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Prisioneira Das Sombras
Prisioneira Das Sombras
Prisioneira Das Sombras
E-book504 páginas3 horas

Prisioneira Das Sombras

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Sobre este e-book

Susana e Sarah são amigas inseparáveis, desde a época da faculdade! Depois de formadas, Susana não exerceu a profissão de jornalismo que havia escolhido! E o mesmo com Sarah, que não trabalhava, mas vivia à custa de seu pai que era diplomata Egípcio em Brasília! Susana tornou-se empresária em confecções tinha sua loja de roupas de grifes no Shopping Conjunto Nacional! Diferente de Susana, Sarah não fazia nada! Vivia em festas, namorava com altos funcionários políticos da capital e vivia como garota de programa! Susana tentava aconselhar e entender a amiga, mas se surpreendeu com um desabafo, que Sarah lhe confidenciou e que guardava a sete chaves, mas que agora resolvera falar com a amiga! Susana ficou perplexa e ao mesmo tempo, não conseguia expressar uma única palavra! Ela sabia que, a partir daquela revelação bombástica da amiga, sua vida se tornaria um inferno, porque agora ela também fazia parte daquele mundo de traição, hipocrisia e uma prisão da qual jamais conseguiria sair! Estava presa em uma rede de terror e morte!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de nov. de 2016
Prisioneira Das Sombras

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    Prisioneira Das Sombras - Zenilda Santana

    P

    P

    Prisioneira

    Das

    Sombras

    P

    1

    Esta história se passou há alguns anos, quando descobri que minha

    melhor amiga corria sérios riscos de vida, recebendo ameaças de morte

    por cartas anônimas e telefone.

    Sarah Faruk, filha de imigrantes egípcios era dotada de uma beleza

    oriental que deixava as pessoas de boca aberta, principalmente à classe

    masculina. Sempre foi uma moça badalada nas noites de Brasília. Sua

    presença sempre era marcante nos lugares que chegava. Conhecida no

    seu circulo de amizade, principalmente, masculina, como a Musa do

    Nilo, nunca poupou convites aventureiros e extravagantes. Era o

    terror das esposas de alguns executivos famosos da Capital Brasileira.

    Jamais tivera piedade de alguém, acho que nem de si mesma. A ambição

    pecaminosa e a superioridade eram sua marca registrada em todos os seu

    gestos. Sua fisionomia forte, devido a sua arvore genealógica, às vezes

    amedrontava seus companheiros, suas amizades em geral. Jovem de

    hábitos estranhos, sempre conseguiu o que desejava .Embora sendo de

    uma casta privilegiada, não conseguiu terminar seus estudos na

    universidade. Sua vida resumia-se apenas em viagens e aventuras

    sadomasoquistas em sua compulsividade erótica. Devido a este ritmo de

    vida Sarah sofria de depressões constantes. Em suas crises procurava-me

    sempre. Eu era o escudo para todas as suas amarguras e como sempre eu

    sabia de tudo o que se passava em sua vida cotidiana. Muitas vezes,

    altas horas da madrugada o telefone de minha casa tocava; era ela em

    busca de socorro pedia para que eu fosse imediatamente para seu

    apartamento, pois estava em apuros, ou fortes crises depressivas,

    ameaçando em se matar. Residia em uma cobertura em um ponto

    estratégico da capital.

    Seu pai, banqueiro, jamais se opôs aos desajustes da filha,

    entretanto mantinha-a embaixo de sua aureola financeira em tudo o que

    desejasse. Sua mãe, socialite de coluna social, jamais aprovou os gestos

    de seu marido. Achava que a filha precisava tomar um rumo certo na

    vida, ao invés de levar tropeços em toda sua trajetória.

    Sarah aos vinte e cinco anos não pensava assim, o que a levava em

    fortes desavenças com a mãe. A qualquer contrariedade irrompia-se em

    crises nervosas, difíceis de controlar, que muitas vezes precisava ser

    levada às pressas em busca de socorro médico no Hospital das Forcas

    Armadas, aonde chegava com o corpo totalmente contorcidos pelos

    P

    nervos. Todos esses acontecimentos contavam com minha fiel

    participação, pois a moça via em mim uma irmã em quem confiava e

    respeitava, já que não podia contar com o apoio de sua mãe por sua

    vontade própria .Eu era uma espécie de protetora de Sarah .

    Não era filha única, havia um irmão, Ibrahim Mohamed Faruk,

    nascido no Egito em mil novecentos e sessenta e um. Era diplomata em

    um País Africano. Embora sabendo dos problemas de sua irmã, não

    poderia fazer nada, ela não permitia ajuda de ninguém, a não ser minha.

