Não quero escutar que me ama

De Cica Aguirre

Não quero escutar que me ama é uma coletânea de poesias e contos ficcionais que escrevi na primeira década do século XXI. Uma época em que era fácil sonhar. Um lugar boêmio e inspirador paulistano, o Baixo Augusta, é o cenário e a narradora, uma atriz sem fama ou contrato, 20 ou 30 e poucos anos, cis, branca, solteira. Escrevi, sangrei e ri, ri muito, joguei fora, tentei apagar da memória e lembrei linha por linha. Enfim, um raio X deste personagem feminino e contemporâneo.

• Idioma: Português
• Editora: FICÇÕES EDITORA
• Data de lançamento: 20 de mai. de 2021
• ISBN: 9786587622071

Pré-visualização do livro

Copyright © Cica Aguirre

Foto da capa Camilo Barreto Baracaldo

Projeto gráfico Alonso Alvarez

Revisão Bruno D’Abruzzo

Grafia segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde 2009.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Aguirre, Cica

Não quero escutar que me ama / Cica Aguirre. -- São Paulo : Ficções Editora, 2021.

ISBN 978-65-87622-07-1

1. Poesia brasileira I. Título.

20-53264 CDD-B869.1

1. Poesia : Literatura brasileira B869.1

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

2021

Direitos de publicação reservados à

FICÇÕES EDITORA LTDA.

Rua Corrêa Galvão, 57

01547-010 — São Paulo — SP

Telefone: (11) 5837-5959

www.ficcoes.com.br

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Sumário

POEMAS

Eu me arrependi tanto quanto aquele beijo

Message in a bottle

Baixo Augusta

Maldito

About me

A pintora

Cigarro

Joana Francesa

Big Bang

Menina de pano

Minha oração

Reticências entre parênteses

Roteiro para cinema

Presta atenção

Terra

Estela

Boneca de pano

Azul infinito

Ana Terra

Lourdes

Só por hoje

Dona Ondina

Cela forte

Scarlet

Catarina

Grandes, são os desertos

Escrever

O número 1

Aquela manhã

Caça-palavras

Alzira

Silêncio

Sampa

Nostalgia

E foi assim

Fim

Amélia

Vícios imortais

Para saber quem eu sou

Yeah Mãn Jah

Sobre a poeta

Ele me perguntava:

dá para ser menos

Vinicius?

Não pai. Eu nasci assim,

Poeta.

Peguei a pasta antiga de capa dura preta com envelopes plásticos e ali continha nitroglicerina pura, que poderia explodir pelos ares tudo que eu estava construindo. Nas minhas mãos, o que amei, sofri, o que observei registrado em prosa e poesia, no auge dos meus hormônios, morando no Baixo Augusta.

Tudo em detalhes deformando minha fisionomia, aquela pasta carregada, pesada das minhas emoções. Textos datilografados, digitados, escritos à mão, rabiscados, desenhados, borrados, lavados por um rio de lágrimas, impressos também gargalhadas retumbantes e muita, muita arritmia cardíaca.

Testemunho assinado, endereçado até telegrama de Natal! O ano era..., não sei, não me lembro, não tem a menor importância, passado, mas lembro perfeitamente da telefonista dando risadinhas ao ouvir meu ditado; "... corpo quente, coração frio..."

Telegrama por telefone fixo e a emoção que senti enquanto ditava minha declaração de amor com a única certeza que chegaria ao destino. Meu segredo anunciado, o único presente que