Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Missão: Lua
Missão: Lua
Missão: Lua
E-book247 páginas3 horas

Missão: Lua

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Explorar outros locais do Sistema Solar e estabelecer a presença humana além dos limites da Terra. Este sonho tem inspirado gerações e mais gerações ao longo do tempo, porém haverá um dia em que esse sonho se tornará realidade... Esta obra de ficção científica dá continuidade aos eventos narrados em “Destino: Planeta Terra – A Décima Expedição”. Ambientada entre os anos de 1994 e 2043, mostrará que uma fascinante descoberta na Lua coloca a humanidade em uma nova corrida espacial, agora buscando estudar e dominar o uso de tecnologia alienígena e, com isso, se lançar para o espaço com o intuito de explorar e colonizar novos mundos. Novos personagens irão se misturar aos antigos personagens e viverão empolgantes e perigosas aventuras na Lua, em Europa, a lua de Júpiter e em Fáilte. Onde os Aons se esforçam para reintegrar um astronauta terrestre, supostamente morto em uma missão à Europa, ao seu planeta natal. Porém, uma perigosa conspiração em Fáilte ameaça acabar com uma era de paz que perdura há vários milênios.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de mar. de 2015
Missão: Lua

Relacionado a Missão

Ebooks relacionados

Ficção Geral para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Missão

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Missão - Cláudio Vieira Oliveira

    O Presente

    Duas gigantescas naves mãe dos Liaths entram no Sistema Solar e rumam rapidamente em direção à Terra. Uma das naves parece bastante antiga e apresenta muitas marcas de desgaste em sua fuselagem. Há um gritante contraste em relação à segunda, que parece recém-saída de um estaleiro espacial. Ao se aproximarem da Lua, a nave mais antiga precipita-se em direção ao solo do satélite da Terra, enquanto a outra estabelece uma órbita em torno da Lua.

    O impacto é bastante forte e a velha astronave desliza algumas centenas de metros até finalmente conseguir parar. Quase imediatamente, dezenas de pequenas naves de transporte saem da nave mãe que está em órbita e rumam, velozmente, em direção à astronave que caiu.

    Os primeiros Liaths que chegam ao local detectam que, apesar do impacto, a integridade estrutural da astronave continua intacta. Então tem início uma frenética operação de retirada de muitos componentes da nave. Os propulsores são rapidamente desmontados e embarcados nas naves de transporte, assim como os reatores atômicos, os computadores e os demais sistemas da astronave.

    Após algumas horas de trabalho árduo as naves de transporte começam a partir, deixando apenas o corpo da velha astronave na superfície lunar. Por fim, só uma das naves de transporte permanece no solo e três engenheiros Liaths ficam dentro da nave mãe para instalar um pequeno reator nuclear que, no futuro, permitirá que o sistema de suporte à vida seja facilmente ativado. Ajustam também esse mesmo sistema para reproduzir condições similares às encontradas na atmosfera terrestre.

    Após breve contato por rádio com a nave que está em órbita, os engenheiros abandonam a velha nave mãe. O último Liath que sai deixa no solo lunar um pequeno fragmento de metal. Em seguida, retornam ao seu transporte, que imediatamente decola e segue para a astronave que havia permanecido em órbita.

    Na ponte de comando da nave mãe que permaneceu em órbita, um Liath acompanhava com extrema atenção todos os detalhes da operação, ao seu lado uma figura humana também observava atentamente todo o processo. O Liath era Seoc, idealizador e comandante daquela missão que, após mais de três décadas, revia novamente o planeta que o havia aprisionado por muitos anos.

    A humana era Dsot, uma mulher de pele muito branca, de rosto delicado, com bastantes sardas, cabelos ruivos e idade em torno de trinta e cinco anos. Quando precisava acompanhar os Liaths, ela havia se habituado a deixar o seu corpo biomecânico de aproximadamente dois metros e oitenta centímetros de altura e utilizar a duplicata genética de um ser humano. Isso permitia que se acomodasse melhor nas pequenas dimensões das naves Liaths. Ela também, depois dos intensos acontecimentos ocorridos há mais de trinta anos, retornava pela primeira vez às cercanias do planeta Terra.

