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Minha Casa É Minha Mochila
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E-book83 páginas16 minutos

Minha Casa É Minha Mochila

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Sobre este e-book

Este livro é uma ferramenta poderosa que não vem com manual de instruções, use-a com bom senso. Não é só mais um livro de viagens...
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de dez. de 2018
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    Minha Casa É Minha Mochila - Marcos Lamoreux

    Minha casa é minha mochila 

    Arte por Fabiano Klotz 

    Foto por Ted Somerville 

    Revisão por Marina Legroski 

    Segunda edição 

    PREFÁCIO

    Marcos é uma pessoa literalmente extraordinária. 

    Sempre ímpar e nunca par, como diria o Noção de Nada. Como se não bastasse sua própria existência 

    ser um exemplo de resistência, enquanto jovem, 

    negro e morador da periferia, há anos ele dedica sua 

    vida a multiplicar e difundir essas resistências nos 

    espaços que coabita, seja através do veganismo, do 

    hardcore punk ou do estudo das populações 

    indígenas e quilombolas, a que ele tanto se dedica. 

    Mas isso tudo ainda não é suficiente para o 

    Marquinho, como gosto carinhosamente de chamá-

    lo. Ele quer mais. Ele quer o mundo todo. E em seu 

    livro ele compartilha conosco um relato mais 

    detalhado de suas famosas histórias, sempre 

    encenadas teatralmente nos intervalos dos shows 

    que frequentamos e nos almoços de domingo, 

    fazendo todxs xs presentes se contorcerem de rir, e 

    que foram vividas ao longo de anos de andanças pela 

    América Latina e por outras partes do planeta. A vida 

     é curta demais para não ser vivida, e o mundo vasto e 

    belo demais para não ser desbravado. E o Marcos é 

    uma das pessoas com coragem suficiente para 

    transformar as distâncias em possibilidade. 

    "The world is a beautiful place but we have to make it that way. 

    Whenever you find home we'l  make it more than 

    just a shelter. 

    And if everyone belongs here it will hold us all 

    together. 

    If you're afraid to die, then so am I." 

    Fred Zgur 

    Diagnostico e tratamento (Introdução a um idioma 

    morto)

     A síndrome do eterno viajante é a necessidade de 

    querer estar constantemente em outros lugares. É 

    sentir que não se pode ser feliz vivendo em um só 

    lugar, uma ansiedade de pensar que se está 

    perdendo alguma coisa, outros costumes, outros 

    cheiros, outros sabores. É não se limitar apenas ao 

    que conhece, ser prisioneiro de uma ânsia por 

    liberdade e ter uma necessidade de quebrar 

    fronteiras e distancias. 

    É a necessidade de se perder no tempo, não sabendo 

    em que dia ou mês está, nem que horas são e se 

    perder no espaço, conhecendo lugares novos ou os 

    lugares que já conhecemos de diferentes formas para 

    assim realmente entender e aproveitar o tempo e 

    espaço. É não suportar o aprisionamento que a "vida 

    moderna" te proporciona. 

     Viajar também pode significar desapegar-se, do 

    dinheiro, do medo e de sentimentos e emoções, da 

    nossa visão sobre certas coisas. Se perder pra se 

    encontrar. Às vezes uma coisa que não cheira bem, 

    que não é confortável, tem gosto ruim ou é feia para 

    nossos padrões te ajuda a se integrar por completo e 

    a entender muitas coisas, de uma natureza em 

    particular ou nossa realidade mesmo que milhares de 

    quilômetros de distancia de onde nascemos e/ou 

    vivemos. Toda a informação que se adquire e todo o 

    conhecimento absorvido mesmo sem intenção 

    didática te dão ferramentas, basta usar. 

    Muitas pessoas se contentam apenas em sonhar, 

    uma fuga da realidade depositando suas esperanças 

    em algo que jamais irá se concretizar, criam 

    expectativas, mas toda expectativa é fora da 

    realidade. Não tentam mudar a realidade que 

    oprime, sufoca e mata. A velocidade em que as coisas 

    acontecem é cada vez maior e agora são tempos 

    10 

     difíceis para os sonhadores. Cada minuto de olhos 

    fechados vai parecer uma eternidade. 

    Quando viajo eu definitivamente não quero gastar 

    fortunas com aviões e hotéis caros que me remetem 

    ao exato lugar de onde saí: uma cidade cinza e 

    pasteurizada onde tudo é igual. Podemos nos 

    distanciar 5 quilômetros ou 5 metros e descobrir 

    coisas e pessoas incríveis. Somos o que queremos ser 

    e não nossa condição. Expandir nossos limites para 

    crescer, ampliar o que entendemos por destino e 

    poder crer que nossas ações, grandes ou pequenas, 

    contribuirão com algo que inspire, que de 

    tranquilidade, que nos faça agradecer por cada dia, 

    refletir e inclusive sorrir. Relacionamos-nos com 

    pessoas que podem viver contextos complexos e 

    paradoxais aos nossos e não damos atenção a isso. 

    Devemos buscar o grande potencial que tem a 

    cultura e suas formas de se expressar para criar 

    novos mundos possíveis, com cenários de criação e 

    reconstrução para nos unirmos e reconhecer nossa 

    11 

     diversidade, sem ficar de braços cruzados. Estar em 

    constante movimento, ser a possibilidade de nos 

    aproximarmos e compartilhar experiências que 

    gerem transformação social. 

    Mas antes devemos destruir tudo, para uma nova 

    vida começar, pois a vontade de destruir é a mesma 

    vontade de criar. 

    Essas são algumas das muitas ideias que há muito 

    tempo senti estarem presas em mim, sou péssimo 

    em me expressar e me fazer entender. Quero focar 

    em assuntos importantes, coisas que acredito, 

    porém, não quero ser muito didático. Esse livro é 

    para ser lido e relido, a todo tempo questionando 

    cada linha, verso, paragrafo que soe estranho ou 

    familiar. Quero mostrar como minhas viagens me 

    transformaram no que eu sou, mas é algo que se 

    vivencia, a experiência em si, te

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