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Por Que Os Homens Traem?
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Por Que Os Homens Traem?
E-book268 páginas3 horas

Por Que Os Homens Traem?

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Sobre este e-book

Cora é uma mulher linda e sedutora, que foi estuprada pelo pai e tem por hábito seduzir e depois matar os seus amantes. Rud, pastor evangélico, se deixa seduzir por ela e abandona mulher e filhas para morar com Cora. Aos poucos ele relembra da família e começa a se arrepender, mas Cora não está disposta a perdê-lo e resolve matar sua esposa. Elas se haviam encontrado pouco depois da separação e Angelina, a esposa traída, ainda frágil e meio depressiva, foi digna apenas do desprezo de Cora. Ao visitá-la na sua residência para envenená-la, entretanto, encontra uma mulher completamente diferente, com a auto-estima recuperada, que lhe oferece amor e perdão, e a desarma, pois na aparente fraqueza ela enxergou uma mulher forte e interiormente superior a si. Mas Cora não desiste e com todas as armas de uma mulher linda e sedutora, usa de sua juventude e beleza física superior à da rival para tentar prosseguir no seu plano maligno de sedução e morte. No desenrolar da estória conceitos de traição, vontade e tentação vão sendo analisados, num contraste entre desejo e razão. O objetivo é discutir o porquê da traição e se esta vale à pena. Por outro lado, se compensa ser uma esposa virtuosa. Enfim, fazer um contraste entre a infidelidade, cada dia mais comum, e a fidelidade eterna, discutindo as possíveis vantagens e desvantagens de uma e de outra.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de mai. de 2020
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    Por Que Os Homens Traem? - Laurentino Aguiar Rodrigues

    PORQUE OS HOMENS TRAEM

    LAURENTINO AGUIAR

    cover.jpg

    AGRADECIMENTOS 7

    INTRODUÇÃO 9

    1 - RUD CONHECE CORA 11

    2 - TENTAÇÃO 14

    3- CORA CONVERTE-SE NA IGREJA 17

    4 - A QUEDA 24

    5 - A SEPARAÇÃO 29

    6 - PASTOR MURILLO ESCREVE PARA ANGELINA 33

    7 - O PASTOR MURILLO VISITA ANGELINA 38

    8 - ANGELINA CONTA A HISTÓRIA DE CORA 41

    9 – DOENÇA DE MEL 47

    10 – CONVERSA NO RESTAURANTE 50

    11 – VISITA DE UM VELHO AMIGO 62

    12 - ANGELINA E CORA SE ENCONTRAM NO SHOPPING 70

    13 – RAZÃO PARALELA 74

    14 - RUD E CORA EM PORTO ALEGRE 83

    15 - CORA RETORNA À SUA CIDADE E É REJEITADA 98

    16 - CORA E RUD EM GRAMADO 109

    17 – SEXO ORAL 118

    18 - QUESTÕES PARA PENSAR ANTES DE CASAR 126

    19 - CONSELHOS DE NAIR, ESPOSA DO PASTOR MURILLO 130

    20 - ANGELINA NA ACADEMIA - RUD SONHA 135

    21 - RAIO X SEXUAL DO PENSAMENTO 140

    22 - RUD E CORA VÃO A UMA DANCETERIA 150

    23 - COM A AMANTE FAZEMOS COISAS QUE COM A ESPOSA NÃO 158

    24 - PASSOS PARA RECONQUISTAR O MARIDO 162

    25 - CORA APANHA AS CRIANÇAS NO COLÉGIO 165

    26 – CORA VISITA ANGELINA 169

    27 – AVÔ ESTUPRA NETA 179

    28 – NESTE MUNDO EXISTEM TRES TIPOS DE PESSOAS 186

    29 – GUILHERMINA DIZ QUE ODEIA RUD 195

    30 - PREGAÇÃO DO PASTOR RODNEY 202

    31 – SEXO: DESPEDIDA 208

    32 – CORA SE DESPEDE 210

    33 – ANGELINA NÃO ACEITA RUD DE VOLTA 216

    34 – RUD RESOLVE MATAR CORA E SE SUICIDAR 218

    35 – ANGELINA SE ARREPENDE 222

    36 - PASTOR RODNEY ABANDONA SUA FAMÍLIA 227

    37 – O IDEAL MASCULINO É A POLIGAMIA 235

    38 - PASTOR RODNEY É INTERNADO NO HOSPITAL 245

    39 - PASTOR RODNEY REENCONTRA SUA ESPOSA 252

    40 – CORA REAPARECE 256

    EPÍLOGO 264

    AGRADECIMENTOS

    Expresso minha gratidão a diversas pessoas que contribuíram para o resultado final deste livro:

