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Efémera Liberdade
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E-book98 páginas1 hora

Efémera Liberdade

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Sobre este e-book

Uma rapariga surge abandonada frente a um pronto-socorro em Turim, em condições gravíssimas.

Quem é? Como se chama? De onde vem?

É negra, bela, tem uns olhos verdes insólitos, muito jovem.

Quanto a mais, nada se sabe dela, para os médicos, por agora, é apenas um corpo que luta entre a vida e a morte.

E é percorrendo o caminho entre a vida e a morte que a rapariga, num alucinado monólogo interior, tenta recordar-se da sua história.

No espaço e no tempo onírico do coma em que caiu, reconstrói a viagem que, há dez anos atrás, a trouxe de uma pobre aldeia em África com a promessa de instrução e de condições mais dignas de vida.

Em Itália, pelo contrário, apenas encontra o horror da pedofilia e da prostituição, é abusada, humilhada e manipulada por um circuito de poderosos e de tudo despojada, anónima e corrupta.

Uma narrativa tocante, um devastador grito de dor para todas as mulheres.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de mar. de 2022
ISBN9791220396165
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    Pré-visualização do livro

    Efémera Liberdade - Amilca Ismael

    Um

    Ali, no fundo, a penumbra desapareceu assim que a minha mãe disse como me chamo. Já não sinto dor nem frio, querido Deus, estou curada, estou mais jovem: voltei dez anos atrás, agora tenho catorze. Há luz, ar, espaço, paz, cor: estico os braços para colher o horizonte que cai do céu como um frasco de mel fervente. Estou de novo em África, onde nasci e renasci. De cima da colina perscruto longamente, com olhar firme, cada perímetro da picada. Não há vivalma, os únicos sons são os guinchos dos macacos que se agitam ruidosamente, perseguindo-se e pulando de um ramo para outro, ou o zumbido de um insecto que se move de uma flor para outra.

    O tempo está maravilhoso. No céu azul intenso voa um falcão a alta altitude com um rato pendurado entre as garras. Uma leve brisa arrasta as folhas do embondeiro num bailar lento. Mas é um rumor de folhas, não quebra o silêncio, encanta-o. Arrasto os pés pelo terreno macio, os tufos de erva fazem-me cócegas entre os dedos, e uma sensação plena e pungente sobe por todas as ramificações das minhas veias até ao coração. A satisfação de estar viva.

    Sinto-me subitamente tão feliz que largo a correr descendo do morro. A África passa-me veloz ao lado, regresso ao início da História humana como peixe nadando contra a corrente e em frente há só as pastagens verdes do

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