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Instruções dos Espíritos vol. 4: Psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro - Organiz. Mário Coelho
Instruções dos Espíritos vol. 4: Psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro - Organiz. Mário Coelho
Instruções dos Espíritos vol. 4: Psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro - Organiz. Mário Coelho
E-book297 páginas4 horas

Instruções dos Espíritos vol. 4: Psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro - Organiz. Mário Coelho

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Sobre este e-book

Por meio de indagações ao plano espiritual, apresentadas sob a forma de perguntas feitas diretamente aos Espíritos benfeitores em reuniões mediúnicas no Centro Espírita Léon Denis, esta obra esclarece assuntos ainda tão pouco conhecidos pela razão humana, porém essenciais à compreensão da bondade e justiça divina. Alguns dos temas analisados: mecanismos da mediunidade, passes e mediunidade de cura, tratamento espiritual, sensibilidade anímica, magnetismo, passes em gestantes, orientações aos Espíritos que acabaram de reencarnar, entre outros.
IdiomaPortuguês
EditoraCELD
Data de lançamento10 de mar. de 2023
ISBN9786589897019
Instruções dos Espíritos vol. 4: Psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro - Organiz. Mário Coelho

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    Instruções dos Espíritos vol. 4 - Espíritos Diversos

    CIP - BRASIL - CATALOGAÇÃO NA FONTE

    SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

    B158i

    v4

    Balthazar (Espírito)

    Instruções dos Espíritos — Vol. 4 / psicofonia Altivo Carissimi Pamphiro; ditado por Balthazar; organização Mário Coelho. — 1. ed. — Rio de Janeiro: CELD, 2021.

    292p.; 21 cm. (Instruções dos Espíritos; v4)

    Inclui índice

    ISBN 978-65-89897-01-9

    1. Espiritismo. 2. Obras psicografadas.

    I. Pamphiro, Altivo Carissimi. II. Coelho Mário.

    III. Título. IV. Série.

    17-44255

    CDD 133.93

    CDU 133.9

    Instruções

    dos Espíritos

    VOLUME  IV

    Coletânea de entrevistas

    com Espíritos dirigentes do

    Centro Espírita Léon Denis,

    psicofonia do médium

    Altivo Carissimi Pamphiro.

    Organizado por Mário Coelho

    1ª Edição

    CELD

    Rio de Janeiro, 2021

    INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

    VOLUME IV

    Coletânea de entrevistas, com Espíritos

    dirigentes do Centro Espírita Léon Denis,

    psicofonia do médium

    Altivo Carissimi Pamphiro.

    Organizado por Mário Coelho

    1ª Edição: julho de 2021.

    L 4320319

    Capa e diagramação:

    Roberto Ratti

    Revisão de originais e copidesque:

    Albertina Escudeiro Sêco

    Revisão:

    Teresa Cunha

    Produção de ebook:

    S2 Books

    Para pedidos de livros, dirija-se ao

    Centro Espírita Léon Denis

    (Distribuidora)

    Rua João Vicente, 1.445, Bento Ribeiro,

    Rio de Janeiro, RJ. CEP 21610-210

    Telefax (21) 2452-7700

    E-mail: distribuidora@leondenis.com.br

    Site: www.edicoesleondenis.com.br

    Centro Espírita Léon Denis

    Rua Abílio dos Santos, 137, Bento Ribeiro,

    Rio de Janeiro, RJ. CEP 21331-290

    CNPJ 27.921.931/0001-89

    IE 82.209.980

    Tel. (21) 2452-1846

    E-mail: livraria@celd.org.br

    Site: www.celd.org.br

    Todo produto desta edição é destinado à manutenção das obras sociais do Centro Espírita Léon Denis.

