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Vivenciando uma igreja orgânica: Um guia essencial para a plantação de comunidades que realmente transformam vidas
Vivenciando uma igreja orgânica: Um guia essencial para a plantação de comunidades que realmente transformam vidas
Vivenciando uma igreja orgânica: Um guia essencial para a plantação de comunidades que realmente transformam vidas
E-book305 páginas4 horas

Vivenciando uma igreja orgânica: Um guia essencial para a plantação de comunidades que realmente transformam vidas

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Sobre este e-book

Vivenciando uma igreja orgânica é um guia essencial para encontrar, plantar e desenvolver comunidade cristãs. A partir da Escritura e da experiência no mundo real, você terá em mãos ferramentas novas e práticas para encontrar e plantar igrejas transformadoras de vidas que não apenas crescerão, mas se multiplicarão.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de mar. de 2021
ISBN9786589767138
Vivenciando uma igreja orgânica: Um guia essencial para a plantação de comunidades que realmente transformam vidas

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    Vivenciando uma igreja orgânica - Frank Viola

    parteiras.

    PARTE UM

    PLANTANDO A SEMENTE

    Princípios bíblicos para a plantação de igrejas

    CAPÍTULO 1

    O PADRÃO DIVINO DA FORMAÇÃO DE IGREJAS

    Devemos retornar ao princípio, ao gênesis da igreja, para observarmos o que ele disse e fez. É lá que encontramos a mais elevada expressão de sua vontade. Atos é o gênesis da história da igreja, e a igreja no tempo de Paulo é o gênesis da obra do Espírito. As condições na igreja atual são muito diferentes das daquele tempo, mas essas condições presentes nunca poderiam ser nosso exemplo, ou nosso guia confiável; devemos retornar ao princípio. Somente o que Deus tem exposto como nosso exemplo no princípio é a eterna vontade divina.

    – Watchmann Nee

    Nos últimos cinquenta anos, aproximadamente cem livros foram escritos sobre plantação de igrejas. Alguns deles resumiram o assunto à pura ciência. No entanto, poucos deles discutem o modo como as igrejas foram plantadas no início, o que é surpreendente.

    Em minha opinião, trata-se de um grande erro ignorar o que encontramos no livro de Atos, com respeito à maneira na qual as comunidades cristãs nasceram no primeiro século. Como Watchmann Nee escreve:

    Nunca consideremos esses primeiros capítulos de Atos como inaplicáveis hoje. Assim como o livro de Gênesis, os Atos dos Apóstolos revelam os princípios dos caminhos de Deus, e o que ele fez ali estabelece um padrão para sua obra hoje.¹

    O Novo Testamento apresenta quatro maneiras como as igrejas foram plantadas no primeiro século. Essas formas não eram novidades culturais ou ideias espertas de mortais inteligentes. Acredito que tiveram origem no próprio Deus.

    O Modelo Jerusalém

    O primeiro modelo ocorreu na cidade de Jerusalém. Doze apóstolos plantaram uma igreja por meio da pregação de Jesus Cristo (At 2.14–8.3). Depois de certo período, a igreja se multiplicou por meio da transplantação ou da migração.²

    Como essa abordagem começou primeiro em Jerusalém, nós a chamaremos de Modelo Jerusalém. De acordo com a narrativa do Novo Testamento, depois de quatro anos, as sementes da igreja de Jerusalém foram espalhadas e transplantadas por toda a Palestina.³ Por causa da perseguição, os crentes em Jerusalém mudaram-se para outros locais, compartilharam sua fé e as igrejas brotaram como consequência (At 8.1–8; 11.19–21). Por um certo tempo, os doze apóstolos permaneceram na cidade.⁴

    Uma das características extraordinárias da dispersão de Jerusalém é que todos os cristãos ali haviam experimentado a vida da igreja orgânica antes de se mudarem para formar novas igrejas. Em outras palavras, eles levaram para outras religiões sua experiência de Cristo e da igreja. Esse é um ponto vital que veremos mais adiante.

