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A herança dos Chacais
A herança dos Chacais
A herança dos Chacais
E-book166 páginas2 horas

A herança dos Chacais

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Sobre este e-book

Um grupo de pesquisadores de um instituto depesquisas se vê confrontado com um enormeproblema que ameaça a segurança da população doRio de Janeiro. Quando um de seus funcionários, poracidente, misteriosamente se transforma em umahorrenda criatura, que aterroriza a cidade. Umaverdadeira caçada se inicia para encontrar e destruiro monstro, ao mesmo tempo em que se tenta,desesperadamente, saber a verdade por detrás dogrande mistério, antes que seja tarde demais. O queparecia ser uma aberração da natureza, prestes a sereliminada, pode ser a chave para descobrir umagigantesca operação ilegal pela busca de poder,riquezas e fama. Só mesmo o próprio monstro parabuscar as respostas e saber que foi o escolhido parasalvar o planeta, trazendo um novo equilíbrio aomeio ambiente, uma verdadeira herança – AHerança dos Chacais.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de set. de 2019
ISBN9788582211632
A herança dos Chacais
Autor

Jennifer Kelly

Nasceu em março de 1969, no bairro de Realengo, RJ, em um momento marcado por importantes fatos que marcaram a história moderna, como a chegada do homem a lua e o milésimo gol de Pelé. Sua formação acadêmica foi em escolas públicas. Desde muito cedo teve curiosidade em ler e desenhar, exercitando sua criatividade, onde na maioria das vezes fabricava seus próprios brinquedos e jogos. No fim da adolescência, sua mente tornouse ainda mais criativa, levando-a a escrever suas próprias histórias, muitas delas baseadas em sonhos, assim como essa que publica agora. Perto dos seus 30 anos, ingressou na Fiocruz, trabalhando na fabricação de vacinas, local onde está até os dias atuais. Nesse período, casou-se e teve uma filha. Escreveu poesias que foram publicadas em diversas antologias. Agora deixa definitivamente o seu legado através desse livro. Sua vida sempre foi marcada por desafios, e hoje, mais do que nunca, por ser alguém que luta pela liberdade e igualdade.

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    Pré-visualização do livro

    A herança dos Chacais - Jennifer Kelly

    CAPÍTULO 1

    O CENÁRIO

    Era sexta-feira. O jovem biólogo Matheus Silva acabara de fazer sua defesa de tese de mestrado, diante de seus familiares, colegas de trabalho e amigos. O estudo foi baseado na fisiologia das cobras, sua área de pesquisa. A banca deu o veredito e aprovou o rapaz como novo mestre. Ao sair dali, ele foi almoçar com seus pais para comemorar a aprovação, algo que não acontecia há muito tempo, pois ele morava no Rio de Janeiro, e seus pais, em outra cidade. Matheus, então, prometeu visitá-los nas suas próximas férias. E quando tudo acabou, sua família voltou para Teresópolis. Mais tarde, ele combinou com seus colegas de trabalho para fazer uma comemoração.

    O relógio marcava 23h, e o grupo de amigos estava reunido em um bar, comemorando a promoção de Matheus como mestre, no mais renomado laboratório de pesquisas do Rio de Janeiro – O IPCB, Instituto de Pesquisas Científicas e Biológicas, que é dirigido pelo biólogo e médico-veterinário Dr. Antônio de Abreu, renomado internacionalmente, com seus cinquenta e poucos anos dedicados às pesquisas científicas. Sua equipe de trabalho inclui a jovem e promissora bióloga Drª Ana Luísa Martins, sua assistente direta e secretária particular, bem como os biólogos Mário Santos, Fábio Marques, René Moreira e o assistente Moacir Freitas. O IPCB, fundado em 1982, objetiva realizar pesquisas com animais e plantas para descobrir o que eles podem nos contar sobre a vida e a cura das mais variadas doenças.

    E ali estão eles, todos reunidos como verdadeiros amigos, uma família, neste momento especial. Apesar de bem jovem, o agora Mestre Matheus Silva é muito responsável e trabalhador. Nas horas de folga, gosta de ler, assistir um bom filme no cinema e curtir uma boa partida de futebol do Flamengo, seu time de coração. Aliás, faz tudo sempre na companhia do amigo René. Também adora curtir música, cantar e tocar guitarra e violão. René, um pouco mais velho, prefere aproveitar seus dias de folga para cuidar de seu imenso jardim, com um orquidário de dar inveja aos melhores colecionadores de plantas e flores exóticas, acompanhado de sua amada esposa Cláudia, uma hábil decoradora.