    Eu era a única pessoa que tinha a senha para entrar em sua vida.

    Seus pais nunca se preocuparam em dar-lhe educação para que

    tivesse uma vida saudável, pois achavam que fazendo seus mais bizarros

    gostos, estavam agradando-a em todos os sentidos, mas estavam

    completamente enganados. O dinheiro não era tudo na vida desta moça.

    Em questão de direitos e deveres econômicos estava muita bem

    abastada. Entretanto seus pais esqueceram o primordial: o lado interior

    de sua filha, o seu eu interior.

    Com todos os recursos inerentes que possuía, sua felicidade era

    abstrata e efêmera. Seus momentos de alegria e diversão eram ao lado de

    homens ricos, bonitos e poderosos. Trocava de parceiros

    constantemente. Era o tempo de afastar um que logo aparecia outro. Eu

    preocupava-me com ela, sabia que havia problemas sérios em sua vida,

    só que eu não conseguia decifrar, pois esse lado oculto de Sarah ela

    jamais me revelou, e eu precisava descobrir para poder ajudá-la, só que

    não sabia como. Por várias vezes tentei conversar com ela para obter

    alguma informação, mas no decurso da conversa ela mudava de assunto

    deixando-me a falar sozinha. Diante dessas atitudes comecei a observa-

    la constantemente para tentar ajuda-la, mas era impossível captar

    qualquer fragmento de informação sobre esse seu lado oculto. A cada dia

    que passava Sarah tornava-se uma pessoa inconstante.

    P

    2

    Certo dia criei coragem e chamei Sarah para uma conversa muito

    seria e sem rodeios. Eu precisava saber o que estava a acontecer com ela, havia

    algo secreto e sutil, e eu precisava descobrir para poder ajuda-la. Ela se

    assustou diante de minha prerrogativa e determinação, pois a historia agora

    seria comigo sem intromissão de terceiros ou de quem quer que fosse.

    Reconheci que fui um pouco dura e hostil com minha amiga, mas eu precisava

    tomar alguma atitude antes que algo de mais serio acontecesse.

    -Porque você esta falando neste tom comigo? Perguntou.

    -Simplesmente, porque sou sua amiga e quero te ajudar. Você

    precisa de alguém para confiar e eu estou aqui para isto, já que você

    considera-me como irmã ou sei lá o que. Salientei!

    Ela olhou-me profundamente nos olhos, senti seu olhar muito

    distante e preocupado.

    -Suzana, te agradeço por se preocupar comigo, mas você e nem

    ninguém pode me ajudar. -Eu não tenho nada, só umas crises de

    depressões de vez em quando e nada mais, pode ficar tranquila. Disse

    enquanto, abaixava os olhos procurando algo que ali não poderia

    encontrar.

    -Conhecer como lhe conheço, sei quando esta mentindo e quando

    esta dizendo a verdade e neste momento você esta mentindo. - Por favor,

    confie em mim!

    Ela tentou mudar de assunto, porém dei um ultimato a ela, ou

    confiava ou então desvencilhasse de vez de minha vida. Seu rosto

    moreno ficou pálido como cera

    -Foram meus pais que mandaram você vasculhar minha vida?

    -Não...de forma nenhuma, quando determino algo não preciso de

    decisão e muito menos de opinião de quem quer que seja. -E esta decisão

    partiu exclusivamente de mim. Disse em um tom áspero, ao mesmo

    tempo em que a fitava firmemente.

    -Tudo bem, pode perguntar o que você quiser, se eu puder

    responder...!Falou ironicamente.

    -você vai poder responder sim, senão pode ir dando o fora e nunca

    mais coloque os pés dentro de meu apartamento, para ficar se

    P

    lamentando em meus ombros e eu sem saber o por que. Falei num tom

    grosseiro apontando o rumo da porta de entrada. Sarah começou a chorar

    e me abraçou desesperadamente, como se pedisse socorro.

    -Por favor, desculpe-me, você não merece essa minha arrogância,

    perdoe-me, tenho vários motivos que me levam a tais temperamentos.

    Disse com lágrimas nos olhos.

    -Sarah, você esta precisando ir ao médico, fazer um tratamento. -

    Quer que eu te leve ao Hospital? -Prometo a você que ninguém ficará

    sabendo, eu quero te ajudar, por favor, deixe-me tentar.!?