    Logotipo Celd     Logotipo ABDR

    Altivo Carissimi Pamphiro

    (1938-2006)

    SUMÁRIO

    Capa

    Ficha catalográfica

    Folha de rosto

    Créditos

    Prefácio

    Capítulo I. Reunião 6 — Mecanismos da Mediunidade – I

    Capítulo II. Reunião 7 — Mecanismos da Mediunidade – II

    Capítulo III. Reunião 23 — Doenças, Sintomas e Atuação do Passe – I

    Capítulo IV. Reunião 24 — Doenças, Sintomas e Atuação do Passe – II

    Capítulo V. Reunião 25 — Doenças, Sintomas e Atuação do Passe – III

    Capítulo VI. Reunião 26 — Mediunidade de Cura – I

    Capítulo VII. Reunião 27 — Mediunidade de Cura – II

    Capítulo VIII. Reunião 46 — Sensibilidade Anímica e Mediúnica – I

    Capítulo IX. Reunião 47 — Sensibilidade Anímica e Mediúnica – II

    Capítulo X. Reunião 60 — Passes Curadores em Gestantes – I

    Capítulo XI. Reunião 61 — Passes Curadores em Gestantes – II

    Capítulo XII. Reunião 64 — Magnetismo

    PREFÁCIO

    Este contato, mais estreito, com entrevistas com o Plano Espiritual que dirige o Centro Espírita Léon Denis, iniciou-se como uma fonte de esclarecimentos que servisse de base para os Encontros Espíritas sobre Medicina Espiritual, que começaram, também, em outubro de 1989. As entrevistas ocorriam uma vez por mês. Os responsáveis pelos Encontros Espíritas sobre Medicina Espiritual eram Luiz Carlos Dallarosa, Eneida Caruso Carvalho e Maria Emília G. Tourinho, amigos queridos.

    Passados 17 anos do término dessas entrevistas, a trabalhadora da Distribuidora de livros e médium da Casa, hoje trabalhando na Livraria João de Deus, do Centro Espírita Léon Denis, Luzia Soares, de posse desse material — que muitos tentaram revisar para futura publicação, mas que por uma série de dificuldades pessoais não o fizeram, (e creio que isso foi providencial pois, na época, não se tinha tanto acesso à Internet como hoje o que muito ajudou na elaboração de notas, e na confirmação de alguns dizeres e dados) — pediu autorização ao Plano Espiritual para que alguém trabalhasse nos textos para futura publicação. Com a devida permissão, ela convidou-me para a revisão, claro que, se eu não aceitasse o convite outro seria convidado.

    Confesso que foi muito exaustivo, pois tive que adaptar muitos textos de uma linguagem falada para uma linguagem escrita, muitas vezes eliminei algumas perguntas e fiz uma ligação entre duas respostas, de maneira a tornar os textos menos cansativos. Com frequência tive também que mudar um ou outro texto fazendo-o de acordo com as leis vigentes no país, evitando, assim, qualquer dano a qualquer pessoa, para tanto, busquei, nos casos contados, trocar personagens ou fatos, para que ninguém fosse identificado com seus problemas analisados. Sem contar que foram cerca de 800 páginas a serem trabalhadas. Fi-lo em seis meses e estando debaixo de muitas lutas, talvez até mesmo para meu aprendizado de poder servir estando em provas, visando um ideal.

    Ver este trabalho publicado é um preito de gratidão que faço aos Benfeitores do Centro Espírita Léon Denis: Balthazar, Antonio de Aquino, Hermann, Espíritos generosos que contribuíram para estas mensagens e também a todos os outros dirigentes espirituais do CELD sintetizados aqui pelo Apóstolo do Espiritismo: Léon Denis.

    Não militar para que esta obra fosse publicada seria deixar que se perdesse o trabalho grandioso que Benfeitores Espiri­tuais trouxeram para nós, bem como não valorizar o esforço do querido médium e amigo Altivo Carissimi Pamphiro.

    Pelas respostas desses insignes Benfeitores posso afiançar, sem medo de errar, que temos material para os nossos estudos dos Encontros e Cursos da Casa para os próximos 50 anos, no mínimo, bem como grandioso material de estudo para nossa conduta, como pessoa, como espírita, em família, na profissão, na mediunidade, na convivência com os outros, no Centro Espírita e diante dos que trazem problemas, aflições, doenças ou quedas morais.

    Percebi, pela natureza e elevação das respostas, que esses nossos Benfeitores estão, pelo menos, umas 10 a 15 encarnações à minha frente.

    Agradeço à querida esposa Sheila e às filhas Eneida e Dayane Evangelista (que me adotou como pai) pela compreensão, por terem permitido que eu doasse parte do escasso tempo em que fico com elas, para este trabalho. Agradeço ao meu corpo físico por ter suportado os sacrifícios de eu me debruçar muitas horas sobre estes textos em detrimento das minhas horas de repouso, muitas vezes dormindo somente poucas horas por noite.