    Quando o último transporte retornou à nave mãe, Seoc olhou com orgulho para Dsot. O seu presente à humanidade estava devidamente depositado no solo lunar onde permaneceria intacto, ainda por várias décadas, até que os habitantes da Terra pudessem usufruir dele. Diferente do que se poderia imaginar, devido aos inúmeros anos de prisão e sofrimento, Seoc desenvolveu muito carinho por aquele mundo. Ele considerava que o desenrolar dos fatos desde a sua queda no planeta, havia sido muito benéfico ao seu povo. Uma raça que caminhava para a extinção encontrou na sua história de vida, motivação para reverter aquele quadro desesperador e sem esperanças.

    Depois de alguns minutos após o regresso da última nave de transporte, Dsot rumou para o seu alojamento onde havia deixado conectado um computador a uma rede de comunicação de dados terrestre, chamada de Internet. Ela não havia contado a ninguém, mas, em altíssima velocidade esse computador realizava a busca e recuperação de todos os dados associados a uma pessoa em particular: Oleg Zubov.

    Encontrou informações que apontavam que, depois de desertar da União Soviética, passado algum tempo na Suíça e Inglaterra, ele havia se estabelecido no Canadá, mais especificamente na cidade de Quebec. Ali atuou como engenheiro e, posteriormente, como professor universitário. Pelas informações que obteve, concluiu que ele estava vivo e com a idade de sessenta e sete anos. Através dos registros, percebeu que ele havia se casado com Marisha, que também estava viva e que tiveram dois filhos. Uma busca mais detalhada revelou o endereço da residência na qual a família Zubov vivia.

    De posse daquelas informações, Dsot não conseguia mais conter sua empolgação, correu até a ponte onde pediu para conversar em reservado com Seoc. Os dois se dirigiram para a sala de reunião que ficava do lado direito da ponte de comando e, após alguns minutos de diálogo, o seu entusiasmo já havia contagiado o comandante. Combinaram que iriam partir para a Terra e, depois de várias décadas, reencontrar o velho amigo.

    Em seguida, ela explicou a Seoc os detalhes sobre como planejava agir a partir do momento que chegassem à Terra. Contou que deveriam aterrissar em uma área fracamente povoada, nas cercanias da cidade na qual Oleg morava. Em seguida, apenas ela iria deixar a espaçonave e monitoraria, por alguns dias, a rotina de Oleg. Finalmente, com base nas observações que Dsot iria obter, ela e Seoc definiriam o melhor momento e o local adequado para encontrá-lo pessoalmente.

    Uma Visita Inesperada

    Era um bonito dia na primavera do ano de mil novecentos e noventa e quatro, fim de tarde, um senhor de quase setenta anos caminhava tranquilamente pelas trilhas de um bosque situado nos arredores de Quebec.

    Ao longe percebeu um forte lampejo entre as árvores, como conhecia muito bem o local, sabia que não se tratava dos faróis de um carro. Dessa maneira, a sua curiosidade foi despertada. Ele saiu do seu caminho habitual e seguiu em direção ao local onde percebeu a luz. De longe observou duas silhuetas do que identificou inicialmente como sendo uma mulher e um garoto de boné ao seu lado.

    Logo em seguida percebeu que a mulher o chamou pelo nome, não estranhou, pois pensou que, com certeza, fosse uma de suas inúmeras ex-alunas que, em algum momento, ao longo de quase trinta anos de carreira havia passado pela sua sala de aula.

    Ele saudou-a de longe mesmo e seguiu em sua direção de modo a reconhecê-la. Conforme foi se aproximando começou a estranhar o aspecto da criança que estava ao lado da mulher, mais alguns passos e seu coração disparou. Não era uma criança, tratava-se de um Liath e a mulher era Dsot. Notou que ela não havia

    envelhecido um dia sequer desde o último momento em que se viram em mil novecentos e sessenta e dois. Concluiu que, apesar de todos os Liaths serem muito parecidos, aquele só podia ser Seoc.

    A despeito de sua idade, não se conteve e correu em direção a eles. Abraçou Dsot longamente e lágrimas de emoção correram pela face de ambos. Depois se abaixou um pouco para poder abraçar o Liath que, em primeiro momento, assustou-se com a atitude daquele senhor, pois, era um costume que não existia entre seu povo.