    -Suzana, por favor, não insista em levar-me ao Hospital das Forcas

    Armadas, eu não estou doente. -Se eu tenho um comportamento que não

    justifica , e porque o problema e pessoal, e algo do coração, uma dor de

    cotovelo intensa, como ninguém nunca sentiu. -Quem sabe um dia lhe

    contarei, te prometo que não vai demorar, dê-me apenas um tempo de

    refazer algumas coisas e repensar fatos que me atormenta a cada dia que

    vivo. -Por enquanto deixe-me divertir com meus homens lá fora ,esta e a

    minha vida, foi assim que escolhi viver de uns tempos para cá, e se um

    dia eu resolver mudar, você será a primeira pessoa a saber, por favor me

    de um tempo, não tente arrancar de mim o que não posso falar por

    agora.. -Sei que você e a minha melhor amiga, talvez a mãe que não tive,

    mas por enquanto não me force a nada, agora não estou em condições

    de dizer absolutamente nada, espero que você entenda. Disse com certa

    amargura e ao mesmo tempo demonstrou medo em seu olhar.

    -Tudo bem, como sempre estarei aqui para aguentar seus chiliques

    e lamentações, afinal de contas o que não faço por você.- Mas não se

    esqueça, estarei esperando pelo seu desabafo e cobrarei sempre na

    medida do possível, entretanto no dia que você quiser falar por livre e

    espontânea vontade estarei aqui. Suspirei profundamente e fitei-a por

    alguns instantes.

    Por algum tempo ficamos conversando, adverti-a dos perigos das

    doenças sexualmente transmissíveis ,de uma gravidez indesejada e da

    ameaça do Vírus HIV, o terror do mundo biológico de hoje, não custa

    nada prevenir enquanto e tempo. Ela jurou de pés juntos que aderira ao

    uso de preservativos, mas conhecendo Sarah como conhecia e seus atos

    libidinosos. Achava muito difícil cumprir o meu alerta. Mas tudo bem,

    não custa mostrar os bons caminhos para as pessoas, só não sabemos se

    vão segui-los, porém, pelo menos com o meu dever havia cumprido, se

    foram seguidos isto já era uma outra historia.

    P

    Sarah ouvia tudo sem pestanejar e sem opinar, era apenas uma

    menina adulta por força da natureza. Várias vezes, ela dizia-me que

    tentava controlar seus desejos e impulsos alucinantes, mas uma força

    muito poderosa não deixava, liberando assim seu lado animalesco e

    sensual. Sua compulsão era mais forte do que sua vontade, nada a

    detinha. A vida promíscua que levava preocupava seus pais, ou seja,

    mais o pai do que a mãe. Este era um fato do qual não entendia. O que

    havia de tão misterioso na vida desta moca que a própria mãe às vezes

    desprezava-a? O que estaria errado? Eu precisava saber de alguma

    forma. Mas como, se a própria Sarah pediu um determinado tempo. Eu

    teria que esperar, por quanto tempo não sabia.

    Lembro-me de um fato que ocorreu com Sarah, do qual fui

    testemunha ocular e participativa.

    P

    3

    Era o ano de Um Mil Novecentos e Noventa e Oito.

    Estávamos no inverno. Nesta época do ano em Brasília, o tempo torna-

    se uma inconstante. Ora faz frio, ora faz calor. A temperatura sobe muito

    durante o dia e às vezes abaixa de madrugada, o tempo fica seco sem

    esperança de chuvas, a tendência da umidade relativa do ar e baixar.

    Isto provoca nos habitantes doenças comuns de época, tais como:

    gripe, bronquite, asma, rinite, sinusite, etc. E quem mais sofre são as

    crianças. Os hospitais da cidade ficam lotados, tanto nos ambulatórios,

    como nas clínicas particulares e nos hospitais públicos. Os plantões

    médicos nesta época do ano são intensos.

    O clima seco faz com que haja queimadas em quase todo ponto da

    cidade. Um simples toco de cigarro jogado por um motorista com o carro

    em velocidade ou mesmo por um pedestre pode causar grandes danos à

    população, aos bens públicos e ainda deixar o corpo de bombeiros em

    polvorosa.

    Naquela tarde de terça-feira, o calor estava de matar, o sol a pino

    fritava os nossos miolos. A beleza dos monumentos da capital era opaca

    e sem vida, o cheiro de mato queimado entrava narina adentro,

    provocando alergias em algumas pessoas sensíveis. O céu em tom

    amarelado e fumacento tirava nossas expectativas de alguns pingos de

    chuva. O helicóptero da Policia Militar sondava todos os pontos da

    cidade a procura de delitos de qualquer natureza. O som forte do motor

    ecoava por cima da linda e fantástica cidade. A Esplanada dos

    Ministérios, harmonia arquitetônica de uma cidade futurísticas,

    Congresso Nacional fonte de grandes decisões Políticas, Catedral,

    Teatro Nacional, enfim, grandes símbolos de Brasília, colírios para os

    visitantes nacionais e internacionais, estavam sem aquele brilho

    radiante, mágico e tentador, pois a poeira e a fumaça tiraram a

    incandescência daqueles cartões postais.

