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Fatores impeditivos e facilitadores ao crescimento da igreja: uma análise missiológica em região urbana
Fatores impeditivos e facilitadores ao crescimento da igreja: uma análise missiológica em região urbana
Fatores impeditivos e facilitadores ao crescimento da igreja: uma análise missiológica em região urbana
E-book148 páginas1 hora

Fatores impeditivos e facilitadores ao crescimento da igreja: uma análise missiológica em região urbana

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Sobre este e-book

Tem-se visto em alguns contextos missionários não somente a necessidade de plantar novas igrejas em locais onde o evangelho não tenha chegado, mas revitalizar igrejas que estão em declínio ou estão com as portas de seus templos fechadas. Por outro lado, há um grupo pequeno de igrejas que estão em franco crescimento. A intenção deste livro é encontrar o fundamento bíblico para prevenir as igrejas dos fatores impeditivos, e avaliar à luz das escrituras os fatores facilitadores ao crescimento, a fim de nortear o trabalho missionário em seu esforço de revitalização. A metodologia utilizada se interessa primeiramente no que a bíblia revela a respeito da eclesiologia e práxis da igreja, principalmente dos princípios fundamentais encontrados no livro dos Atos dos Apóstolos 2,42. O segundo aspecto da investigação considera a história da Igreja, tencionando identificar a presença destes princípios em certos períodos de expansão da igreja. O terceiro aspecto é análise das respostas da pesquisa de campo realizada pelo autor e aplicada em algumas igrejas batistas. Desta forma, procura-se analisar fatores impeditivos e facilitadores ao crescimento das igrejas, buscando identificar princípios bíblicos que contribuam para a saúde da igreja.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de jan. de 2022
ISBN9786525220758
Fatores impeditivos e facilitadores ao crescimento da igreja: uma análise missiológica em região urbana

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    Fatores impeditivos e facilitadores ao crescimento da igreja - Márcio Pureza

    CAPÍTULO I FUNDAMENTOS BÍBLICOS: PRINCÍPIOS DE UMA IGREJA CRISTÃ SAUDÁVEL.

    INTRODUÇÃO

    Qualquer estudo missiológico que busque compreender os fatores impeditivos e facilitadores ao crescimento da igreja precisa, necessariamente, partir de uma análise bíblica a respeito da eclesiologia. Entender o conceito bíblico eclesiológico é importante para direcionar a igreja em sua missão bem como em seus princípios e práticas. Assim, a igreja pode evitar expectativas que o próprio Senhor não gerou quando a instituiu, mas que deve corresponder àquelas de origem. Portanto, são elucidados neste capítulo alguns textos relativos ao assunto em tela, com a intenção de contribuir com a academia teológica e com a igreja local, com vistas ao aperfeiçoamento das práticas de princípios encontrados na primeira comunidade cristã, a fim de um desenvolvimento de uma igreja saudável.

    1.1. IGREJA: SUA NATUREZA E ORGANIZAÇÃO.

    A igreja como organização é visível, à chamada igreja institucional¹, é um grupo de pessoas reunidas em algum local e organizadas em nome de Cristo. Em sua realidade espiritual a igreja é invisível e universal², na qual agrega a comunidade de todos os cristãos genuínos, de todos os tempos. O agrupamento visível e a comunidade espiritual, não se devem considerar como duas entidades, mas como uma única realidade complexa, formada pelo duplo elemento humano e divino (LG 8). Com isso se vê a igreja visível como expressão da invisível, reconhecendo-se que essa última é alvo a ser perseguido.

    Para determinar a natureza de uma organização, primeiro é preciso inquirir: de que forma se constituem os seus membros³? A igreja genuína e invisível consiste nos eleitos, regenerados que se uniram a Cristo por meio de uma genuína profissão de fé⁴. Essa é a igreja que Cristo amou e pela qual se entregou por ela para apresentar a si mesmo a Igreja, gloriosa, sem mancha nem ruga, ou coisa semelhante, mas santa e irrepreensível ⁵ (Ef 5,27).

    Todos os crentes, em quem o Espírito de Deus habita, são membros da igreja que é o corpo⁶ de Cristo, não importa com que organização eclesiástica estejam conectados, e mesmo que não participem de alguma igreja local⁷. Todavia, o natural é que quando alguém se torna um cristão, ele se una a uma igreja local porque isso é a expressão daquilo em que Cristo o tornou – um membro de seu corpo⁸. Assim, só podem ser apropriadamente membros da igreja local os que anteriormente se tornam membros da igreja invisível; pois se entende que se tornaram pessoas regeneradas⁹.

    O pastor batista Mark Dever está convencido de que o problema fundamental é a maneira como os cristãos concebem suas igrejas, e entendem erroneamente a natureza da regeneração¹⁰. Reavaliar o conceito bíblico de membresia na igreja é alternativa válida para a solução de conflitos internos da igreja contemporânea. Dever afirma:

    A igreja não é algo para você e para cada membro de sua família por descendência física e natural [...] Não, o Novo Testamento ensina que a igreja é para os crentes, para aqueles a quem o Espírito de Deus outorgou o novo nascimento e que se reúnem em uma comunidade pactual [...] Se você ler a história das primeiras igrejas relatada no livro de Atos dos Apóstolos, não achará evidência de que alguma daquelas igrejas tinha como seus membros pessoas que não eram crentes¹¹.

