Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Existência [ Iv ]
Existência [ Iv ]
Existência [ Iv ]
E-book581 páginas7 horas

Existência [ Iv ]

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Um registro das pesquisas realizadas, encadeando os principais fatos que marcaram a história do século XV ao século IX, com o foco na cronologia dos eventos, resumindo seus aspectos mais importantes, dessa que é a quarta parte complementar da obra.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de dez. de 2013
Existência [ Iv ]

Leia mais títulos de L.Felipe

Autores relacionados

Relacionado a Existência [ Iv ]

Ebooks relacionados

História para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Existência [ Iv ]

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Existência [ Iv ] - L.felipe

    IDADE MODERNA

    A Idade Moderna destaca-se das demais por ter sido um período de transição por excelência. Tradicionalmente iniciou-se com a queda de Constantinopla, em 1453, e chegou ao fim com a ascensão das revoltas populares na França, que culminaram com a Revolução Francesa, em 1789, trazendo novos prismas para o pensamento político, econômico, filosófico e religioso da época, que servem de grande influência nos dias de hoje

    Entretanto, apesar da queda de Constantinopla ser o evento mais aceito, ele não é o único. Tem sido propostas outras datas para o início deste período, como a Conquista de Ceuta pelos portugueses em 1415, a viagem de Cristóvão Colombo ao continente americano em 1492 ou a viagem à Índia de Vasco da Gama em 1498.

    Algumas correntes historiográficas anglo-saxônicas preferem trabalhar com o conceito de Tempos Modernos, entendido como um período não acabado, introduzindo nele subdivisões entre Early Modern Times e Later Modern Times, ou então procedem a uma divisão entre sociedades preindustriais e sociedades industriais. A noção de Idade Moderna tende a ser desvalorizada pela historiografia marxista, que prolonga a Idade Média até ao advento das Revoluções Liberais e ao fim do regime senhorial na Europa, devido à ampla ação das Cruzadas, que expandiram o comércio na Europa.

    A dificuldade da delimitação cronológica do período se deve, principalmente, às divergências de interpretação quanto à origem e evolução do sistema capitalista. Contudo, o período histórico que vai do século XV ao XVIII é, genericamente percebido com um período de transição.

    A época moderna pode ser considerada, exatamente, como uma época de revolução social cuja base consiste na substituição do modo de produção feudal pelo modo de produção capitalista. A partir de enão o comércio veio a crescer extraordinariamente, fruto, naturalmente, de modificações ocorridas no interior das sociedades feudais europeias (aumento da população, crescimento das cidades, desenvolvimento das manufaturas etc).

    Esta época pode-se caracterizar por um desanuviamento da trilogia negra - fomes, pestes e guerras - criando condições propícias às descobertas marítimas e ao encontro de povos.

    Portanto, a Idade Moderna acabou ficando marcada pelo fim de uma época dedicada ao pensamento teológico e o início de outra dedicada ao pensamento fundamentado em três ideias: o humanismo (capacidades humanas), o individualismo (realizações dos indivíduos) e o secularismo (posição terrena). E marcada ainda pela transição do feudalismo ao capitalismo, além dos grandes descobrimentos marítimos, do início da colonização da América, bem como pelo período áureo do Renascimento na Europa.

    FILMOGRAFIA [IDADE MODERNA]

    The History Channel – History of the World in Two Hours - 14 bilhões de anos de história, desde o início dos tempos até a atualidade, fazendo escalas para explorar os pontos mais marcantes, os momentos históricos e as conexões extraordinárias entre o passado distante e nossa vida cotidiana. Esta é uma nova forma de ver a história do universo, do planeta Terra e da humanidade: o surgimento da vida, os avanços do homem e o crescimento da civilização.

    The Ascent Of Man, 1973 – Documentário produzido pela BBC e Time-Life Films, escrito e apresentado por Jacob Bronowski sobre a ascensão do homem.

    Episódio 6 – O universo de Galileu e as implicações de seu julgamento na mudança do campo da ciência no Mediterrâneo (século XVII)

    Episódio 7 – A exploração das leis de Newton e de Einstein.

    DISCOVERY NA ESCOLA – Europa Renascentista - A Igreja Católica e os reis europeus preencheram o vazio deixado pela queda de Roma, Lutaram nas Cruzadas e enfrentaram a peste negra. Na Itália, o desenvolvimento das artes, ciência e filosofia propiciaram um renascimento cultural através da Europa.

    Descobrimento do Brasil, 1937 - Narrado com textos extraídos da Carta de Pero Vaz de Caminha, conta a chegada da frota portuguesa às costas brasileiras, em 1500. Para a cena da primeira missa no Brasil, Humberto Mauro tentou reproduzir fielmente o famoso quadro de Victor Meirelles.

    SÉCULO XV

    A segunda metade do século XV, a par da invenção da prensa e do surgimento dos maiores expoentes da Renascença Italiana, como Boticelli, Da Vinci, Michelangelo e Rafael, ficou efetivamente marcada pelas grandes navegações que atravessaram o Atlântico e atingiram o Novo Mundo.

