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Contos DeMentes
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E-book109 páginas1 hora

Contos DeMentes

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Sobre este e-book

Cada pessoa é um universo, alguns estão em harmonia, outros em conflito, mas existem os que estão em colapso, e é sobre os universos particulares em colapso que trata esse livro.São seis contos, cada um trazendo uma psicopatologia, um distúrbio mental e como por muitas vezes, são eles, os distúrbios e traumas que decidem o destino dos personagens, mesmo contra a vontade deles.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de mar. de 2022
ISBN9781526033918
Contos DeMentes
Autor

Mirza Haines

Nascida em 1980, viu surgir ainda na infância o desejo de se tornar escritora, durante décadas a vida a afastou desse objetivo, agora já tendo completado seus quarenta anos, ouviu o próprio coração e começa a expor ao mundo todo o universo que até hoje ficou restrito aos muros de sua casa.

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    Contos DeMentes - Mirza Haines

    A todos que Vivem com problemas mentais/emocionais lutando todos os dias para se encaixar nesse mundo louco e inconstante que chamamos de sociedade humana.

    Espiando os Contos DeMentes

    Andando pelas ruas, embarcando nos ônibus meus caminhos já se cruzaram com milhares de pessoas, cada pessoa um universo único, não ouso fitar seus olhos, chegar perto para desvendar os segredos de suas almas, apenas espio pelos muros e cercas de seus gestos e atitudes, palavras e ações, transformando posteriormente tudo em arte, na arte a que me dedico, reunir palavras para tentar tocar os corações.

    Os Contos DeMentes nasceram assim, da observação ao longo dos anos. Neste primeiro livro estão apenas seis, existem outros que virão a público no tempo certo, alguns tem um toque autobiográfico, outros porém, são fruto apenas de criatividade e pesquisa sobre a psique humana, algo tão forte e poderoso, quanto frágil e delicado.

    Convido você leitor a caminhar comigo agora, espiando por essas frestas em muros e cercas, um por vez, comecemos por Eles estão aqui!, onde uma jovem, bem encaminhada na vida, de bom coração e nobres intenções sofre um acidente e é misteriosamente socorrida, sua versão de quem a socorreu é logo desacreditada, mas fatos são fatos, alguém salvou a sua vida, e agora qual seria o preço que ela deveria pagar por esse salvamento?

    Nossa segunda espiadela é pelos portões bem cuidados da casa de Liz, em Vítimas, portões esses que viram três gerações da mesma família nascerem e crescerem, viverem e morrerem, a casa é parte dessa família, é seu porto seguro, seu lar. A única coisa que Liz jamais poderia perder e pela qual sempre valeria lutar.

    Sigamos a diante, e vejamos através de uma cerca de madeira velha, caindo aos pedaços, estamos em Castelo de cobre, observando a vida de um homem solitário e depressivo, que vê a realidade por uma fina teia de raciocínios, preso a um passado sem volta, carente de colher na velhice o que não plantou na juventude.

    Chegamos agora a Quem és tu? e vemos através de uma bela cerca, feita com troncos de madeira e arame, recoberta por trepadeiras floridas, de onde podemos observar a pequena Kaylane brincando sozinha na areia da praia. A menina que nasceu em uma canoa no Havaí e que prefere a solidão e o silêncio, que foge de cachorros por não vê-los como os melhores amigos do homem.

    Sejamos nesse instante apenas mais uma vizinha curiosa e fiquemos de olho em Sú e seu namorado misterioso, olhando da calçada em frente a casa da recepcionista que mora sozinha e é perdidamente apaixonada por um Fábio que ninguém na vizinhança jamais viu entrar ou sair da casa da namorada.

    Bem, chegamos ao fim do nosso passeio, por esses muros é difícil espiar, o dono do casarão os fez bem altos para esconder seu modo de vida, entre os ricos e poderosos ele é conhecido como O Bom Klaus, mas para as crianças que ele acolhe ele é O Não-Santo Klaus. Um homem disposto a tudo para saciar os seus desejos, mas é melhor esperarmos um pouco, vejo as crianças saindo e é melhor que elas nos contem os mistérios por trás desses muros.

