Prisioneira Das Sombras
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Prisioneira Das Sombras - Zenilda Santana
P
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Prisioneira
Das
Sombras
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1
Esta história se passou há alguns anos, quando descobri que minha
melhor amiga corria sérios riscos de vida, recebendo ameaças de morte
por cartas anônimas e telefone.
Sarah Faruk, filha de imigrantes egípcios era dotada de uma beleza
oriental que deixava as pessoas de boca aberta, principalmente à classe
masculina. Sempre foi uma moça badalada nas noites de Brasília. Sua
presença sempre era marcante nos lugares que chegava. Conhecida no
seu circulo de amizade, principalmente, masculina, como a Musa do
Nilo, nunca poupou convites aventureiros e extravagantes. Era o
terror
das esposas de alguns executivos famosos da Capital Brasileira.
Jamais tivera piedade de alguém, acho que nem de si mesma. A ambição
pecaminosa e a superioridade eram sua marca registrada em todos os seu
gestos. Sua fisionomia forte, devido a sua arvore genealógica, às vezes
amedrontava seus companheiros, suas amizades em geral. Jovem de
hábitos estranhos, sempre conseguiu o que desejava .Embora sendo de
uma casta privilegiada, não conseguiu terminar seus estudos na
universidade. Sua vida resumia-se apenas em viagens e aventuras
sadomasoquistas em sua compulsividade erótica. Devido a este ritmo de
vida Sarah sofria de depressões constantes. Em suas crises procurava-me
sempre. Eu era o escudo para todas as suas amarguras e como sempre eu
sabia de tudo o que se passava em sua vida cotidiana. Muitas vezes,
altas horas da madrugada o telefone de minha casa tocava; era ela em
busca de socorro pedia para que eu fosse imediatamente para seu
apartamento, pois estava em apuros, ou fortes crises depressivas,
ameaçando em se matar. Residia em uma cobertura em um ponto
estratégico da capital.
Seu pai, banqueiro, jamais se opôs aos desajustes da filha,
entretanto mantinha-a embaixo de sua aureola financeira em tudo o que
desejasse. Sua mãe, socialite de coluna social, jamais aprovou os gestos
de seu marido. Achava que a filha precisava tomar um rumo certo na
vida, ao invés de levar tropeços em toda sua trajetória.
Sarah aos vinte e cinco anos não pensava assim, o que a levava em
fortes desavenças com a mãe. A qualquer contrariedade irrompia-se em
crises nervosas, difíceis de controlar, que muitas vezes precisava ser
levada às pressas em busca de socorro médico no Hospital das Forcas
Armadas, aonde chegava com o corpo totalmente contorcidos pelos
P
nervos. Todos esses acontecimentos contavam com minha fiel
participação, pois a moça via em mim uma irmã em quem confiava e
respeitava, já que não podia contar com o apoio de sua mãe por sua
vontade própria .Eu era uma espécie de protetora de Sarah .
Não era filha única, havia um irmão, Ibrahim Mohamed Faruk,
nascido no Egito em mil novecentos e sessenta e um. Era diplomata em
um País Africano. Embora sabendo dos problemas de sua irmã, não
poderia fazer nada, ela não permitia ajuda de ninguém, a não ser minha.
Eu era a única pessoa que tinha a senha para entrar em sua vida.
Seus pais nunca se preocuparam em dar-lhe educação para que
tivesse uma vida saudável, pois achavam que fazendo seus mais bizarros
gostos, estavam agradando-a em todos os sentidos, mas estavam
completamente enganados. O dinheiro não era tudo na vida desta moça.
Em questão de direitos e deveres econômicos estava muita bem
abastada. Entretanto seus pais esqueceram o primordial: o lado interior
de sua filha, o seu eu interior.