    Em Nápoles, surgiram as primeiras manifestações importantes da sífilis, alcunhada inicialmente de gallicus do morbus, ou popularmente doença francesa, provavelmente originária de tropas francesas que haviam retornado do Novo Mundo, passando pela cidade, em 1495, disseminando inadvertidamente o vírus letal.

    Cesare Borgia, em 1497, era um cardeal de 22 anos enviado por seu pai, o papa Alexandre VI, como representante do pontífice à coroação do rei de Nápoles, e a fim de negociar um casamento real para sua irmã, Lucrezia. Nápoles era uma cidade rica em conventos e bordéis, e estava enfrentando uma crise de saúde.

    Depois de concluir suas tarefas, Cesare foi conhecer a cidade, certamente se permitindo ao prazer com as mulheres mais atraentes, porém desavisadamente infectadas com a doença até então não tão bem conhecida. Primeiro ele desenvolveu um cancro no pênis, depois dores paralisantes em todo o corpo e por fim pústulas irritantes e supuradas no rosto e torso.

    Felizmente para ele e para a história, o médico pessoal dos Borgia, Gaspar Torella, era um estudioso da medicina e desenvolveu ávido interesse por essa nova e terrificante doença, registrando seus sintomas e as tentativas de cura. Ao longo dos anos seguintes, Torella registrou, em um tratado, a ascensão incontrolável dessa doença sexual que varreu a Europa ao final do século, levando homens crescidos a gritar de agonia enquanto sua carne era consumida, às vezes até o osso.

    Quando Cesare sentiu a primeira comichão, a doença francesa, como era então conhecida, já se havia espalhado por boa parte da Europa. Naquele mesmo ano, o conselho municipal de Edimburgo promulgou um édito ordenando o fechamento dos bordéis, enquanto na Universidade de Ferrara, Itália, os estudiosos convocaram um debate de emergência para tentar descobrir o que estava acontecendo.

    As teorias que cercavam a doença eram tão dramáticas quanto seus sintomas: uma conjunção astrológica de planetas, os cancros de Jó, punição de um Deus iracundo pela fornicação ou, como já havia quem sugerisse ainda então, uma praga inteiramente nova trazida do Novo Mundo pelos soldados de Colombo e fermentada nos ventres das prostitutas napolitanas.

    O nome sífilis surgiria na metade do século XVI por conta de um poema de um renascentista, cujo herói, Syphillus, teria causado a ira do deus Sol e infectado como punição. Fora do plano poético, a maior parte da culpa foi atribuída à prostituição, dado que os homens infectavam as prostitutas que depois passavam a doença ao próximo cliente, que em seguida infectava outra mulher, em uma espiral mortífera. Os maridos infiéis infectavam suas mulheres, que ocasionalmente infectavam os filhos, ainda que estes pudessem ser contaminados também ao mamar em amas de leite infectadas.

    Em meio a todo esse horror, até na Igreja manifestamente corrupta, as reveladoras flores púrpuras (um eufemismo ligado à manifestação física da doença) se mostravam nos rostos de padres, cardeais e até de um papa, como prova indisputável de que o celibato era apenas propaganda.

    Ainda que sintomas parecidos com os da sífilis tenham sido identificados anteriormente ao século XV, o consenso da ciência médica é de que ela representou de fato uma doença nova, trazida por homens que acompanharam Colombo em sua viagem à América em 1492.

    Por causa da sífilis, Cesare Borgia acabou tendo que vir a usar uma máscara para ocultar as deformações provocadas em seu rosto que todos concordavam belo, antes da doença. No entanto, o que ele perdeu em vaidade, ganhou em sinistro mistério. Jamais saberemos até que ponto seu comportamento tardio, oscilando entre letargia e energia maníaca, se devia ao impacto da doença.

    Ele acabou sobrevivendo por tempo suficiente para ser morto a golpes de espada ao tentar escapar de uma prisão espanhola. Enquanto isso, na cidade de Ferrara, sua amada irmã Lucrezia, então casada com um duque famoso pelas infidelidades conjugais, sofria repetidos abortos --um poderoso sinal da doença, nas mulheres infectadas.

    No ano 1500, a população mundial atingiu os 400 milhões de habitantes.

    Religião

    A maior parte da península Ibérica se encontrava sob o governo dos mouros, e as regiões do sul, particularmente Granada, estavam muito povoadas de muçulmanos. Por sua vez, as cidades mais importantes, como Sevilha, Valladolid e Barcelona (capital do Reino de Aragão), tinham grandes populações de judeus em guetos.

    Sixto IV era papa quando a Inquisição foi instalada em Sevilha em 1478. Ele foi contra, devido aos abusos, porém foi forçado a concordar.

    A Inquisição Espanhola, ou Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, foi uma instituição fundada em 1478 por Fernando II de Aragão e Isabel de Castela sob o pretexto de manter a ortodoxia da fé católica em seus reinos, que atuou de 1478 até 1834. No entanto, muitos historiadores crêem que a Inquisição foi o método usado por Fernando para enfraquecer os seus principais opositores no reino, notadamente os muçulmanos e, principalmente, os judeus. Segundo consta, Fernando se encontrava extremamente endividado com financistas judeus.