    De forma significativa, as igrejas recém-transplantadas na Palestina receberam a ajuda dos apóstolos – embora eles não as tivessem plantado diretamente. Os Doze circularam para as novas igrejas plantadas, regando as sementes e arrancando as ervas daninhas (At 9.32–11.30). Embora ajudassem a estabelecer e a encorajar essas novas igrejas, os apóstolos não viviam nelas, nem controlavam seus assuntos.

    O Modelo Antioquia

    A maneira clássica como as igrejas eram plantadas no primeiro século começou em Antioquia, na Síria. Esse modelo de plantação de igrejas é mais claramente observado em Atos 13.1–20.38. Aqui descobrimos que Paulo e seus cooperadores foram enviados de Antioquia para estabelecer igrejas no sul da Galácia, na Grécia e na Ásia Menor. Esse modo de plantar igrejas pode ser chamado de Modelo Antioquia. Mas também pode ser denominado de plantação de semente nova.

    (Incidentalmente, as jornadas de Paulo são mais bem descritas como viagens de plantação de igreja ou jornadas apostólicas. O termo popular jornada missionária foi criado no século 19 e é um ajuste pobre à natureza e ao alvo do ministério de Paulo.⁶ Veremos mais sobre isso adiante.)

    O Modelo Antioquia pode ser descrito da seguinte maneira: um apóstolo caminha de mãos vazias em uma cidade para pregar sobre Jesus Cristo. Ele não prega As Quatro Leis Espirituais, o plano da salvação ou teologia cristã. Nem prega a si mesmo (2Co 4.5). Ao contrário, ele prega sobre uma Pessoa – Jesus Cristo.

    Novos convertidos são feitos como resultado da pregação de Cristo. Alguns deles podem ser pessoas religiosas, que já têm um relacionamento com Deus (os judeus). Outros nunca o encontraram antes (os gentios).

    Após levarem as pessoas a um encontro genuíno com Deus em Cristo, os apóstolos mostram à jovem igreja como viver a vida interior de seu Senhor recém-descoberto. Ele revela aos crentes o propósito eterno de Deus, e isso se torna a visão intensa da igreja. (Note que o propósito eterno de Deus – sua grande missão – está centrado em Deus, não no ser humano.) Em suma, o apóstolo transmite aos espíritos da comunidade da fé a mesma visão celestial que ele recebeu (At 26.13; Gl 1.15–16).

    O apóstolo também passa à nova igreja a tradição apostólica que se originou com Jesus (1Co 11.2; 2Ts 2.15; 3.6). Ele desvela as riquezas insondáveis de Cristo, sua grandeza e sua autossuficiência aos corações do povo de Deus (Ef 3.8). É isso o que significa edificar uma igreja sobre Jesus Cristo como o único fundamento (Mt 7.24ss.; 16.16–18; 1Co 3.11; Ef 2.20). Ter o Senhor Jesus Cristo como fundamento significa que a igreja aprende a depender de Cristo, descansar e viver totalmente nele.

    O evangelho que os apóstolos do primeiro século pregaram era do senhorio de Cristo e da pura e infalível graça de Deus. Paulo de Tarso, por exemplo, não formava pessoas com regras, obrigações religiosas ou legalismo. Ao contrário, ele pregava um evangelho de uma graça tão elevada e tão poderosa que chutava os portões do inferno – libertando o judeu de obrigações religiosas e o gentio da imoralidade. Seu evangelho tinha duplo efeito e era vigoroso.

    Como consequência desse ministério, a igreja recém-descoberta ficou inundada das glórias, das alegrias e da liberdade de Jesus Cristo (At 13.52; 2Co 1.24; 3.17). Note que os primeiros apóstolos haviam dado uma revelação gloriosa e de tirar o fôlego sobre Cristo, que derramou de seus espíritos antes que eles pudessem comunicar essa revelação a outros. Considere as palavras de Paulo:

    Revelar o seu Filho em mim para que eu o anunciasse.

    (Gl 1.16)

    O fruto imediato e há muito esperado dessa visão celestial foi este: os membros do povo de Deus se apaixonaram por seu Senhor e uns pelos outros.