Com todos os recursos inerentes que possuía, sua felicidade era
abstrata e efêmera. Seus momentos de alegria e diversão eram ao lado de
homens ricos, bonitos e poderosos. Trocava de parceiros
constantemente. Era o tempo de afastar um que logo aparecia outro. Eu
preocupava-me com ela, sabia que havia problemas sérios em sua vida,
só que eu não conseguia decifrar, pois esse lado oculto de Sarah ela
jamais me revelou, e eu precisava descobrir para poder ajudá-la, só que
não sabia como. Por várias vezes tentei conversar com ela para obter
alguma informação, mas no decurso da conversa ela mudava de assunto
deixando-me a falar sozinha. Diante dessas atitudes comecei a observa-
la constantemente para tentar ajuda-la, mas era impossível captar
qualquer fragmento de informação sobre esse seu lado oculto. A cada dia
que passava Sarah tornava-se uma pessoa inconstante.
P
2
Certo dia criei coragem e chamei Sarah para uma conversa muito
seria e sem rodeios. Eu precisava saber o que estava a acontecer com ela, havia
algo secreto e sutil, e eu precisava descobrir para poder ajuda-la. Ela se
assustou diante de minha prerrogativa e determinação, pois a historia agora
seria comigo sem intromissão de terceiros ou de quem quer que fosse.
Reconheci que fui um pouco dura e hostil com minha amiga, mas eu precisava
tomar alguma atitude antes que algo de mais serio acontecesse.
-Porque você esta falando neste tom comigo? Perguntou.
-Simplesmente, porque sou sua amiga e quero te ajudar. Você
precisa de alguém para confiar e eu estou aqui para isto, já que você
considera-me como irmã ou sei lá o que. Salientei!
Ela olhou-me profundamente nos olhos, senti seu olhar muito
distante e preocupado.
-Suzana, te agradeço por se preocupar comigo, mas você e nem
ninguém pode me ajudar. -Eu não tenho nada, só umas crises de
depressões de vez em quando e nada mais, pode ficar tranquila. Disse
enquanto, abaixava os olhos procurando algo que ali não poderia
encontrar.
-Conhecer como lhe conheço, sei quando esta mentindo e quando
esta dizendo a verdade e neste momento você esta mentindo. - Por favor,
confie em mim!
Ela tentou mudar de assunto, porém dei um ultimato a ela, ou
confiava ou então desvencilhasse de vez de minha vida. Seu rosto
moreno ficou pálido como cera
-Foram meus pais que mandaram você vasculhar minha vida?
-Não...de forma nenhuma, quando determino algo não preciso de
decisão e muito menos de opinião de quem quer que seja. -E esta decisão
partiu exclusivamente de mim. Disse em um tom áspero, ao mesmo
tempo em que a fitava firmemente.
-Tudo bem, pode perguntar o que você quiser, se eu puder
responder...!Falou ironicamente.
-você vai poder responder sim, senão pode ir dando o fora e nunca
mais coloque os pés dentro de meu apartamento, para ficar se
P
lamentando em meus ombros e eu sem saber o por que. Falei num tom
grosseiro apontando o rumo da porta de entrada. Sarah começou a chorar
e me abraçou desesperadamente, como se pedisse socorro.
-Por favor, desculpe-me, você não merece essa minha arrogância,
perdoe-me, tenho vários motivos que me levam a tais temperamentos.
Disse com lágrimas nos olhos.
-Sarah, você esta precisando ir ao médico, fazer um tratamento. -
Quer que eu te leve ao Hospital? -Prometo a você que ninguém ficará
sabendo, eu quero te ajudar, por favor, deixe-me tentar.!?
-Suzana, por favor, não insista em levar-me ao Hospital das Forcas
Armadas, eu não estou doente. -Se eu tenho um comportamento que não
justifica , e porque o problema e pessoal, e algo do coração, uma dor de
cotovelo intensa, como ninguém nunca sentiu. -Quem sabe um dia lhe
contarei, te prometo que não vai demorar, dê-me apenas um tempo de
refazer algumas coisas e repensar fatos que me atormenta a cada dia que
vivo. -Por enquanto deixe-me divertir com meus homens lá fora ,esta e a
minha vida, foi assim que escolhi viver de uns tempos para cá, e se um
dia eu resolver mudar, você será a primeira pessoa a saber, por favor me
de um tempo, não tente arrancar de mim o que não posso falar por
agora.. -Sei que você e a minha melhor amiga, talvez a mãe que não tive,
mas por enquanto não me force a nada, agora não estou em condições
de dizer absolutamente nada, espero que você entenda. Disse com certa
amargura e ao mesmo tempo demonstrou medo em seu olhar.