    Embora o papa Sixto VI fosse contra a instalação da Inquisição, ele acabou sendo obrigado a concordar ante a ameça de Fernando negar apoio militar à Santa Sé.

    Entre 1486 e 1492, pelo menos 25 autos-de-fé ocorreram em Toledo, e mais de 13 mil judeus e mouros que se diziam convertidos ao catolicismo foram julgados e expulsos da Espanha.

    EUROPA

    A Guerra dos Treze Anos que teve início em 1454 foi um conflito vitorioso entre a Confederação Prussiana, uma organização formada em 1440 por um grupo de cidades e de membros da baixa nobreza da Prússia, e a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos. Em decorrência, a Prússia acabou incorporada ao reino da Polônia.

    A maior obra de Gutenberg, a impressão da Bíblia em 1455, foi aclamada pela alta estética e qualidade técnica. Entretanto há quem atribua o invento aos chineses, já que haviam empregado a técnica de impressão com tipos móveis c. 1041. O invento chinês, entretanto, só permitia a impressão de apenas uma única folha.

    JOHANNES GUTENBERG

    Tão importante quanto a transmissão de conhecimentos por meio do computador foi a invenção dos livros impressos em 1455, no início da Idade Moderna. Gutenberg é considerado o primeiro, no Ocidente, a inventar o tipo móvel que acabou por levar os livros e o conhecimento a se tornarem acessíveis a todos. Até então, os livros manuscritos, que muitas vezes levavam uma vida inteira para serem escritos, pertenciam exclusivamente a bibliotecas da realeza e da Igreja. Gutenberg foi um ourives que modificou máquinas usadas em prensas de azeite de oliva e técnicas de xilogravura para criar o primeiro processo de impressão. Como não tinha dinheiro suficiente, buscou um sócio para financiar a operação.

    Infelizmente, levou muito tempo para aprontar seu primeiro produto que teria certeza de vender bem — a Bíblia. O sócio arrastou o inventor aos tribunais e apreendeu seus equipa- mentos e seus livros impressos. Gutenberg nunca ganhou um centavo com sua invenção. Em pouquíssimo tempo a técnica da impressão foi adotada em toda a Europa e passou a ser vista como a maior invenção a ter levado, isoladamente, a civilização da Idade das Trevas ao Renascimento. Gutenberg acabou na miséria e sem teto próprio, morrendo de desnutrição em 1468, aos 68 anos de idade.

    O alemão Martim Behaim criou, em 1492, a primeira representação do planeta respeitando sua forma real, como um globo terrestre. Como a América só seria descoberta nesse ano, o novo continente ficou faltando nessa sua obra.

    Em 1494, Carlos VIII da França se posicionou na Toscana para marchar contra a Itália, na época um caos de muitas repúblicas que brigavam entre si e se encontravam muito vulneráveis. Os grandes arquitetos da Renascença Italiana se voltaram para planejar as fortificações das principais cidades, notadamente contra o poder dos canhões de Carlos VIII que derrubavam facilmente as frágeis muralhas medievais então existentes.

    Além do mais, não havia como instalar canhões de defesa nas muralhas italianas, pois estas não suportavam nem o peso do armamento e nem sequer as suas forças de percussão. As soluções vieram através da construção de novas muralhas, mais baixas e mais robustas, bem como com formatos (defensas) e ângulos diferentes (bastiões), projetadas para suportar suas novas funções de defesa e ataque.

    Portugal

    Com a tomada de Constantinopla, o comércio com o Oriente ficou sob o controle dos muçulmanos, o que levou os portugueses a buscarem uma rota comercial alternativa pelo mar, já que eram exímios navegadores.

    Em 1460, os portugueses descobriram as ilhas de Cabo Verde e chegaram até Serra Leoa, também na costa atlântica da África. Em 1472, o navegador português João Vaz Corte Real em sua primeira viagem, redescobriu a Terra Nova (América do Norte). E, em 1488, Bartolomeu Dias se tornou o primeiro navegador a transpor o Cabo das Tormentas – que logo passou a ser chamado de Cabo da Boa Esperança – no extremo sul do continente africano, estabelecendo o grande marco da navegação pelo Atlântico em direção à Ásia.

    Navegações

    Resultado de desavenças relacionadas às viagens de Colombo, em 1492, os Reinos de Portugal e Espanha vieram a assinar o Tratado de Tordesilhas, em 1494, que tratou da divisão e domínio de terras e mares, descobertos e a descobrir, fora da Europa.

    Tratado de Tordesilhas

    Em 1496, de forma a agradar politicamente aos reis católicos, os portugueses expulsaram os judeus e muçulmanos de seu território. Ano seguinte, coube ao navegador português Vasco da Gama comandar uma frota exploratória com quatro embarcações, seguindo a rota desbravada inicialmente por Bartolomeu Dias – quando dobrou o Cabo da Boa Esperança – visando atingir efetivamente a Índia.

