O Ladrão De Vidas
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O Ladrão De Vidas - James Fernando
JOHN RYDER E OS DOIS MUNDOS
LIVRO UM
O
LADRÃO DE VIDAS
Dois Mundos no Caminho para
A Terceira Guerra Mágica
James Fernando
1ª edição
2013
Copyright ©, 2013 by James Fernando
EDA/FBN – Nº de Registro: 603.961
Clube de Autores - 2013
Todos os direitos reservados ao autor.
Nesta obra, qualquer semelhança com nomes, datas e
acontecimentos reais é mera coincidência.
1ª impressão
Título
John Ryder e os Dois Mundos: O Ladrão de Vidas
Adaptação de capa
James Fernando
Revisão
Poliana Fonseca
Fernando, James
John Ryder e os Dois Mundos: O Ladrão de Vidas
Clube de Autores – 2013
1. Magia, Super Poderes, Universo Alternativo, Artes
Marciais.
2. Violência, Drogas e Sangue.
3. Ficção, Romance, Aventura, Ação, Fantasia, Saga e
Mistério.
2013
2
A minha família, por me apoiarem.
E à todos aqueles que gostarem dessa obra.
3
4
LIVRO 1
O LADRÃO DE VIDAS
1ª edição
2013
5
6
Sumário
Prólogo .......................................................................................... 9
Capítulo 1: O Órfão ................................................................... 11
Capítulo 2: Rebelião ................................................................. 32
Capítulo 3: Prisão de Alma ..................................................... 51
Capítulo 4: Vibração Negra .................................................... 63
Capítulo 5: A Vidente ............................................................... 74
Capítulo 6: A Muralha de Areia ............................................. 82
Capítulo 7: Poseidon ................................................................ 91
Capítulo 8: As Duas Primas .................................................. 102
Capítulo 9: Gold Platinum ...................................................... 111
Capítulo 10: Tempo Proibido ............................................... 123
Capítulo 11: Magi Cry............................................................. 136
Capítulo 12: Air-Fly 6000 ...................................................... 144
Capítulo 13: A Morada ........................................................... 154
Capítulo 14: Aristoldo Gregory ............................................ 163
7
Capítulo 15: Treino na Floresta ........................................... 176
Capítulo 16: As Chamas de Apollo ..................................... 190
Capítulo 17: O Ladrão de Vidas ........................................... 202
Capítulo 18: A Queda ............................................................. 211
Capítulo 19: Os Cinco Corações .......................................... 220
Capítulo 20: A Lança Dourada ............................................. 231
Trecho de A Profecia do Príncipe ........................................ 247
8
Prólogo
Um livro de ouro foi criado, e sete poderes foram selados nas
sete páginas de prata do livro. Durante a Primeira Guerra
Mágica, todos contra os vikings, o livro foi usado. Sete
escolhidos foram os portadores das páginas e seus poderes. Mas
a sétima página foi usada pelo Rei Viking. O Rei Viking,
consumado pelo poder das trevas da sétima página, massacrou o
mundo. Mas pereceu, e a Guerra Mágica foi vencida. A sétima
página foi recuperada e selada no livro junto com as outras seis
páginas. Mas nem tudo foi paz, depois de mais de 500 anos, um
novo ser surgiu, trazendo uma nova e massacrante guerra.
Conhecido como o Imperador das Trevas, seu proposito foi um
pouco mais ousado, dominação sob o medo. Depois de sua
derrota, a guerra ficou conhecida como, a Segunda Guerra
Mágica. Não se passou nem 15 anos desde a derrota do
Imperador das Trevas, uma guerra se aproxima mais rápido do
que tudo. A força total das trevas quer vingança, e seu poder
esta mais forte do que nunca, e o mundo esta caminhando na
direção da Terceira Guerra Mágica, e desta vez, a guerra vai
envolver os Dois Mundos. E tudo vai depender da escolha de
uma única pessoa... John Ryder.
Ele com a lança dourada na mão, olhou para Gabrielle que
estava sendo segurada por dois capangas. John estava diante
do trono, seu rosto estava todo sujo de terra, carvão e
manchado de sangue.
John não conseguia ficar de pé sozinho, dois capangas o
segurava pelos braços o forçando a ficar de pé. A dor era
9
imensa. Insuportável. Ele estava indefeso. Ele nunca pensou que
iria voltar naquele lugar, não depois de tudo o que já havia
passado. Seus olhos mal conseguiam ficar abertos, seu corpo
estava todo dolorido, sua perna direita quebrada, sua visão
estava embaçada.