    O barulho infernal de toda cidade grande, dos ônibus, Kombi,

    carros de passeios etc. ecoavam em desespero em nossos ouvidos,

    fazendo com que ficássemos estressados e irritados. A multidão

    P

    caminhava sem parar pelo calçadão do Shopping Conjunto Nacional.

    Ano de eleição em todo País. As propagandas políticas divulgadas

    em trios elétricos, carros de passeio com alto falantes em cima, agitavam

    a capital com um barulho infernal. Em todos os lugares estavam colados

    cartazes de candidatos concorrentes: em postes, paradas de ônibus,

    arvores, algumas paredes de casas comerciais, etc. A algazarra era

    tremenda .Os funcionários contratados pelos políticos, ofereciam

    santinhos, chaveirinhos e outros apetrechos, em todos os lugares, a

    guerra por um voto estava armada. E para piorar a situação, havia

    canteiros de obras por todos os lados da capital. O metrô, a rodoviária do

    Plano Piloto engajavam-se em britadeiras, caminhões basculantes

    derramando pedras e terras. Gritos de camelos no centro da cidade, em

    frente o Conjunto Nacional. Calçadão interditado pela construção,

    mendigos abordando pessoas nas ruas pedindo alguma coisa, meninos e

    meninas distribuindo panfletos de algum produto de Casas Comerciais,

    etc. Tudo se fundia em desespero alucinante.

    Neste dia, horário de pique no comercio, estava eu a trabalhar em

    minha Loja de Roupas no Conjunto Nacional, Shopping Center

    tradicional da cidade, quando Sarah entrou eufórica no ambiente.

    Fiquei de início estupefato, mas comecei a entender a cabeça de minha

    amiga. Com um ar de ingenuidade, apenas na aparência, contou-me que

    estava enamorada de um rapaz diferente, e que não seriam apenas

    encontros de ocasião, mas algo muito mais do que isto. Conhecerem-se

    havia uns dois dias, embora o rapaz sendo casado, prometia muito mais

    do que os outros que passaram pela sua vida. Sem entender o por

    que dessas prerrogativas, fui ouvindo o que ela dizia sem dar sequer uma

    palavra. No final, quando ela acabou de dizer tudo o que tinha vontade

    ,tentei abrir seus olhos, porem, todos os meus conselhos foram parar na

    lata do lixo, com o passar dos dias. O rapaz era um empresário bem

    sucedido, respeitado nos meios políticos, elegante, bonito e sensual.

    Havia muitas mulheres que o desejava, mas seus olhos se abriram apenas

    para Sarah, para suas desgraças. Pelo olhar de minha amiga poder-se-ia

    notar o ar deslumbrante de felicidade, mesmo que efêmera, porém servia

    apenas para mesclar seus caprichos na arte da sedução.

    Tudo aconteceu em uma tarde de Sexta-feira, quando Sarah

    dirigia seu carro na Avenida W3 Sul, em direção a Asa Norte. A

    aproximação deu-se em um semáforo com sinal vermelho, onde trocaram

    olhares. Com um sinal ele pediu a ela que o acompanhasse. Ambos

    P

    foram parar em um barzinho na 103 Sul. Apresentaram-se, conversaram

    muito, passaram o resto do dia juntos. Profissional na arte da sedução

    como Sarah era, não precisa nem dizer o que veio depois. Alguns dias

    depois já estava no tradicional, amor eterno enquanto dura. No inicio

    fiquei com muita pena dele, havia caído em uma armadilha que o próprio

    destino reservou para ele. Sarah não era de brincar. Na cama com seus

    parceiros era uma verdadeira sadomasoquista, tudo era valido. Na

    intimidade com seus homens, ela transformava-se em uma verdadeira

    deusa do amor. Ou demônio. Ate hoje não consigo entender como ela

    tinha esse poder, uma formula magica que captava as energias sutis dos

    homens. Algumas mulheres já se sentiram amarradas pelo fascínio

    dessa Naja africana. A predominância da confiabilidade estável

    ,configura na complacência indeterminada de Sarah.

    Seu olhar era como uma chama na escuridão para quem pedia luz.