    Primeiramente a meus pais, que ajudaram a formar o meu caráter, com conselhos e exemplo de vida. A Olívia, minha esposa amada, que foi a primeira a lê-lo e a trazer impressões e conselhos. A Nair, minha filha querida, a segunda que o leu e a também dar sugestões. Meus outros filhos Melissa, Breno e Letícia por simplesmente existirem.

      Agradeço ainda a Gilberto, Dito, Heather e Gilson Barbosa, amigos de verdade, empenhados voluntariamente na divulgação desta obra e a Railene rego, que me ajudou na revisão geral do formato da obra e na disposição dos capítulos, com conselhos valiosos, tentando acentuar o sentido pedagógico do livro.

    A Rogéria Bernardes, psicóloga amiga, que pacientemente me fez questionamentos e deu valiosas orientações.

    Ao doutor Lúcio Packter que ensinou-me a rever valores pessoais através da Filosofia Clínica, dando-me uma compreensão alargada acerca da vida, que terminaram por influenciar o sentido geral desta obra.

    A todos minha gratidão e que Deus os abençoe!

    INTRODUÇÃO

    Por que o homem trai?

    O desejo masculino de se relacionar com mais de uma mulher simultaneamente é quase tão antigo quanto a sua história: Lameque, filho de Caim, já tinha várias mulheres. Mesmo em uma cultura que aceite essa prática, desrespeitadas as regras, ela é considerada traição, que quase sempre é acompanhada de muita dor e sofrimento, inclusive para quem traiu. O traidor corre muitas vezes risco de perder a reputação, dinheiro, o amor dos filhos, o emprego, sofrer exclusão de uma sociedade à qual pertence e, inclusive, perder a própria vida. Por que, mesmo assim, o homem trai?

    A resposta, obviamente, não está no campo da razão porque dificilmente alguém trai pensando em obter benefícios financeiros ou de outra natureza material e a maioria dos traidores não quer se separar dos seus cônjuges, o que os leva a agir escondido. Mas, então, por que a traição? Já ouvi várias respostas a essa pergunta: devido a problemas conjugais, por não ser sexualmente saciado em casa, por não amar a sua esposa... Mas a verdade é que, contrariando a lógica feminina, o homem pode amar sua esposa e assim mesmo a trair.

    A verdade é que, como disse Schopenhauer, nós podemos não fazer o que queremos, mas não podemos não querer o que queremos, porque o desejo tem vida própria e independe da razão; e do desejo nasce a tentação que conduz à traição.

    Permanecer fiel é uma luta diária do homem, pois a sede de outras mulheres não desaparece com o tempo - Muitos homens escondem o seu desejo por outras mulheres tão profundamente dentro de si que ficam horrorizados quando ainda veem as suas cintilações. Outros olham isso com desprendimento, como para um animal numa jaula, uma jaula da sua vontade. Mas até que ponto esta jaula é de confiança?.

    Por que o homem trai? Esse livro terá atingido o seu objetivo se, ao final da leitura, você tiver a resposta a essa pergunta, o que eu espero que aconteça. Boa leitura!

    1 - RUD CONHECE CORA

    Ela era uma mulher linda! Media cerca de um metro e setenta e oito, com sapatos altos passava de um e oitenta e cinco, pele branca, olhos azuis, cabelos loiros e levemente encaracolados, face rósea, levemente queimada pelo sol. Seu modo de vestir revelava uma mulher fina, de bom gosto e com tons sóbrios. Seu perfume encheu o pequeno gabinete da igreja em que eu, pastor auxiliar, costumava aconselhar os fiéis que me procuravam.

