LUÍZA: sem limites para a obsessão
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Sobre este e-book
"Até onde pode chegar a mente obsessiva de uma adolescente?"
Em sua obra de estréia, a autora Samantha apresenta um terror psicológico com temas incomuns na adolescência, como o amor obsessivo e o ciúme doentio.
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LUÍZA - Samantha Venancio
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Venancio, Samantha
Luiza: sem limites para a obsessão / Samantha Venancio -- 1. ed. -- Lura Editorial -- São Paulo, SP : 2022.
ISBN: 978-65-84547-91-9
1. Ficção. 2. Suspense 3. Terror I. Título.
CDD: 869.3
Elaborada por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166
1. Ficção : Literatura brasileira 869.3
atendimento@luraeditorial.com.br
www.luraeditorial.com.br
DEDICATÓRIA
Esta obra é dedicada à memória de Luciana Xavier.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço ao meu companheiro, Leandro Cruzato Barbosa, que diariamente me incentiva a escrever, a seguir na literatura e a correr atrás dos meus sonhos. Sem ele, ficaria muito mais difícil a publicação desta obra.
Também agradeço ao meu pai, Milton José Venâncio, que financiou meus estudos, minha formação acadêmica e me ensinou que educação é a base de tudo.
Por fim, mas não menos importante, agradeço à minha mãe, Lídia Xavier. Uma guerreira, responsável pela pessoa que me tornei. Criou a mim e a minha irmã com muita luta, sempre nos conduzindo ao caminho da honestidade, da gratidão e da dignidade.
Até onde pode chegar a mente
obsessiva de uma adolescente?
SUMÁRIO
1 – COMEÇAM AS AULAS
2 – CARNAVAL
3 – UM AMIGO DE VERDADE
4 – A VOLTA AO COLÉGIO
5 – PEGA DE SURPRESA
6 – DESCONTENTAMENTO
7 – UM DIA APÓS O OUTRO
8 – SEMPRE APRENDENDO
9 – A FASE OBSERVADORA
10 – O PRANTO É O LIMITE
11 – O ATO (PARTE 1)
12 – O ATO (PARTE 2)
13 – O ATO (PARTE 3)
14 – TRIUNFO
15 – RUÍNA
1
COMEÇAM AS AULAS
Tudo começou em fevereiro de 1997, início do ano escolar. Luiza acabava de completar 16 anos. O 1º ano do Ensino Médio foi avassalador. Todos os alunos que estudaram com Luiza estavam novamente em sua sala no 2º ano. As mesmas pessoas, as mesmas brincadeiras, a falta de maturidade propícia da idade, enfim, a mesma história. A partir dali seria diferente...
O início das aulas foi aguardado com muita expectativa. Geralmente os alunos esperam o término do carnaval para retornarem das férias. Dessa vez não. O colégio estava cheio. Muita gente nova e algumas caras
conhecidas também, mas, para Luiza, era como se tudo fosse novidade.
O colégio ficava em uma rua movimentada num bairro nobre da cidade. Era um colégio tradicional chamado Barão de Capelas
. Promoviam educação infantil, ensino fundamental e médio. A área comum da instituição, o espaço de confraternização entre os alunos, seja em eventos escolares ou diariamente durante o intervalo, ficava logo após a entrada do portão principal. Era um corredor enorme, de largura similar a uma rua de mão dupla, só que no lugar do asfalto eram pedras hexagonais divididas por singelos ramos gramíneos que cresciam da terra batida abaixo do piso. Ao redor desse corredor, de um lado, um pequeno canteiro com plantas rasteiras e outros arbustos que, de tempos em tempos, necessitavam de uma poda, rentes a um grande paredão que pertencia ao laboratório de Ciências; do outro lado, uma cerca fixa bem estruturada com vista para a quadra de esportes, um nível abaixo daquele pavimento. A cantina também ficava ali, oferecendo uma variedade de lanches e petiscos para os estudantes. As salas de aula ficavam distribuídas em um prédio de porte pequeno com apenas três andares, com acesso pelo pátio, fazendo com que obrigatoriamente os alunos passassem por ali antes de começarem seus estudos. Esse mesmo prédio alojava também a secretaria, a diretoria, o laboratório de Informática e outras dependências necessárias para manter a instituição em perfeito funcionamento.
Luiza sempre morou em Capelas, uma cidade de médio porte, localizada na Grande São Paulo. No município existiam problemas como em qualquer outro. Desemprego, desigualdade social, trânsito, enchentes... O fato é que já havia se acostumado ao lugar e, de certa forma, se identificava. O bairro onde morava, uma periferia distante do centro, tinha o aspecto de vila antiga, onde todos se conheciam. Sempre brincou na rua durante a infância, sempre fez amigos que moravam bem ali, ao lado de sua casa, sempre fez parte do lugar onde nasceu e cresceu.
O 1º ano não foi fácil. Luiza passou para o 2º ano com dificuldade, ficando para recuperação em duas matérias. Seu professor de Matemática a ajudou bastante, mas não teve jeito. Luiza sempre teve certa dificuldade com números desde o ginásio. Prometeu a si mesma que iria melhorar naquela disciplina e se dedicar mais dali para frente.
Na sala de aula, só apresentações por enquanto. Na maioria, gente vinda de outras escolas. Mas Luiza já imaginava o tipo de aluno que viria. Em uma escola particular, só o que se pode esperar são pessoas de classe média alta. Sempre foi assim no turno da manhã. Haveria também aqueles cujos pais são operários e têm como prioridade a educação dos filhos. Mas agora, como era o turno da noite, as coisas mudariam. À noite, estudavam pessoas que trabalhavam de dia ou pelo menos tinham a intenção de trabalhar. Pessoas mais velhas, mais maduras.
Enquanto o professor de História se apresentava na primeira aula, Luiza ficou de olho nos alunos à sua volta. Com tanta gente nova, era um dever fazer novas amizades. Notou um garoto muito simpático ao seu lado. Quando chegou sua vez de se apresentar, fez piadinhas e pareceu ser um rapaz muito engraçado. Logo após a apresentação, o professor passou uma atividade em grupo para melhor integração entre o pessoal. A atividade era sobre as guerras que aconteceram no mundo contemporâneo. O que elas significavam em nosso cotidiano e se realmente valeriam a pena acontecer. A atividade adicionava um ponto na próxima prova. Luiza gostou da ideia e logo se sentou perto do cara engraçado
. O nome dele era Alan.
Alan, menino negro, de estatura mediana, meio gordinho, era de bem com a vida. Sempre foi de família de classe média, abastada. O suficiente para não faltar nada em casa e ter alguns caprichos, os que quisesse ter. O pai, um funcionário público e a mãe, uma professora dedicada. Vivem em harmonia numa casa grande, perto da escola. Logo Alan