    A forma em que as pessoas se unem a igreja local influência grandemente sua atuação como membros. O pensamento do pastor batista e fundador do ministério propósitos Rick Warren colabora com isso:

    Acredito que o curso mais importante em uma igreja é o de membresia, porque dará o rumo e o nível de expectativa de tudo o que virá a seguir. A melhor hora de solicitar um forte compromisso do membro é no momento em que ele se une à igreja. Se você requer muito pouco de um candidato a membro, muito pouco também deverá esperar dele depois. Assim como um curso fraco de membresia gera uma congregação fraca um curso sólido gera uma comunidade forte¹².

    O zelo no processo de ingresso é de suma importância. Expor e compreender os motivos que levaram o indivíduo a ingressar a igreja local, evitará que ele chegue bem perto da vida eterna, sendo recebidos no seio da igreja local e tendo desfrutado de sua proteção e carinhoso cuidado, sem de fato ter passado pela experiência da salvação¹³. Todavia, o cuidado exacerbado no processo de ingresso a uma igreja local pode ser prejudicial. Por isso, o exegeta e pastor presbiteriano Charles Hodge faz a seguinte advertência:

    A tentativa de preservar a pureza da Igreja com mais austeridade do que a Bíblia são totalmente fúteis. Não há como separar o joio do trigo. Tais tentativas são não apenas fúteis, mas também prejudiciais. Violam o plano de Deus. Excluem da vigilância e do cuidado da Igreja multidões a quem ele ordena que seu povo cuide e abrigue. Ao confinar a Igreja visível aos comungantes, a grande maioria, inclusive da semente dos fiéis, é lançada fora¹⁴.

    A segunda pergunta que pode contribuir para determinar a natureza de qualquer organização é: com que objetivo ela é formada?¹⁵ O objetivo primário da igreja local é a glória de Deus no estabelecimento completo do seu reino tanto nos corações dos crentes como no mundo¹⁶. A glória de Deus é o objetivo de todas as coisas. Esse alvo teocêntrico da vida humana, não é algo que nos separa do restante da criação. Pelo contrário, é algo que partilhamos com o restante dela. A diferença é que os seres humanos devem glorificar a Deus de maneira exclusivamente humana¹⁷. Todas as coisas que se faz como comer ou beber devem estar subordinadas a esta consideração mais importante: a glória de Deus (I Co 10,31)¹⁸. Assim também a igreja no exercício de seus ministérios no cumprimento de sua missão deve estar subordinada a esta consideração, o qual é seu real objetivo.

    Elucidar a missão da igreja e seus propósitos contribui para que seus esforços se concentrem no que é realmente essencial. Destarte, "os propósitos não somente definem o que fazemos, como também o que não fazemos¹⁹". Dayton e Fraser afirmam:

    A igreja recebeu inúmeras ordens e modelos que revelam o que ela deve ser e fazer. Não é difícil catalogar um grande número de ordens específicas dadas aos cristãos primitivos e suas igrejas, ordens para se dedicar ao cuidado e orientação das pessoas, ao testemunho, à adoração, ao estudo e à contribuição. [...] Existem tantas coisas importantes e necessárias que a igreja deve ser e fazer que o eixo ao redor do qual todas elas giram pode ser perdido caso um aspecto ou detalhe seja tratado à parte dos demais. No final, todas essas imagens e ordens estão baseadas na realidade de que a Igreja é um resultado e ao mesmo tempo um participante da missão de Deus²⁰.

    A missão e os propósitos da igreja podem ser entendidos em termos de ministério com relação a Deus, ao mundo e a comunidade local de cristãos²¹. Uma igreja forte terá ministérios eficazes nestas três dimensões de atuação. Qualquer tentativa em reduzir o propósito da igreja em apenas uma resultará em negligência das outras duas²².

    1.1.1. A MISSÃO DA IGREJA EM RELAÇÃO A DEUS

    Em Mateus 22,37, Jesus descreve o grande mandamento que consiste em amar a Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu espírito. A palavra que descreve esta missão da igreja é adoração. Em Colossenses 3,16, Paulo exorta à igreja que louve a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais. Quando a igreja está adorando ela não está se preparando para algo a mais; está cumprindo com sua principal missão em referência ao Senhor, que a escolheu em Cristo, para seu louvor e glória (Ef 1,12)²³.

    Rick Warren afirma que a igreja existe para adorar a Deus, e este deve ser o primeiro propósito da igreja, não importa se estão em um pequeno grupo ou em uma multidão de pessoas²⁴. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles (Mt 18,20). O local de adoração não precisa ser necessariamente um prédio (At 17,24). Entretanto, é imprescindível adorar em espírito e em verdade (Jo 4,21-24)²⁵.

    A adoração não é apenas um ato contemplativo da igreja em relação a Deus. Ela se manifesta através das ações da igreja, que as conduz principalmente a cumprir com sua missão em relação ao mundo.

    Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso: pois quem não ama seu irmão, a quem vê, a Deus, a quem não vê, não poderá amar. E este é o mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão (1Jo 4.20-21).

    1.1.2. A MISSÃO DA IGREJA EM RELAÇÃO AO MUNDO

    A chamada de Abrão (Gn 12,1-3) é um texto chave no Antigo Testamento para compreensão da missão da igreja em relação ao mundo. Da mesma forma que Abrão é chamado para espalhar a bênção, a igreja tem esta responsabilidade. Wright afirma "se estamos em Cristo, não só partilharmos da bênção de Abraão, mas somos comissionados para espalhar a bênção de

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