    Fábio Marques era o tipo playboy, um verdadeiro curtidor das noites. Era sempre o último a chegar no laboratório para trabalhar. Muito inteligente e aficionado por química, estava sempre pesquisando assuntos relacionados à área na Internet, atualizando-se nos seus conhecimentos. Conversava muito com Mário, surfista de plantão, que sempre buscava pela web informações sobre as condições do tempo e as melhores praias para cair na água, aos fins de semana. À mesa, estavam Moacir Freitas, um assistente de laboratório, técnico em análises clínicas, um apaixonado por leitura de quadrinhos de super-heróis. Ainda, Ana Luísa, assim como Matheus, uma curtidora de cinema e de bons momentos para relaxar. Também apreciadora de boa música, pois tocava teclado e cantava muito bem, por sinal. Ela namorava o Dr. Roberto Vasconcelos, advogado do Dr. Antônio, único a não se encontrar na mesa, já que deve estar cedo no laboratório para dar continuidade ao trabalho que estava pesquisando. Ele apenas passou no bar para cumprimentar Matheus pela promoção, sem sair antes de deixar seu recado: não exagerem nas comemorações, afinal, a saúde e a segurança sempre devem vir em primeiro lugar. Conversa vai, conversa vem, falaram sobre amores, futebol, coisas que gostam de fazer na vida e sobre as que odeiam. Abordaram política e tudo o mais que dava para conversar, até que chegou a hora de partirem para suas vidas, cada um com seu cada um.

    Do grupo que estava na mesa, Ana Luísa e René não beberam, este ficou com a incumbência de levar os rapazes para casa. Ana Luísa resolveu, porém, ir de táxi. Matheus mostrou-se disposto a fazer companhia a ela, mas a moça achou melhor não aceitar e saiu. No meio do caminho, mudou de rumo indo para a casa de seu namorado, que estava acordado analisando uns documentos.

    Depois de deixar Fábio e Mário, René convidou Matheus para dar uma volta. No caminho, seguiram pela Avenida Brasil, passando em frente à sede do IPCB, e rumaram para a zona oeste, onde René morava, num lugar em que havia muitas matas e cuja natureza era intocada. Durante a viagem, conversaram sobre Ana Luísa, sobre o que Matheus achava dela, pois René percebeu o interesse do rapaz pela moça, e aquele a conhecia desde muito nova, pois fora colega de trabalho de seu pai, o cientista Gabriel Martins, que junto de sua esposa Ana Carolina, trabalharam com o Dr. Antônio em outra instituição anos antes. A preocupação de René se justificava porque Ana Luísa namorava o advogado do Dr. Antônio, diretor do IPCB, e este a considerava sua filha. Ele era o responsável pela união do casal. Sendo assim, sabendo que o relacionamento dela não andava bem, Matheus confessou ao amigo que resolveu entrar na disputa pelo coração da moça, mas que tentaria não interferir diretamente. Assim, ao final do passeio, já estava tarde e os dois ficaram cansados, René convidou Matheus para dormir em sua casa.

    Ao amanhecer, Matheus foi para casa, mas sem antes combinar com René de assistirem ao jogo do time no próximo fim de semana. Como de costume, Mário já estava sobre a prancha invadindo as ondas e aproveitando o forte calor do dia. Ana Luísa também esperou amanhecer para ir à casa cuidar de seu gato angorá, Tigrão, pelo qual era apaixonada. O nome foi sugerido pelo locutor, músico e DJ, Tigrão, um amigo e antigo namorado. Aliás, Tigrão era também amigo de Matheus. Ana precisava repassar algumas informações do experimento que fazia com o Dr. Antônio, com ofídios. Mais tarde, no mesmo dia, ela iria ao laboratório juntar-se a ele.

    CAPÍTULO 2

    A BUSCA

    Dr. Antônio chegou cedo ao IPCB para dar continuidade à experiência científica que fazia sobre o comportamento dos ofídios em relação a vários tipos de substâncias químicas. Ficou lá o dia inteiro, fazendo um lanchinho apenas, para não perder muito tempo. Um pouco mais tarde chegou sua assistente, a Drª Ana Luísa, juntando-se a ele para acompanhar os trabalhos. Repentinamente, uma serpente escapou, causando um certo pânico aos dois. Na fuga frenética, derrubaram alguns frascos da bancada, o que acabou por provocar reações químicas entre várias substâncias que se misturaram, algumas de forma violenta. Em algum momento, o Dr. Antônio pisou em uma dessas substâncias reagidas, que penetrou em seus sapatos, atingindo seus pés. Ao sentir que eles queimavam, o homem se jogou na bancada, derrubando tudo: aparelhos, tubos de ensaios, substâncias químicas, provocando um grande incêndio no laboratório. A Drª Ana Luísa viu, em meio a muita fumaça, o homem cair desmaiado e o ajudou a sair do local. O Alarme foi acionado, mas até que o fogo fosse controlado pelos bombeiros, tudo foi queimado, perdendo-se até as serpentes que estavam no laboratório. Apesar do susto e prejuízo, os dois foram socorridos a tempo e atendidos ali mesmo, na ambulância. Depois foram levados ao hospital.