    Após vencer o Cabo da Boa Esperança, em 1498, e superar inúmeros contratempos, após dois anos de viagem a esquadra finalmente chegou ao seu destino, aportando na cidade de Calcutá, na costa sudoeste. Estava, portanto, descoberto o caminho marítimo para a Índia.

    Vasco da Gama tomou o rumo mais sensato quando partiu à procura da Índia contornando o cabo da Boa Esperança, na África, em 1498, e ajudou a tornar seu país líder comercial do mundo nos 300 anos seguintes. Visto como homem prático, ele estudou numa escola de navegação e, segundo consta, raramente sorria. Certa vez, para convencer o governante das cidades mercantis da Índia a firmar um pacto comercial com ele e parar de comerciar com árabes, capturou um navio repleto de peregrinos muçulmanos e o queimou com 380 pessoas a bordo, não permitindo que nem mesmo as mulheres e as crianças escapassem.

    O português acabou ganhando destaque como homem que encontrava maneiras de superar os obstáculos que apareciam. Quando surgiram problemas nos recém-estabelecidos entrepostos comerciais portugueses da Índia, ele foi enviado de volta para assumir o cargo de vice-rei. Três meses mais tarde, porém, contraiu malária. Foi a picada de um pequeno mosquito da imensa terra que ajudou a colonizar que o matou, em 1524, aos 55 anos de idade.

    Em 1948, os portugueses se empenharam em uma expedição secreta, organizada com o objetivo de reconhecer as zonas situadas para além da linha de demarcação do Tratado de Tordesilhas.

    A esquadra partiu do Arquipélago de Cabo Verde, comandada pelo navegador Duarte Pacheco, e teria culminado com a chegada em algum ponto da costa do Brasil entre o Maranhão e o Pará. E dali, teria ainda desbravado a costa mais ao norte, alcançando inclusive a foz do rio Amazonas e a Ilha do Marajó.

    Espanha

    O Império Espanhol se iniciou com a unificação da Espanha, em 1469, e a conquista de Granada (reino mouro), em 1492, se desenvolvendo em várias etapas ao longo do tempo. No século XVI, ao início de sua expansão atlântica, a Espanha se constituía apenas de alguns territórios na Europa.

    Embora navegador genovês, Cristóvão Colombo, inspirado pelo ambiente febril de navegações e sob o patrocínio dos reis católicos da Espanha, Fernando de Aragão e Isabel de Castela, decidiu empreender uma viagem épica com o objetivo de atravessar o oceano rumo a oeste, pretensamente em direção à Ásia. No entanto, há evidências históricas de que Colombo já sabia da existência do continente americano, quando esteve visitando a Islândia e se deparou com uma rota de comércio marítimo dos vikings com a Groenlândia, e em franca operação.

    Cristóvão Colombo

    Poucas pessoas na época de Colombo acreditavam de fato que a Terra fosse plana. O medo de se aventurar pelos mares se devia ao fato de não ser conhecida toda a imensidão da esfera terrestre. A maioria dos marinheiros acreditava que, se partissem em direção ao oeste, em vez do leste, para chegar à Ásia, a distância certamente era grande o suficiente para que morressem de fome e sede muito antes de alcançarem terras habitáveis.

    Segundo registros históricos, o genovês, após seu navio ser atacado por piratas e ser jogado no mar para morrer, conseguiu sobreviver e acreditando ter sido salvo pelas mãos de Deus foi acometido por uma fé inabalável. Desde então, inspirado pelo livro sobre As Viagens de Marco Polo, Colombo passou a cultivar a ideia de que com a ajuda divina poderia replicar o feito do veneziano por mar.

    Com base nos mapas existentes, Colombo realizou seus cálculos em milhas náuticas, e converteu esses números para milhas italianas, que eram mais curtas, concluindo então que a distância entre o Ocidente e o Oriente permitia formular uma estratégia para colocar seu plano em ação. Graças a seu erro, Colombo se convenceu da viabilidade da missão, mas foi rejeitado por Portugal, Veneza e Gênova.

    Em 1487, os espanhóis conquistaram o reino de Granada dos mouros, culminando os esforços de reconverter o país ao catolicismo. Tal como na China, aqui também grande parte do sucesso contra os inimigos se deveu ao emprego de armas de fogo, os arcabuzes, um aprimoramento tecnológico das originais chinesas.

    Em meio ao furor com a posterior rendição de Córdoba, Colombo finalmente veio a conseguir dos reis de Espanha, o financiamento para sua expedição. A rainha Isabel e o rei Fernando da Espanha consideraram que Colombo valia a aposta política para a exploração dos mares, até para manter a competição com o vizinho Portugal. Portanto, acabaram concordando com as condições que ele impôs — participação nos lucros de tudo que ele descobrisse - em parte também porque havia uma boa chance dele não retornar.

