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Existência [ Ii ]
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E-book545 páginas6 horas

Existência [ Ii ]

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Sobre este e-book

Um registro das pesquisas realizadas, encadeando os principais fatos que marcaram a história na Antiguidade, com o foco na cronologia dos eventos, resumindo seus aspectos mais importantes, dessa que é a segunda parte complementar da obra.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de dez. de 2013
Existência [ Ii ]

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    Existência [ Ii ] - L.felipe

    ANTIGUIDADE

    Embora classicamente o marco inicial da Antiguidade se dá c. 4.000 a.C., com o advento da escrita, iremos considerar, apenas para efeito didático deste trabalho, que o início se dá ao fim da Idade do Gelo quando efetivamente o H.sapiens descobriu a riqueza da terra que havia ocupado.

    Com o aquecimento do planeta brotaram a primeiras flores, surgiram as gramíneas nas extensas pradarias, revelando um cenário de abundante fartura e conforto, quando então acabou descobrindo a agricultura e então abandonou definitivamente seus hábitos nômades.

    Na medida em que as populações sedentarizadas iam crescendo, presas aos seus novos habitats naturais, o H.sapiens acabou desenvolvendo o tino da socialização e foram nascendo as aldeias e as pequenas vilas em todos os cantos do planeta. Era o início do processo de civilização do ser humano na Terra.

    Os pequenos grupos se aglutinaram em pequenas fazendas e produzindo famílias. A partir da descoberta da agricultura, se deu início a uma significativa explosão demográfica, aumentando a necessidade do homem vir a ocupar novas terras (desmatamento para o plantio), de caçar e de coletar alimentos para complementar a alimentação das comunidades cada vez mais aumentadas.

    Dentre as gramíneas cultiváveis surgiram a cana-de-açúcar, o trigo, o centeio, a cevada, entre outras. Todos os cereais são tipos de gramíneas e se tornaram a base da alimentação humana e principal forma de ingestão de calorias.

    Assim, a agricultura acabou se firmando em alguns lugares ao redor do planeta, como ao longo dos rios Nilo (Egito), Indo (Paquistão), Amarelo e Yangtzé (China), entretanto os vales dos rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia, se revelaram os mais auspiciosos, e essa região passou a ser conhecida como Crescente Fértil. Além da agricultura de trigo, cevada, centeio, lentilhas e figos, a região contava ainda com a domesticação de bovinos, suínos, ovinos e caprinos.

    Um fato curioso dessa época foi o surgimento dos cavalos selvagens que ocorreu nas pradarias e estepes da Eurásia Central. Eles atravessaram a ponte da Beríndia na contramão dos H.sapiens e as espécies que permaneceram no continente americano acabaram extintos sem alguma razão conhecida.

    Há 4 mil anos, os povos nômades da Ásia Central acabaram domando os cavalos selvagens para uso como montaria pela primeira vez. A domesticação dos cavalos foi um dos passos mais importantes para o curso da História Humana.

    Neste período de conformação das civilizações, o crescimento das populações foi se acentuando nas mais variadas regiões do planeta, onde se sentiram melhor adaptadas.

    Da aglutinação das pequenas fazendas, vieram as pequenas comunidades que foram se desenvolvendo. Algumas delas passaram a dominar grandes extensões de terra e também outros grupos vizinhos formando seus povos nativos. Surgiram, assim, as primeiras cidades, principalmente no cruzamento de caminhos naturais.

    Cerca de 6 mil anos atrás, em uma localidade chamada Suméria, na Mesopotâmia, começaram a se formar as primeiras populações assentadas de forma organizada, se tornando o primeiro grande centro de poder e inovação. E mil anos depois os assentamentos sumérios tornaram-se efetivamente as primeiras cidades.

    A elevada concentração de habitantes sedentarizados acabou transformando os hábitos alimentares da população, que veio a concentrar sua dieta no cultivo do trigo e da cevada. Pelo fato de suas colheitas ocorrerem ao mesmo tempo, criou-se, portanto, a necessidade de se estocar os grãos colhidos para o abastecimento durante a entressafra ou mesmo em caso de quebra da safra. Por outro lado, a sedentarização com trabalho duro e dieta pobre, trouxe para o homem as doenças típicas desse tipo de vida, contraindo vírus dos animais domesticados, manifestando a sífilis, tuberculose, o sarampo, varíola, peste bubônica e outras doenças mortais.

