Latim, Morte E Diamantes
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Latim, Morte E Diamantes - Leonardo Da Silva Mariano
M333 Mariano, Leonardo da Silva.
Latim, Morte e diamantes / Leonardo da Silva
Mariano. – Rio de Janeiro: Clube de Autores,
2015.
144 p. ; 21 cm.
ISBN: 978-85-919838-0-3
1. Ficção Policial. 2. Ficção brasileira. 4.
Romance.
4. Romance Nacional. I. Título. II. Autor.
CDD: B869.3
CDU:82
[ 2 ]
Um pouco sobre mim. ....................................................... 5
Poxa! Justo a esta hora! ................................................... 7
E aí? O que houve? ............................................................. 8
O amanhã está esperando. ............................................ 12
Samanta .............................................................................. 14
Notícias de jornal ............................................................. 19
Cuidado com o que fala! ................................................. 34
Oi detetive! ......................................................................... 38
O fim da vida ...................................................................... 43
Noite ..................................................................................... 44
Encarando a realidade .................................................... 56
Casa de amparo Admir Mariano ................................... 63
O homem da luva branca. .............................................. 70
Interlúdio ............................................................................ 77
Resolução ........................................................................... 83
[ 3 ]
O susto passou, mas a história não terminou. ........ 88
Cara a cara ......................................................................... 92
Juntando as partes .......................................................... 99
Lacrima Christi ................................................................ 108
A verdade sobre a coleção Ruport ............................ 124
Explicações ....................................................................... 128
Fim de tarde e novos começos ................................... 142
Um pouco sobre mim.
Sempre encontrei em meu pai o motivo para
desenvolver minha imaginação, devido ao fato de crescer
ouvindo-o contar as aventuras
de sua infância e também
devido a ele sempre incentivar o hábito da leitura.
Confesso que com sua partida prematura me afastei um
pouco deste hábito, mas nunca perdi o gosto, graças a
minha tia, irmã mais velha de meu pai, que assim como
ele, também gostava muito de ler e fazia comigo
basicamente o que seu irmão fazia, comprava livros e
após lê-los passávamos horas discutindo sobre os
mesmos. Comecei a escrever ainda jovem e aos 14 anos
já possuía algumas histórias que preferi não publicar,
sempre usando o Rio de Janeiro, como cenário principal
de minhas histórias, preferi misturar uma certa dose de
ficção com a realidade, então não se espante. Terminei
este livro aos 16 anos e confesso que desde então venho
pensando se valeria à pena. Após muito avaliar e algumas
(muitas) correções, ai está ele, espero que gostem.
Boa leitura.
Latim, Morte e Diamantes, por Leonardo Mariano
Primeiramente agradeço a Deus, pois sem Ele nada disso
poderia ter sido feito,
Dedico a minhas amigas Alessandra e Ladyanne, por
terem me ajudado a transformar meus manuscritos em
um arquivo digital,
A Samanta, por ter me motivado na medida certa e ter
ficado ao meu lado,
Não posso deixar de agradecer a todos os amigos que
sempre me motivaram e mesmo sem conhecer o que
havia nestas paginas, sempre deram o maior apoio.
A minha Tia Dulcinéa que assim como seu irmão, sempre
me incentivou a ler bastante
E a meu pai que sempre alimentou minha imaginação com
suas histórias.
[ 6 ]
Latim, Morte e Diamantes, por Leonardo Mariano
Poxa! Justo a esta hora!
Onze e trinta e oito
Marcava o enorme relógio de parede, num canto da
sala, do outro lado um pequeno e velho ventilador
roncava, tentando espantar do local o ar abafado. Em sua
mesa, Sr. Rodrigues assinava alguns papeis calmamente,
já que faltava pouco tempo para terminar seu turno,
batem na porta:
-
Pode entrar - disse.
-
Com licença - pediu o rapaz - preciso da sua
assinatura nestes documentos.
-
Claro traga aqui - Sr. Rodrigues disse acenando
com a mão, pegou os papeis, leu e assinou - nem
acredito.
-
Em que senhor? - o outro perguntou.
-
Faltam vinte e um minutos para eu ir embora.
-
Que sorte a sua - o homem falou com uma ponta
de inveja - eu tenho que ficar aqui até amanhã.
-
Bem como diria meu filho Só lamento!
- Sr.
Rodrigues disse sorrindo, assinou o ultimo documento e
entregou ao rapaz.
-
Só isso?
-
Só, obrigado - o rapaz disse dirigindo-se a porta.
-
A propósito, já ia me esquecendo, faz um favor,
chama o Álvares para mim.
-
Álvares saiu senhor.
-
Saiu? Foi aonde? - Sr. Rodrigues demonstrou sinal
de irritação - ninguém me avisou.
-
Avisaram, o senhor não lembra?
[ 7 ]
Latim, Morte e Diamantes, por Leonardo Mariano
-
Não - disse pondo a mão no queixo - acho que
estou ficando velho.
-
Que isso! - Djalma rebateu - é trabalho demais.
-
Tem razão - Sr. Rodrigues concordou - esse ultimo
assassinato me deixou atordoado - falou coçando a
cabeça, o delegado ia dizer algo quando o telefone tocou.
-
Alô? - O delegado atendeu.
-
Alô, Dr. Delegado? - perguntou a voz do outro lado.
-
Sim é ele.
-
O detetive Álvares deseja falar com o senhor, um
instante - delegado ouviu o homem gritando, chamando o
detetive, mais alguns instantes e:
-
Alô, Dr. Rodrigues?
-
Sim.
-
Tenho uma noticia desagradável - Álvares disse
aturdido.