    Mais tarde, Matheus e René foram avisados do ocorrido e seguiram para o hospital para visitá-los. Numa conversa rápida com o Dr. Antônio, recuperando-se do susto, este convoca os dois para uma missão especial, a fim de reorganizar o laboratório e reconstruir o que fora perdido. Ele diz:

    — Não possuímos mais o que pesquisar. Perdemos tudo. Mas vejo que não podemos dar por encerrado todo esse trabalho. Devo receber alta em breve e temos que voltar. Entretanto, para isso, precisamos de mais animais. Reúnam os homens e saiam para capturar mais cobras, por favor. Preciso delas o mais rápido possível.

    René assume a missão, por ser mais experiente, sendo auxiliado por Matheus, que recebe a incumbência de convocar o restante da equipe. Bem tarde, naquela noite, estão reunidos em sua casa: ele, Matheus, Fábio e Mário, afim de estabelecerem as coordenadas e distribuírem o trabalho das buscas, que devem começar ao anoitecer do dia seguinte. Todos saem para reunir seus equipamentos e combinam voltar na tarde de domingo à casa de René, próxima à mata. Ao sair, Matheus vira-se para o companheiro e lembra-lhe sobre o jogo:

    — Amigo, acho que é melhor me desfazer dos ingressos... Não vamos mais precisar deles, não é? — E sai meio triste após uma confirmação de René meneando a cabeça.

    Todos partiram no final da tarde, pois é mais fácil apanhar certas serpentes à noite. Dessa forma, aqueles que tinham seus programas para o domingo tiveram que adiá-los. René vai ao volante, tendo Fábio ao seu lado, servindo de navegador. Atrás, ficam Matheus e Mário. Lá pelo meio da noite eles já estão quase chegando ao local determinado para as capturas. De acordo com Fábio, precisam descer a serra pelo lado sul, atravessar uma planície e uma aldeia, para, enfim, chegarem ao vale das cobras. Enquanto descreve o restante do caminho, o carona é interrompido por uma pergunta de René, querendo saber quanto tempo falta para chegarem ao destino. Fábio responde:

    — Em mais ou menos duas horas, René. Lá na aldeia Rio Verde poderemos encher o tanque.

    Logo após passarem pela Planície, seguindo a trilha, Mário lê rapidamente algo estranho em uma placa. O carro para e retorna até o letreiro. Meio escondido no matagal, ao lado da estrada, diz a mensagem:

    "PERIGO - À NOITE OS CHACAIS

    NÃO PERDOAM QUEM PASSA."

    — Bem que você disse que era estranho, Mário — disse Matheus. — Pelos meus conhecimentos não há chacais por aqui. Eles são originários da Ásia e da África. É melhor ficarmos de olhos bem abertos e preparados, certo pessoal? — todos concordaram.

    A expedição continua seu caminho rumo ao vale das cobras. Logo depois, René chama a atenção dos rapazes para uma má notícia:

    — Vamos ter que parar, pessoal, pois a gasolina está acabando.

    Assustados com a notícia ruim, os rapazes começam a se apavorar, lembrando dos dizeres da placa.

    — Calma, pessoal — justifica-se René. — Na verdade, ainda não acabou. Temos combustível para mais algum tempo, acho. E temos um pouco mais no bagageiro. Não se preocupem.

    O carro ainda percorre o caminho, até que a gasolina acaba. René pede para que Mário desça e pegue um galão, e que Matheus dê cobertura para ele, para não serem surpreendidos por algum animal. A mensagem da placa não saia da cabeça deles. Mas o problema maior ainda estava por vir, pois esqueceram os galões de combustível na casa do René. Depois de algumas discussões, os ânimos se acalmaram. E não havendo alternativa, tiveram que ficar acampados ali mesmo. O local era remoto e não permitia que seus celulares funcionassem. Não dava para arriscar nenhuma tentativa de conseguir combustível na aldeia, mesmo que fosse bem mais próxima.

    Enquanto isso, por ordem do Dr. Antônio, as obras no IPCB são iniciadas, com a supervisão da Drª Ana Luísa, já recuperada do acidente no fim de semana. Os viveiros são rearrumados, caixas com tubos novos para ensaios são colocadas nos armários etc. Chega um caminhão das Indústrias Químicas e Científicas CADOC. Assim, a arrumação prossegue a todo vapor com gaiolas, mesas, produtos químicos, livros científicos, macacões especiais para áreas limpas, novos computadores. Drª Ana Luísa liga para o Dr. Antônio a fim de deixá-lo a par de tudo o que está acontecendo. Ao final da conversa, ele se declara esperançoso quanto ao trabalho da equipe que está na mata:

    — A esta altura eles já devem ter coletado alguns espécimes. Vou dar uma premiação a eles pela prontidão que tiveram...

    — Mas, o senhor acha mesmo que eles chegarão a tempo e com tudo o que precisamos, Doutor? — pergunta Ana Luísa meio descrente ao celular.

    — Não tenho

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