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Relatos Sobrenaturais de Vigias Noturnos
Relatos Sobrenaturais de Vigias Noturnos
Relatos Sobrenaturais de Vigias Noturnos
E-book218 páginas2 horas

Relatos Sobrenaturais de Vigias Noturnos

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Sobre este e-book

Conheça 23 relatos de vigias noturnos que tiveram experiências sobrenaturais durante seus turnos.Quando a noite cai, o vigia noturno precisa estar lá para impedir a ação de ladrões e invasores, além desses perigos, os vigilantes também estão vulneráveis a fenômenos paranormais que só acontecem no silêncio da escuridão.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de out. de 2022
ISBN9781526059444
Relatos Sobrenaturais de Vigias Noturnos

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    Relatos Sobrenaturais de Vigias Noturnos - Batuta Ribeiro

    Apresentação

    Esse trabalho teve início em 2019, quando criei um grupo no Facebook para reunir vigias noturnos que tivessem relatos sobrenaturais para contar.

    E você me pergunta: por que vigia noturno?

    Todos sabemos que o momento mais propício para manifestações sobrenaturais é a escuridão da noite. E sabemos que um fantasma, geralmente, só aparece para uma pessoa sozinha. Dito isto, quem de nós fica por aí andando sozinho à noite em lugares vazios?

    Mesmo com os perigos da noite, o vigia noturno precisa resguardar o patrimônio, inibir a ação de marginais e avisar as autoridades policiais caso algo aconteça. Mas, a noite e a solidão também tornam-no vulnerável ao sobrenatural.

    Em um primeiro momento, criei o grupo sem nenhum objetivo além de conhecer histórias assombrosas que fossem reais. Porém, à medida que vigias de toda a região de Jacutinga foram se tornando membros e compartilhando seus relatos, veio a ideia de criar um livro.

    Estipulei como regra que os relatos deveriam guardar, pelo menos, algum resquício de veracidade.  Para tanto, era necessário que eu apertasse a mão de cada vigia noturno e escutasse o relato de sua própria boca. Em certos relatos, encontrei fotos e reportagens que corroboram a história contada.

    Por seis meses, viajei por toda a região do sul de Minas e leste Paulista em busca dos vigias noturnos que eram membros do grupo no Facebook. Conforme fui conhecendo-os e coletando seus relatos, percebi que os fenômenos sobrenaturais nem sempre tem relação à fantasmas. Alguns trazem insanidade e alucinações. Também colhi cartas desesperadoras e arquivos de depoimentos em delegacia.

    Não coloquei os relatos em uma ordem específica, de forma que o leitor, caso lhe seja do agrado, poderá iniciar a leitura do último relato para o primeiro ou escolher aleatoriamente o relato a ser lido. Seja qual for a forma que você, meu caro amigo leitor, escolher, fica aqui o meu desejo de BOA LEITURA!

    Relato 1

    Espírito Santo do Pinhal fica pertinho de Jacutinga, cerca de vinte quilômetros. Lá, conheci o Sr. Genésio Carvalho, um aposentado de 68 anos que vive no bairro Jardim Cacilda. Ele mora com a esposa, Sra. Rose. O casal não possui filhos. Sr. Genésio fez questão de ressaltar que é católico praticante, sendo até ministro da comunhão.

    O seu caso aconteceu em 2017.

    RELATO DE GENÉSIO CARVALHO:

    Meu serviço era tomar conta do prédio da prefeitura. Eu passava a noite com um apito e um porrete. A minha presença era mais para impedir pichações e depredações.

    Em uma noite, vi uma mulher vestida de preto ajoelhada na calçada. Ao notar minha presença, ela saiu correndo. Não consegui ver quem era. Aproximei do lugar onde ela estava ajoelhada. No chão, sobre uma toalha vermelha, havia uma garrafa de cachaça, um prato com uma galinha morta, um pequeno copo e uma vela negra acesa. Toda essa macumba bem embaixo da janela do gabinete do prefeito. Como eu não queria escutar conversa, juntei tudo aquilo e joguei no cesto de lixo da calçada.