    Agradeço ao bom amigo espiritual, Dr. Victor, pelo amparo e inspiração para que eu pudesse levar adiante este trabalho, bem como aos próprios autores espirituais que muitas vezes chamei pelo pensamento rogando a assistência para revisão de um texto ou outro.

    Obrigado, Senhor, por ter permitido que essas palavras dos Bons Espíritos chegassem até nós, e por eu ter sido alguém que, de alguma sorte, pudesse colaborar para que a Luz não fosse posta debaixo do alqueire [ 01 ] e o conhecimento chegasse a muitos.

    O organizador

    Dados do organizador:

    Mário Coelho é trabalhador do Centro Espírita Léon Denis, desde 1982, como palestrante, instrutor do Curso de Orientação Mediúnica e Passes (COMP), e ministrando algumas aulas para o Encontro de Medicina Espiritual. Atua também como médium da psicografia. No campo da assistência social privou durante duas décadas da companhia do médium Altivo Pamphiro, que, junto com Dr. Hermann, socorria os enfermos do, ainda, Núcleo Beneficente Antonio de Aquino, hoje, Obra Social Antonio de Aquino (OSAA); e esse contato com esses trabalhadores do Bem muito o influenciaram na sua vida de médico, sua profissão, na qual trabalha desde 1995. É um dos responsáveis pelo trabalho de preces aos suicidas, há quase três décadas. E esse contato mais direto com Dr. Hermann serviu de estímulo para que se programasse na organização deste livro.

    Capítulo I

    Reunião 6 — Mecanismos da Mediunidade – I

    30 de março de 1990.

    B. [ 02 ] — Pela graça infinita de Deus, paz! Balthazar, pela graça de Deus.

    Dando início ao trabalho da noite, façamos como manda a prática da Casa: elevemos nossos pensamentos a Jesus, sintonizando com aqueles que se constituem em nossos guias espirituais e apliquemo-nos o autopasse. Generosas forças da Paz e da Luz, generosas forças do Amor, Graças a Deus. Paz. Iniciemos as tarefas da noite.

    E. — Irmão Balthazar, nossa intenção, hoje, seria estudar algo a respeito do mecanismo da ação dos espíritos sobre os encarnados. Temos, na prática, tomado conhecimento das várias maneiras dessa ação espiritual como a intuição, a psicofonia, a psicografia, a escrita automática, a incorporação, etc., e precisaríamos saber qual o mecanismo utilizado pelos espíritos para realizar cada ação destas.

    B. — Cabem duas respostas distintas que se entrelaçam. Todos os mecanismos da mediunidade são implementos colocados no perispírito, todos eles. Em alguns casos, até mesmo o mecanismo simples da intuição é melhorado com aparelhagem própria, facultando, por esse modo, uma comunicação mais adequada. E agora vem a distinção a que aludi ainda há pouco: espíritos simples se movimentarão junto dos médiuns, sem saber que estão acionando mecanismos precisos. Eles se aproximam e fazem esses mecanismos se movimentarem de modo automático. Já o espírito equilibrado, benfeitor atua de modo mais objetivo. Ele sabe que tem diante de si uma máquina preciosa, que necessita ser conduzida com cuidados, para evitar uma queda, um desastre no mecanismo, sintetizando, para impedir que ele seja danificado.

    No campo da incorporação, da fala, isto é, da psicofonia, em quase todos os campos em que se põem em funcionamento fala e movimentos, esses mecanismos são acionados a partir de sua localização nos lobos frontrais. Seria difícil descrevê-­los. Para um entendimento mais simples, nós diríamos que eles são como se fossem duas alhetas (alavancas) implantadas, repetindo-me, nos lobos frontais. E esses mecanismos, à semelhança do trator comum, são acionados por estas alavancas, o mecanismo da incorporação, da fala e o dos movimentos. Se vocês olharem para o mecanismo de um trator, irão ver, saberão que ele se movimenta à base de alavancas precisas. E assim se fazem tais manifestações.

    No mecanismo da psicografia já há uma outra manifestação. Partindo ou da intuição ou da pura sintonia ou, em alguns casos, na escrita mecânica, nós acionamos o médium a partir do hipotálamo chegando mesmo, logo após, a uma parte do movimento dos braços — o mecanismo cerebral que movimenta os braços — e dali fazemos funcionar todo o mecanismo da escrita. [ 03 ]

    Finalmente, nos médiuns de efeitos físicos, movimentando as energias a partir do plexo solar, nós as fazemos correr vários caminhos até chegarem à boca, ao nariz, aos olhos, principalmente para expansão ou expulsão de todo o plasma que o médium é capaz de ceder. Repito que este mecanismo é movimentado ou por espíritos simples, que não sabem exatamente como fazem todos esses mecanismos funcionarem, ou por espíritos que, sabedores da delicadeza da máquina que têm em mãos, produzem o melhor que têm no campo da mediunidade.

