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De Escravo A Herdeiro
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De Escravo A Herdeiro
E-book233 páginas2 horas

De Escravo A Herdeiro

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Sobre este e-book

O autor tenta mostrar a dinâmica de vida por que passa o homem ao longo de sua vida com Deus, num comparativo com o povo de Israel no Egito, depois no deserto, e finalmente chegando à terra prometida.. Primeiro retrata o Egito como o mundo escravizante de paixões, vícios, pensamentos lascivos, condutas desregradas, do qual Deus nos conclama a nos dissociar dele. Depois, o deserto, nosso lugar de lutas e aflições como disciplina amorosa do Pai em nosso aprimoramento na interação com Ele, com o outro ser humano nas relações psico-afetivas e sociais, além de nos mostrar Sua suficiência em todas as nossas necessidades, nos educando a depender mais e mais da Sua Pessoa; Finalmente Canaã, o alvo estabelecido em nossa caminhada diante dEle, representando nossa fartura de bens espirituais conquistadas em fé na terra que mana leite e mel, passo a passo, com nossos corações repousando na vitória que Ele tem alcançado por nós. Na fase de deserto, o livro conta com várias ilustrações representativas do santuário erguido por Moisés e seu significado para cada um de nós. A intenção do autor, salientando partes de sua autobiografia com as experiências vividas, é demonstrar a dinâmica do homem cristão e a trajetória da Graça, acompanhando-o nos seus avanços e retrocessos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de set. de 2010
De Escravo A Herdeiro

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    De Escravo A Herdeiro - Paulo Cesar Peçanha

    INTRODUÇÃO

    C.png omeço neste livro a contar da minha experiência pessoal com Cristo a partir dos meus 13 anos

    de idade, quando Deus começou a revelar-se para mim de maneira maravilhosa através de uma visão de madrugada, e posteriormente, ao me batizar com o Espírito Santo e me usar por meio dos dons espirituais.

    Relato outras experiências não tão sensacionais, algumas até de caráter frustrante no seu início, mas que se revelaram de apoio e estímulo ao que Deus em Sua sabedoria ainda queria me mostrar.

    Tento demonstrar que, mesmo com a expectativa dos céus abertos diante de nós, muitas lutas e aflições nos sobrevirão, algumas reforçando nossa fé pela sua natureza desafiante; outras, no entanto, tentando nos desvirtuar dos caminhos do Senhor, e nos alijar do mover de Deus.

    Uma razão que nos leva para esta segunda situação, de queda espiritual, decorre de nossas próprias fraquezas e vulnerabilidades advindas de um posicionamento não muito convincente, associado a um caráter inadequado à vocação que temos no nosso andar com Cristo.

    Entendemos que não houve tempo hábil ainda de firmamos nossos alicerces de vida espiritual e emocional na rocha segura da Palavra, pelo fato natural, implícito, de na caminhada cristã inicial desconhecermos o que Ela tem a nos revelar.

    Outra razão seria o fato de que, mesmo estando maduros no conhecimento das escrituras, conquanto entendamos o que elas nos expõem, fraquejamos por negligenciar os seus preceitos, excluindo-os do nosso modo de viver.

    Se permanecermos firmes na comunhão em oração, meditarmos na Palavra e dependermos da sabedoria do Espírito para nos orientar em cada uma dessas lutas ou desafios, além, é claro, de nos colocarmos na unidade e submissão aos membros mais experientes no Corpo de Cristo, avançaremos em direção ao alvo proposto por Deus, e mais unção e graça virão ao nosso encontro.

    Ao contrário, se formos envolvidos nas águas tentadoras das paixões da carne, deixando a congregação, como é costume de alguns, não poderemos evitar o sufocamento da vida de Deus, do declínio do Seu agir através de nós, da unção que não se renovará, e do consequente aparecimento da tristeza e dor no coração por não estarmos agradando ao Seu Espírito.

    Neste momento, O Senhor, pelo Seu Espírito que habita em nós, começará a nos falar carinhosamente, convencendo-nos dos nossos erros. Caso cerremos os corações à Sua voz, e não ouçamos o que o Espírito diz às igrejas, sem delongas Ele poderá recorrer ao uso da disciplina que nos corrigirá em amor, sem, entretanto, nos rejeitar.

