Berço ou Beliche: Berço ou Beliche
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Berço ou Beliche - Maria da Graça Rennó de de Oliveira Suleiman
Berço ou beliche
Sempre estivemos e sempre estaremos. Á primeira vista, esta frase é um absurdo! Mas não é. Porque somos eternos, a parte física acaba, vira pó. Mas a parte espiritual é eterna. Isto quer dizer que todas as pessoas que me foram gratas e caras, ainda estão comigo. Não ao vivo, é claro, mas no meu coração, guardadas com chave. E por isso que são eternas, dentro de mim.
Em vista disso, que este livro dedica à pessoa que vai estar hoje e sempre comigo, no meu coração: minha mãe.
Tudo que sou, , minhas qualidades e defeitos, aprendi com você.
Como você sempre disse, a vida é um presente. E eu estou aqui para ser feliz. Porque senão Deus teria colocado outra pessoa no meu lugar...
Sou e não vou ser, faço e não vou fazer, vivo e não viverei, perdoo, e não perdoarei, amo e não amarei. Contudo, como dizia minha mãe: sou a joia da família. E o tempo urge, por isso, estou tentando lapidar a joia que você me deu em forma, de mim .Muito obrigada mamãe e a todos que confiaram na minha proposta de colorir um pouquinho o mundo com este pequeno livro de mensagens, as quais angariei com minha pequena estada neste mundo.
Pensei muito, até descobrir qual seria o nome mais adequado deste livro, porque pretendo que seja de grande valia para todos que querem ter uma vida inteira definida e plena.
Por isso, Berço ou beliche?
Foi o que me ocorreu. Tenho vários tópicos que vou abordar, que bem trabalhados, poderão dar condições para a construção e manutenção de uma vida plena, proveitosa e serena.
Para se centrar, é preciso paz e para se obtiver a paz, temos que nos conhecer de forma profunda, não de forma que nos traga dificuldades e sim nos conhecermos para obtermos soluções.
Segurança, tranquilidade, estabilidade só se alcança no momento que nos interiorizarmos para ouvir o nosso silêncio e isso, é preciso aprender. Esta é a minha proposta; conseguir, ou melhor, ajudar a achar as respostas da vida.
Éramos todas meninas. Todas: minha linda ( como mamãe nos chamava¨). Éramos tão jovens, infelizes, e pensávamos que éramos felizes! Mas não era bem assim, éramos protegidas, como se fossemos joias asseguradas pela seguradora. Como se fossemos blindadas e assim achávamos que íamos ser a vida inteira. E o futuro? Era uma coisa totalmente definida. Porém... Como diz a música do Paulinho da Viola, é um caso, diferente. Açambarcar o mundo era a nossa meta. (sem riscos de nos darmos mal). E isso aconteceu; crescemos e a redoma se quebrou. Viramos mulheres e tivemos que nos assumir. Assumir a vida, a carreira e a vida pessoal, com seus relacionamentos. E isto tudo, não nos foi ensinado, não nos foi dada a lição de acumular, preparar, compreender e meditar sobre os acontecimentos. Por isso, na vida, a gente começa, tropeça e recomeça. A vida é uma eterna adaptação. Ela funciona como um chefe extremamente exigente, tudo o que deve ser feito, deve ser muito bem feito. Nós temos direito à vida, por isso devemos vivê-la direito. E o canal direto para vivê-la de maneira harmoniosa é através da paz interior.
Minha filha Jujú estava com seis anos anos e estávamos no parquinho do Clube Paulistano, onde existiam 3 balanças e um escorregador gigante. È claro, que uma menininha com esta idade, escolheu o escorregador de tamanho monumental para ela! Quando ela fez esta opção de ir ao escorregador, me perguntou: mamãe pode ir ao escorregador? Apesar de temerosa e baqueada com a pergunta e a escolha, não deixei transparecer meu medo e disse: é claro, minha princesa, vá!
As mães, que eram várias, que também brincavam com seus filhos: olharam-me com um olhar de incredulidade, como se eu tivesse enforcando minha filha e tivesse decretado sua morte!
Pedi então, que ela subisse no escorregador, que tinha mais ou menos 30 degraus, ajudando e me postei na boca do escorregador, pedindo a Deus que a iluminasse!
Então, Jujú, desceu resplandecendo a alegria e classe que é peculiar à uma criança de sua idade
Contei esta história para ilustrar o que havia escrito anteriormente; primeiro, podemos até tropeçar, mas recomeçamos, a vida é uma eterna adaptação.
Para mim, superei meus medos, acreditei que poderia incentivá-la e encorajá-la para conseguir e ela o fez!. Hoje, esta menininha, de 6 anos, está com 29 anos e é uma grande psicóloga. Mora na França, em Mont Pellier e atende seus pacientes por Skipe! Um grande orgulho, que eu faço parte disso!
Escutar
Um verbo tão simples, mas tão difícil de ser conjugado. Todo mundo quer falar. Mas são poucas as pessoas que se detém a escutar.
Na verdade, todo mundo se acha superior, o dono da verdade. Por isso que hoje há tão poucos diálogos. Por que a maioria das pessoas acha que podem falar o que querem e outra pessoa tem que ouvir. Mas quando se inverte a situação, ela não quer escutar.
O grande problema é que está faltando humildade para percebermos que ninguém é dono da verdade. E que se alguém quer falar algo, devemos escutar prestar atenção e depois meditar sobre o que foi falado para, se for o caso nos emendarmos. Porque é claro que existem pessoas ruins, mas não podemos partir do pressuposto de que todo mundo quer nos prejudicar. Porque muitas vezes, as pessoas estão querendo nos auxiliar, nos ajudar em várias situações. E a partir do momento em que nos negamos a escutar, estamos perdendo a oportunidade de nos tornarmos pessoas melhores.