    E. — Uma outra dúvida seria: nós sabemos que o indivíduo encarnado, por vezes, começa a manifestar mediunidade de incorporação na idade adulta, e também já nos foi dito que todos os médiuns, quer de incorporação, quer de outras mediunidades, têm que ter programados em si os aparelhos mediúnicos. Então, o que mudou neste indivíduo, que apenas na idade adulta começou a apresentar a mediunidade de incorporação, se ele já estava aparelhado para exercê-la?

    B. — Igualmente, cabem aqui, algumas respostas. A primeira, evidentemente, é a questão do tempo, a programação do tempo, do início da atividade mediúnica. Certos médiuns têm sua mediunidade programada para uma determinada faixa de vida, não de idade, de vida. Assim, por exemplo, alguns médiuns programam o início de suas atividades somente para quando estiverem estabilizados emocionalmente, de um ponto de vista financeiro ou de um ponto de vista familiar, estamos apenas exemplificando. Outros médiuns, merecedores por terem créditos, méritos acumulados no Plano Espiritual, começam a atividade a partir do momento em que se dispõem a isso. Ficam, portanto, esperando que um dia lhes chegue a notícia da existência da mediunidade ou, então, aguardando que esta força se manifeste espontaneamente. Neste caso, o médium tem méritos e não sofre assédio de espíritos sofredores. E há casos em que os médiuns, por terem uma atividade programada, ou seja, virem com um programa específico de trabalho no campo da mediunidade, hesitam, quando não rejeitam o trabalho em si mesmo. Neste caso, somente no dia em que resolverem deixar fluir a mediunidade é que ela surge. Assim é que muitos médiuns têm conhecimento, desde mocinhos ou desde crianças, da existência da mediunidade e adiam a entrada de seu espírito no Centro Espírita, protelando, portanto, o início do pagamento a Deus do seu compromisso.

    E. — Se nós sabemos que a mediunidade é um atributo do próprio espírito, do próprio perispírito, com os seus aparelhos, com as suas organizações específicas, com a evolução do espírito, a mediunidade muda?

    B. — Em que sentido?

    E. — Ela passa de mediunidade de incorporação à psicofonia, à intuição?

    B. — Não. A mediunidade será sempre a oportunidade que o espírito tem de trabalhar em favor do próximo ou, então, será a livre expansão da força predominante em seu espírito. Se a força predominante for a da palavra, a mediunidade estará sempre situada no campo da palavra; se for a da escrita, estará no campo da escrita. Não há, portanto, uma mudança de fenômeno; existe aí sim, uma mudança de trabalho, mas não de fenômeno. Você terá uma especialidade no campo da escrita, espíritos se aproximarão, acionarão este gênero de atividade. Passado o tempo, se, por qualquer acidente, você não puder escrever, você treinará, solicitará a Deus que lhe permita trabalhar e treinar a sua mediunidade no campo da psicofonia e, aí, ela lhe será dada também.

    E. — Se nós sabemos que, por exemplo, o médium de incorporação tem os seus aparelhos mediúnicos, o que impediria as incorporações em horas extemporâneas, em horas indesejáveis? É apenas a vontade do médium, é o seu desenvolvimento, é a sua educação mediúnica ou existem proteções, ou outros mecanismos que o protegem de incorporações indesejáveis?

    B. — Ele tem a proteção natural de seus amigos espirituais e também o próprio equilíbrio que, num certo momento, funciona como se fosse um automatismo que faz com que ele se feche, se tranque às sugestões eminentemente perturbadoras; mas, dependendo do grau de fortaleza íntima, do grau de trabalho, do crescimento espiritual do médium, ele poderá ser acionado por essas forças, independente da vontade dele, embora não seja o comum.

    E. — Mesmo contra a vontade dele?

    B. — Mesmo contra a vontade dele. Isto, porém, como falei, não é o comum. O comum é o próprio médium conseguir, no tempo, resistir ao assédio dessas sugestões pouco equilibradas.