    O resto da noite foi só tranquilidade, como sempre. Voltei pra casa, tomei banho, comi um pedaço de pão e fui deitar. Minha esposa já tinha ido pro trabalho. Eu já pegava no sono quando escutei a porta do quarto bater. Pensando ser minha esposa,  chamei o seu nome. Ninguém respondeu. Levantei e abri a porta. Não tinha ninguém. Voltei para a cama. Fechei os olhos e escutei miados. Eu nunca tive gatos em casa. Nem meus vizinhos. Levantei e, assim que saí do quarto, os miados cessaram. Percorri a casa inteira. Olhei em cada canto e não achei nenhum gato. Voltei pra cama. Finalmente, peguei no sono. Não demorou que eu acordasse com um forte barulho. Fui até a sala e achei a TV caída no chão.

    Como uma TV de tubo de 29 polegadas poderia cair da estante? Alguém teria que erguê-la e jogá-la no chão.

    Aquilo era bem estranho. Recoloquei a TV no lugar. Por sorte, ela não quebrou.

    Voltei pro quarto. Dormi até o meio dia. Acordei cansado. Esquentei o almoço e comi, sem vontade. Fui lavar a louça e quebrei dois pratos. Minhas mãos não conseguiam segurar nada direito. Eu tinha que fazer tudo bem devagar para não deixar as coisas caírem.

    À tarde, mesmo estando um calor de trinta graus, um frio tomou conta do meu corpo e até tive calafrios. Minha esposa assustou-se quando chegou em casa e me viu deitado no sofá debaixo da coberta. Ela pensou que era gripe, só que eu não espirrava, nem tossia e o termômetro não acusava febre. Eu só sentia frio.

    Ao lhe contar sobre o que eu tinha feito com o despacho de macumba, minha esposa arregalou os olhos e perguntou:

    ― Não sabe que desfazer  despacho de macumba atrai espíritos do mal?

    Falei que era tolice. Ela insistiu para que eu fizesse um despacho de macumba no mesmo lugar. Não dei bola pra aquilo e fui trabalhar.

    Quando foi meia noite, eu andava em volta da prefeitura, quando ouvi algo. Virei para trás e vi um homem parado a poucos metros de mim. Sua pele era branca. Os cabelos negros estavam espatifados. Vestia roupa escura e amarrotada. O que mais me chamou atenção foi a sua postura. Ele parecia sofrer de algum problema na coluna. Tinha um ombro mais levantado que outro, como se carregasse um peso com seu braço direito. Continuei andando e ouvi passos se arrastando. Ao me virar, o homem agora estava bem na minha frente. Recuei ao ver o seu rosto. Seus olhos eram tortos e sua boca retorcida. Um dos olhos não parava de se mexer. Eu não fazia a menor ideia de quem poderia ser aquele sujeito.

    ― Posso ajudar? – perguntei.

    Ele não respondeu, apenas ficou me encarando com seu olho bom. Por algum motivo, tive medo daquele homem. Não tanto por sua aparência, mas pelo jeito que me encarava. Sua boca retorcida parecia rir de algo.

    O meu medo transformou-se em raiva. Era como se eu odiasse o fato de estar com medo daquele homenzinho feio e minguado. Levantei o porrete e mandei que ele fosse embora. O homem nem se mexeu. Continuou me encarando. Nisso, uma baba escorreu do canto de sua boca retorcida. Aquilo me encheu de nojo. Dei-lhe as costas e saí andando. Quando cheguei à esquina, olhei para trás. O homem tinha ido embora. No resto do turno, não vi mais ele.