Filhos
Sempre quis ter uma menina, para que pudesse deixar minha marca no mundo, através dela! Uma mulher que fosse firme, forte, mas que não lhe faltasse a feminilidade, a delicadeza e a sensibilidade. E sempre soube que seria a Júlia Maria!
Com 29 anos, com um mês e quinze dias de namoro, resolvi que era chegada a hora da Júlia ser feita! Dialoguei com Luiz Carlos, que depois virou marido e meio atônito com o pedido, concordou. E assim nasceu a Júlia Maria. Júlia, porque era o nome de minha avó paterna, uma mulher analfabeta, filha de alemães que educou cinco filhos... E Maria, porque para minha mãe, tinha que ter o nome de nossa Mãe Maria, mãe de Jesus.
Hoje, Júlia Maria Nascimento Lainetti, 29 anos, está casada há 10 anos com Lucas, moram na França, em Mont Pellier. E psicóloga, atende por Skype e está com 27 pacientes e para mim, é o melhor orgulho ser mãe de uma princesinha psicóloga francesa, meu apelido para ela!
E o meu filho, foi um presente de Deus! É um capítulo à parte, porque, logo depois do nascimento de Júlia Maria, fiquei grávida e com 8 meses, o bebê, que era outra menina se enrolou no cordão umbilical e nasceu morta. Ficamos péssimos e pela terceira vez, tentei e novamente perdi com sete meses, porque o colo do útero se abriu e o nenê, que era um menino nasceu morto. Foi muito difícil, porque como foram natimortos, tivemos que fazer a cremação.
Tristíssima, resolvi consultar um grande especialista Dr Nakamura. Mas percebi, que todas as vezes que ia à consulta, saia de lá arrasada, pois os problemas das mulheres que frequentavam o consultório eram enormes, tipo: uma não tinha útero, outra ovário e daí por diante,
Foi quando, tive um insight, de adotar um filho! Então falei com todas as pessoas que conhecia, em busca de um bebê! O tempo passou e depois de seis meses, que já estava entretida com os bazares que fazia em São Paulo e no interior do Estado que as coisas mudaram.
Uma noite, minha filha e eu estávamos em casa, e eu para variar no telefone, pois como meu marido, na época, Luiz Carlos trabalhava no período noturno, aproveitava a noite para organizar as pessoas que iriam participar como vendedoras no bazar. Foi quando o telefone tocou e como era de costume, perguntei para a moça, o que ela iria vender no bazar. Ela então disse: minha senhora, eu estou ligando porque a senhora quer um nenê e como é a segunda da lista e a primeira não consegui falar, estou lhe oferecendo um menino! Eu, quase engoli a língua e disse: a senhora espera eu sentar e me concentrar, pois fiquei assustada, pois não estava esperando, minha cabeça estava em outra coisa: bazar.
Me sentei e exclamei: agora, a senhora pode contar a história. O que ela respondeu, sou Maria, assistente social de um hospital e ontem, nasceu um menino. A senhora queria uma menina, mas como esta moça teve um caso com um engenheiro na época do carnaval e esperou encontrar novamente com ele, o que não aconteceu. E como ela é de família muito pobre, inclusive escondeu a gravidez da família fez um documento abrindo mão da criança e gostaria de saber se a senhora quer ficar com ele. A mãe é alta, morena e tem cabelo liso preto.
Eu fiquei atônita e disse: sinto não poder lhe dar uma resposta, porque meu marido está trabalhando e só irá retornar de madrugada. Portanto, posso lhe dar amanhã. A minha filha, que tinha 5 anos e 8 meses, respondeu do meu lado e a Maria escutou: mi pai vai querer! Então, Maria disse: existe alguém aí do lado que disse que seu esposo irá querer. E eu, respondi minha senhora, é minha filha que é pequenininha! E respondi, vamos fazer uma coisa, assim que ele chegar conversarei e amanhã, lhe darei uma resposta. E Maria disse: se a senhora quiser, amanhã o levarei ao supermercado Carrefour da Vila Maria.
Foi a noite mais comprida da minha vida, Júlia, ansiosa porque há 4 anos esperava um irmão que não nascia e eu aflita porque como naquela época, não havia celular, não tinha como falar com meu marido. Resultado, eu andei tanto no apartamento, que até gastei o chão, fumei e tomei 3 litros de água, pra me acalmar e Júlia andava atrás de mim.
Quando o relógio bateu, 2 horas da manhã, o marido chegou e eu contei a história e Júlia acordada esperando a resposta do pai. E ele disse: se você quer, vamos buscar o menino. E eu disse, Maria está dormindo e esperando uma resposta, às 7 horas, para se concordarmos, entrega-lo no Carrefour!
No dia seguinte, acordei animadíssima e Júlia também e dei um cobertor amarelo para ela e disse, vamos buscar seu irmão! E lá fomos nós, eu, Júlia e Luiz Carlos. Foi uma aventura, um fato na minha vida inesquecível. O carro de Maria era um Escort vermelho, e todo carro que chegava, eu quase era atropelada. Finalmente, Maria chegou e me deu o menino, o qual na hora, pus no colo da Júlia e disse: este é o nenê que mamãe lhe prometeu! E hoje, com a graça de Deus, ela adora o irmão e ela é alucinada por ele.
Não tenho nem palavras para dizer, como é gratificante para mim, ser agraciada por Deus com um menino tão maravilhoso que se chama Luiz Ibrahim, em homenagem ao seu pai Luiz e meu pai