Padre
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Padre - Zenilda Santana
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PADRE
UM AMOR FATAL
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ZENILDA SANTANA
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INTRODUÇÃO
Durante anos de minha vida, procurei sempre por um
homem ideal, que fosse capaz de me fazer feliz, que fosse um padrão de indivíduo
que toda mulher sonha em ter um dia. Tipo – príncipe encantado! Seria um homem
carinhoso, amável, gentil, um profissional de alto gabarito e que impunha respeito
em todos os lugares que chegasse. Enfim, sonhava com um homem perfeito para
ser meu marido e pai de meus filhos. Almejava um casamento duradouro, eterno,
capaz de enfrentar todas as barreiras e ainda sair ileso, sem nenhuma marca que
ferisse um dos cônjuges. Sonhava em viajar todos os anos com meu marido e
filhos, para qualquer parte do Brasil, Europa, Estados Unidos, Ásia, etc. Seria a
vida perfeita, ao lado do homem que eu amaria para toda a vida! Mas como a
maioria destes privilégios acontece para poucos, evidentemente eu não estaria
inserida neste contexto, devido ao meu próprio estilo social. Trabalhava durante o
dia e fazia faculdade à noite. A vida para mim não era um mar de rosas, como é
para muita gente. Antes de chegar nesta experiência, a qual relatarei, passei por
poucas e boas, foi uma das fases mais difíceis de minha vida. Enfrentei muitos
problemas, mas graças a Deus consegui superar todos com muita fé, dignidade,
garra e perspectivas para o futuro. Sempre fui querida em todos os lugares que
chegava. No trabalho, nos cursinhos que fazia e também na faculdade. Meus
amigos, colegas de trabalho e estudos, sempre foram amados por mim. Procurei
sempre respeitá-los da maneira mais singela possível. Mas também sou uma pessoa
que está sempre ao lado da justiça, da verdade, da lealdade e detesto hipocrisia.
Mas quanto a isto, nunca tive problemas. Gosto de viver intensamente os meus
momentos, de paixão, de amor, de amizade, enfim, gosto de viver a vida!
No final dos anos oitenta, quando eu já morava em Brasília, havia
alguns anos, vivi momentos marcantes com homens interessantes. Eram os homens
de meus sonhos, só que havia um problema, eram casados. Para dizer a verdade,
nunca tive sorte com homens solteiros. Quando arrumava alguém sem
compromisso, com certeza, não demorava muito e a traição me perseguia, claro,
por parte deles. Agora, quanto aos homens casados, era diferente. Eram leais,
apaixonados, carinhosos e sempre que podiam estavam ao meu lado. Na realidade,
era uma ilusão, eu sabia, mas não aceitava! Foram alguns anos que vivi feliz, pelo
menos por algum período de minha vida, pois a insegurança sempre falava mais
forte em meu coração. Sofria muito, eu tinha plena consciência de que eles jamais
deixariam as esposas para ficar comigo. Isto era óbvio! Mesmo tendo todo o
conforto que eles queriam me dar, jamais seriam meus para sempre. Seria sempre a
outra, e isto me deixava arrasada. Quando estava com algum amante, procurava
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preencher meu tempo jogando-me no trabalho e nos estudos, mas mesmo assim, a
situação fazia com que eu caísse na maior depressão. Às vezes, recebia convites
para sair com amigos, mas em minha consciência se eu saísse estaria traindo a
pessoa por quem estava apaixonada, mesmo sabendo que ele estava se distraindo
ou viajando, inclusive nas férias, com a família. Achava que tinha que ser fiel
àquele homem, que para mim era um Deus Grego que estava no Olimpo, que
estaria pensando em mim em todos os lugares em que ia com a família. No fundo
sabia que não era bem assim, mas procurava enganar a mim mesma para poder
continuar a vivenciar aquele romance cheio de luxúria, furor uterino e sexo
explícito de todas as maneiras quando estávamos juntos. E assim o tempo passava
e a única perspectiva de vida que eu via, era me formar, tornar-se alguém, sem ter
que depender de homem algum dia. Principalmente de amante casado.
Eu me lembro de quando era criança, que sonhava em encontrar um
príncipe encantado, desses de contos de fadas e que viria montado num cavalo
branco. Fiquei nesta esperança utópica até uns dezoito anos, mais ou menos,
depois fui caindo na realidade e vendo que a coisa não era bem assim. Sempre tive
altos e baixos em minha vida! Era odiada por alguns amigos
por ser sincera e
honesta e amada por várias pessoas de diferentes classes sociais, por ser do jeito
que sempre fui. Por mais problemas que tive na infância e adolescência, nunca
precisei sair de minha conduta positiva. A vida já me deu vários tombos, mas em
todos levantei com muito esforço, com honra e dignidade, com caráter e
personalidade. Acho que é por este forte senso de caráter positivo que tenho, e
saber tratar todos de uma mesma maneira é que sempre fui atestada por muitas
pessoas. Incluindo, principalmente os homens de alto escalão que se aproximavam
de mim como amigos sinceros, e de repente crescia entre nós um misto de amizade
e paixão que não havia como escapar. Era mais forte do que eu, por mais que
tentasse recusar aquilo, mais forte era a atração e a curiosidade de estar ao lado de
uma pessoa que era o sonho de qualquer garota de minha idade, na época. Lembro-
me que quando algumas pessoas descobriam que eu estava tendo um caso com um
homem casado, me acusavam de tudo, só faltava me jogar na fogueira, o que não
seria impossível se estivéssemos na inquisição propriamente dita. Mas estava na
fogueira sim, da inquisição social, no modo de ver e pensar das pessoas que não
estavam no