Império do Fogo
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Império do Fogo - Josiel Rodrigo Borstmann
agua
Sumário
Prólogo
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Personagens
Prólogo
Rodrigo, nunca conheceu seu pai. Ele viveu 16 anos, trancado num pequeno espaço, que era a cabana em que morava e a floresta ao redor. A única pessoa que conhecia, era a sua mãe.
Durante o tempo livre, fazia de tudo um pouco, para ver o tempo passar. Ajudava a mãe, quando está lhe pedia algo. Tinha a responsabilidade de manter um bom estoque de madeira para o fogão. A mãe dele saia todo dia, para ir trabalhar na casa de um casal de idosos. Por vezes, chegava tarde da noite. O garoto nunca os conheceu.
Alguns dias, depois de completar sete anos de idade, Rodrigo viu sua vida mudar.
Descansando na sombra de sua arvore favorita, notou a aproximação de duas pessoas. Por instinto e ordens da mãe, rapidamente se escondeu, num dos galhos. O homem aparentava ter uns 50 anos, trazia cicatrizes no rosto e, para o espanto de Rodrigo, seus cabelos eram verdes. A mulher, ele quase confundiu com a mãe, apenas seus cabelos eram loiros e os da mãe, negros como a noite. Ela deveria ter 30 anos, aproximadamente.
Para a infelicidade de Rodrigo, eles pararam debaixo do galho, em que se encontrava. Isso significava que qualquer movimento, poderia revelar seu esconderijo.
- Acho que aqui, é um bom local, - a mulher disse. - O garoto vem aqui, seguidamente. Ontem o vi por aqui. Talvez ele note que tem algo diferente e a curiosidade o faça procurar.
Rodrigo tentou se lembrar, se tinha visto alguém por ali. Não havia sinal de pegadas. Nos últimos cinco dias, havia visto uma raposa por ali, no mais, nada.
O homem olhou ao redor. Com um simples movimento da mão, uma pá apareceu em sua frente. Rodrigo não sabia se era real ou estava dormindo e isso era um sonho. Logo começou a cavar um buraco. A mulher revirou um saco que traziam junto e retirou duas caixas de metal. Estavam sujas de terra.
Com o buraco aberto, as duas caixas foram postas dentro. Um intervalo foi deixado entre ambas e preenchido com terra. Depois de fechado, sentaram-se numa das raízes da arvore. No galho, Rodrigo já estava ficando inquieto. Dores vinham dos pontos que estavam apoiados, de forma inapropriada. Por alguns instantes, teve vontade de descer, mas isso mostraria que estivera espiando. Não sabia o que poderiam fazer a ele. Por isso, decidiu esperar um pouco.
- Queria poder conhece-lo pessoalmente, - a mulher falou. – Conversar com ele e conta-lo a verdade sobre tudo o que aconteceu.
- ainda não podemos, - o homem disse. - Ele precisa seguir seu próprio caminho, até que esteja pronto para o que é preciso fazer. Também queria muito estar com ele, mas não é possível, no atual momento.
- Será que algum dia ele saberá quem somos?
- É claro Diana. Ouvira falar de nós e, algum dia, estaremos sentados, os três e conversando. Até lá, precisamos torcer para que tudo dê certo e vigiarmos.
Rodrigo achou tudo aquilo estranho. De quem estavam falando?
Assim que foram embora, ele desceu da arvore e foi para casa. Pegou uma pá e desenterrou ambas as caixas. Teve dificuldade para abri-las, mas quando conseguiu, encontrou um medalhão, uma carta e outros itens.
Mesmo nunca tendo frequentado a escola, sabia ler e escrever. Sua mãe havia lhe ensinado, desde bem pequeno. Isso lhe possibilitou a leitura da carta:
A você, o herdeiro dos poderes Kool.
Você deve ter encontrado duas caixas, dentro de uma, a chave para abrir a outra. Nesta, uma carta e um medalhão.
Quando tocou a carta e a pedra, ao mesmo tempo, ela se adaptou a sua língua. O medalhão possui muitos poderes, que podem criar desde uma brisa leve, até causarem mortes.
Se quiser aceitar e ter controle sobre estes poderes, terá de seguir uma série de regras.
1. evitar causar danos a pessoas, que não os possuam;
2. nunca os revelar a outras pessoas;
3. jamais usa-los para trapacear;
4. nunca interferir no destino de outra pessoa.
