Uma Estranha Sensação
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Uma Estranha Sensação - Felipe L. Andrade
Uma Estranha
Sensação
Felipe L. Andrade
2
Vento na Cachoeira................................................................9
Um Brilho no
Olhar...................................................................97
A Verdade Vem Aos Pedaços.................................................125
1972.....................................................................................137
O
Amanhecer..........................................................................155
Estrada Para a
Morte...............................................................165
Ventos do
Amanhã..................................................................221
3
4
Para meus pais. Especialmente para minha mãe
(Vandira Lima de Andrade).
Mãe, espero que entenda que o meu amor pela escrita é muito
grande.
Dedico também, para
Juliane.
Muito obrigado por não deixarem de acreditar que esta obra
seria pos ível.
5
6
"Seu único interesse consistia – e ainda consiste – em
ser uma companhia melancólica, maligna em seu
silêncio." Andrew Pyper – O Demonologista
"Ás vezes o medo lhe oprimia o peito da
mesma forma como o caçador mata uma
raposa." Thomas Harris – O Silêncio dos
Inocentes
"Entre os gritos e o autêntico medo que
sentia, ia acabar enlouquecendo
completamente." Stephen King – A Dança
da Morte
7
8
O Vento Na Cachoeira
"Uma pessoa é muito nobre e cheia de ética quando
está num lugar seguro"
– Pit
Agarmen,
A Noite Devorou o
Mundo
9
10
- Amor você trouxe todas as coisas do carro? – Falou
Rosely para Edwin. Ela estava na cozinha olhando para os
armários e gavetas, ele estava entrando pela porta da sala
com algumas caixas nos braços. Acabavam de sair da cidade
para curtir o final de semana fora. O inverno estava apenas
começando, era meados de junho e Rosely queria apreciar
um pouco de ar fresco do interior. Edwin estava vestido
numa grande jaqueta de couro preta – daquelas que são
cheias de bolsos – e uma calça jeans justa que Rosely
adorava vê-lo usar.
- Sim amor, peguei tudo que estava lá… – respondeu ele
colocando as últimas duas caixas, que havia carregado, no
canto da cozinha. Rosely, ao se virar foi surpreendida com
um longo beijo e envolvida num abraço.
A casa que Edwin e Rosely alugaram ficava entre algumas
árvores adentrando um pequeno e velho bosque no Vale.
Rosely estava cansada de ficar na cidade com os vizinhos
emendando o feriado com música alta dia e noite. Queria
aproveitar os dias em casa para conhecer um lugar novo com
Edwin. E ele queria aproveitar para se afastar do jornal nem
que fosse por dois dias, queria experimentar algo novo.
11
Olharam os anúncios de casas, pacotes de viagens e
cruzeiros, mas as condições financeiras só dariam para fazer
algo mais simples.
Foi quando vira o anúncio da pequena casa no Vale Ypro
para ser alugada. Ela não era grande. Média na verdade.
Tinha uma sala ampla devido à lareira, uma pequena
cozinha, e um aconchegante quarto suíte no andar de cima,
seguido de um corredor com corrimão que dava para as
escadas para o andar de baixo. Do lado de fora da casa, além
da mata e da trilha, havia ali, também, uma placa que
indicava ter uma cachoeira ali próxima estava coberta por
alguns galhos.
- Será que vamos conseguir colocar todas essas coisas no
lugar ainda hoje? – Rose perguntou enquanto era abraçada.
- Relaxa amor, eu vou te ajudar a colocar tudo no lugar,
vou limpar a sala, você pode ir arrumando a cozinha e
depois vemos um filme enquanto jantamos e amanhã cedo
nós arrumamos tudo sem pressa. – Respondeu ele dando
alguns beijos nela e olhando-a nos olhos.