    Ao mesmo tempo, entretanto, outras populações longe dos eixos de comércio, separadas por desertos e oceanos, também seguiam seu rumo, porém ainda em estado quase primitivo. Algumas dessas cidades dariam origem ao longo do tempo às mais significativas civilizações da história da humanidade.

    Considera-se civilização como o estágio de desenvolvimento cultural de um determinado povo, normalmente representando pelas técnicas dominadas, relações sociais, crenças, fatores econômicos, criação artística, entre outros.

    Entretanto, o desenvolvimento de uma civilização ocorre lentamente, logo é um longo processo, onde vários fatores podem influenciar no seu desenvolvimento como, por exemplo, recursos naturais de uma região, clima, proximidade com outra civilização, períodos de liderança etc.

    Por outro lado uma civilização também pode ser movida pela vontade de acumular riquezas, obter conhecimentos úteis, dominar militarmente outras regiões ou até mesmo buscar melhor qualidade de vida para seu povo.

    Durante a história, tivemos o desenvolvimento de inúmeras civilizações com características diferentes, que acabaram moldando o perfil da humanidade, como hoje conhecemos.

    Entretanto, essas civilizações só começaram efetivamente a surgir posteriormente à Idade do Gelo, na medida em que seus povos caçador-coletores primitivos foram se adaptando melhor às regiões que iam progressivamente ocupando.

    A vida sedentarizada coletiva também fez surgir outra garande aflição social, o sentimento de posse. Motivado principalmente pela fome, os menos aquinhoados buscavam disputar os alimentos pela força provocando o instinto de defesa do atacado. Surgia aí um novo predador a ser enfrentado - o próximo - fato esse que, com opassar do tempo, veio a provocar o início das guerras.

    O domínio do comércio através da troca de bens com outros lugares se deu notadamente com a inestimável contribuição dos animais de tração domesticados, como o burro. As caravanas que transportavam mercadorias de um lugar para o outro, conectando as cidades próximas, vieram a formar as primeiras civilizações.

    As primeiras rotas de comércio uniram a Mesopotâmia ao Egito e convergiram para o Golfo Pérsico onde os navios transportavam as mercadorias para a Índia, criando um intercâmbio cultural e comercial entre as civilizações emergentes. A chave para a organização do comércio foi a escrita, que se manifestou como uma extensão do cérebro humano. Além disso, com o registro da fala em documentos escritos se iniciou a história da cultura na humanidade.

    O progressivo crescimento das populações nativas nas cidades também criou a necessidade de expansão dos seus domínios, além da igual necessidade de alguma forma de liderança que pudesse manter as sociedades minimamente organizadas.

    À semelhança das aldeias e tribos que também tinham suas lideranças naturais, a primeira forma de uma organização coletiva de expressão foi o reino. Neste regime o regente tinha o poder de decidir o que considerava melhor para seus súditos, mediando conflitos, estabelecendo estratégias, formulando leis, condenando infratores etc.

    Por sua vez, a necessidade de expansão territorial deu origem aos impérios, resultado de conquistas e vassalagens de alguns reinos em nome de uma infraestrutura de poder maior. Os impérios foram surgindo das guerras, com a prevalência da lei do mais forte, ou do mais astuto, algo ligado ao instinto predador do animal, seja irracional ou não. Dentre os primeiros grandes impérios destaca-se o Egito com a fusão de dois grandes reinos que coexistiam ao longo do rio Nilo desde 3.500 a.C.

    Da mesma forma inerente ao instinto humano e ao reboque da vida agrupada, o sepultamento dos mortos e a religião talvez tenham sido a grande liga que forjou as principais civilizações.

    No Egito, as pirâmides foram construídas como conexões espirituais, a partir de 2.680 a.C.. Os faraós acreditando na vida após a morte erigiram verdadeiras obras arquitetônicas – as maiores durante 4 mil anos – de forma a abrigar câmaras mortuárias para si e suas concubinas. De forma semelhante, no sul da Inglaterra, c. 2.600 a.C., começou a ser erigido um monumento religioso supostamente em homenagem aos mortos, o Stonehenge.