De Gabrielle, ele olhou para John, ele estava de pé na frente do
trono, a lança em sua mão direita. Ele ergueu a mão e a
inclinou para trás do ombro, olhando diretamente para John,
ele lançou a lança dourada. A lança foi em direção ao coração
de John.
- NAAAÃOOO...!!! – gritou Gabrielle desesperada vendo a
lança a apenas 5 metros de distância indo em direção a John.
Ela se debatia tentando se livrar dos capangas, ela iria salvar o
seu amigo, nem que ela entrasse na frente e fosse atingida. Ela
tinha que fazer algo. Gritava desesperada, ela mordeu a mão de
um dos capangas, chutou a canela do outro, os dois a soltaram,
ela começou a correr em direção a John. E o tempo estava se
esgotando, John tinha apenas mais três segundos.
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CAPÍTULO 1
O Órfão
Um desejo ardente de que tudo aquilo não passasse de um
pesadelo. Mais uma vez seu braço havia sido queimado. A dor
era insuportável, agoniante, mas ele não podia ceder. Não
quando a verdade por trás daquela queimadura era, por assim
dizer, obscura.
Já de frente para o portão (um portão de grade em ferro maciço
redondo com chapa de aço), ele olhou para o prédio. Um prédio
de um andar; bege e com uma placa de aço, que dizia Orfanato
Esperança. Fechou os olhos por um segundo, respirou fundo e
entrou. Ele estava torcendo para que ninguém o abordasse, não
queria de jeito nenhum explicar onde ele havia se queimado, não
quando ele corria o risco de ser preso, mesmo tendo 14 anos.
Ele nunca quis aquilo, tudo o que ele queria era ter uma vida
normal, mesmo sendo órfão. Mas parecia que os problemas o
perseguem. Quando ele tinha sete anos, se viu, de algum jeito;
mesmo estando a metros de distância, culpado de explodir um
carro; um Toyota Corolla 2005 prata. Quando tinha oito anos,
causou pânico na rua da escola. Nove anos, ele destruiu quatro
viaturas de policia que o perseguia. O único problema? Ele não
se lembra de nada disso, só se lembra de ser acusado. Talvez
seja por isso que a Sra. Mercy o odeia, o trate tão mal; ele tenta
se convencer disso, mesmo sabendo que ela o trata mal desde
que ela passou a trabalhar ali, no orfanato, desde quando ele
tinha quatro anos. E lá estava ela, saindo da cozinha, ele já
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estava fechando a porta da frente do orfanato. Já era por volta
das oito da noite quando ele chegou no orfanato. Sra. Mercy o
fitava com aqueles olhos marrom-terra; Sra. Mercy era uma
mulher acima do peso, devia pesar em torno de 102 quilos, era
bem desengonçada. Seu rosto gordo, porém, quadrado, e seu
nariz de bruxa faziam John ter pesadelos a noite quando era
mais novo. Ela usava uma camisa de algodão e poliéster azul
céu, com uma estampa na frente que diziam Obedece ou morre! ,
era algo obviamente, explicito, para os órfãos, obedecer ou
sofrer as consequências. Com seu salto alto vermelho de fitas
entrelaçadas em seus pés, ela caminhou para perto dele.
- Sete horas! – Sra. Mercy disse o encarando com aqueles olhos
sedentos por sangue, sua voz estava alta, quase gritando; sua voz
era estridente e insuportável. – Este é o horário para estar de
volta. Já passam das oito. Parece que você gosta de limpar a
cozinha toda sozinho! Você tem uma hora para se arrumar e
comer, deu onze horas, quero ver a cozinha limpa e brilhando...!
Com o braço esquerdo virado de um jeito para que ela não visse
a queimadura, e de um jeito normal, sem chamar a atenção. Ele
conteve sua frustração, sua dor, olhou para ela e disse:
- Sim senhora...
- Sim senhora... – ela repetiu em uma gozação irritante.
John respirou fundo e subiu a escada para o andar de cima. O
chão do prédio era feito de madeira envernizada; tinha uma cor
marrom quase vinho. Ao chegar no topo da escada, olhou pela
janela, e lá estava, no outro lado da rua, a mesma limusine preta
que ele viu de manhã. Provavelmente era alguém importante
visitando a vizinhança. Mas ele não tinha tempo para isso, ele
tinha que se tratar, amenizar a dor escaldante, mesmo sabendo
que na manhã seguinte iria passar, sempre passa. Ele andou pelo
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corredor, que só tinha três portas, seguindo em frete, no fim do
corredor, havia a porta que dava para o escritório da diretora. Do
lado direito do corredor havia a porta do quarto dos meninos, e
do lado esquerdo a porta do quarto das meninas. Ele correu ate o
quarto dos meninos.