Começaram a desfazer as caixas, não havia tanta coisa,
mas caixa faz volume até vazia, quando terminaram de
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arrumar tudo, a casa estava cheirando a desinfetante floral o
piso de madeira brilhando, as caixas organizadas num canto
longe da lareira e a cozinha impecável como Rose tanto
gostava. Edwin tomava banho enquanto Rose foi procurar
uma roupa limpa e sem cheiro de limpeza para usar antes de
jantarem. Quando desceu, Edwin viu a mulher usando um
vestido cheio de flores que deixavam a mostra suas brancas
coxas grossas em curtas pernas, e o cabelo solto deixando
mais atraente o sorriso no rosto. A comida cheirava muito
bem, do quarto enquanto colocava a roupa, sentiu o cheiro
de queijo com molho de tomate, mas apenas agora
conseguia identificar o que era.
- Fiz uma lasanha pra nós, amor.
- Que ótimo meu bem, eu coloquei um vinho na geladeira
- disse ele enquanto era envolvido no abraço que ela lhe
dera, tocou os lábios dela com um beijo e pegou o vinho.
Sentaram no chão da sala de frente para a televisão e
assistiram por quase toda a noite, até não aguentarem mais.
O silêncio na casa nem se comparava à cidade. Só se ouvia o
movimento das árvores e apenas quando o vento tinha
maior intensidade e movia alguns galhos. Na cidade além
das buzinas havia o som incessante de alguns que faziam
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festa a noite toda, e mesmo com a presença da polícia não se
resolvia o problema por muito tempo. Trabalhar a semana
inteira, acordando e saindo cedo todos os dias e quando chega
em casa o som alto até amanhecer o dia durante todo o final
de semana... Era o que Edwin pensava quando chegava na
sexta-feira e ouvia o vizinho com o som ligado carregando a
churrasqueira para a garagem e a mulher dele ajustando
luzes estroboscópicas.
Pouco antes de entrar para o jornal O Pássaro, Edwin
estava
‘ disponível para o mercado de trabalho’ como costumava
dizer, não conseguia emprego e gastava horas do dia lendo
tudo que via pela frente. Acordava todas as manhãs e saia
para ir às agências de emprego, com a economia subindo e
descendo feito tirolesa as coisas iam devagar. Quem estava
empregado não sabia até quando ficaria lá, e quem não
estava empregado não tinha a menor ideia de quando
estaria empregado. E Edwin fazia parte desses que não
sabiam de quando o emprego bateria na porta. Numa noite
acalorada de encontro com Edwin e Rosely, Danilo pediu ao
amigo que fosse ao editorial pela manhã para conversar
sobre uma oportunidade e não deu mais detalhes.
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Danilo era mestre em jornalismo e estava se preparando
para o programa de doutorado e precisava sair da cidade,
pois iria começar a trabalhar em outro jornal, mas ouviu
boatos de outro amigo de carreira que o jornal tinha uma
vaga de jornalista em aberto – além da sua. Se não fosse
como jornalista era certeza que alguma outra vaga tinha
disponível, mas para se encaixar nessas vagas era somente
por indicação. Edwin quando chegou ao editorial a vaga
estava reservada justamente a ele, que começou a trabalhar
no dia seguinte.
O sol aquecia com fervor a casa quando Edwin e Rosely
acordaram, já passava das 10h30, era quase metade do dia
quando se deram conta de era ainda estavam deitados,
deslizaram o corpo ainda sonolentos um foi para o banheiro
e o outro para a cozinha preparar o café da manhã. Estavam
aliviados por não terem ouvido nada além de cantos de
passarinhos ao longe e o mesmo barulho do vento feito
durante a noite nos galhos das árvores. Edwin abriu todas
as janelas da casa para ventilar e o sol entrar. Dobraram os
cobertores usados para se aquecerem do frio da madrugada.
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Edwin não gostava de muitas coisas saudáveis, no entanto
que em seu prato o café começou com dois lanches feitos
com hambúrguer, fritas e bacon acompanhados de um
grande copo de refrigerante. Rosely preferia algo mais
natural e comia pão de forma integral com queijo prato com
café.