-Tudo bem, como sempre estarei aqui para aguentar seus chiliques
e lamentações, afinal de contas o que não faço por você.- Mas não se
esqueça, estarei esperando pelo seu desabafo e cobrarei sempre na
medida do possível, entretanto no dia que você quiser falar por livre e
espontânea vontade estarei aqui. Suspirei profundamente e fitei-a por
alguns instantes.
Por algum tempo ficamos conversando, adverti-a dos perigos das
doenças sexualmente transmissíveis ,de uma gravidez indesejada e da
ameaça do Vírus HIV, o terror do mundo biológico de hoje, não custa
nada prevenir enquanto e tempo. Ela jurou de pés juntos que aderira ao
uso de preservativos, mas conhecendo Sarah como conhecia e seus atos
libidinosos. Achava muito difícil cumprir o meu alerta. Mas tudo bem,
não custa mostrar os bons caminhos para as pessoas, só não sabemos se
vão segui-los, porém, pelo menos com o meu dever havia cumprido, se
foram seguidos isto já era uma outra historia.
P
Sarah ouvia tudo sem pestanejar e sem opinar, era apenas uma
menina adulta por força da natureza. Várias vezes, ela dizia-me que
tentava controlar seus desejos e impulsos alucinantes, mas uma força
muito poderosa não deixava, liberando assim seu lado animalesco e
sensual. Sua compulsão era mais forte do que sua vontade, nada a
detinha. A vida promíscua que levava preocupava seus pais, ou seja,
mais o pai do que a mãe. Este era um fato do qual não entendia. O que
havia de tão misterioso na vida desta moca que a própria mãe às vezes
desprezava-a? O que estaria errado? Eu precisava saber de alguma
forma. Mas como, se a própria Sarah pediu um determinado tempo. Eu
teria que esperar, por quanto tempo não sabia.
Lembro-me de um fato que ocorreu com Sarah, do qual fui
testemunha ocular e participativa.
P
3
Era o ano de Um Mil Novecentos e Noventa e Oito.
Estávamos no inverno. Nesta época do ano em Brasília, o tempo torna-
se uma inconstante. Ora faz frio, ora faz calor. A temperatura sobe muito
durante o dia e às vezes abaixa de madrugada, o tempo fica seco sem
esperança de chuvas, a tendência da umidade relativa do ar e baixar.
Isto provoca nos habitantes doenças comuns de época, tais como:
gripe, bronquite, asma, rinite, sinusite, etc. E quem mais sofre são as
crianças. Os hospitais da cidade ficam lotados, tanto nos ambulatórios,
como nas clínicas particulares e nos hospitais públicos. Os plantões
médicos nesta época do ano são intensos.
O clima seco faz com que haja queimadas em quase todo ponto da
cidade. Um simples toco de cigarro jogado por um motorista com o carro
em velocidade ou mesmo por um pedestre pode causar grandes danos à
população, aos bens públicos e ainda deixar o corpo de bombeiros em
polvorosa.
Naquela tarde de terça-feira, o calor estava de matar, o sol a pino
fritava os nossos miolos. A beleza dos monumentos da capital era opaca
e sem vida, o cheiro de mato queimado entrava narina adentro,
provocando alergias em algumas pessoas sensíveis. O céu em tom
amarelado e fumacento tirava nossas expectativas de alguns pingos de
chuva. O helicóptero da Policia Militar sondava todos os pontos da
cidade a procura de delitos de qualquer natureza. O som forte do motor
ecoava por cima da linda e fantástica cidade. A Esplanada dos
Ministérios, harmonia arquitetônica de uma cidade futurísticas,
Congresso Nacional fonte de grandes decisões Políticas, Catedral,
Teatro Nacional, enfim, grandes símbolos de Brasília, colírios para os
visitantes nacionais e internacionais, estavam sem aquele brilho
radiante, mágico e tentador, pois a poeira e a fumaça tiraram a
incandescência daqueles cartões postais.