    Em meados de 1492, Colombo partiu em sua empreitada na sua nau maior acompanhado por duas caravelas menores. Fez escala nas Ilhas Canárias, que havia sido conquistada em 1479, e continuou sua viagem através do oceano. Após cinco semanas avistaram terra, uma ilha que Colombo chamou de San Salvador e que abrigava nativos pacíficos e amigáveis. Explorou ainda a costa nordeste de Cuba e acabou encalhando sua nau no Haiti. De volta à Espanha, Colombo empreendeu logo em seguida, em 1493, uma segunda viagem na mesma rota. Nessa avistou as Antilhas, abordou a Martinica e rumando para o norte atingiu Porto Rico. Navegando para oeste chegou à Jamaica e também atingiu a República Dominicana, onde deixou estabelecida a primeira povoação europeia no continente americano. Nesta viagem, segundo relatos históricos, teria desembarcado os primeiros cavalos no território americano após a sua extinção na Idade do Gelo.

    Na terceira missão de Colombo, em 1498, dessa vez partindo com seis naus, chegou à ilha de Trinidad depois de uma atribulada viagem. Rumando ao sul deparou com uma grande extensão de terra, que pensou ser uma ilha, a qual chamou de Gracia.

    Itália

    Em 1482, o polímata italiano Leonardo da Vinci, que iria se tornar uma das figuras renascentistas mais importantes da História, foi convidado a participar da corte do Duque Lodovico Sforza, em Milão, uma das cidades-estados mais ricas da Itália.

    Leonardo da Vinci tinha suas origens humildes na cidade de Vinci, na Toscana, e viveu na época mais importante para os avanços nas artes, engenharia e ciência que o mundo viria a conhecer, a Renascença Italiana. Ele foi educado no ateliê do renomado pintor florentino, Verrocchio, que estava no centro das correntes intelectuais de Florença, o que garantiu ao jovem Leonardo uma educação nas ciências humanas. Além disso, ele também foi exposto desde cedo a uma vasta gama de técnicas, e teve a oportunidade de aprender desenho técnico, química, metalurgia, mecânica, carpintaria, a trabalhar com materiais como couro e metal, fazer moldes, além das técnicas artísticas de desenho, pintura, escultura e modelagem.

    Em 1472, com vinte anos de idade, Leonardo se qualificou para o cargo de mestre na Guilda de São Lucas, uma guilda de artistas e doutores em medicina, porém ele continuou como colaborador de Verrocchio. No entanto, em 1476, Leonardo juntamente com mais três alunos do ateliê, foram acusados de sodomia e, embora tenha sido absolvido por falta de provas concretas, ele acabou abandonando Verrocchio. Em 1482 Leonardo, que também era um músico muito talentoso, criou uma lira de prata, com a forma da cabeça de um cavalo, que foi oferecida como um presente de Lourenço de Médici a Ludovico Sforza para selar a paz entre eles. Coube a Leonardo ser o portador do presente, quando, aproveitando a oportunidade, então colocou seus dotes artísticos à disposição do mecenas.

    Sforza encomendou a da Vinci que pintasse um afresco para a L’Ultima Cena, a ser exposta como destaque no refeitório do convento dos monges de Sta. Maria dela Grazie. As reproduções da ceia de Cristo com seus 12 discípulos eram uma tradição nos lares italianos. A pintura que levou 3 anos para ser concluída foi realizada com gestos e expressões faciais retirados da vida real que o mestre colheu em inúmeras observações que fez nas pessoas das ruas de Milão. A obra revelou emoções naturais de choque, dor, ira e a perspectiva conduz o olhar do observador ao centro, onde tudo parece se irradiar de Cristo. Os monges, sentados e se alimentando no refeitório, se sentiam atraídos com a presença de Cristo como se estivessem presentes naquele mesmo ambiente.

    Com a falência das repúblicas de Milão e de Florença, ao final do século, grandes artistas como o escultor Michelangelo, saíram de lá e foram para Roma que ressurgia reorganizando o estado papal após a extinção do Império Bizantino.

    Em 1498, o escultor Michelangelo, outra das figuras renascentistas mais importantes da História, veio a esculpir, em Roma, a sua famosa estátua de Baco, dando impulso à sua carreira. Logo em seguida, foi contratado para esculpir uma imagem da Virgem para decorar a antiga basílica de São Pedro, que acabou se tornando a sua obra-prima, a Pietà.

    pieta

    Grandes Personagens

    Américo Vespúcio

    Américo Vespúcio foi um cartografo italiano que supostamente fez duas viagens ao Novo Mundo, embora existam dúvidas sobre se ele de fato fez mesmo as duas. Mas Vespúcio foi, com certeza, o primeiro a mostrar à Europa que o que Colombo descobrira era um novo continente, e não parte da Ásia como até o próprio Colombo acreditou até morrer.

    Vespúcio era um mercador altamente instruído e lido; de seu currículo constavam até mesmo algumas aulas de arte ministradas por Michelangelo. Um mapa publicado em 1507 trazia seu primeiro nome tão destacado que as novas massas terrestres ali desenhadas acabaram sendo descritas como América. O editor do mapa tentou mudar esse nome na segunda tiragem, mas América soava exótico, e o nome acabou sendo largamente adotado.

