Fases.
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Fases. - Samuel Duarte Marini
fases.
Samuel Duarte Marini
fases.
2ª edição
São Paulo – SP, 2014
© Samuel Duarte Marini, 2014
É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio sem a autorização prévia e por escrito do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
Capa / Revisão / Diagramação e-pub: Samuel Duarte Marini (autor do livro)
Diagramação: Vivian Hernandez Alamo
para as garotas que passaram e ainda continuam na minha vida;
mais em especial a Rita;
para meus pais e irmãos e toda família;
para aqueles que entendem que poesia não é só rimas.
Parte 1: conto (romance)
Parte 2: composições
Parte 1
Conto – entregue ao acaso
Capítulo 1
A infância é a parte mais importante da vida. É o que faz você ter aquele amigo verdadeiro como a um irmão para mais tarde não sofrer tanto. Como um ímã, um precisa do outro.
Murilo olhava para o lago e lembrou-se do sentimento do vento em seu rosto de quando era adolescente. Terra molhada, suas mãos tremiam e uma lágrima desejava sair de seu rosto. Quarenta e dois anos. Perdera dois filhos e sua esposa falecera sem causa definida. O coração parou de bater, como o relógio em seu desapego que para e não tem o próximo segundo.
Descalço, enterrou seus dedos abaixo do solo... Sorriu, com ar de tristeza e contentamento. Cansado de refletir, ficou em dúvida se os pés naquele buraco não causariam alguma doença. Pode ter xixi de rato
– pensou.
Satisfeito e inquieto, refletira que fora inconfidente a vida toda – homem orgulhoso; moreno escuro, quase negro com um misto de vermelho. Planejou toda a sua vida e agora não sabe mais o que fazer. Seu único amigo e apego é o seu tênis. Imediatamente se lembrou de que um dia, bem na sua juventude, alguém lhe disse que todos nós temos pelo menos um amigo. O par de seu calçado ganhou de seu avô. Um amigo que não sai do meu pé
– sorriu.
Murilo fez de tudo na vida. Já pegou balas a mais no mercadinho, quando descobriu que o dono não conferia o número dos doces; teve relações homossexuais com crianças da sua idade; já pagou para ter todo tipo de prazer; já esfaqueou e matou para se defender. Agora se sente um prato fundo, sem comida, sem nada. Como uma flor enterrada.
Às vezes quer e às vezes não quer ajuda. Aprendeu que pode melhorar sozinho, mesmo sendo a forma mais difícil.
Murilo tem dois livros muito vendidos; como o vento que trás e volta às conquistas.
A vida é como um livro, que você deixa cair por acidente e acaba colocando o marcador de texto na página errada, outras na página certa e muitos não sabem se colocam no mesmo capítulo novamente.
Pois bem, levantou e foi embora para casa, com seu carro conversível.
Maria Helena, funcionária há anos, e Murilo a tratava mal, até que ela se encheu.
Escuta aqui, rapaz, se sua mãe não te deu educação, e se sua esposa não está muito bem, não é minha culpa. Problema é seu. Eu sou pobre mas tenho mais moral que você
.
Não vou te dar aumento
– disse, presunçoso.
Não estou pedindo nada. Peço demissão agora
. Disse Helena, firme, veemente.
Espere, vamos conversar
.
Camila era a esposa e único amor da sua vida. Ele a amou como jamais amou alguém. Como um papagaio que é fiel a seu amor a vida toda; porém, sua realidade tétrica às vezes se desaguava e uma dor no peito o aliviava em meio ao vão. Como sermão a si, questionava sua mente. Eu sou inteligente... espera aí...
. Não acredito em crendices
– concluiu.
Era um dia ensolarado onde havia muitos bosques e pássaros. Com 12 anos ele já usava óculos e foi amor à primeira vista. Nunca acreditou que isso fosse possível. Procurou até embaixo das pedras; em lacunas das paredes; nas mais belas serpentes; e nos girassóis. Quando ele a viu, sorriu. Estava com seus anzóis,