    Ele nos conduzirá a refazer nosso altar de consagração precedido pelo arrependimento sincero que expurga e renuncia as obras da carne, à semelhança de Pedro chorando amargamente por trair o coração do Senhor não uma, nem duas, mas três vezes.

    Creio que você já observou, estupefato, os horizontes refulgentes de uma tarde de verão quando o sol vermelho alaranjado pode ser contemplado a olho nu, debruçando-se majestosamente sobre a imensidão do mar.

    Semelhantemente, só que em termos espirituais, o Senhor deseja que O vejamos no sentido real do que Ele representa para nós: nosso Sol da Justiça depositado sobre o mar das nossas vidas, fazendo com que o brilho da Sua glória se espelhe na certeza de fé de uma vida e vida com abundância que deseja que desfrutemos.

    O Senhor nos aconselha a adquirir colírio para os nossos olhos espirituais, para que assim, não embaçados ou míopes, possamos enxergar nitidamente as incontáveis e mui preciosas promessas à nossa disposição.

    Tento fazer, a partir das minhas próprias experiências e nas de algumas personagens bíblicas, uma correlação entre o que sucede conosco com o que sucedeu ao povo de Israel desde a sua saída do Egito até a sua conquista de Canaã.

    O Egito representa o mundo de paixões, vícios, pensamentos lascivos, condutas desregradas; o deserto, nossas lutas e aflições permitidas por Deus como disciplina amorosa para nosso aprimoramento nas coisas espirituais e emocionais; e finalmente Canaã, o alvo estabelecido por Deus em nossa caminhada diante dEle, nossa fartura de bens espirituais conquistadas em fé, passo a passo.

    As escrituras nos reafirmam que tudo o que dantes foi escrito, para o nosso ensino foi escrito e que as coisas do passado servem de sombra para o presente, como alertas divinos para o momento em que vivemos.

    Meu desejo sincero é que você possa ser alcançado pelas grandes e preciosíssimas promessas no dizer de Pedro, recebendo pela santificação da sua vida a herança a que tem direito pela fé no Nome de Jesus.

    Deus o abençoe.

    PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO

    Nos últimos dezesseis anos tenho desfrutado do companheirismo e da amizade do nosso querido irmão, médico e pastor, Paulo Cesar Peçanha.

    Minha admiração e carinho por este homem de Deus é fruto dessa jornada gloriosa, onde tenho podido ver Cristo agindo na vida desse precioso irmão.

    Sempre em favor dos menos favorecidos ou para alcançar os de maiores recursos para Jesus, seja tocando, compondo e cantando; orando e chorando junto; ouvindo e guardando o segredo; consolando e motivando; acudindo nas necessidades e cuidando, Paulo é amigo e companheiro de todas as horas.

    Quero felicitá-lo por ter em mãos este livro deste médico amado, e onde poderá encontrar o testemunho do próprio autor e orientações práticas e espirituais adquiridas com as suas próprias experiências de vida.

    Deixe que o Espírito Santo de Deus lhe ilumine, capacite e use assim como tem feito com o irmão Paulo Cesar.

    Pastor Sérgio de Oliveira Veiga

    20.10.2010 Aachen, Alemanha

    1.png

    A VISÃO E OS FRUTOS

    "- Foi o Senhor quem lhe apareceu mesmo" - exclamava com satisfação um pastor conhecido que acabara de descer da escada que utilizava para pintar a casa de um irmão amado, e ouvir o que Deus me revelara naquela madrugada.

    Estava lhe contando os detalhes da visão que tivera e das palavras que ouvira, de como o Senhor Jesus me usaria na Sua obra a partir daquela tenra idade, aos 13 anos de idade.

    Naquela noite anterior eu fora quebrantado pelo Espírito ao me ajoelhar ao pé da minha cama, e chorara de alegria por sentir o pulsar da Sua Presença.