    Com o passar do tempo, o homem deixou o arcaísmo politeísta, inaugurando novas crenças monoteístas como o hinduísmo (indianos), judaísmo (hebreus), o cristianismo (romanos) e, ainda, o islamismo (árabes), uma fé dissidente que veio a explodir pelos quatro cantos do planeta no rastro de uma guerra santa. Diferente, com um teor religioso não-teísta, também surgiu o confucionismo, taoísmo e o budismo (povos orientais).

    Portanto, essa etapa chamada Antiguidade, em termos de civilização, irá cobrir o desenvolvimento dos povos dominantes de cada continente do planeta, desde a fase final da Idade do Gelo, há 12.000 anos, até à origem da escrita, em 476 d.C., quando ocorreu o auge da invasão dos povos bárbaros na Europa e a consequente queda do Império Romano do Ocidente, dando início à uma nova etapa da civilização chamada Idade Média.

    FILMOGRAFIA [ANTIGUIDADE ]

    The History Channel – History of the World in Two Hours - 14 bilhões de anos de história, desde o início dos tempos até a atualidade, fazendo escalas para explorar os pontos mais marcantes, os momentos históricos e as conexões extraordinárias entre o passado distante e nossa vida cotidiana. Esta é uma nova forma de ver a história do universo, do planeta Terra e da humanidade: o surgimento da vida, os avanços do homem e o crescimento da civilização.

    The Ascent Of Man, 1973

    Episódio 2 – Migração dos primeiros humanos, a agricultura e os primeiros assentamentos e guerra.

    Episódio 3 – Ferramentas, o desenvolvimento da arquitetura e escultura.

    Episódio 4 – Fogo, metais e alquimia.

    Episódio 5 – A linguagem dos números e da matemática.

    THC Humanidade - História de Todos Nós – Homens de Ferro - A partir do caos, descobrimos o ferro. Armados com este metal, as pessoas comuns conseguem derrubar tiranos e construir uma nova ordem mundial. Do nascimento da democracia em Atenas até a criação da Bíblia, na Babilônia, o poder do povo remodela a Humanidade.

    Andrew Marr’s – History of the World, 1999

    Episódio 2 – Age of Empire: A história dos primeiros impérios que lançaram as bases para o mundo moderno.

    Episódio 3 – The World and the Sword: Traçando as revoluções espirituais que abalaram o mundo entre 300 a.C e 700 d.C.

    Erinnerungen an die Zukunft, 1970 - O escritor Erich Von Däniken procura provar, por meio de descobertas arqueológicas e textos sagrados, que todos os deuses das antigas civilizações eram, na verdade, extraterrestres. Viaje junto com o autor por locais fascinantes, como as pistas de Nazca, as ruínas Maias e Astecas, a Ilha de Páscoa e as pirâmides do Egito.

    ÁFRICA

    KHOISANS, BANTOS, EGÍPICIOS, NÚBIOS,

    BERBERES, ABISSÍNIOS, NOKS, SOMALIS

    A cepa dos protocaucasoides, que supostamente seria a mais próxima da raiz da espécie humana, originalmente produziu adaptações no leste da África, e em particular no Vale do Nilo. Entre 8.000 a.C.. e 5.000 a.C., surgiram as populações nilóticas que foram migrando posteriormente em direção ao norte, miscegando com as populações khoisan, da cepa dos proto-australoides.

    Os khoisans supostamente eram oriundos das savanas da Zâmbia e estepes da Namíbia e de Botswana, ocupando grande parte da África subsaariana. E ao que tudo indica uma migração em direção ao extremo sul acabou dando origem aos povos hotentotes e san da África do Sul. Os sudaneses, cuja origem ainda continua mal explicada, ocuparam o sul do Saara desde o Sudão até a costa do Atlântico - região conhecida como África Sudanesa. Entretanto, muito provavelmente, também tenham suas raízes nessas populações khoisans.

    bantos

    Já as regiões oeste e sudeste da África eram ambas ocupadas pelos povos bantos, da cepa dos protobocimanoides. Os bantos eram povos agricultores, vivendo também da caça e da pesca. Eles conheciam a metalurgia, fato que deu grande vantagem na conquista de povos vizinhos.

    Por volta de 2.000 a.C., impelidos pela desertificação do Saara e em busca das florestas tropicais, os povos bantos iniciaram um movimento migratório expandindo seus domínios em direção à costa do Índico e também para o sul.

