dos dias de choro e preocupação. Torre colocou seu braço em volta dela e a puxou para perto em um gesto tranquilizador. — Ela chamava de seu parque de diversões particular, — acrescentou.

    — Apreciamos sua ajuda, rapaz, — Torre acrescentou. — Gostaria de entrar para tomar um pouco de chá gelado ou água?

    — Não, obrigado, senhor. — O guarda fez uma pausa, olhou para o outro guarda no jipe, então olhou de volta para Torre. — Hum, podemos conversar por um momento, senhor? Gostaria de lhe mostrar nossos mapas e assim sua esposa poderia voltar para casa, para o ar condicionado.

    Torre percebeu pelo olhar do guarda que não eram boas notícias. Ele olhou para Faye e lhe deu o melhor olhar esperançoso possível. — Tudo bem, querida. Vou demorar só alguns minutos. Que tal você preparar alguns copos de chá gelado para esses rapazes. Tenho que certeza que não irão recusar.

    Faye entrou na casa quando Torre e o guarda andaram em direção ao veículo. O outro guarda estava com o mapa no capô do jipe. Imãs seguravam as laterais, mas ele ainda tinha que lutar contra o vento. O primeiro guarda apontou para a área circulada na busca. — Sinto muito, senhor, mas depois de quatro dias de busca, com algumas centenas de voluntários e sob essas circunstâncias, mesmo eu não seria capaz de sobreviver sem água. — Ele olhou para o segundo guarda.

    — Neste ponto, — disse o segundo guarda. — Há apenas dois cenários, ela se machucou e não conseguiu voltar para o seu ponto de partida, ou foi raptada e levada para outro lugar. Se ela estivesse lá, viva ou morta, já teríamos a encontrado.

    O primeiro guarda continuou, — Achamos marcas de pneu de um buggy no leito do riacho, mas isso é comum por causa dos campistas e veículos de quatro rodas. — Ele fez uma pausa. — Infelizmente, agora temos que cancelar a busca e relatar as autoridades com uma possível fuga ou sequestro.

    Torre passou a mão por seus cabelos sem responder os guardas. Olhou através deles, em direção ao parque eólico. As hélices do gerador estavam girando muito hoje. Sabia que não podia contar a eles que sua cunhada tinha a habilidade de voar. Não podia contar que estava vasculhando o desfiladeiro e a Hexie Mountain por conta própria, do ar. Não podia dizer que tinha certeza que ela havia sido sequestrada. Tudo o que pode dizer foi, — Entendo.

    Faye trouxe copos de chá gelado para os guardas, que rapidamente aceitaram. Um guarda dobrou o mapa enquanto o outro chamou o expedidor no rádio.

    Torre acenou quando os guardas foram embora. Faye, segurando os dois copos vazios, começou a chorar.

    ***

    Tio Georgeo encarou o Walkman amarelo brilhante em cima da mesa da cozinha. Torre o contatou na manhã seguinte ao desaparecimento de Angela. Ele não era realmente tio deles, mas era assim que todos os Avitorians o chamavam. O título indefinido era fácil de usar e não levantava suspeitas como Supervisor. Ele era o principal e único Supervisor dos Avitorians. Escolhido pessoalmente pelo Supervisor anterior, para ser o comunicador e protetor de tudo relacionado aos Avitorians. Fazia o possível para garantir que todos mantivessem sua habilidade em segredo e os padrões morais e éticos pelos quais viviam. Estava visitando um colega voador na Costa Rica quando Torre ligou. Demorou quatro dias para voar discretamente até Palm Springs para a emergência.

    Torre e Faye encaram o Walkman amarelo brilhante em cima da mesa da cozinha, George quebrou o silêncio, — Então, você encontrou isso no desfiladeiro?

    — Sim, — Torre respondeu. — Perto das marcas de pneus na areia.

    — Se você sabe que ela foi sequestrada, por que você entrou em contato com os guardas?

    — Precisei fazer isso, Georgeo! Ela está matriculada no ensino médio em uma escola pública. Como explicaria sua ausência prolongada?

    — Diga a eles que ela foi visitar um parente distante. Então, se mudou para lá. Precisam sair do radar das autoridades. — Georgeo respondeu. — Deveria tê-la educado

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