    Apresentara-se como Cora, que mais tarde eu saberia ser o diminutivo de Coralina, nome dado por seu pai em homenagem à escritora goiana Cora Coralina. Aparentava ter uns vinte e quatro anos e lágrimas caíam dos seus olhos enquanto falava:

    --- Pastor, preciso de ajuda. Convivo com um homem há cerca de oito meses, conhecemo-nos e logo nos apaixonamos. Ele era casado, tinha um filho com sua ex esposa e resolveu deixá-la para vivermos juntos. No início, éramos o casal mais feliz do mundo, mas há cerca de dois meses ele chega em casa atrasado, às vezes dorme fora, sempre cheio de compromissos, já soube por amigos que está saindo com uma colega de trabalho. Nem na cama ele me procura mais.

    Fiquei calado ouvindo. Por cerca de uma hora ela falava e chorava. Eu ouvia e pensava: o que faria um homem desprezar mulher tão bonita? Por que tanto sofrimento? Queria dizer a ela que Jesus era a solução, que resolveríamos o seu problema, que ela veio ao lugar certo, faríamos uma corrente de oração e a solução viria... - Mas apenas ouvi. Ela agradeceu pela atenção e ficamos de conversar novamente no dia seguinte. E assim foi no dia seguinte, e no seguinte, e quando não nos encontrávamos pessoalmente havia um contato telefônico ou eletrônico - Whatsapp, e-mail, Messenger ou, eventualmente, pelo Skype.

    MINHA FAMÍLIA

    Meu nome é Rud. Eu tenho trinta e cinco anos, casei-me há dezessete, logo após concluir meu curso de teologia. Durante este período fiz curso de pedagogia com pós graduação e mestrado e sou, além de pastor, professor universitário. Temos dois filhos: Guilhermina, com quinze anos, e Melissa, com três anos, que chamamos de Mel. Minha esposa chama-se Angelina.

    Meu casamento passava por uma crise, na época em que conheci Cora. Quando eu não estava em alguma atividade da igreja estava ocupado com a faculdade, pois meu vínculo era de quarente horas semanais. Angelina me cobrava tempo para a família e eu achava que não podia abrir mão de meu ministério. A igreja que frequentávamos tinha cerca de quinhentos membros, um pastor titular chamado Rodney e dois auxiliares, eu e o pastor Murillo.

    A AMIZADE

    Cora e eu nos tornamos amigos e eu não apenas a ouvia, mas falava de meus problemas conjugais. Queria que ela soubesse que não era a única a ter conflitos no casamento e que conversar com ela também fazia bem a mim, acreditava que isso a faria sentir-se melhor. Com o tempo comecei a ansiar pelos nossos encontros, a trocar e-mails, mensagens no smartphone...

    A princípio isso me incomodava um pouco, mas comecei a achar que se fazia bem a mim e a ela não podia haver nada de errado, ainda que, pelo caráter íntimo de nossas conversas e pelos elogios mútuos, havia um segredo entre nós. Meu carinho por ela era sincero, mas fiquei perturbado quando mantive relações sexuais com minha esposa pensando nela. Só então percebi que Cora ocupava a minha mente quase o dia todo e que, mais do que carinho, eu morria de desejo por ela. Mas tudo estava sob controle.

    2 - TENTAÇÃO

    Percebi que meu relacionamento com Cora estava ficando perigoso quando nós nos beijamos no gabinete pastoral.

    No início achava que era um beijo carinhoso, beijei seu rosto, ela me olhou como quem queria mais, eu também queria, beijei seus lábios, ela me abraçou forte e retribuiu. Meu coração palpitava, desejava seu corpo mais do que tudo... Quando o telefone tocou, me trazendo de volta à realidade, não podia fazer aquilo. Pedi um minuto, fui ao banheiro da igreja e me masturbei pensando nela. Aquilo afastou de mim a quase irresistível vontade de possuí-la, permitiu-me o controle sobre meus desejos, fui invadido por um sentimento de culpa e já tinha forças para dizer não. Fortalecido na minha vontade, pedi a ela, delicadamente, que fosse embora, pois tinha que sair. Ela me abraçou e disse que me ligaria. Já havia quase dois meses que havíamos nos conhecido.

    Na Bíblia, o adultério não se consuma apenas no contato dos corpos, mas o simples olhar para uma pessoa do sexo oposto com o desejo de possuí-la já se configura adultério. Como ninguém se masturba sem desejar ter sexo, então esta prática é condenada mas, na iminência da traição, onde o casamento está em risco, e tão somente neste caso, esse ainda é um mal menor que pode salvar provisoriamente um casamento, enquanto corremos para a Bíblia e buscamos a Deus em oração para um fortalecimento de espírito.