O quarto era enorme, grande o suficiente para acomodar as doze
camas, seis em cada lado do quarto. Uma janela enorme de
frente para a porta sem cortinas, a cama de John era a da ponta,
logo ao lado da janela. O teto era alto, sem gesso, nem madeira,
só havia as telhas vermelhas para proteger o quarto da chuva e
do sol, coisa que não fazia muito bem, em dias de chuvas, o
chão era colorido pelos baldes e bacias. Havia alguns órfãos
deitados em suas camas, outros estudando, todos os onze
meninos estavam no quarto, agora eram doze contando com
John.
John não era muito popular com os órfãos também, na verdade,
era impopular com todo mundo; mesmo as garotas. Mesmo elas
perdendo o folego ao ver ele, pois ele era bonito, muito bonito.
Com seus olhos azuis claros, que dão a impressão de estar vendo
um mar, mas ao mesmo tempo uma constelação na noite azul
mais linda, e salpicados no centro com um verde claro que
intensificam os seus olhos, dando uma impressão final de se
estar olhando para olhos divinos, majestosos. Seus cabelos em
um preto sedoso com leves e quase despercebidos tons de mel,
porém curto, em um estilo moicano, mas natural, desarrumado.
Ele não se importava com sua aparência, nunca quis se arrumar,
mas mesmo assim, sem pentear o cabelo, usando as roupas
usadas que doavam para o orfanato, ele chamava a atenção das
meninas (e de alguns meninos). Ate mesmo os mais velhos, os
adultos o olhavam, ate mesmo desejando que seus filhos fossem
bonitos como ele, tivessem uma presença chamativa e magnifica
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como ele. Mas mesmo assim ele ainda era impopular, os
meninos o odiavam por causa de sua aparência; as meninas o
odiavam porque ele não se interessava nelas. John nunca sentiu
vontade de beijar ninguém, nem sair com ninguém, e nunca teve
pensamentos impróprios com ninguém. Pois no fundo ele sabia,
mesmo que se recusasse a aceitar, ele sabia que não pertencia
aquele lugar, ele era diferente, e sabia que ninguém ate o
momento era a pessoa certa. Ao entrar no quarto, muitos o
olharam. Um jovem de mesma idade, 14 anos, se levantou da
cama ao lado da dele ao ver ele entrar e correu ao seu encontro.
Era um jovem de olhos pretos como a noite, cabelos loiros,
bonito, tão bonito quanto John, talvez não tanto, talvez mais, era
difícil dizer. Era da mesma altura, um pouco mais de 1,63.
Dentes perfeitos, assim como John, pele clara, uma enorme
semelhança com John. Ate poderiam dizer que ambos são
irmãos de sangue.
- Aí John, onde você esteve? – perguntou ele em um tom
preocupado.
Os dois eram melhores amigos, eram como irmãos; talvez pelo
fato dos dois serem impopulares e terem o mesmo dom para
atrair problemas.
John hesitou, mesmo Kyle sendo seu melhor amigo, ele jamais
disse o seu segredo para ele. Não queria que o amigo o olhasse
com desprezo, nojo, que ele deixasse de ser seu amigo. Não, ele
não podia arriscar, Kyle não saberia de seu segredo, pois sabia
que ele também poderia acabar na mesma enrascada. Então ele
fez a mesma coisa que vem fazendo desde quando Kyle foi para
o orfanato quando tinham nove anos, desde cinco anos atrás, ele
mentiu.
- Dando uma volta por aí...
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Kyle o olhou desconfiado, e John sabia que Kyle suspeitava que
ele estava mentindo, afinal, John nunca foi bom em mentir, seu
rosto o entregavam na hora. Por isso ele se esforçava ao máximo
para encobertar esta única mentira para seu brother.
- Desculpe, mas eu preciso ir ao banheiro... – disse John
rapidamente antes que Kyle começasse o interrogatório, e é
claro, ele já não estava mais aguentando disfarçar a dor.
Ele entrou no banheiro do quarto e trancou a porta. Era um
banheiro simples, apenas para higiene pessoal. No andar de
baixo há os vestiários para o banho. Olhou para a queimadura,
estava horrível, estava em carne viva. A tratou o mais rápido
que pode com os primeiros socorros, e depois foi tomar banho.
Depois de ter tomado banho, John desceu. Esquentou um prato
de comida que Kyle havia guardado para ele, o que John
agradeceu profundamente. John, para o lado de comida, é outra
pessoa. A timidez some, a insegurança, tudo de negativo some.