    Bantus

    Nesse processo expansionista foram miscigenando e praticamente exterminando as populações khoisan, acabando por se tornar o principal povo do tronco Níger-Congo.

    Criaram reinos que vieram a conformar além do Congo, o Zimbabue e Angola, criando assim as primeiras civilizações africanas na região subsaariana do continente. A ocupação acabou refugiando os pigmeus nas florestas do Congo e restringindo os povos mais atrasados (boximanes) no deserto de Kalahari.

    Assim se formaram os dois grandes troncos principais de pele negra da África subsaariana, os bantos e os sudaneses, ambos com muitas tribos, fundando inúmeros reinos e impérios.

    Civilizações do Nilo

    NOTA: Para efeito de organização desse livro, o Egito será considerado, no período histórico da Antiguidade, como nação integrante do ORIENTE MÉDIO.

    Civilizações do Chifre da África

    Provavelmente também com mesmas influências sudanesas, os abexins, juntamente com galas, formaram os povos originários da Abissínia (Etiópia), uma das áreas mais antigas de ocupação humana do mundo, senão a maior, encravada na região conhecida por Chifre da África, na costa do Oceano Índico.

    Foram eles que deram origem à civilização abissínia, uma expressiva civilização do tronco afro-asiático.

    Os cuches supostamente foram os povos precursores dos etíopes (faces queimadas ou faces negras, segundo os antigos gregos). A história da civilização etíope está documentada como uma das mais antigas do mundo.

    Junto com os países vizinhos Sudão e Somália, esta região hospedou também o poderoso Reino de Axum, que conquistou o Reino de Kush, no Sudão, e chegou a controlar inclusive o Reino de Sabá, no Iêmen.

    Axum

    O Império Abissínio está intimamente ligado à civilização etíope. A origem lendária do império remonta ao filho de Salomão, rei dos hebreus, com Balkis, rainha de Sabá. Esse filho, chamado, por alguns autores, por Menelik, e por outros, de David, é apontado como o primeiro imperador da Abissínia.

    Ainda segundo a tradição abissínia, durante sua permanência em Jerusalém, a rainha de Sabá tornou-se mulher do rei Salomão, filho do rei Davi e de Bethsabá, que viveu entre 1.000 e 930 a.C., teria então retornado grávida ao seu país, e teve um filho, que foi educado em Sabá (atual Yemen) durante a infância.

    Rainha de Sabá

    Na adolescência, ele foi enviado a Jerusalém, para aprimorar seus estudos e conviver com seu pai, por alguns anos, procurando absorver sua proverbial sabedoria. Nessa ocasião, teria sido ungido e sagrado no Templo de Salomão, com o nome de David, em homenagem ao seu avô (rei Davi), retornando, após, para junto de sua mãe. Finalmente se estabeleceu na Abissínia, tendo subido ao trono e introduzido a religião judaica em seu país, originando as cerimônias que os abissínios ainda conservam até os nossos dias.

    Na costa do Índico, os povos somalis, do tronco afro-asiático e também com provável influência e raízes sudanesas, marcou forte presença no comércio marítimo da região do Chifre da África.

    A história dos povos somalis remonta ao tempo do Império Egípcio, quando a região localizada no chamado Chifre da África, no Índico, foi conhecida pelos egípcios. A Somália foi um importante centro de comércio com o resto do mundo antigo.

    Seus marinheiros e mercadores eram os principais fornecedores de incenso, mirra e especiarias, itens que foram considerados luxos valiosos para os antigos egípcios, fenícios, micênicos e babilônios com quem o povo somaliano negociava. Posteriormente, muitas partes dos territórios somalis foram anexadas ao Império Abissínio.

    Civilizações da África Oriental

    A civilização swahili se baseava em três atividades econômicas principais: a agricultura, a pesca marítima e o comércio. A pesca e a coleta de frutos do mar estavam estreitamente ligadas ao desenvolvimento da navegação em suas duas formas: por um lado, na arte da construção de navios e, por outro, no desenvolvimento das técnicas de navegação, em particular da astronomia.

