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Educar para Mudar: O Papel da Mulher na Estrutura Familiar
Educar para Mudar: O Papel da Mulher na Estrutura Familiar
Educar para Mudar: O Papel da Mulher na Estrutura Familiar
E-book263 páginas3 horas

Educar para Mudar: O Papel da Mulher na Estrutura Familiar

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Sobre este e-book

Você está diante de uma proposta. Uma proposta que é fruto de longos 18 anos de observações, anotações, reflexões, comparações elaboradas por uma mulher comum, casada há 48 anos, uma dona de casa preocupada com o rumo da caminhada das mulheres no século que se iniciou; uma mulher que constatou que o homem cuja mãe não educou tem de ser educado agora pela esposa, para manter o casamento, tendo em vista que o caos familiar, na maioria das vezes, tem origens nesse descompasso entre o homem e a mulher.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de jan. de 2018
ISBN9788583383789
Educar para Mudar: O Papel da Mulher na Estrutura Familiar

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    Pré-visualização do livro

    Educar para Mudar - Aureliana Vaz

    Bernardelli

    A PROPOSTA

    Tereza, minha amiga

    Ontem falei muito tempo com Tereza, ela me telefonou à meia-noite. Tereza é minha grande amiga, uma senhora dona de casa, casada, de 58 anos, trabalha como administradora de uma fábrica de doces no mesmo bairro onde mora, bairro Itamaracá, aqui mesmo, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Falou-me das coisas que a atormentam com respeito à posição da mulher, dos descaminhos da família, dos indivíduos despreparados e violentos das sociedades, cujas atitudes estão descompassadas com nosso tempo, e, por conta dessas preocupações, queria fazer-me um pedido.

    Em 2013 ela sugeriu que eu escrevesse um livro sobre as relações dos membros na vida das famílias. Esse livro foi escrito e editado com o nome Assuntos para Família – escrevi sobre esse tema para atendê-la, mas também escrevi sobre cidadania, corrupção, ética, orientação sobre drogas, orientação sexual e outros assuntos com propostas também importantes, para a conversação entre pessoas e esclarecimentos à família.

    Tereza leu todo o livro, apreciou, depois sugeriu que ele fosse usado para os debates nas escolas em reuniões de pais e mestres e nas faculdades, para orientação e conscientização da juventude.

    Sobre o pedido de ontem, fiquei pensativa, por conta de suas lamentações a respeito da posição da mulher e dos descaminhos da família.

    Tereza, observadora interessada por esse assunto, acompanha o dia a dia das mulheres de baixa renda e de pouca escolaridade na periferia onde mora e faz comparações com a vida das demais mulheres, estudadas ou não, ricas ou não, que habitam o centro da cidade, nosso estado e país. Depois as compara com as demais mulheres que habitam outros países ou outros continentes.

    Tereza, após assistir a um jornal televisivo, à noite, ficou assustada. Disse que assistiu a uns cem números de notícias sobre violências e assassinatos cometidos contra as mulheres brasileiras, mas tudo ficou ainda pior quando passou para as notícias internacionais. Aí então, disse-me ela, ficou bastante angustiada, pois se deu conta de que as mulheres no Oriente Médio, na Ásia, África, principalmente onde acontecem ataques do Estado Islâmico, Iraque, Síria, Paquistão, Índia, Coreia do Norte e outros países, em guerra ou não, estão sofrendo muito, e que ela não se conformava com a situação em que a maioria das mulheres se encontra no mundo.

    Tereza afirma que as mulheres do Brasil sofrem muito, mas que as mulheres do Oriente, da Ásia e da África sofrem muito também. São sofrimentos diferentes, mas sofrem demasiadamente. As culturas de cada país diferenciam os sofrimentos. As queixas de Tereza entraram em meus ouvidos como uma bomba. Por mais que me esforçasse, não consegui dormir naquela noite. Imagine... Dizia ela que lá, nesses países, os homens lutam em nome de um pedaço de terra, em nome da religião, por centenas de anos, defendendo princípios que acreditam serem justos e até sagrados. Por esses princípios nas lutas, amarram bombas pelo corpo e as explodem em meio às multidões. Matam na forca ou com facas afiadas cortando gargantas… Matam, matam e morrem e morrem… Com mísseis destroem casas, prédios residenciais, escolas, creches, empresas, hospitais, aldeias, cidades. Desmancham o que está pronto. Matam pessoas preparadas e pensantes. Desestruturam famílias, invalidam indivíduos, empobrecem os que estão instalados e produzindo. Sequestram jovens, virgenzinhas e as vendem para a prática do sexo. Atiram em meninas que querem estudar, como Malala, como um recado às mulheres a não ousarem desobedecer, e que escola é só para homens. Pais e filhos homens matam a pauladas e pedradas a filha que se casou, sem o consentimento patriarcal, com um homem que amava. Matam crianças e as usam como escudos, colocam-nas também em trincheiras, com armas nas mãos, ensinando-as a assassinar as pessoas sequestradas.