    Vespúcio recebeu o cargo de chefe de navegação em Sevilha, treinando marinheiros, e ali permaneceu até a morte, em 1512, aos 58 anos, de febre intermitente (tifo ou malária) que contraiu de um marinheiro que retornara do continente que ostentava seu nome.

    Inglaterra

    Desde 1461, com a deposição de Henrique VI, em meio à Guerra das Rosas, as Casas de Lancaster e York vinham se alternando no poder.

    Com a morte de Eduardo IV, da Casa de York, em 1483, seus dois filhos sucessores (Eduardo V e Ricardo) acabaram se tornando vítimas de um mistério até hoje não resolvido, considerado o mais infame da história real britânica. O episódio cercado de conspirações não é suficientemente claro, ao mesmo tempo em que a versão oficial também se apresente com evidências contraditórias.

    Em linhas gerais, a versão oficial que veio estabelecer a dinastia Tudor na linha sucessória, responsabiliza Ricardo III, o regente dos filhos menores de Eduardo IV, pelas suas prisões na Torre de Londres, bem como pelos seus assassinatos, o acusando como um vilão usurpador. Henrique de Tudor que havia participado da conspiração que destronou e matou Ricardo III, assumiu o trono, em 1485, denegrindo a imagem de seu antecessor o acusando, embora sem provas, do assassinato dos príncipes herdeiros. O episódio viria a ser corroborado por Shakespeare em suas obras.

    Já com o título de Henrique VII, o novo rei procurou eliminar todas as provas que pudessem colocar em risco a nova dinastia, o que, em última análise corrobora a suspeita de que os príncipes poderiam não ter morrido até então.

    Reza os escritos que por volta de 1490 surgiu alguém em Londres que afirmava ser o príncipe Ricardo Shrewsbury, duque de York. Imediatamente Henrique VII denunciou o homem como sendo Perkin Warbeck, um plebeu e impostor, porém este atraiu aliados importantes como Margaret, irmã de Ricardo III, Carlos VIII da França, o rei da Escócia e o Sacro Imperador Romano.

    Em 1497, o suposto príncipe Ricardo foi preso e levado para Londres, quando, submetido a tortura, confessou ser um impostor.

    Para consolidar seu propósito, haja vista ter suas origens, embora duvidosas, na Casa de Lancaster, Henrique VII veio a se casar com Isabel de York, herdeira da Casa de York, inclusive não exercendo o direito de condenar seus opositores, como era praxe. A união das Casas rivais acabou inaugurando a poderosa dinastia Tudor.

    Ainda pelo lado dos ingleses, em 1497, a Coroa financiou o navegador italiano John Cabot, então animado com as descobertas de Colombo, para realizar também a travessia do Atlântico, quando veio descobrir a Ilha de Cape Breton, no Canadá.

    Grandes Personagens

    John Cabot

    Muitos crêem que os primeiros mapas do Novo Mundo foram traçados a partir de anotações do explorador John Cabot, que viajava sob a bandeira inglesa, mas nasceu na Itália com o nome de Giovanni Caboto. Não há dúvida de que Cabot foi um dos navegantes mais experientes da geração que explorou a costa norte-americana em 1497 e possivelmente chegou ao litoral norte da América do Sul no ano seguinte. Cabot foi morto por piratas espanhóis quando retornava de sua segunda viagem, em 1499, aos 49 anos. Seu navio foi afundado, e seu corpo nunca foi encontrado. Alguns dizem que os EUA deveriam ter recebido o nome de Giovânia ou Estados Unidos da Cabótica. Na verdade, no início do século XVIII o nome do país quase foi mudado, e por pouco os EUA não ganharam o nome de Estados Unidos da Colúmbia, em homenagem a Cristóvão Colombo.

    Entretanto, em detrimento às descobertas do português Corte Real, Cabot é considerado como sendo o primeiro europeu a desembarcar no continente americano.

    Rússia

    Em 1462, o ambicioso, oportunista, impiedoso e inteligente líder moscovita Ivan III, decidiu romper unilateralmente o tratado como os odiados tártaros. Adotou o título de grão-príncipe e concebeu um audacioso plano para conseguir derrotar os poderosos inimigos.

    Seu primeiro passo foi buscar apoio com o Império Bizantino, casando-se com sua princesa. Politicamente adotou o brasão da águia bicéfala de Constantinopla e passou a chamar a Rússia de Terceira Roma.

    Em 1472, Ivan III começou a desenhar seu próprio legado, mandando construir uma imponente catedral para fazer a Rússia ser reconhecida e respeitada como uma potência. O projeto sofreu um revés em 1474 quando um terremoto destruiu praticamente tudo o que havia sido construído.

    Assim, Ivan III convocou os melhores engenheiros e arquitetos da época para refazer a obra, e escolheu o conhecido e habilidoso mestre italiano Aristote Firaventi, que acabou erigindo a magnífica Catedral da Assunção, com 30m de altura, no Kremlin. A tecnologia e inovações empregadas na obra passaram desde a utilização de aríetes de guerra para concluir a demolição, até o emprego de telas de ferro como elemento de amarração nas estruturas de alvenaria.