    E. — A obsessão obedece a um mecanismo diferente de ação ou é esse mesmo que nós já discutimos?

    B. — É o mesmo mecanismo, apenas acionado por espíritos mais simples ou inferiores.

    E. — E esses mecanismos obsessivos não são específicos, o espírito mais simples, mais inferior, é como se ele, simplesmente, agisse rudemente sobre o perispírito do encarnado...

    B. — Ele vai movimentar sem conhecimento de causa, como lhe disse inicialmente.

    E. — Essas diferenças de atuação entre os espíritos mais simples sobre os encarnados e os espíritos mais evoluídos, existem sempre ou o espírito mais evoluído, eventualmente, age de forma parecida com o mais simples ou o mais simples também poderia agir como o mais evoluído?

    B. — O mais simples nunca imitará o mais evoluído, mas se bem entendi a sua pergunta, os espíritos podem ter uma posição, uma postura mais harmônica diante de uma mediunidade, de um médium, de um espírito mais harmônico também.

    E. — Dentro do que o senhor falou em relação à mediunidade, ao surgimento da mediunidade e ao fator tempo, o senhor disse para nós, no mês passado, alguma coisa sobre a mediunidade torturada, trazendo o conceito de que seriam, salvo os casos de expiação, aquelas pessoas que, portadoras de mediunidade, deixassem passar muito tempo sem a exercitar o que lhes traria esse problema, mas como a mediunidade torturada ainda é um ponto difícil de entender, particularmente para mim, eu lhe pediria que falasse um pouco mais sobre esse assunto.

    B. — O médium torturado é um médium como qualquer outro, seus pensamentos é que são torturados. Os seus mecanismos podem ser tão bons, tão puros, tão adaptados, tão preparados quanto os de qualquer outro médium; mas se ele tem, em sua companhia, um espírito inferior, notoriamente desequilibrado, este espírito se assemelhará a uma pessoa extremamente suja, em um ambiente extremamente limpo. No primeiro momento a figura dura, talvez até grosseira (mas que serve para mostrar claramente o que se passa) o espírito em desasseio num ambiente arejado, puro, limpo, insalubrará o local e, se não mudar, isto é, se não se arrumar, tomar banho, acabará sujando o local. E quando é que ele não muda? Quando encontra guarida no local. Se uma pessoa entra na sua casa, extremamente suja (guardando a mesma imagem) e você nem diz a ela para tomar banho ou não a retira da casa, em breve sua casa sofrerá a inevitável aparência de desleixo do seu ocupante, no caso, esse espírito. O médium torturado é alguém que trouxe, para junto dele, figuras do passado a quem prejudicou, com toda certeza, e prejudicou bem, sendo que o médium, por seu arrependimento ou programação de trabalho, retorna à matéria em primeiro lugar. Se ele for médium, isto é, se tiver dentro de si a capacidade de registrar a presença dos espíritos, inicialmente ou quase sempre, inicialmente, sintonizará com esses espíritos, que lhe sujarão a casa mental, sendo preciso um enorme esforço por parte do médium para sair desse clima. O médium torturado é antigo trabalhador do mal; espíritos torturados que torturam companheiros de trabalho. [ 04 ]

    E. — Dentro desse raciocínio, dentro do pouco que a gente conhece, percebe-se que essas pessoas apresentam uma noção distorcida da Espiritualidade, do Plano Espiritual e, dentro do atendimento fraterno que fazemos, dentro do encaminhamento, várias vezes ficamos sem saber se devemos encaminhá-las para o curso de orientação mediúnica ou para os outros cursos. Seria válido procurarmos orientar essas pessoas, esclarecê-las primeiro quanto à necessidade de estudar e entender melhor como se processam as relações nesses dois planos?

    B. — Qualquer ensino é útil. Se vocês organizassem um trabalho continuado de esclarecimento preliminar poderiam fazer isso, encaminhar as pessoas para o curso. Se a Casa não mantém esse trabalho preliminar, é manter a confiança em Deus, o estudo geral e encaminhá-las para o estudo.