    Mirza Haines

    Eles estão aqui!

    Lígia era uma moça comum, formada em psicologia e procurando uma boa pós graduação, queria trabalhar junto a vítimas de violência, acreditava que todo trauma podia ser superado com a devida abordagem.

    Ela tinha pele clara e cabelos cacheados negros, gostava de vê-los soltos, volumosos, amava todo o tipo de liberdade, liberdade para amar quem quiser, liberdade para ser quem desejar ser, para se vestir e para falar apenas o que mora dentro do próprio peito.

    Porém, tudo mudou em uma noite sem luar, encoberta pelas nuvens, na estrada um nevoeiro atrapalhava a visão enquanto Lígia dirigia seu carro, ela não tinha um carro novo, gostava de ser proprietária de um opala 82 bordô, um diplomata quatro portas.

    Naquela noite descia a serra quando uma forte luz veio em sua direção, Lígia, com a visão ofuscada, perdeu o controle do carro e bateu de frente, acertando em cheio uma pedra gigante que ficava na beira da estrada.

    Durante horas ela ficou sozinha ali, não sabia se tinha sido um caminhão ou um outro carro que a tinha tirado da pista, não ouviu som algum além da música alta que tocava no rádio do seu carro.

    Quando finalmente amanheceu, um grupo de pessoas surgiu e socorreu Lígia, vestiam roupa branca, tinham cabelos loiros e com cuidado a retiraram do tinha restado do opala, a moça não conseguia ouvir o que os homens e mulheres diziam, por fim um deles acariciou os cabelos de Lígia e disse ao ouvido dela:

    - Tudo vai ficar bem.

    Nesse instante tudo ficou escuro, e Lígia acordou em um hospital, rodeada de equipamentos.

    Sua cabeça estava enfaixada e ela ouviu os médicos conversando entre si, diziam que ela estar viva e consciente era um milagre depois de perder uma parte da caixa craniana e de fragmentos de osso terem se alojado no seu cérebro.

    Ela tentou contar sobre o acidente, mas estava entubada e não conseguia mover os braços.

    Ouviu as enfermeiras dizendo que tinha sido resgatada da beira da estrada, estava sobre um colchão com um casaco de moletom enrolado na cabeça e aquecida por cobertores, suas mãos estavam sujas de sangue e terra, ninguém entendia como ela tinha saído do carro e se auto socorrido daquela forma, era apenas um fato.

    Quando a equipe médica percebeu que Lígia tinha despertado, rapidamente retirou parte dos aparelhos e começaram a questiona-la sobre os fatos do dia anterior, prontamente ela respondeu a tudo que lhe foi perguntado, os médicos porém não acreditaram no resgate fantástico que ela narrou, pois tinham provas que até as sete e meia da manhã, ninguém tinha estado naquele trecho da rodovia.

    - Deve ser o trauma. Disse um dos médicos.

    - Acredito que sejam os fragmentos na massa encefálica. Disse o outro.

    Assim eles conversavam entre si, muitas vezes sem perceber que Lígia estava acordada, ouvindo cada palavra. Foi numa dessas conversas entre duas enfermeiras, que tudo pareceu claro:

    - Você ouviu a história dela? Disse uma.

    - Sim, ela me contou, uma luz forte a ponto de cegar, pessoas com cabelos longos e loiros que a socorreram, mas não levaram a um hospital, só pode ter uma explicação, eram alienígenas, que quando perceberam o acidente a socorreram para não perder a carteira de piloto de espaçonave. Falou a outra aos risos.

    - Isso, você está certa, agora ela deve ter muito cuidado, porque a qualquer momento eles podem voltar para busca-la, afinal ela viu todos eles e agora é um perigo para todos os extraterrestres. Continuou a primeira, também rindo.

    A partir desse dia, Lígia

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