    Na realidade, Paulo e seus colaboradores instruíram os novos cristãos sobre como viver por Cristo que neles habitava. Eles lhes mostraram como ter comunhão com o Senhor, juntos e individualmente. Equiparam o povo de Deus para funcionar comunitariamente sob a liderança direta do Senhor, sem qualquer intervenção humana. Os apóstolos também prepararam os crentes para as lutas que seriam obrigados a enfrentar no futuro (At 14.22; 20.31; 1Ts 3.4). Consequentemente, o ministério apostólico não era apenas espiritual; era intensamente prático.

    Após saturar os novos crentes com a revelação de Cristo, Paulo fez o impensável. Ele abandonou a igreja nas mãos do Senhor. Gentilmente empurrou os crentes para fora de seus ninhos e deixou que tomassem conta de si mesmos. E fez isso arregimentando um pastor, um clérigo ou indicando líderes para supervisioná-los. Além disso, deixou que a igreja caminhasse com suas próprias pernas em seus primeiros dias e que ela aprendesse a se virar diante da perseguição iminente.

    De acordo com o Modelo Antioquia, o apóstolo normalmente passava uns três meses lançando as bases de uma igreja antes de deixá-la. Isso significa que Paulo e seus cooperadores abandonavam uma igreja quando ela estava apenas começando a engatinhar. Líderes por fim surgiram a partir das muitas reuniões e foram publicamente reconhecidos. Mas isso veio mais tarde. E a tarefa dos presbíteros nunca era governar ou controlar a igreja. Tampouco monopolizar seu ministério. (Discuti isso mais detalhadamente em outra ocasião.)

    Não obstante, uma vez tendo deixado a igreja, o apóstolo não retornava por um longo período, algo entre seis meses e dois anos.

    Esse é o padrão de plantação de igrejas a nós demonstrado por Paulo depois que ele foi enviado a Antioquia. Que evangelho poderoso e à prova de fogo que Paulo deve ter comunicado a esses novos convertidos! Que confiança no Cristo ressurreto ele deve ter tido para fazer algo tão impressionante como deixar uma igreja andar com as próprias pernas enquanto ainda usava fraldas! Roland Allen, de forma astuta, observa:

    Os fatos são estes: Paulo pregava em um lugar durante cinco meses e então deixava atrás de si uma igreja, não verdadeiramente livre da necessidade de direção, mas capacitada a crescer e se expandir… A pergunta que se nos apresenta é: como ele poderia então treinar seus convertidos para poder deixá-los, depois de tão pouco tempo, com alguma segurança de que eles conseguiriam ficar em pé e crescer? Parece, à primeira vista, quase inacreditável… O que ele poderia ter lhes ensinado em cinco ou seis meses?¹⁰

    O resultado final é que o evangelho do apóstolo era testado em sua essência. Se o evangelho que ele pregava era de fato o de Cristo ou, como Paulo coloca – se fosse feito de ouro, prata e pedras preciosas, – a igreja resistiria às crises (1Co 3.6–15). Por outro lado, se o evangelho que o apóstolo trouxe fosse feito de materiais combustíveis – madeira, feno ou palha – seria queimado quando o fogo chegasse para testá-lo.¹¹

    Se um apóstolo planta uma igreja usando materiais não perecíveis e ela é alimentada de modo apropriado, tudo de que necessita irá se desenvolver espontaneamente de dentro dela mesma. Em tempo, profetas, pastores, evangelistas, administradores, etc. irão natural e organicamente emergir – tão natural e organicamente quanto os membros físicos se desenvolvem em uma criança, à medida que ela se desenvolve. T. Austin-Sparks fala dessa experiência, dizendo:

    Assim, tendo deixado de lado todo o sistema anterior de cristianismo organizado, nós nos comprometemos com o princípio orgânico. Nenhuma ordem foi estabelecida, nenhum oficial ou ministérios foram indicados. Deixamos isso com o Senhor para tornar manifesto por meio do dom e da unção que eram os seus escolhidos para a supervisão e o ministério. O ministério de um só homem nunca emergiu. Os supervisores nunca foram escolhidos por voto ou seleção, e certamente não pelo desejo expresso de nenhum líder. Nenhum comitê ou grupo oficial jamais existiu em nenhuma parte do trabalho. Coisas importantes surgiram a partir da oração.¹²

    Esse desenvolvimento orgânico é básico para todas as formas de vida. Uma semente de rosa tem dentro de seu germe um caule, folhas e uma flor esperando brotar. Se a semente for plantada e devidamente alimentada, essas características irão naturalmente se manifestar a seu tempo. Da mesma maneira, os dons e ministérios necessários à igreja de Jesus Cristo irão naturalmente se desenvolver se ela for plantada e devidamente alimentada – pois estão inseridos em seu DNA.