-
O que houve? - O delegado perguntou esperando o
pior.
-
Aconteceu outro - Álvares falou - no subúrbio.
-
Droga!
-
Você vem para cá?
-
Já estou indo! - o delegado retrucou aborrecido -
Pôxa! Justo a essa hora!
E aí? O que houve?
A viatura voava
pelas ruas da cidade, o Doutor
Rodrigues sentado no banco do carona estava
carrancudo:
[ 8 ]
Latim, Morte e Diamantes, por Leonardo Mariano
-
O que houve senhor? - o motorista indagou para
puxar papo, pois já sabia o motivo.
-
Eu podia estar em casa a esta hora - ele disse
irritado - mas por causa de um idiota assassino, tenho que
ficar acordado até tarde.
-
Esse cara está nos preocupando - o motorista disse
sério.
-
É, temos que pegá-lo ou a corda vai começar a
apertar o meu pescoço - a viatura diminuiu a velocidade.
-
Chegamos senhor - Dr. Rodrigues desceu e alguns
repórteres, que já estavam no local, logo que o viram,
aproximaram-se.
-
Delegado quem morreu desta vez? - perguntaram.
-
Não sei acabei de chegar - Dr. Rodrigues
respondeu secamente.
-
Esse crime tem alguma ligação com o da semana
passada?
-
Como posso saber - respondeu, ele estava
passando pelo portão que dava entrada a casa - não
entendo como esses abutres conseguem chegar antes de
mim - murmurou. Ao passar por um policial que se
encontrava fora da casa disse a ele - não deixe nenhum
jornalista entrar.
-
Sim senhor! - disse o policial. Álvares certamente
avisado da chegada do delegado foi ao seu encontro.
-
E ai? O que houve? - Rodrigues perguntou.
-
De acordo com a perícia - Álvares relatou - morte
por arma branca, a mais ou menos quatro horas, a faca
foi cravada nas costas, duas vezes - Álvares foi falando -
perfurando os dois pulmões, sendo que a ultima ao
perfurar o pulmão esquerdo atravessou o coração, aqui
[ 9 ]
Latim, Morte e Diamantes, por Leonardo Mariano
está a faca - Álvares segurava um saco plástico com uma
longa faca.
-
Nossa! Essa é enorme! - o delegado disse perplexo.
-
É mesmo! - o outro concordou.
-
Alguma impressão digital?
-
Não, o assassino usou luvas, provavelmente.
-
Que maravilha!
-
É, também acho - Álvares concordou - mais uma
noite difícil.
-
Esse crime tem algo que possa ligá-lo aos outros?
-
Creio que sim! - o detetive respondeu mostrando
novamente a faca - esta faca é igual às outras duas.
-
Droga! - bufou o delegado - Ah, já ia me
esquecendo, qual o nome da vítima?
-
Álvares puxou um pequeno caderno.
-
Marcelo Camargo da Costa, 55 anos - ele foi lendo
- desempregado. Engraçado, acho que já ouvi falar desse
cara.
-
Eu também - o delegado murmurou - pediu a ficha
dele?
-
Pedi, já deve estar pronta, me deixa verificar - ele
falou, chamando um policial. Depois de uns instantes
conversando com o policial, Álvares aproximou-se
novamente do delegado, com alguns papeis na mão -
Aqui está, Marcelo Camargo da Costa, como eu já disse,
brasileiro, 55 anos, viúvo sem filhos registrados,
desempregado.
-
Nada demais neste, pensei que iríamos encontrar
algo como no da semana passada - o delegado disse
desanimado, mas, Álvares tinha mais, e emendou com um
sorriso:
[ 10 ]
Latim, Morte e Diamantes, por Leonardo Mariano
-
Mas ele tem. - Os olhos do delegado que estavam
voltados para o chão onde se encontrava o corpo,
voltaram-se para o detetive.
-
O quê? - ele indagou impaciente.
-
Ele tem ficha na polícia, foi acusado de integrar
uma quadrilha a alguns anos atrás, mas nada foi provado.
-
Eu sabia que o conhecia de algum lugar, ele era
cúmplice dos outros dois homens assassinados na semana
passada, Álvares sigilo absoluto sobre esta informação,
pelo menos por enquanto.
-
Sim, pode deixar.
-
Bem, agora vem a parte mais difícil - o delegado
murmurou aproximando-se da porta - tenho que falar com
eles - disse referindo-se aos repórteres, mal atravessou a
porta e a chuva
de perguntas recomeçou:
-
Dr. Delegado, a polícia já tem a ideia de quem
seja? Ou é mais um desconhecido.
-
No momento não temos muito a relatar - mentiu -
mas estamos na pista.
-
Ei! Sr. Delegado? - era Rodrigo, um jovem repórter
que adorava pegar no pé do Delegado.
-
O que foi Rodrigo? - o delegado perguntou sério, já
sabendo que iria ouvir provocação.
-
A sua filha vai entrar neste caso também? - Rodrigo
perguntou sorrindo, alguns dos jornalistas riram também.
-
Qual o motivo da pergunta?
-
Por nada, eu só acho que deveria, já que a polícia
esta perdida.
[ 11 ]
Latim, Morte e Diamantes, por Leonardo Mariano
O amanhã está esperando.
Eram duas e vinte três, quando o Sr. Rodrigues
desligou seu carro, após estaciona-lo na garagem de sua
casa, percorreu o pequeno jardim pensativo. Ao entrar
deparou com sua esposa no sofá, assistindo algo na
televisão:
-
Oi Julia.
-
Boa noite, Ronaldo! - ela disse sem olhá-lo - ou
deveria dizer bom dia?
-
Está brava comigo? - ele perguntou