    Quando deixava Cora eu prometia a mim mesmo que não mais a procuraria, pois percebia nitidamente o risco que o meu casamento estava correndo, já que a cada encontro nosso a intimidade aumentava: um beijo no rosto, um estava com saudade, um abraço apertado, um carinho no rosto, um você está linda, um selinho roubado, um beijo na boca, um beijo de língua... aonde iríamos parar?

    O que, a princípio eu nem sequer admitia, progressivamente foi se tornando real, primeiro em pensamento, e, aos poucos, todas as minhas barreiras, todos os muros que eu havia construído e que me impediam de trair minha mulher foram sendo derrubados, um a um, até eu estar totalmente entregue, na dependência apenas de uma atitude dela.

    E o pior era que em nenhum momento eu fui enganado, pois mesmo nos momentos de maior tesão, tinha plena consciência dos riscos, plena consciência da queda de cada um dos muros, do avanço da nossa intimidade, que toda a minha honra estava em jogo, de todas as perdas a que estava exposto, da minha imagem... Mesmo assim a minha vontade já me havia dominado sem me deixar qualquer força para dizer não.

    Dois, três, quatro dias longe dela pareciam uma eternidade, a saudade doía-me o peito, sentia- como um ferido na batalha, o raciocínio era difícil, tudo me lembrava ela, que parecia ocupar todos os espaços. Quando a verei? Um telefonema, uma mensagem no whatsapp, um e-mail... Esperava ansiosamente qualquer coisa que viesse dela, olhava sua foto no celular, pensava em lhe ligar... Mas ela era comprometida e eu também. E se o seu companheiro visse minha mensagem? E se ele descobrisse tudo? E se minha esposa visse? Por isso todas as conversas que tínhamos por meio eletrônico eu apagava imediatamente e pedia a ela para fazer o mesmo. Se queria lhe ligar, primeiro mandava uma mensagem de bom dia ou algum vídeo ou foto aleatória e aguardava um retorno para saber se ela estava sozinha. Ela fazia o mesmo.

    Vê-la, ainda que por alguns instante, poder abraçá-la, beijá-la, tocar seu corpo, qualquer parte dele, segurar sua mão, acariciar sua perna, seu braço... tudo isso me aliviava, era como um bálsamo, que me dava paz, a alegria voltava, minhas feridas eram cicatrizadas... Para recrudescerem aos poucos a partir do momento em que ela fosse embora, aguardando um reencontro para que sarassem novamente e incessantemente, como ocorria com o semideus Prometeu, cujo fígado era dilacerado por um corvo durante o dia e se recuperava durante a noite(1).{1}

    Mesmo amando minha mulher, descobri que estava dominado pelo fogo da paixão. Como seria isso possível? Se ao menos eu tivesse uma mulher ruim, mas a minha era maravilhosa, o que era um tormento adicional à minha consciência.

    3- CORA CONVERTE-SE NA IGREJA

    No domingo eu estava escalado para ministrar o sermão no culto à noite. Cora estava sentada na primeira fila de bancos, eu a percebi quando estava sentado no púlpito, ela acenou discretamente e sorriu. Fiquei desconcertado, pensei em desistir de pregar alegando não estar me sentindo bem, mas desisti: não poderia fugir para sempre. Orei a Deus, pedi perdão mais uma vez. O momento de louvor, antes do sermão, foi o mais longo que já vi. Permaneci de olhos fechados, pois meus olhos insistiam em procurá-la. Preguei sobre tentação baseado no seguinte texto bíblico:

     Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte (¹).

    Eis alguns trechos do sermão que dei:

    1- NÃO PODEMOS CULPAR NINGUÉM PELO NOSSO PECADO

    O diabo, se pudesse, levaria a julgamento e processaria muitos cristãos por calúnia e difamação, porque tudo de errado que fazemos colocamos a culpa nele, quando na verdade ele não é capaz de fazer nenhum de nós pecar. Ele poderia até alegar diante do juiz que só nos oferece aquilo que nós queremos e que, portanto, só nos faz favores. Poderia até exigir uma indenização pelos seus serviços.