    Quem sabe uma daquelas crianças, bem orientada pela mãe, poderia transformar-se em um indivíduo com grande capacidade de criar propostas de entendimento e estabelecimento da paz, entre outras coisas. Como diz Tereza, tudo é possível acontecer. Para ela, os horrores acontecem, e a humanidade, de braços cruzados, não faz nada. A não ser quando atacam as Torres Gêmeas nos Estados Unidos ou ameaçam suspender o fornecimento de Petróleo em algum país. Vale fazer aqui uma confissão: por mais que me esforçasse, não consegui dormir naquela noite, pois concordei com Tereza em gênero, número e grau.

    Tereza, ao comentar notícias de violência que não são nossas, faz um alerta. Deseja mostrar como nosso país, o Brasil, caminha perigosamente, o que a História universal não deixa de mostrar. Finalmente, ela encheu-se de coragem e fez seu pedido: queria que eu escrevesse outro livro, e fez nova exigência: que o conteúdo, dessa vez, fosse sobre três assuntos, mulher, mulher e seu parceiro e os pais e a educação do filho, pois ela acredita que as razões de estrangulamento da família têm as mesmas raízes, tanto no exterior como aqui. Tudo tem início na desinformação feminina.

    Liguei para meu amigo, o também escritor Dr. José Roberto Pelegrino. Ele é médico geriatra, é escritor e tem uma editora, portanto, já tem prática com literatura. Pensei em procurá-lo também, pelo fato de ser médico e ter conhecimentos importantes sobre a psique da mulher e do homem. E comentei do pedido de Tereza, aconselhei-me com ele e dele recebi imenso apoio. Dr. Roberto Pelegrino disse mais: que sorte! Tereza já lançou a pedra fundamental, a ideia, direcionou o assunto mulher e família, que, pensando bem, é da maior importância neste momento da História em todos os lugares… Pensa ele que esse assunto, com as possíveis sugestões, editado em volumes continuados, conforme a graduação das informações, tornará o uso mais interessante e prático, pois as pessoas podem adquirir os fascículos um a um, o que faz mais fácil a leitura e o acompanhamento da evolução dos assuntos. Poderá ser até, quem sabe, disse ele, que os leitores façam parte dessa história como personagens.

    Entusiasmada com o pedido de Tereza e com os aconselhamentos do Dr. Roberto, senti que o assunto referente a um livro com conteúdo de socorro à mulher e à família é da maior importância. Fui procurar em meus arquivos as anotações, depoimentos de pessoas de meu relacionamento, registros de notícias apresentadas pela mídia, leituras dos artigos de revistas, de jornais e comentários atualizados que as pessoas me fazem sobre esses assuntos, e percebi que o livro estava praticamente pronto, pois me dedico ao assunto há 18 anos, e tudo estava encaminhado.

    O assunto é, para mim, instigante e desafiador, até porque família é a instituição mais antiga de que se tem notícia, e mesmo com tantas mudanças e inovações, o indivíduo não desiste dela. Variam as composições, modernizam-na, mas o núcleo ideal para viver, mais escolhido, tem sido a família. Muitas pessoas já me procuravam solicitando orientações, explicações no sentido de encontrar melhores formas de conviver para adquirir paz e tranquilidade. Principalmente, algumas pessoas que lutavam pela estabilidade financeira e melhoraram as condições de suas economias. Hoje elas migraram para outra classe social e estão procurando maneiras de se tornarem mais felizes.

    Em Campo Grande, entre conhecidos, as notícias sobre a viabilidade deste livro se espalharam rapidamente. Assim, nos lugares que frequento, sempre surgem pessoas perguntando sobre o conteúdo, puxam papo para saber em primeira mão de qual assunto trata ou para descobrir se há algo de novo para as relações de família. Até durante as festas se fala de família, e o entusiasmo é grande, pois principalmente as mães não sabem o que fazer para arranjar a família, como é o exemplo de Dorinha.

    Minha conversa com Dorinha

    Foi bastante interessante minha conversa com Dorinha, irmã de Tereza, em sua festa de 40º aniversário. Mesmo em meio a muita música e barulheira, ela entabulou comigo um assunto interessante sobre união conjugal, educação de filhos e vida em família. Disse que a vida para os casais, para os pais em relação à criação de filhos, anda complicada e que gostaria de saber minha opinião sobre como manter a união entre os membros da família. Dorinha questionou-me se tudo havia mudado ou se fora sempre assim tão difícil manter a união no casamento e criar bem os filhos.

    Respondi que, pensando bem, até poucos anos, em alguns aspectos, era mais difícil para a maioria das pessoas. A aquisição da casa própria, os empreendimentos e negócios eram muito mais difíceis do que na atualidade, assim como o atendimento à saúde, o acesso ao transporte, à quantidade e qualidade de alimentos e à educação. Porém, a família e a sociedade não tinham problemas tão grandes como a falta de segurança dos dias atuais.