    Um estudo dos conhecimentos astronômicos da época mostra, com efeito, que eles só puderam ser desenvolvidos por meio da navegação no oceano Indico; logo, há motivos para se acreditar que os navegadores africanos tenham dado sua contribuição nesse sentido. Pode-se supor que a construção de navios não se limitava à fabricação de barcos talhados a machado e almadias costuradas.

    África Oriental

    MASSAI

    Quando o único deus verdadeiro, Enkai, criou o mundo, cuidadosamente baixou o gado na Terra e escolheu o povo massai para supervisionar esses animais divinamente providenciados. Os massais se acreditam os donos legítimos de todos os rebanhos, não importando em que lugar do mundo se encontre pastando.

    O que é considerado roubo ou furto de gado alheio não é crime, mas uma correção da ordem divina. Mais de 800 mil pessoas ainda praticam tal crença, uma religião sem textos e transmitida oralmente, passada adiante por líderes espirituais e xamãs conhecidos como laibons.

    Portanto, se você levou uma vida de maldades, os espíritos o arrebatam à hora de sua morte e arrastam sua alma para um inferno desértico, enquanto os bons se encontram num paraíso de pastagens perfeitas, entre bilhões de vacas.

    Um massai não pode pôr uma enxada no solo, pois destruirá a grama que o rebanho come e a grama é tida como uma erva sagrada. Eles também bebem o sangue das vacas misturado ao leite a fim de ficarem mais fortes e mais próximos de Enkai.

    Os seminômades massais são patriarcais e espera-se que as mulheres tenham o máximo de filhos possível. Troca de esposas é comum. Caso o convidado solicite, ela é emprestada por uma ou duas noites, como forma de demonstrar boas maneiras. Se uma criança for gerada, o filho pertence à linhagem do marido e contribui para a riqueza do homem.

    Ter muitos filhos e possuir gado são medidas de riqueza, enquanto o status de celebridade é alcançado matando-se um leão. Conhecidos como guerreiros ferozes são capazes de atirar uma lança e acertar o alvo a 100 m de distância. Também gostam de se vestir de vermelho, em homenagem ao sangue das vacas, azul por causa do céu e verde da grama. Costumam usar argolas, discos e contas pesadas no lóbulo das orelhas.

    massai

    Civilizações da África Ocidental

    Na África Ocidental, surgiu a civilização nok, de origem sudanesa, no norte da Nigéria, que foi criada com a influência dos egípcios, por volta de 500 a.C., e cujo extenso legado constituiu aquilo que veio a se chamar de cultura nok.

    Estes povos eram essencialmente agricultores sedentarizados que cultivavam o inhame (para alimentação) e produziam óleo de palma, sendo provável que não criavam gado. Parecem ter sido os pioneiros na metalurgia do ferro, ao sul do Saara. Os povos nok poderiam também estar de alguma forma ligados às raízes dos povos bantos.

    Precedendo de vários séculos, a cultura nok constituiu um elo essencial para o conhecimento da antiquíssima história do continente africano. Posteriormente a civilização iorubá que veio suceder a civilização nok, se tornou um dos maiores grupos étnicos da África Ocidental.

    Nok

    As comunidades iorubás que se desenvolveram principalmente no sudeste da atual Nigéria constituíram um dos grandes centros civilizatórios da Guiné e chegaram a influenciar outras civilizações da região, como o reino de Benin. Esta irradiação cultural não se restringiu apenas à África.

    Milhares de iorubás escravizados posteriormente foram desembarcados no Brasil, fecundando a cultura e a história do nosso país.

    Iorubá

    Em particular, por volta de 900 d.C., uma miscigenação de povos bantos e árabes fundaram cidades pela costa oeste da África, dando lugar a uma civilização arábe-bantu.

    Civilizações da África Centro-Sul

    Os povos agricultores bantos chegaram a formar o grande Reino do Congo que dominava grande parte do coração da África. O rei banto, também conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de mercadorias e alimentos de todas as tribos que formavam seu reino. O rei gastava parte do que arrecadava com os impostos para manter um exército particular, que garantia sua proteção, e funcionários reais.

    Os habitantes do reino acreditavam que o manicongo possuía poderes sagrados e que ele influenciava nas colheitas, guerras e saúde do seu povo.

    Os bantos acabaram dominando o tronco Níger-Congo, criando também outros reinos importantes como o Zimbábue (formando uma população shona) e Angola.