    De madrugada, bem lentamente, ainda bem sonolento, senti minhas pálpebras serem levantadas e com os olhos semiabertos O vi à minha frente, com Seus cabelos caindo sobre os ombros, uma luz O envolvendo, e falando comigo.

    Entre outras coisas me dizia que faltava pouco tempo para ser batizado com o Seu Espírito, que me usaria para curar os enfermos, e que rapazinho pregaria o Seu evangelho.

    Hoje eu relembro maravilhado com a doçura do Senhor falando para uma criança de 13 anos, sabendo e referindo-se à minha idade, e gentilmente me chamando de rapazinho.

    Criança ainda, com cerca de 8 a 9 anos, gostava de ler revistas em quadrinhos que falavam dos milagres de Jesus.

    Assisti, comovido, a um filme: Marcelino, pão e vinho, que mostrava a mão estendida de Deus para receber a oferta de pão de Marcelino, o que me provocou a que no dia seguinte eu Lhe oferecesse algumas plantinhas do jardim da minha casa.

    No dia seguinte lá estavam elas, murchinhas, claro, ao contrário do que ocorrera fisicamente no filme. De alguma maneira, porém, no meu íntimo, eu acreditava que Deus recebera aquela oferta.

    Aos 11 anos estudava e gostava de bater uma bola no campo com meus companheiros. Um deles, Davi, convidou-me a ir ao culto da sua igreja. Fui, mas fiquei decepcionado, pois lá não havia santinhos.

    Aquelas imagens de pessoas santas, devotas a Deus, fossem em esculturas ou mesmo em quadros pintados nas paredes da igreja, revitalizavam em minha imaginação suas vidas quebrantadas diante de Deus, e sobre suas cabeças a auréola de santidade me impressionavam profundamente.

    Eu ficava admirando-as, desejando um dia ser assim também.

    Contudo, eu tinha um problema em minha consciência infantil: ao estar ajoelhado junto à minha cama, e rezar para algum deles nos céus, ficava incomodado com a ideia de algum outro por perto ficar enciumado ou chateado comigo por não estar lhe pedindo também.

    E fazia a mesma reza para dois ou três na mesma noite.

    Só que nesta igreja protestante para a qual havia sido convidado não havia este tipo de problema: era só falar com Deus Pai no Nome de Seu Filho, e pronto.

    Embora eu não pudesse visualizar e apreciar as figuras que representavam os tais santinhos no novo templo, continuei assistindo aos cultos por insistência deste meu amigo.

    Comecei a tomar gosto pela escola dominical, pelos estudos bíblicos ali ministrados, e interagia com as lições dos dias da semana apresentados na revista visando o debate aos domingos pela manhã.

    Os cânticos coletivos e os novos amiguinhos que estava tendo me estimulavam a prosseguir nesta nova caminhada.

    Chegou o dia em que decidido a seguir a Cristo como ideal na minha vida, fiz a minha profissão de fé ao lado de minha mãe.

    Eu e minha mãe nos batizamos nas águas no dia 27 de dezembro de 1964. Eu estava nesta época com 13 anos de idade e foi uma noite de domingo especial para mim.

    Como já disse, participava intensamente dos cultos, da escola bíblica dominical, além dos cultos de meio da semana, e gostava muito de cantar. Mas era tão desafinado…

    Mesmo assim resolvi participar mais forte: Vou cantar na igreja, fazer solo.

    Num culto da mocidade, pedi para cantar. O rapaz do acordeão deu o tom; e eu entrei em outro.

    As risadas baixinhas foram inevitáveis, mas não me importava. Eu estava no meu primeiro amor com Jesus, e queria Lhe agradar.

    Claro que não desisti de cantar. Ah, não!

    Sabe o que fiz? Pedi a Jesus para melhorar minha voz, me dar mais ouvido musical que percebesse o tom correto. E como Jesus é bom! Não é que Ele me permitiu até cantar em casamento!? Também aprendi a tocar violão, e fiz algumas composições ao longo deste anos.

    Num certo dia, cerca de dois meses após me batizar nas águas e próximo à minha casa em São Gonçalo, Rio de Janeiro, assistia embevecido a um irmão negro cantar com a voz mais maravilhosa e afinada que já ouvira. Era o irmão Ari.

