Literatura de cordel: desenvolvendo a leitura e a escrita criativa na escola
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Literatura de cordel - Valmira dos Santos Almeida
Dedico este trabalho a minha irmã e a todos os profissionais de ensino que, diante das dificuldades, não se cansam da busca por levar algo melhor para seus alunos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo sustento da vida, o qual me possibilitou trilhar mais essa jornada de aprendizado e relações interpessoais tão significativas em minha vida;
A minha família, meu apoio, sempre me motivando e fazendo-me especial;
A todos/as aqueles/as que me incentivaram a seguir em frente, que dedicaram seu respeito e sua amizade e me apoiaram nos momentos difíceis.
OBRIGADA!
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
INTRODUÇÃO
1 LITERATURA DE CORDEL E ENSINO
1.1 DESAFIOS E APRENDIZAGEM AFETIVA-EFETIVA NA ESCOLA
1.2 CONTEXTUALIZANDO LEITURA E ESCRITA
1.2.1 A HABILIDADE DA LEITURA
1.2.2 A PRÁTICA DA ESCRITA
1.3 CORDEL: LITERATURA BRASILEIRA
1.3.1 XILOGRAVURA, INFOGRAVURA E ISOGRAVURA
1.3.2 DAS CAPAS CEGAS À DIGITALIZAÇÃO
1.3.3 REPENTE X CORDEL
1.4 ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO EM CORDEL
2 CORDELIZANDO IDEIAS NA ESCOLA
2.1 SELEÇÃO DOS MATERIAIS
2.2 ETAPAS DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA35
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANEXO A – VIAGEM A SÃO SARUÊ
ANEXO B – REDES SOCIAIS
ANEXO C – A LEI MARIA DA PENHA EM CORDEL
ANEXO D – A PELEJA DA COVARDIA COM A SENHORA EDUCAÇÃO
ANEXO E – UMA VIOLÊNCIA CHAMADA BULLYING
ANEXO F – A PELEJA DO ALUNO PREGUIÇOSO COM O ESTUDIOSO
ANEXO G – UM CORDEL SOBRE O CORDEL
ANEXO H – METRIFICAÇÃO DO CORDEL
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
INTRODUÇÃO
Ninguém nasce educador ou é marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma como educador permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática
.
(Paulo Freire)
Minha jornada docente começou ainda durante o Ensino Médio quando, cursando magistério, pude vivenciar os dois lados da moeda
dentro de uma sala de aula – como aluna e professora –, dando meus primeiros passos na profissão em uma turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que fazia parte do extinto programa "AJA¹ BAHIA", uma iniciativa que contava com estudantes do magistério para alfabetizar adultos. Foi uma experiência muito significativa para a minha formação profissional. Nela, pude ficar mais próxima de meus professores e trocar informações sobre a função docente. Ao concluir o Ensino Médio também deixei o trabalho com a EJA, seguindo para os anos iniciais do Ensino Fundamental, mas algo me incomodava, sentia falta da interação que tinha com os alunos maiores. Então, voltei a lecionar nas turmas de Educação de Jovens e Adultos e, paralelamente, em turmas dos anos finais do Ensino Fundamental.
Como professora, meu foco é ajudar os alunos nas suas necessidades educacionais da melhor forma possível. Isso sempre me motivou a buscar uma formação para conhecer meios de oferecer uma educação de qualidade aos discentes, pois sempre vi a formação docente como algo importante na prática escolar. E foi com esse pensamento que procurei por um curso de graduação. Minha formação em Letras ocorreu através do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus XV. Foi uma grande oportunidade, uma vez que, em 20 anos de educação municipal, estou mais da metade lecionando a disciplina de Língua Portuguesa. Busquei me aperfeiçoar para que pudesse oferecer mais aos meus alunos, mesmo diante de situações desfavoráveis, em que não podemos contar com o básico, como, por exemplo, uma biblioteca escolar.
Nessa perspectiva, ter ingressado no Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS, na UNEB, Campus V, em Santo Antônio de Jesus, BA, foi uma conquista maravilhosa, pois sempre pensei em fazer uma pós-graduação stricto sensu, mas não queria qualquer mestrado, teria que ser na área de minha formação. Logo, meu primeiro pensamento sobre a proposta de intervenção foi realizar um trabalho envolvendo leitura, algo que fosse além da decodificação, que pudesse auxiliar meus alunos a irem além do lido, relacionando seus conhecimentos prévios com as informações presentes no texto.
A leitura faz parte da sociedade, disso todos nós sabemos, e por meio dela é possível alcançar o conhecimento e aguçar a curiosidade, e foi assim que descobri os textos e histórias ainda na infância. Minha preferência era pelos quadrinhos e por livros com ilustrações. Amava aqueles livros que continham um orifício onde se podia colocar o dedo, e me tornava um dos personagens da história; dessa forma, fui descobrindo os livros pela curiosidade. Em frente à minha casa havia uma praça e uma creche. Entre uma brincadeira e outra na praça, ficava atenta à espera do término da aula, pois era o momento em que o portão se abria e eu podia entrar e ir para o meu local preferido, a sala dos livros
, como eu a denominei. Ficava ali até o último aluno ir para casa. Folheava os livros, me distraía com seus desenhos e ficava imaginando as histórias e interferindo nas narrativas inventadas pelos meus companheiros de leitura, meus irmãos mais novos e outros alunos da creche que estavam à espera dos seus responsáveis.
Por muito tempo não soube o que era uma biblioteca. Para mim, não importava nomenclatura, o que eu conhecia era a sala dos livros, onde passava o tempo olhando os desenhos e imaginando histórias. Eram tantos livros infantis, a maioria tendo bichos como personagens. Naquele tempo, ainda não estudava por falta de vagas, não se tinha tantas disponíveis como hoje. Ficava ansiosa para frequentar a escola, tanto que saía atrás da minha irmã para ir com ela, e chorava quando me diziam que eu não podia.
Quando comecei a cursar a alfabetização, já conhecia a maioria das letras do alfabeto, pois brincar de escolinha com meus irmãos era uma das formas de nos divertirmos. Minha irmã mais velha era a professora, o carvão era o giz, e as paredes os cadernos. Somos um total de seis irmãos, brincávamos muito e, à noite, costumávamos nos distrair contando e ouvindo histórias. Minha irmã adorava nos contar histórias, sendo algumas conhecidas e outras inventadas por ela; suas preferidas eram as narrativas de terror, a fim de nos amedrontar. Meu pai também adorava nos contar causos de suas aventuras na mocidade, alguns até hoje não sei se são verídicos. Eram momentos divertidos e de grande interação familiar.
Ao ingressar na escola, não tive muita dificuldade em aprender a ler, e lia tudo o que via pela frente. Na segunda série, já lia e escrevia quase que perfeitamente, só não tinha o mesmo talento para gravar regras e fórmulas matemáticas.
Tive meu primeiro contato com uma biblioteca quando fui para o ginásio
, que hoje