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A Passagem
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E-book77 páginas50 minutos

A Passagem

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Sobre este e-book

Os perturbadores pesadelos que atrapalhavam de forma relevante o dia-a-dia de Henri não eram ilusão. Prestes a enlouquecer e entrar em completo colapso, o homem ultrapassou todos os limites de suas crenças e convicções para encontrar a si mesmo. Enfrentando uma jornada árdua em busca de explicações, não imaginava que seus próprios conflitos vinham de algo muito maior do que sua própria vida.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de fev. de 2017
A Passagem

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    A Passagem - Dani Santos

    A passagem

    Segunda edição/2017

    Todos os direitos reservados pelo autor

    É proibida a reprodução parcial ou total sem permissão escrita

    do autor

    ________________________

    ssdaniella@hotmail.com

    PREFÁCIO

    _______________

    "O mundo gira,

    as coisas retrocedem

    igual aos sentimentos"

    -CRISLAMBECHT

    1.

    -Está frio. Está ventando. Uma folha seca voou até meus pés

    mas a brisa levou.

    -O que vê Henri?

    -Uma rua.

    -Como ela é?

    -Larga, parece bem antiga. Não há pessoas aqui. Casas,

    lojas, tudo está fechado. Só vejo vazio.

    -Parece perdido?

    -Não. Sei bem onde estou.

    -Você está parado olhando para a rua?

    -Estava, agora estou andando.

    -O que vê agora?

    -Escutei o barulho de um balanço. Tem um parque aqui, está

    a minha esquerda. Os brinquedos estão todos enferrujados e com

    a tintura saindo.

    -O que tem lá?

    -Vejo duas gangorras, uma rodinha, três balanços. Ele é

    cercado por areia.

    -O balanço mexeu pelo vento?

    -Acho que sim, ele está balançando ainda. Não tem

    ninguém... Espere... Ele está balançando diferente, os outros que

    parecem estar seguindo o vento...

    -O que quer dizer?

    -Não sei...

    -Você está parado ou continua andando?

    -Estou andando, não me interesso nisso.

    -Como é o balanço?

    -Ele fica entre os outros dois. O parque parece abandonado

    como tudo por aqui, está sujo, cheio de folhas secas e lodo, tem

    mato crescendo...

    -Certo... Como você se sente vendo esse cenário?

    -Não sinto nada, só quero chegar em casa.

    -Tudo bem.

    -Escutei de novo o barulho.

    -O que vê Henri?

    O homem calou-se.

    -O que vê Henri?

    -Tem um menino no balanço.

    -Ele está brincando?

    -Não. Ele está lá sentado, parado.

    -Está falando alguma coisa?

    -Não, só está... Olhando para mim.

    -O que sente Henri?

    -Medo.

    -Ele te dá medo?

    -Ele não quer me passar medo, mas é isso que estou

    sentindo agora.

    -Como é esse olhar dele?

    -Ele tem um olhar intenso, perdido, vago...

    -Você está parado?

    -Sim, parei um pouco porque me assustei. Mas já estou

    seguindo meu caminho.

    -Você lembra desse garoto de algum lugar Henri?

    -Não.

    -Continua olhando para ele?

    -Sim...Estamos nos encarando.

    O homem calou-se.

    -E agora?

    -Agora passei por um muro com o nome da rua, estou indo

    em direção as casas.

    -Qual o nome da rua?

    -Hanson.

    A mulher anotou o nome da rua e sublinhou.

    -Você lembra desse nome Henri?

    -Lembro sim.

    -O que está olhando?

    -Os ladrilhos da calçada. Eles são bonitos, sempre achei

    isso. Estou olhando meus passos.

    -Qual a cor do seu sapato?

    -São pretos, muito bem engraxados.

    -Está andando devagar?

    -Sim.

    -Como são as casas?

    -Elas são unidas umas as outras. Todas têm um, dois

    andares. Algumas tem becos entre si mas a maior parte é junta.

    Tem paredes de tijolos pequenos, sem rebocos mas bem feitas.

    Tem escadas para a pessoa descer pela porta principal.

    -Qual a cor das escadas?

    -Brancas.

    -Não vê mais ninguém?

    -Não. Está muito frio, muito,muito frio.

    -Imagina quantos graus?

    -Talvez 6,8.

    -Será por isso que não há ninguém?

    -Não sei... Mas esse lugar é triste, maltratado.

    -Tem alguma janela aberta, alguma luz ligada?

    -Tudo fechado. Vejo apenas alguns lençóis pendurados nos

    varais dos becos.

    O homem calou-se novamente.

    -Chegou em sua casa?

    Um silêncio se fez novamente.

    -Henri?

    -Vejo uma mulher.

    -Uma mulher? Está na sua casa?

    -Não. Ela está no primeiro andar de uma casa.

    -Você parou?

    -Não.

    -Como ela é?

    -Ela deve ter uns cinquenta anos, usa uma camisola branca,

    cabelos bagunçados um pouco grisalhos.

    -Ela parece ter acordado agora?

    -Não, mas parece não sair do quarto há muito tempo.

    -O que ela está fazendo?

    -Está me olhando chorando. Está estendendo as mãos,

    parece implorar.

    -O que ela diz?

    -Não escuto, mas estou vendo suas lágrimas. Ela está

    falando algo para mim. Vejo ela gesticular a boca mas não ouço

    nada.

    -Imagina o que seja?

    - Ela chora muito, está desesperada. Está muito triste.

    -O que você sente?

    -Remorso.

    -E por que não a ajuda?

    -Porque não posso fazer nada.

    -Acha que ela tem alguma doença mental?

    -Não.

    O homem calou-se.

    -Aonde está agora Henri?

    -Estou andando. Não parei de andar.

    -Onde está a mulher?

    -Não sei, segui o caminho.

    -E agora?

    -Cheguei em casa. A porta está encostada.

    -Como se sente?

    -Confortável. Está mais quente. Não tem mais barulho do

    vento. Está aconchegante

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