Quando terminaram o café ainda eram 11h20, não
estavam acostumados ao ar livre então não sabiam muito
que fazer. Rose pegou uma mochila em suas coisas e colocou
água, suco, algumas frutas, fez alguns lanches de queijo com
fatias de presunto, e junto com Edwin resolveram caminhar
pela mata. Ao saírem viram uma pequena trilha, Edwin
afastou os galhos e pode ler o que estava escrito na placa.
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CACHOEIRA LIVRE-MAR
SIGA A TRILHA
- Essa trilha parece que não tem fim Rose. - Disse Edwin
ofegante segurando a garrafa de água.
- Querido nós só estamos andando há quinze minutos.
- Nossa, parece que estamos andando há duas horas -
disse ele em tom de humor.
- Você é um bobo, sabia?
- Mais boba é você por estar comigo. - Respondeu
agarrando e beijando-a na boca, fazendo ela soltar um grito
de susto achando que iria cair da trilha. Os dois riram e
seguiram a trilha por aproximadamente duas horas e meia
até chegarem à cachoeira. Saíram detrás das pedras para o
alto da cachoeira que era coberta por uma névoa que se
formavam como se fossem pequenos algodões de nuvens.
Sem sinal de celular para serem importunados com
ligações, o casal tirava fotos em todas as poses possíveis.
Rose estava perplexa com tamanha beleza diante de seus
olhos castanhos, Edwin estava feliz ao ver que sua esposa
estava tão contente em estar ao seu lado. Ficaram por toda à
tarde no alto da cachoeira, comeram das frutas e serviram-
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se dos lanches tirados da mochila. No cair da tarde tornaram
a descer para a casa antes que ficasse escuro se perdessem
no meio da mata sem sinal de telefone nem para pedir
socorro.
Ao chegar em casa, Edwin teve que lavar a bermuda já
que na volta para a casa escorregou na trilha quando se
assustou com um ganho achando que era uma cobra e caiu
no barro enquanto Rose ria que não aguentou e com o xixi
que segurava molhou a calcinha. Aquela cena tinha sido a
comprovação de que os dois sabiam viver na cidade e
suportar o barulho, a vida selvagem não era para eles. Mas o
merecido descanso do feriado prolongado de quatro dias
estava sendo muito aproveitado, ainda que fosse apenas o
segundo dia. É o paraíso com lamas esse lugar pensava
Edwin enquanto tentava limpar-se depois de cair enquanto
ria da esposa com o short molhado.
***
18
A noite começava a tomar seu rumo, a lareira começava
com algumas faíscas feitas por Edwin enquanto tentava
entender como se fazia para ascender uma lareira.
Abraçados com garrafas de cervejas na mão, viam filmes aos
trôpegos com o sono. A calma vinda da floresta os relaxava
de tal forma que não sentiam vontade alguma de fazer outra
coisa além de amor, ver filmes e comer – tirando à manhã ao
irem para a cachoeira.
Edwin durante a entrevista para o jornal ficou
incomodado com o modo como era entrevistado. "Édivin"
dizia Carol durante um longo tempo, durante uma das
perguntas, "é Éduin" explicou ele corrigindo para que isso se
tornasse menos incomodo para ele e ela acertasse na
pronuncia de seu nome. Meu nome nem é esses esquisitices
todas, tem muitos outros nomes que são estrambólicos com
dois P’s, Y, H e W entre as letras, pensava ele enquanto olhava
os lábios e as mãos dela gesticularem se desculpando por ter
errado na pronuncia de seu nome.
O barulho da chuva começou a aumentar e Edwin acordou
assustado quando um brilho do raio explodiu no céu,
levantou assustado e correu para fechar todas as janelas.
19
Estava prestes a descer a escada quando se assustou com
Rose em pé na ponta da escada sendo iluminada pelo brilho
do raio que explodiu fazendo-a gritar em sobressalto.
Percebendo que o assustou, envolveu seu amor em um
abraço e beijos. Edwin e Rose costumavam resolver todas as
questões de um relacionamento conversando, achavam