    Ainda nas florestas do Congo habitavam os pigmeus, um povo de estatura baixa e de grande adaptação às densas florestas tropicais. Supostamente eram tratados como uma espécie de escravos dos bantos, que forçavam o trabaho nos campos, além de desfrutar de suas caças e colheitas.

    Khoi-San

    FILMOGRAFIA [ ÁFRICA ]

    The History Channel – History of the World in Two Hours - 14 bilhões de anos de história, desde o início dos tempos até a atualidade, fazendo escalas para explorar os pontos mais marcantes, os momentos históricos e as conexões extraordinárias entre o passado distante e nossa vida cotidiana. Esta é uma nova forma de ver a história do universo, do planeta Terra e da humanidade: o surgimento da vida, os avanços do homem e o crescimento da civilização.

    ORIENTE MÉDIO

    O Oriente Médio foi o berço da maioria das civilizações eurasianas, haja vista estar no eixo migratório das populações que abandonaram a África. As primeiras cidades surgiram com a união dos fazendeiros, onde se desenvolveu tanto a indústria, através da fabricação de ferramentas e armas, quanto do comércio de mercadorias, tornando o homem um empreendedor. O estanho se revelou um dos materiais mais valiosos e cobiçados da época pela sua capacidade de se misturar ao cobre fundindo o bronze, metal cuja indústria e comércio expandiram as fronteiras das primeiras grandes civilizações, ligando o Oriente Médio à Índia, Europa e além.

    O Oriente Médio se compunha basicamente do Egito, Mesopotâmia, Síria, Anatólia e Arábia.

    Egito

    A partir de 5.000 a.C., com o progressivo processo de desertificação do Saara, vários povos caçadores nômades e seminômades, do norte da África e do Levante, buscaram as margens do rio Nilo para ali se fixarem. Esses migrantes se misturaram com os povos locais provavelmente negros nilóticos de influência sudanesa, fundando aldeias tanto no Alto Nilo (ao sul), quanto no Baixo Nilo (ao norte), iniciando então a formação dos povos egípcios.

    Egípcios

    Cerca de 4.000 a.C., as margens do Nilo viram florescer a agricultura primitiva nos campos de assentamento. E em algum momento, essas aldeias foram se unificando e formando pequenas cidades independentes. Em 3.500 a.C., vieram a formar basicamente dois reinos, o do Baixo e o do Alto Egito, que coexistiram por quase 300 anos, como culturas separadas.

    Reza a história que o rei Narmer (também conhecido por Menés), governante do Alto Nilo, confrontou os principados do norte com o objetivo de controlar as rotas comerciais de vinho, madeira e incenso do Delta do Nilo.

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    A unificação dos reinos, que foi retratada nos hieróglifos da Paleta de Narmer, deu origem à dinastia zero da poderosa civilização egípcia. A unificação fez reunir os camponeses de milhares de aldeias ao longo do Nilo compartilhando de uma mesma cultura. O surgimento da cerâmica, da olaria e de grandes centros cerimoniais nas primeiras cidades que forma se formando refletiram a influência de um governo centralizado. A escrita em hieróglifos, também desenvolvida no Egito, foi usada fora do culto unificado para fins administrativos em uma sociedade baseada no comércio e na cooperação, como a cobrança e contabilização de impostos. E os escribas eram a base dessa burocracia egípcia.

    As colheitas que dependiam fortemente da fertilização das margens do Nilo após as cheias de verão, eram naturalmente dependentes do clima, embora os egípcios considerassem o evento uma benção divina. A necessidade de sobrevivência quando ocorriam enchentes devastadoras que alagavam e destruíam as aldeias e as plantações ribeirinhas, levou à criação dos primeiros sistemas de irrigação, tornando a agricultura mais simples e eficaz.

    O controle das cheias, do plantio e da colheita em solos férteis resultou na fartura agrícola de produção de grãos. A lama do Nilo também era usada como alvenaria para a construção de cabanas e palácios das cidades. Nos terrenos alagados do Delta do Nilo florescia o papiro que servia de matéria prima para o primeiro tipo de papel onde foram escritas as crônicas dos escribas, as cartas dos moradores e, inclusive, o Livro dos Mortos. Os egípcios consideravam este conjunto de textos como obra do deus Thot, que, posteriormente, veio a ser chamado Hermes Trismegisto.