    Biblicamente falando, uma igreja é um organismo espiritual, não uma organização humana.¹³ Ela é uma entidade biológica. Como tal, se desenvolve naturalmente quando o agente que a planta a deixa se desenvolver por conta própria. É claro que plantadores de igreja devem retornar periodicamente para regá-la, fertilizá-la e arrancar as ervas daninhas que buscam sufocar sua vida. Portanto, uma grande parte da tarefa de um apóstolo é manter elementos estranhos fora da igreja, para que ela possa crescer natural e organicamente. (Mais sobre o assunto, adiante.)

    Essa compreensão do desenvolvimento da igreja está em contraste absoluto com o modelo predominante que tenta indicar vários ministérios e dons (como presbíteros, profetas e mestres) com base em uma aderência pro forma a um padrão do Novo Testamento. Um método mecânico assim de formação de igreja só produzirá uma imagem patética e inconsistente da própria igreja. É como tentar criar uma rosa posicionando o caule, as folhas e pétalas e então os unindo com um fio de náilon. Trata-se de uma violação da natureza orgânica inata da igreja, e desafia a realidade bíblica de que a ekklesia é, de fato, um organismo vivo.

    Portanto, o Modelo Antioquia se apoia sobre suposições de que a igreja é orgânica, nascida de uma apresentação de Jesus Cristo e que cresce organicamente na ausência do apóstolo fundador depois que ele a deixa andar com as próprias pernas. No entanto, seu retorno é requerido para supervisionar o crescimento da igreja e evitar que elementos estranhos sufoquem e corrompam sua vida (At 13–20). Como Howard Snyder diz, o crescimento da igreja é uma questão de remover os impedimentos para o crescimento. A igreja irá crescer naturalmente se não estiver limitada por barreiras não bíblicas.

    O Modelo Antioquia, ou plantação de semente nova, é a maneira clássica na qual as igrejas eram erguidas no primeiro século. De novo, Roland Allen observa, de forma imparcial:

    Em poucos anos, ele [Paulo] edificou a igreja sobre uma base firme, de modo que podia deixá-la crescer na fé e na prática, lidar com seus próprios problemas e superar todos os perigos e impedimentos, de dentro e de fora.¹⁴

    Assim, no Modelo Jerusalém, a igreja deixa o obreiro apostólico. Mas no Modelo Antioquia o obreiro apostólico deixa a igreja. O resultado final, no entanto, é o mesmo: uma vez estabelecida a fundação de uma igreja por um obreiro apostólico, o povo de Deus é deixado para andar com suas próprias pernas sem qualquer ajuda externa. Comparando os Modelos Antioquia e Jerusalém, Watchman Nee escreve:

    Encontramos aqui duas maneiras de pregar o evangelho e de estabelecer igrejas – dois métodos distintos, ilustrados respectivamente por Jerusalém e Antioquia. A partir de Antioquia, os apóstolos seguem adiante; a partir de Jerusalém, santos espalhados seguem adiante. No primeiro caso, grupos de apóstolos se mudam – talvez seja Paulo e Barnabé, ou Paulo e Silas, ou Paulo e Timóteo – para pregar o evangelho de lugar em lugar, formar igrejas e retornar. No outro caso, os que creem emigram para novas cidades e novas terras, pregando e contando sobre o Senhor Jesus onde quer que vão; e onde quer que esses que migram são encontrados, igrejas brotam.¹⁵

    O Modelo Éfeso

    Um terceiro tipo de plantação de igrejas começou na cidade de Éfeso. Portanto, nós o chamaremos de Modelo Éfeso. Em seus últimos anos, Paulo viajou a Éfeso. Antes de descer àquela cidade, no entanto, ele havia plantado aproximadamente oito igrejas em um período de sete anos.