    A obra introduziu ainda o uso de estaqueamento do solo para suportar as fundações (curiosamente o mesmo processo utilizado pelos astecas, em 1376, na construção de Tenochtitlán sobre um pântano) e o processo de fabricação de tijolos mais leves e robustos.

    Após meses de luta contra os tártaros, às margens do rio Ugra, estes foram derrotados pelas forças russas, em 1487, começando a emergir daí uma Rússia independente. Após conquistar o Canato de Kazan, Ivan III atacou os lituanos, em 1492, incorporando Moscou e territórios no curso supeior do rio Oka. Além disso, exigiu a ser reconhecido como soberano de toda a Rússia.

    FILMOGRAFIA [ Século XV ]

    Andrew Marr’s – History of the World, 1999

    Episódio 5 – Age of Plunder: Andrew conta a história da ascensão da Europa desde a pirataria até a iniciativa privada.

    Civilisation, 1969

    Episódio 4 – Visitando Florença, Clark argumenta que o pensamento europeu ganhou um novo impulso a partir da redescoberta de seu passado clássico. Ele visita os palácios de Urbino e Mântua, outros centros de civilização.

    THC - Construindo um Império – Russia - Com o fim de erguer símbolos arquitetônicos e dominar a luta pelo comércio formou-se um império que abrangeu a sexta parte da terra e chegou a incluir quinze zonas horárias em sua extensão, além de incorporar 160 grupos étnicos: a Rússia. Seus irrefreáveis governantes adaptaram a tecnologia estrangeira para transformar um grupo de principados em um grande poderio imperial cujas obras podem ser apreciadas ainda hoje; e em Construindo um Império você poderá fazê-lo em sua casa. Quando a Rússia entrou no século 20, sua expansão atingiu a massa crítica que lhe aprouve, ferro, governantes empurrando progresso em um ritmo insustentável e sua população reagiu de uma revolução que mudou a história do mundo para sempre. A partir do Kremlin Moscou, para a construção de St. Petersburg, para a ferrovia Trans-Siberian, este episódio ira analisar a arquitetura e infraestrutura que permitiu a ascensão e queda do império russo.

    NATGEO – Arquivos Confidenciais – Ricardo III – O legítimo rei da Inglaterra, Eduardo V, e seu irmão de 9 anos desapareceram da Torre de Londres em meio a rumores de assassinato - um infanticídio que alterou o curso da história britânica. Tal acontecimento rompeu a linhagem real, quase fez o país ir à falência e levou a uma ruptura da igreja católica. Seu tio, Ricardo III, tem sido acusado do crime desde então, mas técnicas modernas de investigação estão colocando em dúvida está culpa, expondo os manipuladores de opinião que transformaram Ricardo em um vilão sanguinário enquanto protegiam dois outros fortes suspeitos.

    The Hour of the Pig, 1993 – Numa época de transição entre a Era das Trevas, no século XV, cedia espaço para as ideias iluministas, a pequena vila Abbeville ainda mantinha a tradição da França medieval, inclusive a de acusar e julgar animais por crimes. O advogado Richard Courtois foi contratado pelo governador Seigneur para ser defensor público e seu primeiro cliente em Abbeville é um porco, acusado de matar uma criança. O porco é de Samira, uma linda cigana por quem Courtois se apaixona. Tentando salvar o animal de sua amada, o jovem advogado provoca a ira do governador, que não é favorável a esse romance, pois planeja o casamento entre Courtois e sua filha Filette.

    THC - Humanidade – Novo Mundo – O poderoso império asteca domina a América Central, mas seu futuro está ameaçado pelo efeito dominó da chegada de um exército islâmico a Constantinopla, a 12.000 km de distância, no que é hoje a Turquia. Devido à invasão deste centro de comércio, e para não perder o acesso às especiarias e outros insumos, os europeus se apressam a encontrar uma nova rota para o Oriente. Assim, Cristóvão Colombo chega acidentalmente à América, e encontra ouro. Em menos de 30 anos os astecas serão conquistados.

    Christopher Columbus, 1949 – A luta de Cristóvão Colombo para convencer a coroa espanhola a financiar sua viagem em busca de uma rota para as Índias. Em agosto de 1492, ele finalmente embarca na caravela Santa Maria em sua viagem rumo à descoberta do Novo Mundo.

    Christopher Columbus: The Discovery, 1992 – Totalmente convencido de que a Terra é redonda, Cristovão Colombo desejava encontrar um novo caminho marítimo para as Índias, mas para isto precisa dobrar a resistência do inquisidor Tomas de Torquemada. Após alguns anos de casado e com um filho, consegue suplantar seus opositores e obtém as benção e o apoio financeiro dos reis da Espanha. Entretanto, durante a viagem se defronta com sabotadores e com uma tripulação descontente e temerosa, que acredita que nunca retornará a Espanha se continuar navegando em um oceano que parece não levar a lugar nenhum.