    Dsot ficou contemplando a figura envelhecida de Oleg, o rosto enrugado, os cabelos e a barba grisalhos. Porém, em seus olhos estava a mesma serenidade e determinação que sempre nortearam as suas ações.

    Por sua vez, Oleg, depois de tantos anos, não podia acreditar que os veria novamente. Dsot de braços dados com ele foi caminhando por uma pequena trilha aberta na densa vegetação. Após alguns minutos de caminhada ele observou a origem do lampejo, era uma nave espacial, mas estranhou que a mesma era de origem Liath e não Aon como ele estava supondo em seus pensamentos.

    Entraram na nave, depois de tantos anos, havia muito que conversar. Dsot e Seoc foram narrando para ele vários eventos ocorridos desde que haviam partido da Terra há mais de três décadas. Ficou especialmente surpreso ao saber que muitos Aons passaram a criar suas próprias crianças e também pelo rumo que as relações com os Liaths haviam tomado. Da proximidade e espírito de colaboração que passou a imperar entre aquelas duas civilizações tão diferentes.

    Entre muitas histórias, as horas passaram muito rapidamente, já era madrugada quando Dsot pediu que Seoc a deixasse a sós com Oleg. O Liath deixou o compartimento da nave. Ela, sem rodeios, pediu que Oleg retornasse para Fáilte, pois ele já estava com idade avançada e em breve o seu corpo biológico entraria em colapso.

    Ele ouviu com carinho o pedido preocupado e sincero de Dsot, mas negou veementemente essa possibilidade. Explicou que há muito tempo já havia decidido que viveria na Terra até o final de seus dias.

    Sentou-se ao lado de Dsot e segurou a sua mão, foi explicando que teve uma vida maravilhosa e que os anos passados na Terra foram uma experiência única. Contou da felicidade de ter uma família, sobre o seu amor por Marisha e pelos dois filhos. Emocionado, também descreveu o prazer de ser professor e de poder ter ensinado tantas pessoas e, mesmo agora, já aposentado sempre era abordado na rua por ex-alunos que demonstravam respeito e gratidão. Por fim, já com os olhos cheios de lágrimas, contou o que aprendeu estudando as muitas religiões da Terra, sobre a crença na vida após a morte. Com um sorriso, concluiu que gostaria que essa fosse a sua última expedição e que um dia ele partiria para essa jornada para um mundo totalmente desconhecido. O seu espírito curioso e aventureiro desejava isso.

    Olhando nos seus olhos determinados e ouvindo as suas palavras, Dsot sabia que era esse o desejo de seu amigo, nada poderia mudar isso. Dsot aproveitou o momento e entregou o pingente que Oleg havia deixado na espaçonave em mil novecentos e sessenta e dois, no momento em que ele decidiu permanecer na Terra. Dsot pediu que carregasse sempre com ele, como uma lembrança e, também, como um símbolo de amizade entre eles. Oleg apanhou o pingente, já colocou no seu pescoço e carinhosamente beijou a testa de Dsot. Em seguida, deixaram o compartimento da nave, se juntaram novamente a Seoc e continuaram conversando animadamente.

    O dia já estava amanhecendo e após uma longa e emocionada despedida, o velho professor voltou caminhando para a sua residência. Já Dsot e Seoc voltaram para a astronave que decolou rumo à nave mãe que aguardava em órbita da Lua. Ela sentia um misto de paz e saudades. Havia visto novamente Oleg e ele, como sempre, estava tranquilo, feliz e determinado. Mas, por outro lado, doía em seu coração saber que nunca mais iriam se encontrar.

    Ao se aproximar de sua casa Oleg notou uma viatura policial estacionada na frente da mesma. Foi apenas nesse momento que voltou à realidade. Havia deixado a sua casa ontem à tarde para a sua caminhada de rotina e estava retornando apenas na manhã seguinte. Sua esposa e filha deveriam estar desesperadas, pensando no pior.

    Logo que chegou ao portão de entrada a sua filha foi correndo em sua direção, aos prantos, perguntou a ele o que havia ocorrido e se estava bem. Em seguida, Marisha também se aproximou com ares de preocupação seguida por dois policiais. Meio que constrangido contou que havia se perdido nas trilhas do bosque e que precisou esperar amanhecer para poder localizar o caminho de volta.