    HERMES TRISMEGISTO

    Esta foi uma misteriosa figura da Antiguidade que tentou alcançar a unidade com o divino explorando e alterando as forças elementares da natureza por meio do uso da alquimia e da magia. As origens do hermetismo são tão antigas que as tradições orais julgavam seu autor um deus feito homem. Em alguns relatos, Hermes aparecia como sacerdote egípcio, possível contemporâneo de Moisés, embora houvesse quem o declarasse a encarnação humana de Thot, divindade egípcia representada com corpo de homem e cabeça de íbis. A despeito das poucas provas de sua existência concreta, outros ainda o situam na Grécia, durante o tempo de Platão, onde seria o equivalente a Hermes, o deus do Olimpo associado à trapaça e à alquimia.

    Os antigos valorizavam os escritos de quem quer que Hermes realmente tenha sido e davam grande importância à sua palavra, de tal modo que cada biblioteca da época colecionava muitas de suas volumosas obras. São lhe atribuídos mais de 20 mil livros, compostos de rolos de papiro, que circularam pelo mundo civilizado até a queda do Império Romano.

    Muitos de seus tratados eram filosóficos e guardava um misticismo poético, tal como seu guia de como encontrar Deus: Seja tudo já; esteja ainda por nascer, esteja no útero, seja jovem, velho, morto, além da morte. E quando tiver entendido todas essas coisas simultaneamente — então você poderá compreender Deus. Outros textos herméticos consistiam em manuais destinados a ensinar como aprisionar almas em estátuas ou quais as melhores pedras preciosas, odores e ervas a serem usadas em encantamentos.

    No alvorecer do Renascimento, muitos estudiosos que encontraram dificuldades para distinguir entre ciência e magia o redescobriram. Defensores de Hermes, como Roger Bacon e o Dr. John Dee, acreditavam que ele houvesse recebido seu conhecimento por meio de uma esmeralda que continha informações enciclopédicas. Pensava-se que os projetos para construir as pirâmides eram acessados por meio da pedra preciosa mágica de Hermes.

    O poder de sua alquimia e de seu legado permanece até hoje: um de seus feitiços para proteger objetos de serem habitados por espíritos malignos funcionou tão bem que hermeticamente fechado refere-se a um recipiente lacrado, esterilizado e impenetrável, numa espécie de homenagem à magia de Hermes Trismegisto.

    O rio Nilo acabou se transformando no principal meio de transporte e cooperação entre os povos ribeirinhos que através de suas embarcações singelas, como as jangadas de papiro, quanto os grandes barcos de madeira, puderam armazenar, escoar e até exportar seus excedentes agrícolas.

    Além de guerreiro, Narmer era também um apaixonado por construções, e assim decidiu cercar a cidade de Mênfis, às margens do Nilo, com altas e resistentes muralhas, protegendo a capital do seu reino das calamitosas enchentes anuais.

    Essa foi a primeira barragem da História, e o fato do governante ter imposto sua vontade contra natureza o transformou em uma divindade perante seu povo dando a ele um poder dinástico absoluto.

    Ao morrer aos 62 anos vítima de um ataque de hipopótamos em uma caçada, Narmer deixou um legado que iria se transformar no mais poderoso império de sua época. Suas obras acabaram estimulando os faraós sucessores a ousarem cada vez mais com o objetivo de se tornarem mais poderosos que seus antecessores.

    O Império Egípcio se desenvolveu pacificamente varrendo três dinastias, durante quase cinco séculos, caracterizado pela estabilidade política, prosperidade econômica e florescimento artístico, embora separados por períodos de relativa instabilidade. O sucesso da antiga civilização egípcia se deveu em grande parte à sua capacidade de aproveitar e se adaptar às condições do Vale do Nilo.

    Ao longo do Nilo floresceram inúmeras cidades-estados egípcias, cujos portos eram interligados pelo rio. Em direção ao interior foram construídos canais transversais que serviam para irrigação e transporte fluvial, permitindo o assentamento e o desenvolvimento de novas cidades. Além disso, a inundação previsível e a irrigação controlada do vale fértil produziam colheitas excedentárias, o que alimentou o desenvolvimento social e cultural.