    E. — Em relação, ainda, à mediunidade torturada, dentro do atendimento que particularmente eu faço como psiquiatra, observo que muitas pessoas que chegam a mim, aparentemente, o fazem dentro do quadro da mediunidade torturada, geralmente são quadros paranoicos, em que as pessoas apresentam um delírio ou uma ideia delirante, ou até uma coisa mal esboçada a respeito dos outros, dentro do quadro paranoide. Eu até gostaria que o senhor esclarecesse um pouquinho, pensando mesmo em uma das pessoas que frequentam a nossa Casa, ela apresenta esse quadro e me mostra, me fala das suas reações em que registra nitidamente o Plano Espiritual, em que apresenta fenômenos como se fossem de incorporação. Agora não, depois do tratamento prolongado na Casa Espírita, ela apresenta fenômenos de incorporação, fenômenos nítidos de registro do Plano Espiritual, mas o quadro mental atrapalha; então, por vezes, eu percebo claramente que é como se fosse a mediunidade e fico meio sem saber o que fazer... Este é um exemplo, existem inúmeros casos.

    B. — Mediunidade existe.

    E. — É um tipo de mediunidade torturada?

    B. — Não é um tipo, é a mediunidade, mediunidade torturada. Mediunidade existe, mas as criaturas, por força dos erros, das dificuldades pessoais, da descrença, por força das oportunidades perdidas, não conseguem ter o crédito ou o merecimento de poderem trabalhar sem grandes obstáculos diante da vida. Você compreendeu? Porque o mérito, no campo do trabalho da mediunidade, existe; tudo tendo em vista o próprio progresso do homem. A mediunidade não lhe é dada para satisfação, e sim para o exercício do bem, pagamentos passados. Se lhe falta a razão, como você vai poder exercer esse pagamento? No caso da pessoa citada, ela tem, especificamente, a mediunidade que reside nela, mas totalmente incapacitada pela sua falta de razão.

    E. — Comprometimento mental mesmo, não?

    B. — Comprometimento mental, é isso o que acontece. Você terá, no caso, mediunidade torturada porque a própria mente dela atrai maus espíritos ou espíritos em desequilíbrio; não permanentemente, porém, ela não terá nenhuma guarda espiritual em torno dela, para protegê-la desses assédios referidos.

    E. — Balthazar, dentro disso tudo que o senhor está nos falando, como é que vamos trazer uma criatura que tenha mediunidade torturada, de forma a utilizar bem essa mediunidade, ou seja, ela tem uma sintonia com o lado inferior; ela teria que mudar a maneira de pensar, ela teria que mudar...

    B. — Substancialmente.

    E. — Mas há possibilidade de mudança? Pelo que eu entendi, são pessoas que agiram no mal e ainda vêm ligadas ao mal...

    B. — Mas e o arrependimento? Ela tem o arrependimento ao alcance das mãos, se ela não o utiliza... você compreende? Ela tem os mecanismos, se não os utiliza...

    E. — Seria pelo estudo e pelo trabalho?

    B. — Somente essas duas fontes, a determinação vem como decorrência. Médiuns torturados no Plano Espiritual pedem uma reencarnação difícil, em que sejam chamados cedo para o trabalho da mediunidade e as dores sejam permanentes, para não haver distrações.

    E. — E eles têm capacidade de perceber isso?

    B. — Todos são avisados. Não há um que inicie um trabalho sem que tenha feito um compromisso com os planos que o dirigem, não há um.

    E. — O senhor pode fazer uma distinção entre mediunidade torturada e auto-obsessão?

    B. — O médium com mediunidade torturada traz o estigma da mediunidade e o estigma da perturbação mental. O mecanismo é simples de distinção. Ele terá uma tarefa, virá reencarnado para uma tarefa, com o problema específico de desenvolver um nível de trabalho. Ao reencarnar, por força de seus débitos do passado, ele trará a mediunidade extremamente ou estreitamente ligada a espíritos que o perturbam, que o perseguem; antigos comparsas. Ele retorna, e todo o seu gênero de atividades, todo o seu gênero de trabalho mediúnico sofrerá muito em função do trabalho que ele deveria desempenhar bem e não desempenha, por causa das companhias espirituais. Já a criatura que se auto-obsidia, pode-se dizer que não vem com uma tarefa específica da mediunidade. Ela se auto-­obsidia por um processo assemelhado ao da autopunição. O que eu quero dizer é que médium torturado é todo aquele que vem com uma tarefa de trabalho específico e está mal acompanhado, e os outros estão mal-acompanhados sem virem com uma tarefa específica. Compreenderam?

    E. — Nesse caso, esse mecanismo da autopunição é derivado ainda

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