Noites nefastas
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Sobre este e-book
Em meio a drogas, amores fracassados, alucinações e existencialismo a trama se desenvolve de forma rápida, repleta de reviravoltas e metáforas. Por meio de diálogos e introspecções submerge a psique das personagens, enquanto eventos desastrosos constroem a poética narrativa.
Denso e reflexivo, sem se tornar entediante, é um livro para todos os gostos, porém para o entendimento de poucos.
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Noites nefastas - Rafael Bedoyan
nefastas."
Capítulo I
Um macaco, um macaco que perde seus pelos, sua cauda, cai da copa das arvores. Ele demora a se adaptar a vida no solo, a terra e as folhas secas são estranhas a seus pés. A cada dia ele fica mais ereto, maravilhado ele contempla o fogo, e logo descobre que ele queima. Mas não é só o fogo que machuca: paus e pedras, tudo pode ser usado para ferir. E ele fere, não a si mesmo, mas sim seus semelhantes e suas presas. A dor esta intrínseca a jornada desse antagonista.
Em poder de tal conhecimento ele atrai outros macacos que também haviam perdido os pelos e a cauda. A comunidade que construíram não demora a lhe causar dor. Mas era uma dor diferente, como se o fogo o queimasse de dentro para fora, uma chama excruciante. Gritos e grunhidos não bastaram para expressá-la. Ele se deparou então com a linguagem. Desde então tais macacos despidos de pelos e cauda a usam para expressar a dor e o seu oposto.
A comunidade prospera, eles descobrem que os instrumentos que feriam também mudam seu entorno, construíam habitações, vestes e todo tipo de artifícios. Aqueles que melhor transformavam seu entorno se destacavam. Os macacos despidos de pelos e cauda descobrem o poder.
Através do poder todo o tipo de sistema para organizá-los é inventado. Espalham-se pelo mundo em grupos, grandes e pequenos. Cada grupo se fixa onde melhor lhes convém. Constroem valores e conceitos para se diferenciarem uns dos outros. Logo, a diferença torna-se guerra, e na guerra eles evoluem. Na guerra eles descobrem sua vocação, através dela se sobrepõem a todas as outras criaturas, e para justificar tanta guerra criam um criador.
Nações, filósofos, imperadores, navios, democracia, tirania, ética verdade, justiça, discursos, palanques, execuções, penas, moedas, comercio, templos, imperialismo, escravidão, cartas, etiqueta, castas, castelos, tecnologia, cruzadas, o próprio inferno, guerras santas, mentiras sagradas, verdades descartadas, mártires e ditadores, comunismo, nazismo, fascismo, nada foge do capitalismo, jazz, blues, rock, contra cultura, drogas, guerra fria, quadrinhos, o homem na lua, revistas com mulheres nuas, politicamente correto, culpa, medo, desespero, orgasmos, flashs na escuridão. Grunhidos daquele macaco queimando na solidão.
Eu abro meus olhos.
Sexo, roupas, bebidas, compras, televisões enormes, celulares cada vez menores, jogos, diplomas, carros velozes, filmes sem roteiro, musicas sem letra, corpos sem alma, almas sem direção, rostos sem expressão, discursos sem indagações, filosofias sem reflexões, papel sem valor, valores sem oposição, gritos silenciosos, suicídio sem ideologia, massa de manobra, ideologias que mudam com as estações, compre, compre, compre, compre tudo e venda a si mesmo, encha sua cabeça com merda inútil para nunca se lembrar que a utilidade é um mito, distraia-se e eventualmente morra sem nunca ter vivido. O macaco conseguiu. Ele se livrou de toda a dor.
Eu desligo a televisão.
São duas da manhã. Eu não consigo dormir, nem quero. A gravidade puxa minhas pálpebras para baixo, mas elas não têm