Pois seu apetite é nada mais e nada menos do que... monstruoso.
Kyle o acompanhou ate a cozinha. O silêncio foi terrível, pois
John sabia que Kyle ainda queria saber aonde ele esteve o dia
todo, todos os sábados e domingos, durante cinco anos. E ele
odiava mentir para o seu melhor amigo, doía no fundo de sua
alma mentir descaradamente para a única pessoa que ele se
importa e se importa com ele. E ele ter vestido uma jaqueta de
moletom cinza de manga comprida não ajudou nada em sua
mentira, pois estava fazendo quase 40 graus naquela noite, mas
ele tinha que esconder seu braço esquerdo enfaixado com
ataduras. Enquanto John lavava a louça, Kyle pegou um prato de
porcelana, abriu a geladeira e pegou uma fatia de pudim de leite
condensado, se sentou a mesa e com lentas colheradas de pudim
a boca, ele encarava John com um olhar frio, cheio de suspeitas.
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Sentindo aquele olhar de Eu sei que você esta mentindo. Eu
quero saber a verdade, sob a suas costas, se sentiu pressionado,
ele queria contar, tinha que contar pra alguém o que aconteceu
nos últimos cinco anos, principalmente o que aconteceu algumas
horas antes de retornar para o orfanato. Mas se ele contasse para
alguém, ate os mínimos detalhes, ele podia não ir preso, mas
certamente iria para o hospício. Iriam dizer que ele estava louco,
que apenas imaginou o que aconteceu, ele queria que isso fosse
ate verdade, queria ser louco, ter imaginado, mas não. Aquilo foi
real, tão real que seu braço estava ali para provar, a marca da
queimadura, queimado ate a carne viva, mas se ele esperasse
para contar ate o dia seguinte, ninguém iria acreditar, pois não
iria ter prova alguma do que aconteceu, pois seu braço estaria
curado.
Quando se deitou em sua cama, ficou pensando se tinha feito o
certo, se ter contado toda a verdade para Kyle foi o correto a
fazer. Se sim, e agora? Tudo o que ele sabe é que, Kyle apenas
foi se deitar em silêncio, não disse nenhuma palavra, apenas
deixou o prato para John lavar e subiu para o quarto. Mas ele
não podia culpar seu melhor amigo, afinal, ele vem mentindo
por cinco anos, e quem em sã consciência iria acreditar no que
aconteceu? Ele ficou nesses pensamentos ate adormecer. John
sonhou, sonhou com aquela manhã de sábado, reprisou em seu
sonho tudo o que havia acontecido naquele dia, detalhe por
detalhe, ele sonhou que abriu os olhos:
Com o fim do verão e o inicio das aulas, o sol já batia forte
sobre São Paulo às 8 horas da manhã, uma breve onda de calor
vinda do Egito estava deixando as pessoas bem mais
temperamentais, e tudo indicava que a tendência era de que iria
aumentar ate a noite.
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Ao abrir os olhos, ele viu o teto de telhas vermelhas do orfanato,
sonolento e sem animo algum, ele teve que se forçar a sair da
cama, a Sra. Mercy iria entrar no dormitório a qualquer
momento, e ter que lidar com a frustração dela logo pela manhã
não era algo que John desejaria nem para o seu pior inimigo.
Depois de fazer sua higiene pessoal, ele voltou para o quarto e
começou a arrumar sua cama. Os outros órfãos estavam em pé
diante das camas, alguns já haviam terminado de arrumar sua
própria cama, outros estavam mais atrasados que John, para
John só faltava dobrar o cobertor. Kyle já havia terminado.
- Ande logo com isso! – disse a Sra. Mercy ao entrar no
dormitório.
A Sra. Mercy segurava um chicote na mão esquerda e com leves
batidas na mão direita demostrava ser do tipo que odiava
crianças.
- Seu inútil...! – ela disse olhando fixamente para John que
estava de costas para ela. – Você não presta pra nada mesmo!
Ao perceber que todos estavam olhando pra ele, John virou-se
lentamente deixando o cobertor velho que segurava em cima da
cama, apesar de já estar acostumado a ser tratado mal pela Sra.
Mercy, não podia deixar de sentir frustração.
- Nem pra arrumar uma cama o mais rápido possível você
presta...! – disse ela.
- Ela devia ser olhar no espelho... – sussurrou Kyle ao lado de
John.
John se segurou para não soltar um riso. A Sra. Mercy não
ouviu, ela apenas continuou com a ditadura. Ela disse como
alguém que comeu e não gostou:
- John Ryder... mas que diabos de nome é esse, John