    1492 – La Conquesta del Paraiso, 1992 – Cristóvão Colombo, um intrépido navegador descobre uma nova rota para chegar às Índias, porém não deixa de estar sujeito às traições e carnificinas que suas viagens trariam como consequência. O filme trata das duas primeiras viagens que se tornaram um marco na vida desse almirante e nos leva à terceira e última etapa da deslumbrante aventura. Bravura e cegueira, triunfo e desespero e a arrogância do Velho Mundo, em contraste à inocência do Novo Mundo, sucedem, nessa ordem, uma história guiada por poder e paixão extremados.

    SÉCULO XVI

    Enquanto a Europa vivia uma nova mentalidade com o renascimento e a reforma protestante, suas principais potências desencadeavam o movimento de colonização do continente americano a reboque da peste negra, da Guerra dos Cem Anos e do período das fomes.

    Ao reboque da alquimia, o século acabou marcando também significativos avanços no campo das ciêncas. Em 1543, por exemplo, o italiano Andreas Vesalius escreveu sua obra de anatomia humana De Humanis Corporis Fabrica considerado um dos mais influentes livros científicos de todos os tempos, sobretudo por suas ilustrações, algumas das mais perfeitas xilogravuras jamais realizadas.

    Em 1583, Galileu apresentou ao mundo uma versão precoce de um termômetro de água e de um microscópio.

    EUROPA

    A Alta Renascença cronologicamente engloba os anos finais do Quattrocento e as primeiras décadas do Cinquecento, sendo delimitada aproximadamente pelas obras de maturidade de Leonardo da Vinci (a partir de c. 1480) e o Saque de Roma em 1527. Foi a fase de culminação do Renascimento, que se dissipou mal foi atingida, mas seu reconhecimento é importante porque ali se cristalizaram ideais que caracterizam todo o movimento renascentista: o humanismo, a noção de autonomia da arte, a emancipação do artista de sua condição de artesão e equiparação ao cientista e ao erudito, a busca pela fidelidade à natureza, e o conceito de gênio, tão perfeitamente encarnado em Da Vinci, Rafael e Michelangelo.

    Se a passagem da Idade Média para a Idade Moderna não estava ainda completa, pelo menos estava assegurada. Eventos como a descoberta da América e a Reforma Protestante, e técnicas como a imprensa de tipos móveis, transformaram a cultura e a visão de mundo dos europeus, ao mesmo tempo em que a atenção de toda a Europa se voltava para a Itália e seus progressos, com as grandes potências da França, Espanha e Alemanha desejando sua partilha e fazendo dela um campo de batalhas e pilhagens. Com as invasões que se seguiram a arte italiana espalhou sua influência por uma vasta região do continente.

    Cinquecento

    Após a sua L’Ultima Cena, da Vinci veio a brindar o mundo, na década de 1500, com a sua obra-prima, a Mona Lisa, onde o mestre revelou toda sua genialidade e talento artístico prodigioso.

    Pintando camada sobre camada a partir de um esboço, Da Vinci criou uma técnica inigualável, chamada sfumato. Ele não usava preto ou alguma cor mais escura para representar luz e sombra, que eram adicionadas em camadas, através desse método que nunca ninguém conseguiu imitar.

    Além de Baco e a Pietà, Michelangelo viria esculpir, em 1504, outra de suas obras primas, a estátua de Davi, retratando o herói bíblico com um realismo anatômico impressionante, sendo inclusive considerada uma das mais importantes obras do Renascimento.

    Na derradeira fase do Renascimento, o movimento se transformou, se expandindo para outras partes da Europa e Roma sobrepujando definitivamente Florença como centro cultural, especialmente a partir do pontificado de Júlio II, em 1503. Roma até então não havia produzido grandes artistas renascentistas, e o classicismo havia sido plantado através da presença temporária de artistas de outras partes. Mas com a fixação na cidade de mestres do porte de Rafael, Michelangelo e Bramante formou-se uma escola local, tornando a cidade o mais rico repositório da arte da Alta Renascença e da sua continuação cinquecentesca, onde a política cultural do papado deu uma feição característica a toda esta fase.

    Boa parte dessa nova influência romana derivou do desejo de reconstituir a grandeza e a virtude cívica da Roma Antiga, o que se refletiu na intensificação do mecenato e na recriação de práticas sociais e simbólicas que imitavam as da Antiguidade, como os grandes cortejos de triunfo, as festas públicas suntuosas, as representações plásticas e teatrais grandiloquentes, cheias de figuras históricas, mitológicas e alegóricas.

    Julio II encomendou a Michelangelo a pintura do vasto ciclo do teto da Capela Sistina, no Palácio Apostólico, a qual, segundo consta, ele veio a realizar contrariado, convencido que era mais um escultor que um pintor. Mesmo julgando ter sido vítima de um conluio de seus rivais escultores, a pintura foi feita entre 1508 e 1512 com tamanha maestria, que praticamente ofuscou as obras primas de seus antecessores. Seus afrescos acabaram se tornando um dos maiores tesouros artísticos da humanidade. O papa acabou marcando seu pontificado por ter derrubado a antiga Basílica de São Pedro, em Roma, para construir em seu lugar um novo empreendimento cuja grandeza

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1