    Com esses recursos, o império veio a patrocinar a exploração mineral do vale e nas regiões do deserto ao redor, o desenvolvimento inicial de um sistema de escrita independente, a organização de construções coletivas e projetos de agricultura, o comércio com regiões vizinhas, e campanhas militares para afirmar o domínio egípcio.

    Os egípcios introduziram com o passar do tempo o conceito de medição e cálculo das propriedades agrícolas, o que teve como consequência o desenvolvimento da geometria e da matemática. A sociedade egípcia era dividida em níveis, cada um com suas atividades próprias.

    Ela era composta pelo faraó, cujos poderes eram ilimitados, pelos sacerdotes, que eram os guardiões dos segredos científicos e dos mistérios religiosos, pela nobreza, pelos escribas, artesãos, camponeses e por fim pelos escravos.

    Egito

    Na ciência, os egípcios desenvolveram também a astronomia, a medicina e a engenharia. As muitas realizações dos antigos egípcios proporcionaram um legado duradouro que incluem o desenvolvimento de técnicas de extração mineira, topografia e construção que permitiram a edificação de monumentais pirâmides, templos e obeliscos; um sistema de matemática, um sistema prático e eficaz de medicina, sistemas de irrigação e técnicas de produção agrícola, os primeiros navios conhecidos, faiança e tecnologia com vidro, entre outros.

    De acordo com a cultura egípcia, havia vida após a morte, assim sendo os jazigos e as tumbas eram locais considerados sagrados e dotados de absoluta segurança e conforto para abrigar seus mortos.

    Na fase pré-dinástica era praxe que as tumbas dos antigos faraós, depois de concluídas, fossem cobertas por elevadas colinas de areia com seus cumes apontados para o céu.

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    A razão decorria do mito da criação da vida que para os egípcios havia emergido do oceano primordial como uma ilha, revelando a primeira terra na forma de um monte. Essa gênese era revivida pelos egípcios todos os anos conforme o Nilo retraía e expunha suas terras férteis como promessa de um novo ciclo de vida.

    Posteriormente os túmulos reais, chamados de mastabas, passaram a ser construídos à beira do deserto, e eram simples câmaras de enterro debaixo de telhados planos e prédios retangulares de tijolos e barro.

    Elas consistiam em dois elementos principais, uma estrutura retangular na superfície que podia ser visitada por sacerdotes e entes querido, além de uma subestrutura de câmaras seladas subterrâneas, onde era alojado o sarcófago do rei e tudo que pudesse levar para a eternidade.

    Mastaba

    Em 2.667 a.C., o faraó Djoser (ou Zhoser), da 3ª dinastia, um jovem sábio e piedoso se tornou tão popular que deixou de ser um mero mortal e passou a ser adorado pelos seus súditos como deus. Acabou se tornando uma referência para os faraós que o sucederam por dois mil anos. Uma das primeiras providências ao assumir o poder foi mandar construir seu complexo tumular.

    Os egípcios consideravam o mundo do além, igual ao da vida terrena, onde além do conforto, também havia divertimento, bebida e fartura.

    Esse conceito da vida eterna refletia culturalmente aquilo que era observado na natureza, onde o sol nascia todas as manhãs, o rio Nilo transbordava todos os anos, os grãos brotavam de suas margens em todos os verões, portanto também seria possível aos homens ressurgirem ciclicamente do mundo dos mortos. Portanto era cultural que os faráos construíssem seus túmulos há séculos.

    Entretanto, Djoser que era também um empreendedor mandou edificar no cemitério de Sakara uma mastaba diferenciada, cuja estrutura superficial, ao invés de tijolos, era inteiramente formada de pedras empilhadas em camadas.

    Coube a seu grão-vizir e sumo-sacerdote Imhotep, que em suas origens era um arquiteto humilde, o desenvolvimento e execução de tal projeto revolucionário. A mão de obra de 10 mil operários seria agraciada com comida, cerveja, roupas e isenção de impostos.

    Ao final, após 20 anos de trabalho e com seus impressionantes 61 m de altura, a mastaba se tornou para muitos a precursora das pirâmides.

    mastaba

    A obra deu início à indústria de extração de pedras de calcário, onde se aperfeiçoou a técnica de cortar, extrair e transportar blocos colossais para construção. O empreendedorismo de Djoser se extendeu ainda à

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