    O QUE É TENTAÇÃO? 

    É a vontade de fazer aquilo que nós gostamos. Às vezes o que nós gostamos é errado e aí chamamos de pecado. Não podemos esquecer que o diabo está por trás de tudo o que é ruim, mas ele só nos oferece aquilo que nós queremos e a decisão de pecar ou não, em última instância, cabe a nós.

    Da perspectiva evangélica, o problema está no fato de que os homens são pecadores por natureza e vivem num mundo em que forças poderosas os induzem a pecar. Não há nenhum incentivo à ideia de que o pecado resulta inevitavelmente da própria estrutura da realidade. Antes, a responsabilidade pelo pecado é colocada bem diante do indivíduo: Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte (2).

    O HOMEM TEM TENDÊNCIA A PECAR

    Nos humanos existe algo chamado carne, que exerce forte influência sobre o que fazemos. Paulo fala dela em numerosas passagens, por exemplo, Rm 7:18: Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo (3).

    Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer (4).

    Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam (5).

     Paulo fala de modo vivo sobre a oposição entre a carne e o Espírito, e sobre as obras da carne, que constituem todo um catálogo de males. POR CARNE PAULO NÃO SE REFERE À NATUREZA FÍSICA DO SER HUMANO, antes, o termo designa a vida egocêntrica, a negação ou a rejeição ao Criador. Isso é algo que se tornou parte da natureza humana - uma inclinação, uma tendência, uma predisposição para o pecado e para deixar de fazer a vontade de Deus. A isso chamamos concupiscência.

    GOSTAMOS DO PECADO

     Só é tentado por Drogas quem é viciado, só é tentado por sexo, quem gosta de sexo. Só é tentado por cigarro, quem fuma; só é tentado por bebida, quem bebe. Só é tentado por dinheiro quem precisa dele.

    Pecar é bom e nós queremos pecar. Se não quiséssemos não estaríamos sendo tentados, pois ser tentado significa exatamente querer fazer algo. Quando tentados nós oramos: Senhor, me ajude, pois não quero fazer isso. MENTIRA! Queremos sim. A quem queremos enganar? Nós podemos enganar aos outros e até a nós mesmos, mas não podemos enganar a Deus! Devemos ser sinceros com Ele, e ser sincero é orar assim: Senhor, estou doido para pecar, fazendo aquilo que a Tua palavra diz que não devo fazer. Por outro lado, sei que não devo, por isso Te peço para me dar forças para que eu não faça o que quero, mas o que Tu queres. EU QUERO MAS NÃO QUERO. SEM QUERER, QUERENDO, igual ao Chaves.

    O DIABO NÃO FAZ O CRENTE PECAR. Ele pode enviar alguém para nos esbofetear, maltratar, matar nosso filho... Mas não pode nos fazer odiar. Pode colocar diante de nós fotos de mulheres nuas ou homens pelados, mas não pode nos fazer adulterar. Pode nos colocar em situações embaraçosas, mas não nos pode fazer mentir; pode tirar tudo o que temos, mas não pode roubar a nossa fé, nem nossa alegria, nem nosso amor por Deus.

    NÃO PODEMOS CULPAR NINGUÉM PELO NOSSO PECADO. Nem mesmo o diabo pois, como está escrito: Todos compareceremos perante o tribunal de Deus. Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus (6). ATÉ O DIABO.

    2- O HOMEM É TOTALMENTE DEPRAVADO

    Não compreenderemos bem a tentação, se não enxergarmos que, desde que Adão pecou, o homem se tornou mal por dentro. Nossa inclinação é para o mal. A NATUREZA DO HOMEM É CORRUPTA, PERVERSA E TOTALMENTE PECAMINOSA. A corrupção estende-se a todas as partes do homem, corpo e alma. O pecado afetou a totalidade das faculdades humanas - sua mente, sua vontade, etc. (7).

    O homem natural é totalmente incapaz de fazer qualquer coisa espiritualmente boa. É evidente que muitas pessoas não salvas, quando julgadas pelos padrões humanos, possuem qualidades admiráveis e realizam atos virtuosos. Porém, no campo espiritual, quando julgadas pelos padrões divinos, são incapazes de fazer o bem (8). "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; e todos nós caímos como

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