A CASA POR DENTRO

De JOSE SIMÕES

Coletânea de poemas intimistas, reflexivos, com abordagem social, focando a 'síndrome do ninho vazio', questões sociais e políticas próprias do cidadão pensante, analítico dos problemas sociais e políticos. Valorização da família. O amor como sentido da vida, a eterna procura e encontro.

• Idioma: Português
• Editora: Bibliomundi
• Data de lançamento: 16 de dez. de 2021
• ISBN: 9781526028204

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J. Simões

A CASA

POR DENTRO

AUTOPREFÁCIO

Esta coletânea de poemas foi escrita aleatoriamente e, na montagem, composta para ser coletânea de poemas inéditos, por associação de assuntos introspectivos, prioritariamente voltados à síndrome do ninho vazio,, com reflexões sobre o sentido da vida e, por contextualização, abordar assuntos políticos e sociais.

Aborda a Síndrome do Ninho Vazio, mais diretamente no poema título – A CASA POR DENTRO. Publicado no Facebook, esse poema foi bastante elogiado e comentado, o que encorajou atribuir a ele o título e o abre alas da coletânea.

O olhar poético sustenta o ego em pé. A obra dignifica o homem! O painel está à mostra, em cores e odores naturais. A fantasia é, também, a tirania da realidade ofegante, opressora e carrasca.

O tempo muda as perspectivas de visão de mundo. Metamorfoseando a melancolia da eternidade, canta-se loas ao amor e à felicidade. Viver é um ato poético que se materializa no amor. Amar é política social.

Dizem os teólogos que Deus é amor. Que outro ruído deixar ecoar nas trilhas das nossas pegadas?

Se a procura é o sentido da vida, o que mais procurar, se não o amor?

PARTE  I – SINDROME DO ENVELHECIMENTO

A CASA POR DENTRO

J. Simões – 14/07/2018

Agora temos a casa ampla,

amplamente vazia!

Por aqui passaram os dias,

meses, anos, décadas...

Agora é uma casa vazia,

mas repleta de amor.

No centro da sala

não há pianos nem violões,

calções, blusas, chinelos

nem o prelo do pulo seguinte...

É onde reunimos nossos silêncios

das saudades dos gritos e dos apitos,

das cadeiras empurradas,

das brigas de irmãos

e dos abraços nas nossas chegadas

do trabalho e da escola!

Esta é uma casa de histórias,

nenhum outro som do mundo,

a não ser os nossos passos,

nossos retratos nas paredes,

nossos álbuns de família

e a melodia do silêncio

regendo a orquestra da felicidade,

uma felicidade tão gritante

que nenhum silêncio ou vazio pode romper!

Somos eu e você, nesta casa grande,

tão grande que se repartiu em outras casas

para onde mudaram nossos filhos e netos,

e ela continua grande, não se apequenou,

é do tamanho exato do nosso mundo,

do nosso amor!

Um pequeno ruído nos incomoda,

porque é o repique das horas

ou o giro do vento nas folhas da imaginação,

folhas de árvores que viraram papel muito bem escrito

para testemunhar o infinito da nossa casa!

Agora, o vazio nos obriga a resistir

e reconhecer que a casa é grande,

e assim foi feita para caber nossas virtudes,

a pedra fundamental da aventura de viver

decifrando sinais do lado de fora

para, dentro, compor nossa sinfonia de amor!

É, nossa casa é grande,

tão grande quanto a contingência

do mel enquanto fomos abelhas

polinizando as flores da família.

E agora, casa grande,

o que faremos com você,

que é maior do que nós,

maior do que esse mundo vivo

que vai morrendo de amor?

Fique aí, casa grande,

enquanto vamos lá fora

buscar a infinitude de Deus

para, com Ele, preencher você

e encantá-la com o nosso amor!