    Seu corpo era uma estrada para quem já estava perdido numa posição

    indecifrável. Em sua pele havia a maciez de uma maçã. Seus cabelos

    tinham um toque especial de seda. Enfim, seu sorriso, seus gestos, sua

    boca ardente transmitiam uma linguagem hieroglífica capaz de alterar

    qualquer um, até o mais simples e justo dos mortais.

    Que homem não pensava em tê-la na cama, para poder acariciar

    seus cabelos pretos, tocar em todas as suas curvas desenhadas em um

    corpo monumental, esculpido pela natureza? Todos os homens queriam

    beijar sua boca, chupar seus seios empinados, ouvir seus sussurros

    eróticos vindo do fundo de sua alma repleta de anseios e devaneios,

    saindo de uma libido sem censura. Todos eles que a conheciam

    sonhavam possuir sua boca rósea fincada ate o final de seus pênis,

    sentindo e vibrando com suas estocadas linguais, num movimento de vai

    e vem que os levariam as nuvens. Os que tiveram essa oportunidade

    corriam atrás dela o tempo todo e só colhiam decepções. Sarah não saia

    por muito tempo com o mesmo parceiro. Ela era extremamente volúvel e

    ao mesmo tempo mesquinha. Quase foi vitima de extorsão por causa de

    seu comportamento. Era insaciável, abrupta e compulsiva, ao mesmo

    tempo em que era dona de um mistério sem fim. Estas maneiras de como

    se comportava deixava os homens mais esganiçados e na maioria das

    vezes, impetuosos. Mas ela adorava esses fatos. A situação a fascinava.

    Seus pais viviam procurando saber através de mim, o que se

    passava na cabeça de sua filha. Porque ela era tão rebelde e possessiva.

    Os atritos com sua mãe eram intensos, tanto que ela não morava na

    P

    residência da família. Todas as vezes que seu pai fora procura-la saia de

    seu domínio estressado, até então eu não sabia o que se passava nesta

    família pequena e tão conturbada. Eram pessoas abastadas que vieram

    do Egito para recomeçar uma vida nova no Brasil. Não que precisaram

    fazer isto, mas sim, por amor a esta Terra.

    P

    4

    Certo dia, Sarah entrou em meu estabelecimento

    comercial em busca de minha presença para seus desabafos sucessivos.

    O escárnio em sua fisionomia estava ausente. Sua voz soou firme e

    forte, ao mesmo tempo suave e aveludada. Seu modo de como falava

    dava-me à impressão de uma pessoa totalmente mudada, mas sendo a

    pessoa que eu conhecia só poderia ser um transtorno mental

    momentâneo, uma alucinação temporária. Não poderia ser verdadeiro o

    que me relatou naquela tarde. Pedi que me contasse em detalhes de como

    foi a aproximação deste estranho em sua vida, mas Sarah preferiu que

    saíssemos para não sermos interrompidas por alguém que entrasse na

    loja. Como sempre acabei cedendo e fomos para seu apartamento.

    Dirigimo-nos para seu quarto. Abriu a janela, sentou-se na cama de

    casal coberta com uma colcha de cetim azul claro com detalhes brancos

    no centro. Começou falar palavras por palavras, como se fosse uma

    adolescente em sua primeira experiência sexual.

    Ao terminar o lanche no barzinho da 103 Sul, foram para um

    motel na saída, Sul, do Núcleo Bandeirante, cidade satélite do DF. Era o

    dia oito de julho de um mil novecentos e noventa e oito, três horas da

    tarde. E ela contou, com seu jeito lascivo e censurável.

    -O sol estava muito quente ,o calor insuportável. -O transito um

    verdadeiro inferno. -Deixei o carro em casa para ir com ele. -Otávio

    esperou-me no estacionamento externo do bloco, ao ver aproximar-me,

    desceu do carro e abriu a porta com muito carinho para que eu pudesse

    entrar. Fiquei encantada com sua gentileza, desde quando estávamos no

    barzinho, e um verdadeiro cavalheiro. No trajeto ele dizia muitas

    palavras bonitas, elogiando-me, senti como se um fogo descesse pelo

    meu corpo e penetrasse dentro de minha alma. Não contive e comecei a

    acariciar suas pernas lindas escondidas por baixo das calcas cinza de

    linho importado da Itália. Ao sentir minhas mãos ardentes e sequiosas,

    Luiz Otávio, abriu o zíper e deixou vir à tona o enorme pinto duro com a

    cabeça avermelhada, onde comecei chupa-lo como uma louca

    desesperada de desejos. Minhas sugadas eram tão lascivas que o homem

    quase jorrava o mel branco pela minha

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