Se estiver disposto a seguir estas regras, então pegue o medalhão e ponha a sua correntinha, ao redor do pescoço e diga as seguintes palavras: - eu aceito o poder do medalhão. Juro fazer o que é certo e ajudar quem precisa, sem interferir ou mudar o rumo da vida dos outros seres humanos, demais raças e espécimes existentes. Juro também lealdade ao Senhor de Osamurak, protegendo-o de tudo e de todos. Caso seja necessário morrer por ele, morrerei com a certeza do dever cumprido.
Saiba também, caso aceito o medalhão, mas não siga as regras, terá de suportar consequências devastadoras.
Rodrigo pensou um pouco e decidiu aceitar. Seguiu as instruções, ao pé da letra. Logo foi engolido por uma cortina de fumaça, que o levou para um lugar, onde era a sede de um clã, de homens-lobo. Eles tinham a capacidade de mudar a aparência, de humano para lobo. Um deles, disse ser o guardião do medalhão e se identificou como Lobus. Foi-lhe explicado o que teria que fazer. Receberia um chamado de uma cidade de poder, para retira-la das mãos de uma pessoa e devolve-la a outra. Haveriam outros como ele.
De volta a casa, esperava sua mãe sair. Se dirigia a floresta. Com auxílio de um grande livro que ganhara, aprendeu a usar os poderes. Diversas vezes, encontrou uma raposa ou um iguana, bem próximo de onde ele estava praticando. Assim que se aproximava dos animais, eles fugiam. A raposa, era um animal comum naquela região, mas a iguana, não.
Nos nove anos que seguiram o encontro do medalhão, ele manteve seus poderes escondidos de qualquer olhar curioso.
No dia em que completou 16 anos, decidiu que já estava na hora de sair daquele lugar e ir conhecer o mundo. Contou esse desejo a mãe, mas achou que ela tentaria dissuadi-lo da ideia. Ficou espantado, quando ela falou que deveria fazer isso. Era o destino dele. Ela lhe deu alguns presentes. Um colar, com uma estrela de quatro pontas e um relógio.
No dia seguinte, ele saiu de casa, pela trilha que dava para o mundo exterior. Ao olhar para trás, sentiu como se fosse voltar algum dia, mas já teria ocorrido mudanças. Não sabia se veria sua mãe outra vez.
Capitulo 1
Rodrigo tentou se levantar, mas obrigou-se a ficar como estava. As dores no corpo, eram intensas. Parecia que as pernas estavam quebradas e o braço esquerdo também. Ao olhar para seu corpo, viu que haviam coisas, que não conhecia. Uma delas, conectado a uma máquina, por meio de um cano pequeno e transparente.
Por instinto, começou a arrancar aquilo. Deve ser isso que está me causando toda essa dor
, foi o que pensou. Quando eu cravava uma farpa de madeira num dedo, doía.
Porem, retirar os equipamentos, não melhorou em nada, apenas piorou.
Apenas alguns minutos se passaram. A porta se abriu e por ela, um homem passou. Vestia roupas brancas e trazia uma bandeja numa das mãos.
- Por que arrancou os equipamentos? - O homem quis saber, largando a bandeja e correndo na direção dele. - Precisa deles, por mais algum tempo.
Rodrigo não queria aquilo no seu corpo, mas permitiu que fossem recolocados.
- O que está fazendo comigo? - Foi a pergunta de Rodrigo.
- Estou tentando ajudar, mas não poderia, se continuar a arrancar os equipamentos.
- Onde estou?
- Num hospital. Você sofreu um acidente a três dias. Chegou aqui em péssimo estado. Haviam ferimentos em todas as partes do corpo. Alguns já se fecharam e ainda existem outros, que são internos.
- O que é um hospital?
O rosto do médico deixou claro, que estava confuso com a pergunta. Como ele não sabe o que é um hospital?
, ele deve ter pensado.
- É o lugar para onde levam os doentes, quem sofre um acidente, é atacado por um animal ou tem qualquer outro problema de saúde.
O médico teve de explicar várias coisas para Rodrigo. Muitas vezes, teve de repetir, pois o Kool não havia entendido. Explicou como funcionava cada equipamento e para que servia.
- Preciso saber de seu nome, - o médico disse por fim.
- Diga-me o seu primeiro, - Rodrigo respondeu imediatamente.
Morando na floresta, havia aprendido que não deveria dizer seu nome a um desconhecido. Sua mãe