    Tomou uma grande bronca da sua filha, que havia passado a noite ligando para hospitais e delegacias de polícia em busca de indícios sobre o paradeiro do pai.

    Após dispensarem os policiais, eles finalmente entraram em casa. Oleg disse que estava exausto e que precisava dormir.

    Despertou logo no início da tarde e, ao perceber, que estava sozinho com Marisha contou a ela o que realmente havia ocorrido. Da visita inesperada, de como ele havia perdido a noção do tempo envolto na conversa e que havia recusado o convite de Dsot para voltar para o seu planeta natal.

    Marisha a princípio ouviu assustada toda aquela história, sentiu medo que ele partisse. Mas logo a confiança, adquirida em décadas de relacionamento, falou mais alto e ela sabia que ele estava sendo totalmente sincero. De toda maneira, Oleg ficou muito feliz pela oportunidade que teve de ver Dsot e Seoc novamente, mas ele nunca deixaria a sua vida na Terra e muito menos Marisha, a sua companheira inseparável. Posteriormente, com o passar dos dias, tudo voltou ao normal e aquela visita tornou-se, para Oleg, uma agradável lembrança.

    A Descoberta

    Quando Neil Armstrong tornou-se o primeiro ser humano a pisar na Lua, os americanos venceram os russos na corrida espacial. Passada a euforia daquele momento histórico, o interesse da mídia e do público em geral pelos voos espaciais foi gradativamente decrescendo. Somado a esse fato, os custos exorbitantes do programa Apollo fez com que o congresso cortasse as verbas destinadas ao projeto. Dessa forma, a NASA precisou antecipar o término das missões que pousariam em solo lunar e as missões Apollo XVIII, Apollo XIX e Apollo XX foram canceladas.

    Assim sendo, a última missão tripulada para a Lua foi a Apollo XVII e ocorreu em dezembro do ano de mil novecentos e setenta e dois. Quando os astronautas dessa missão, Eugene Cernan e Harrison Schmitt, deixam a Lua, por décadas, serão conhecidos como os dois últimos seres humanos que pisaram lá. Cernan costumava dizer que a Apollo XVII fora o fim do começo e, realmente, o programa Apollo foi um começo maravilhoso. Porém, ninguém poderia imaginar que haveria um hiato de tempo tão grande até que outro ser humano voltasse a pisar no satélite natural da Terra.

    Chegou a existir a missão Apollo XVIII, porém, o seu destino não era a Lua. Em julho de mil novecentos e

    setenta e cinco, ela participou de uma missão em cooperação com a União Soviética e se acoplou, na órbita terrestre, com a espaçonave Soyuz 19. Essa foi a última missão de uma nave Apollo e, depois dela, levaria seis anos para que os americanos voltassem ao espaço, agora a bordo do ônibus espacial Columbia. Uma nova era na exploração espacial teve início, os americanos investiram no programa dos ônibus espaciais reutilizáveis, enquanto os soviéticos concentraram os seus esforços em missões de longa duração através da série de estações espaciais Salyut e, posteriormente, a Mir. Porém, nessa fase da exploração espacial, as missões tripuladas não mais deixaram a órbita terrestre.

    Na década de dois mil, boatos sobre uma grande nave acidentada na Lua se espalharam rapidamente pela Internet. Proliferavam fotos e vídeos, muitos deles toscos e mal produzidos, que mostravam supostas e malfadadas expedições secretas conduzidas por americanos e soviéticos, que chegavam até a espaçonave alienígena. Em algumas dessas histórias eram encontrados alienígenas fossilizados e, em outras, os astronautas eram simplesmente dizimados por formas de vidas hostis.

    Por décadas essas fantasias alimentaram o imaginário popular, porém, em dois mil e vinte e um esse panorama começava a mudar. Uma sonda indiana, em um voo de mapeamento realizado em baixa altitude sobre a superfície lunar, fotografou o que parecia ser uma grande massa metálica. Apesar de tratado como segredo militar, pouco tempo depois, vários outros países já tinham conhecimento sobre o fato. Começou então uma corrida para tentar buscar uma identificação mais detalhada daquele artefato. Americanos, soviéticos, chineses e indianos se apressaram em enviar sondas robóticas que permitissem a obtenção de

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1