    Em casa, fechei a porta e janela do meu quarto. Com tudo escuro, deitei na cama e prometi que não sairia dali por nada, nem com barulho na porta e nem com miados. Nada me faria sair da cama. Eu tinha que dormir, nem que fosse uma hora. Eu sentia que havia descarregado sozinho um caminhão de gás, tamanho o meu cansaço. Amassei o travesseiro, virei de lado e fechei os olhos.

    Escutei a porta bater. Ignorei.

    Os miados começaram. Deixei pra lá.

    Nem o barulho de vidro se quebrando dentro da casa me fez sair da cama.

    Por fim, veio o silêncio e eu adormeci.

    Acordei bem descansado e com fome. Quando coloquei os pés no chão para levantar, pisei sobre algo molhado. Acendi a luz e vi uma poça de água ao lado da minha cama. Agachei para ver mais de perto e, para meu desespero, notei que aquilo era baba. Havia uma poça de saliva ao lado da minha cama!

    Fiquei olhando para aquela poça, sem saber o que fazer, quando algo pingou no meu ombro direito. Virei a cabeça e vi um cuspe amarelado.

    Se eu olhei pra cima? Não, eu não olhei, Batuta. E só Deus sabe o esforço que fiz para não olhar pra cima. Eu sabia exatamente o que iria ver. Em vez disso, coloquei a roupa e saí de casa.

    Fui ao escritório da paróquia. Pedi para conversar com o padre Afonsinho e disse que era urgente. O padre me recebeu. Não lhe contei sobre o trabalho de macumba e nem sobre os eventos na minha casa, apenas lhe pedi, quase suplicando, que desse uma benção especial que me protegesse dos espíritos do mal.

    Prontamente, padre Afonsinho estendeu as mãos sobre a minha cabeça e, pedindo a intercessão de São Jorge, me abençoou.

    Continuei trabalhando como vigia por mais três anos e nunca mais fui atormentado e nem mais vi aquele estranho homem. Graças a Deus!

    Relato 2

    Em Itajubá, localiza-se o edifício Real – um prédio de quinze andares que foi construído em 1966. Quinze anos depois de sua inauguração, um incêndio, causado por uma pane elétrica no quadro geral, resultou na morte de 10 pessoas, sendo que três delas pularam do décimo andar para fugirem do fogo. Com esse evento, criou-se a lenda entre os itajubenses de que o edifício Real é assombrado. Mulheres chorando, barulho de correria no corredor, portas que se abrem em apartamentos vazios, esses são alguns dos relatos mais ouvidos, segundo me disseram os amigos de Itajubá no grupo do Facebook.

    Pensei comigo: Se o prédio é mesmo assombrado, pode ser que os vigias têm relatos assustadores para me contar. Viajei até Itajubá e bati na porta do edifício. Apresentei-me ao porteiro. Ele foi gentil em me atender, só que não lhe era permitido passar contatos dos vigias e nem do sindico. Voltei à noite, por volta das onze. Desta vez, o porteiro nem me respondeu. No dia seguinte, esperei na calçada por um morador que aceitasse conversar comigo. Após quatro abordagens infrutíferas, consegui atenção de um simpático senhor, que me falou de Adriano César, um vigia que trabalhou por oito anos no Edifício Real até sair em novembro de 2015. Este senhor passou o endereço de Adriano. Encontrei o ex-vigia em sua casa. Por sorte, ele aceitou partilhar de sua experiência sobrenatural.

    RELATO DE ADRIANO CÉSAR:

    Eu dividia o turno com outro guarda chamado Fabiano. Nós nos revezávamos nas rondas. Enquanto um observava as câmeras do circuito fechado, o outro subia até o último andar e depois ia descendo, andar por andar, verificando cada corredor. Naquela noite, foi a minha vez de fazer a ronda. Subi até o 15º andar. Andei pelo corredor e peguei a escada para descer até o 14º. Fui checando andar por andar até chegar ao 8º. Andava pelo corredor quando vi a porta do elevador se abrir sem ninguém dentro. Eram duas da manhã e só havia eu no corredor. Eu

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