Corações Femininos: Contos e Crônicas
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Sobre este e-book
Aurora Médici
A autora Aurora Médici é formada em Letras/Literatura ama ler e escrever. Sempre se emociona com personagens alheias, mas nada se compara com a emoção que sente ao criar as próprias histórias.Esse título, entre outros da autora, faz parte do selo ‘Love Story’ que como o próprio nome diz é repleto de histórias de amor.
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Corações Femininos - Aurora Médici
Corações femininos
Contos e Crônicas
paginação corações femininosAurora Médici
As mulheres foram feitas para serem amadas, não para serem compreendidas.
Oscar Wilde
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Arte da capa: ‘Selo Love Story"
Imagens Free Rose 1215314_640 site Pixabay
Prefácio
Quando escrevo não me sinto melhor nem pior que ninguém. Mas deixo de me sentir uma escória da vida.
Não me sinto ocupando espaço demais, apenas preenchendo as lacunas dessa vida.
Quando fui mãe encontrei meu lugar no mundo.
Quando me tornei escritora me reencontrei, me renovei.
Não me sinto pior nem melhor. Não me vejo nas alturas, mas saio do chão.
Sinto-me viva.
E o maior privilégio do ser humano é encontrar sua vocação, aquilo que o faz sentir-se vivo.
Quando me perguntam o que eu escrevo tenho ímpetos de responder: escrevo a verdade... Mas o que é a verdade?
Talvez a minha, não seja a sua.
Ser considerada uma mulher forte, corajosa não é sinônimo de mulher feliz. A felicidade a gente conquista a cada dia com nossos atos e escolhas.
Então, assim como essa mulherada que serviram de inspiração para esse livro, eu faço uma escolha todos os dias: escolho ser feliz!
Ou ela ou meu cavalo baio
O rancho é meu lar. Trabalho de sol a sol na labuta diária onde cuido da criação do sítio.
Galinhas, patos e toda espécie de aves que aparece e desaparece a seu bel prazer.
O patrão é homem bom que mantém o lugar mais por obrigação do que por amor, pois pertence a sua família desde sempre.
Hoje estão estabelecidos na capital não têm necessidade alguma de virem pra cá. Mesmo assim vêm de vez em quando, principalmente nas férias.
Aí juntam turma entre familiares e amigos para curtirem a roça.
Não gosto dessa época. Atrapalham meu trabalho. Quem gosta mesmo é a turma da limpeza. As mulheres do vilarejo se alegram demais com o dinheiro extra.
E nesse ano não foi diferente. O pessoal chegou logo nos primeiros dias do mês. Como estava tudo em ordem a minha ideia era deixar que eles comandassem a situação e então eu montaria na garupa do meu cavalo baio e tudo seria como sempre.
Mas daí eu a vi.
Foi como se o sol fosse ofuscado pelo brilho do seu sorriso.
Os cabelos sedosos balançando de um lado para o outro ao se admirar com cada pedacinho do rancho.
O filho do patrão era todo babão. Mal se dava conta de como estava encantado por ela.
Sorrisão na cara todo solícito.
Eu que não queria ficar assim não. Por aqui as mulheres que babão por mim, pelo menos é o que dizem por aí.
Rosália é que toma conta da casa nessa época e logo percebe todo o alvoroço em torno da moça. Diz que para ela sua beleza não fede nem cheira, mas o que importa é a simpatia.
E a danada além de linda é a simpatia em pessoa.
Quer percorrer todos os cantos do sítio. O patrãozinho não dá conta e encarrega o empregado, no caso eu, de fazer o turismo na região.
Melina. Esse é o nome dela. Rima com menina. E menina é sinônimo de graça e esperteza.