O barulho infernal de toda cidade grande, dos ônibus, Kombi,
carros de passeios etc. ecoavam em desespero em nossos ouvidos,
fazendo com que ficássemos estressados e irritados. A multidão
P
caminhava sem parar pelo calçadão do Shopping Conjunto Nacional.
Ano de eleição em todo País. As propagandas políticas divulgadas
em trios elétricos, carros de passeio com alto falantes em cima, agitavam
a capital com um barulho infernal. Em todos os lugares estavam colados
cartazes de candidatos concorrentes: em postes, paradas de ônibus,
arvores, algumas paredes de casas comerciais, etc. A algazarra era
tremenda .Os funcionários contratados pelos políticos, ofereciam
santinhos, chaveirinhos e outros apetrechos, em todos os lugares, a
guerra por um voto estava armada. E para piorar a situação, havia
canteiros de obras por todos os lados da capital. O metrô, a rodoviária do
Plano Piloto engajavam-se em britadeiras, caminhões basculantes
derramando pedras e terras. Gritos de camelos no centro da cidade, em
frente o Conjunto Nacional. Calçadão interditado pela construção,
mendigos abordando pessoas nas ruas pedindo alguma coisa, meninos e
meninas distribuindo panfletos de algum produto de Casas Comerciais,
etc. Tudo se fundia em desespero alucinante.
Neste dia, horário de pique no comercio, estava eu a trabalhar em
minha Loja de Roupas no Conjunto Nacional, Shopping Center
tradicional da cidade, quando Sarah entrou eufórica no ambiente.
Fiquei de início estupefato, mas comecei a entender a cabeça de minha
amiga. Com um ar de ingenuidade, apenas na aparência, contou-me que
estava enamorada de um rapaz diferente, e que não seriam apenas
encontros de ocasião, mas algo muito mais do que isto. Conhecerem-se
havia uns dois dias, embora o rapaz sendo casado, prometia muito mais
do que os outros que passaram pela sua vida. Sem entender o por
que dessas prerrogativas, fui ouvindo o que ela dizia sem dar sequer uma
palavra. No final, quando ela acabou de dizer tudo o que tinha vontade
,tentei abrir seus olhos, porem, todos os meus conselhos foram parar na
lata do lixo, com o passar dos dias. O rapaz era um empresário bem
sucedido, respeitado nos meios políticos, elegante, bonito e sensual.
Havia muitas mulheres que o desejava, mas seus olhos se abriram apenas
para Sarah, para suas desgraças. Pelo olhar de minha amiga poder-se-ia
notar o ar deslumbrante de felicidade, mesmo que efêmera, porém servia
apenas para mesclar seus caprichos na arte da sedução.
Tudo aconteceu em uma tarde de Sexta-feira, quando Sarah
dirigia seu carro na Avenida W3 Sul, em direção a Asa Norte. A
aproximação deu-se em um semáforo com sinal vermelho, onde trocaram
olhares. Com um sinal ele pediu a ela que o acompanhasse. Ambos
P
foram parar em um barzinho na 103 Sul. Apresentaram-se, conversaram
muito, passaram o resto do dia juntos. Profissional na arte da sedução
como Sarah era, não precisa nem dizer o que veio depois. Alguns dias
depois já estava no tradicional
, amor eterno enquanto dura. No inicio
fiquei com muita pena dele, havia caído em uma armadilha que o próprio
destino reservou para ele. Sarah não era de brincar. Na cama com seus
parceiros era uma verdadeira sadomasoquista, tudo era valido. Na
intimidade com seus homens, ela transformava-se em uma verdadeira
deusa do amor. Ou demônio. Ate hoje não consigo entender como ela
tinha esse poder, uma formula magica que captava as energias sutis dos
homens. Algumas mulheres já se sentiram amarradas
pelo fascínio
dessa Naja
africana. A predominância da confiabilidade estável
,configura na complacência indeterminada de Sarah.
Seu olhar era como uma chama na escuridão para quem pedia luz.
Seu corpo era uma estrada para quem já estava perdido numa posição
indecifrável. Em sua pele havia a maciez de uma maçã. Seus cabelos
tinham um toque especial de seda. Enfim, seu sorriso, seus gestos, sua
boca ardente transmitiam uma linguagem hieroglífica capaz de alterar
qualquer um, até o mais simples e justo dos mortais.