    O que Paulo conquistou em Éfeso foi tão único quanto brilhante. Transformou aquela cidade em um centro de treinamento a partir do qual o evangelho avançaria e onde jovens poderiam ser treinados para plantar igrejas. Ele alugou um local de reuniões chamado Escola de Tirano, onde pregava e ensinava todos os dias das 11 da manhã às 4 da tarde.¹⁶ Essa parte do treinamento continuou por dois sólidos anos. Os homens que Paulo treinou eram:

    •Tito, de Antioquia.

    •Timóteo, de Listra.

    •Gaio, de Derbe.

    •Aristarco, de Tessalônica.

    •Secundo, de Tessalônica.

    •Sopator, de Bereia.

    •Tíquico, de Éfeso.

    •Trófimo, de Éfeso.

    Epafras, de Colossos, também poderia ser acrescentado a essa lista. Parece que Paulo o levou ao Senhor enquanto ele estava em Éfeso.¹⁷ Algum tempo depois, Epafras plantou três igrejas no vale do Lico, na Ásia Menor; uma em Colossos, uma em Laodiceia e uma em Hierápolis (Cl 1.7; 4.12–13). O estudioso do Novo Testamento, Donald Guthrie, observa:

    Deve ter sido durante esse período, por exemplo, que as igrejas em Colossos, Laodiceia e Hierápolis, todas no vale do Lico, foram estabelecidas, embora Paulo não as visitasse. Homens como Epafras e Filemom, que eram conhecidos do apóstolo, possivelmente se encontravam sob sua influência na escola de Tirano.¹⁸

    Na mesma veia, F. F. Bruce escreve:

    Para esta grande cidade, então, Paulo veio… e permaneceu ali grande parte dos três anos, dirigindo a evangelização de Éfeso e da província como um todo. Ele foi claramente assistido nesta obra por vários colegas – como Epafras, que evangelizou as cidades frígias do vale do Lico (Colossos, Laodiceia e Hierápolis) – e assim efetivamente fez sua obra de modo que, como Lucas afirma, todos os residentes da Ásia ouviram a palavra do Senhor, judeus e gentios.¹⁹

    Enquanto o Novo Testamento não diz explicitamente que Paulo treinou oito homens em Éfeso, ele sugere isso fortemente. Considere os seguintes pontos:

    •Todos os oito homens estavam presentes em Éfeso com Paulo durante sua longa estada ali. ²⁰ Assim como os doze viveram com Jesus por três anos e meio, os aprendizes de Paulo viveram com ele por aproximadamente o mesmo período. Em Éfeso, Paulo duplicou o ministério de Jesus Cristo na Galileia.

    •Os oito homens serviram como representantes de suas igrejas para levar uma contribuição financeira a Jerusalém. No entanto, em vez de viajarem diretamente a Jerusalém com sua contribuição, eles encontraram Paulo em Éfeso e permaneceram com ele por três anos. Timóteo e Gaio foram da Galácia, que é muito mais próxima de Jerusalém do que Éfeso.

    •Paulo falou na escola de Tirano, cinco horas por dia, por dois anos. A intensidade de seu ministério tem todas as marcas do treinamento sobre ele.

    •Paulo pagava por suas necessidades e pelas necessidades desses homens (At 20.34). Por que ele os sustentaria se não os estivesse treinando?

    •Depois da viagem a Éfeso, Paulo enviou esses homens para trabalhar com as igrejas que ele plantara e para plantar novas igrejas em novos territórios. Isso é semelhante ao que Jesus fez ao enviar os Doze em sua missão experimental (Mc 6.7).