    Em determinado momento do culto começou a falar e cantar numa língua incompreensível para mim.

    Perguntei ao dono da casa, o irmão Paulinho, que língua era aquela. Ele respondeu: É a língua dos anjos que Deus concede a quem O busca.

    Sendo assim - pensei com meus botões – eu também quero isto, pois se é de Deus e uma língua que os anjos falam, deve ser muito especial.

    Eu começava a buscar ao Senhor nisto a partir daí com base no livro de Coríntios capítulos 12 e 13, que ressalta a importância dos dons do Espírito Santo. Neste período eu O desejava conhecer mais intensamente, e orava neste sentido.

    Foi quando eu tive a visão.

    Ela ocorreria cerca de três meses após meu batismo nas águas, exatamente no mês de março de 1965.

    Naquele mesmo mês, durante uma semana de oração em minha casa a favor de minha mãe que sofria de coluna, ajoelhado e confessando meus pecados e pedindo pelas pessoas, fui tomado de um profundo quebrantamento e chorava convulsivamente.

    O irmão Ari que estava dirigindo a reunião, colocou sobre mim suas mãos e começou a falar em línguas.

    Naquele momento percebi que Deus estava me capacitando para falar em outras línguas e ao abrir meus lábios uma língua fluente se derramou de forma audível. Estava tomado de indizível gozo celestial, e totalmente consciente do que estava acontecendo ao meu redor.

    Não dava vontade de parar em falar naquelas línguas.

    Aos 13 anos de idade, naquele dia 23 de março de 1965, uma terça-feira, eu recebia o batismo com o Espírito Santo e Deus começava a cumprir literalmente tudo o que falara a meu respeito.

    Fui dormir maravilhado com o Senhor que me revestira do Seu poder.

    Acordei no meio da madrugada, e quis constatar que ainda poderia falar naquelas línguas estranhas. Pude, e as falei baixinho, quase sussurrando-as para mim. No dia seguinte, continuava falando-as no caminho de ida e volta da escola.

    Diga-se, de passagem, que havia entregue minha vida ao Senhor em uma igreja tradicional, onde nada se falava de batismo no Espírito Santo ou dons espirituais.

    Deus começou a me usar para curar os enfermos nos cultos, nas ministrações pessoais, e eu pregava ao ar livre, nas praças, favelas, morros e incursões evangelísticas em outras cidades.

    Que período maravilhoso de avivamento na minha vida! Que amor por Jesus!

    Fui pregar em uma favela em Niterói, e ao ministrar em oração sem tocar as pessoas, Jesus curou duas crianças que estavam com exantema semelhante a sarampo. Foi instantâneo e de modo tão perceptível que meu irmão comentou mais tarde que a própria mãe trouxera as crianças de volta para mostrar às pessoas o que Deus fizera.

    Ministrava nos morros, às vezes sozinho: cantava hinos da minha igreja e depois pregava o evangelho.

    Uma senhora que assistia ao culto num morro no Paraíso, em São Gonçalo, num daqueles dias de domingo à tarde, levantou a sua mão para aceitar Jesus porque Deus a curara no domingo anterior após orar por ela.

    Estava num outro domingo ensolarado me preparando para realizar o culto de evangelismo num outro morro em São Gonçalo, e estava descansando na casa de uma senhora cristã cuja filha sofria de gastrite e úlcera crônica. Ela se queixava do problema quando fui tocado por Deus e me levantei para orar por ela.

    A partir daquele instante nunca mais sentiu coisa alguma, pois ela mesma me confirmou o que lhe acontecera quando eu a encontrei anos depois no Posto de Saúde Infantil de São Gonçalo, onde trabalhava como acadêmico de medicina.

    Mesmo falando com meu pastor a respeito de tudo o que Deus me concedera, e embora sentindo seu amor por minha vida, ele não quis considerar como verdadeira minha experiência, a visão, e todas as palavras do Senhor que ouvira.

    Quis me dissuadir por seus conhecimentos, que eram amplos, de continuar aceitando este tipo de manifestações espirituais.

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