Que homem não pensava em tê-la na cama, para poder acariciar
seus cabelos pretos, tocar em todas as suas curvas desenhadas em um
corpo monumental, esculpido pela natureza? Todos os homens queriam
beijar sua boca, chupar seus seios empinados, ouvir seus sussurros
eróticos vindo do fundo de sua alma repleta de anseios e devaneios,
saindo de uma libido sem censura. Todos eles que a conheciam
sonhavam possuir sua boca rósea fincada ate o final de seus pênis,
sentindo e vibrando com suas estocadas linguais, num movimento de vai
e vem que os levariam as nuvens. Os que tiveram essa oportunidade
corriam atrás dela o tempo todo e só colhiam decepções. Sarah não saia
por muito tempo com o mesmo parceiro. Ela era extremamente volúvel e
ao mesmo tempo mesquinha. Quase foi vitima de extorsão por causa de
seu comportamento. Era insaciável, abrupta e compulsiva, ao mesmo
tempo em que era dona de um mistério sem fim. Estas maneiras de como
se comportava deixava os homens mais esganiçados e na maioria das
vezes, impetuosos. Mas ela adorava esses fatos. A situação a fascinava.
Seus pais viviam procurando saber através de mim, o que se
passava na cabeça de sua filha. Porque ela era tão rebelde e possessiva.
Os atritos com sua mãe eram intensos, tanto que ela não morava na
P
residência da família. Todas as vezes que seu pai fora procura-la saia de
seu domínio estressado, até então eu não sabia o que se passava nesta
família pequena e tão conturbada. Eram pessoas abastadas que vieram
do Egito para recomeçar uma vida nova no Brasil. Não que precisaram
fazer isto, mas sim, por amor a esta Terra.
P
4
Certo dia, Sarah entrou em meu estabelecimento
comercial em busca de minha presença para seus desabafos sucessivos.
O escárnio em sua fisionomia estava ausente. Sua voz soou firme e
forte, ao mesmo tempo suave e aveludada. Seu modo de como falava
dava-me à impressão de uma pessoa totalmente mudada, mas sendo a
pessoa que eu conhecia só poderia ser um transtorno mental
momentâneo, uma alucinação temporária. Não poderia ser verdadeiro o
que me relatou naquela tarde. Pedi que me contasse em detalhes de como
foi a aproximação deste estranho em sua vida, mas Sarah preferiu que
saíssemos para não sermos interrompidas por alguém que entrasse na
loja. Como sempre acabei cedendo e fomos para seu apartamento.
Dirigimo-nos para seu quarto. Abriu a janela, sentou-se na cama de
casal coberta com uma colcha de cetim azul claro com detalhes brancos
no centro. Começou falar palavras por palavras, como se fosse uma
adolescente em sua primeira experiência sexual.
Ao terminar o lanche no barzinho da 103 Sul, foram para um
motel na saída, Sul, do Núcleo Bandeirante, cidade satélite do DF. Era o
dia oito de julho de um mil novecentos e noventa e oito, três horas da
tarde. E ela contou, com seu jeito lascivo e censurável.
-O sol estava muito quente ,o calor insuportável. -O transito um
verdadeiro inferno. -Deixei o carro em casa para ir com ele. -Otávio
esperou-me no estacionamento externo do bloco, ao ver aproximar-me,
desceu do carro e abriu a porta com muito carinho para que eu pudesse
entrar. Fiquei encantada com sua gentileza, desde quando estávamos no
barzinho, e um verdadeiro cavalheiro. No trajeto ele dizia muitas
palavras bonitas, elogiando-me, senti como se um fogo descesse pelo
meu corpo e penetrasse dentro de minha alma. Não contive e comecei a
acariciar suas pernas lindas escondidas por baixo das calcas cinza de
linho importado da Itália. Ao sentir minhas mãos ardentes e sequiosas,
Luiz Otávio, abriu o zíper e deixou vir à tona o enorme pinto duro com a
cabeça avermelhada, onde comecei chupa-lo como uma louca
desesperada de desejos. Minhas sugadas eram tão lascivas que o homem
quase jorrava o mel branco pela minha