    David Shenk e Ervin Stutzman resumem o Modelo Éfeso muito bem, dizendo:

    Quando Paulo deixou Éfeso, levou com ele um grupo de pessoas para visitar algumas das igrejas que ele plantara na Macedônia e na Grécia. Podemos supor que essas pessoas eram líderes que ele havia treinado em Éfeso. Ele queria que eles conhecessem as igrejas sobre as quais lhes contara em suas aulas de plantação de igrejas. Essas pessoas incluíam Sopater, Aristarco, Segundo, Gaio, Timóteo, Tíquico e Trófimo. Ele queria que esses líderes fossem experimentados em desenvolver igrejas na Ásia e também que experimentassem a comunhão cristã em igrejas europeias. Essa jornada era, para os líderes que Paulo estava treinando, uma viagem de plantação de igrejas que contrastava vários grupos culturais.²¹

    Uma vez que os alunos de Paulo eram de diferentes igrejas de diversas regiões (Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia), eles indubitavelmente aprendiam uns com os outros à medida que compartilhavam suas experiências únicas de vida de igreja orgânica em sua própria cultura. Mais tarde, no treinamento em Éfeso, Paulo enviou seus oito alunos por toda a Ásia Menor para pregar o evangelho de Cristo e plantar novas igrejas. Algumas delas estão relacionadas em Apocalipse 2 e 3. F. F. Bruce escreve:

    Enquanto Paulo permaneceu em Éfeso, vários de seus colegas desenvolveram atividades ministeriais em cidades vizinhas. Durante esses anos, seu colega Epafras parece ter evangelizado as cidades do vale do Lico, Colossos, Laodiceia e Hierápolis – cidades que Paulo evidentemente não visitou em pessoa (Cl 1.7–8; 2.1; 4.12–13). Talvez todas as sete igrejas na Ásia abordadas no Apocalipse de João também foram fundadas nessa ocasião. A província foi intensamente evangelizada, e permaneceu um dos centros principais do cristianismo por muitos séculos.²²

    Em suma, os oito alunos de Paulo eram o equivalente aos doze apóstolos do Senhor. Os Doze levaram o evangelho ao mundo judaico; os jovens cooperadores de Paulo o levaram ao mundo gentílico.

    O Modelo Roma

    O quarto e último modelo é ilustrado pela igreja em Roma. Eu o chamo de transplantação invertida. No Modelo Jerusalém, uma igreja se transplanta para muitas cidades diferentes, criando assim muitas novas igrejas. Mas no Modelo Roma, cristãos vivendo em muitas e diferentes igrejas se transplantam para uma cidade para encontrar uma nova igreja. É isso o que parece ter acontecido em Roma, na Itália.

    A evidência para esse novo modelo é convincente. Alguns estudiosos do Novo Testamento argumentam que Romanos 16 não foi escrito para a igreja em Roma, mas para a igreja em Éfeso. A razão? Paulo nunca esteve em Roma antes de escrever a carta aos romanos. No entanto, conhecia todas as pessoas citadas no capítulo 16, algumas das quais haviam vivido anteriormente em Éfeso.

    Outros afirmam que as pessoas que Paulo saúda em Romanos 16 coincidentemente se mudaram para Roma, e todas acabaram na mesma igreja. Mas essas duas teorias são improváveis.

    Parece que a igreja romana original era primeiramente judaica. Lucas nos conta que visitantes de Roma vieram a Jerusalém no dia de Pentecoste e ouviram Pedro pregar o evangelho (At 2.10). Parece que alguns deles retornaram a Roma e começaram a se reunir ali. Priscila e Áquila provavelmente faziam parte desse grupo. No entanto, no ano 49 d.C., o imperador Cláudio emitiu um decreto que expulsava todos os judeus de Roma (At 18.2).

    Quando Paulo escreve sua carta aos romanos no ano 57 d.C., muitos crentes judeus estão de volta à igreja. Muitos crentes gentios também estão nela. Em Romanos 16, Paulo saúda 26 indivíduos e cinco famílias, todos que ele conhece pessoalmente. Praticamente todos vieram das várias igrejas que Paulo plantou em anos.

    O mais provável é que Paulo tenha enviado Priscila e Áquila de volta a Roma tão logo o decreto de Cláudio foi revogado em 54 d.C. Uma pista que apoia essa visão é como Priscila e Áquila ajudaram Paulo a

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