    Dorinha, pensativa, ponderou que não são apenas as dificuldades financeiras que promovem tais desajustes no comportamento das pessoas, porque a maioria delas tem progredido financeiramente e adquirido mais conforto de uns tempos para cá. Então, falei com Dorinha que, em comparação com outros tempos, hoje vivemos uma época de ouro (principalmente para as mulheres) nos aspectos de invenções na ciência, tecnologia, indústria, que facilitam o trabalho feminino. Há uma melhor distribuição de renda, maior acesso à casa própria, existem creches, escolas, hospitais e transporte. Sem falar de avanço no mercado de trabalho, aquisição de proventos e muito mais conforto. Comentamos que esses avanços ainda não atingem a todos, mas que a evolução caminha, embora lentamente, nesse sentido.

    Dorinha insiste na conversa, enfileirando os desajustes entre os seres humanos, que, para ela, continuam cada vez mais intensos. Falta respeito, e é comum a violência com requintes de crueldade. Principalmente com a mulher.

    As pessoas estão limitando seus passeios, pois nas festas, no ponto de ônibus, no consultório médico, no supermercado, no banco, elas sentem medo e ficam apreensivas. Imaginam que o pior possa acontecer quando o filho sai à noite ou vai à escola. Quando parentes viajam, elas ficam pensando que podem não voltar, podem sofrer acidentes no trânsito, ser sequestradas, estupradas, assaltadas na rua, ou mesmo mortas por uma bala perdida. São fatos do cotidiano que nossos pais não conheceram. Dorinha referiu-se também às reuniões de pais na escola, nas quais os professores pedem mais empenho e apoio em relação à educação e controle dos filhos. Os professores pedem informações aos pais de como agir com seus filhos e recomendam mais vigilância nas horas de estudo, reclamando da desatenção das crianças e dos jovens durante as aulas. Dizem que os alunos não sabem se comportar e não gostam de estudar, que não têm limites e falham quando se trata de boas maneiras. Os professores comentam a dispersão, a falta de atenção e a imprudência dos alunos, que não mostram interesse em acompanhar as explicações, e que percebem certa lentidão em seguir o raciocínio no acompanhamento da exposição de matérias durante as aulas. Que eles, professores, ficam impressionados com a falta de interesse pela leitura e pela caligrafia… Sobre as notas, o problema é ainda mais complexo. Dorinha se comprometeu a repassar o que sabe, imaginando que suas informações serviriam de material informativo e conteúdo para o livro. Os professores, segundo ela, cobram a responsabilidade no seguimento de horário da escola e com as tarefas a serem desenvolvidas em casa. Reclamam do apego exagerado dos alunos com o celular, smartphones e tablets. Quando os pais (as mães, na grande maioria) participam das reuniões, surgem reclamações de sua parte também sobre os filhos, como o apego às más companhias, dificuldade de obedecer, uso de palavrões, vícios com videogame, falta de atenção com a ordem das coisas e com a casa. Queixam-se da falta de tempo para convivência com os filhos, pois todos os pais vivem apressados, com pouco tempo para buscar apoio, andam assustados com os atos violentos e crimes.

    Pais repassam aos professores a responsabilidade de educar

    Os professores percebem que os pais desejam que a escola eduque seus filhos. Notam interesse dos pais em repassar, de vez, a obrigação de educar os filhos para a escola, manobras da maioria das mães que não dispõem de tempo para a convivência com eles.

    A preocupação de Dorinha com o que escuta dos pais nas reuniões de escola sobre o comportamento das crianças faz muito sentido. Nota-se claramente que a falta de pulso por parte dos pais começa no lar e prossegue na escola. A falta de domínio vai aumentando em proporções até chegar à rua, depois à mídia, às notícias, com desfecho concreto: pais que matam filhos, filhos que matam pais; padrastos que matam enteados; adultos que abusam de crianças; namorados que matam namoradas; e maridos que matam esposas. Colegas matam colegas; homens matam mulheres, e mulheres matam homens. Mães matam filhos, e desse ninho de problemas saem os sequestradores, ladrões, aproveitadores, que roubam e tiram sossego da sociedade.

    Dorinha fez uma apreciação completa, diz que, não bastando todas as delinquências e crimes vindos dos homens, o que mais assusta atualmente é a participação da mulher em pé de igualdade com eles. Que a mulher está bebendo, se drogando, traficando, falsificando, sequestrando, roubando e matando. Tudo é noticiado pela TV. Isso é uma prova de que a falha está na mãe, que deixa de educar o menino e a menina na infância, e eles crescem sem as regras de educação de berço. Para ela, os comentários gerais são de que o que hoje se mostra na TV amanhã aparecerá nas ruas, como se o fato fosse um modelo a ser copiado no dia seguinte.

    Dorinha me confidenciava um fato curioso: tal é a incidência de crimes, que os noticiários, quando não são recheados de violência e corrupção, não têm mais graça para ela. Ela terminou de falar e nesse momento Tereza entrou na sala onde estávamos, sentou-se a nosso lado, e continuei comentando com elas sobre os problemas dos jovens que não se incluem no desenvolvimento geral exigido na sociedade e no mercado de trabalho. Tereza, num gesto de angústia, apertou as mãos e disse que é complicada a situação de nossos jovens. Eles não levam a sério os estudos e, por esse motivo, sem qualificação, não arrumam trabalho. Grande parte deles rouba, furta e leva dinheiro para casa. Grande parte das mães (das famílias desajustadas) apoia, simplesmente omitindo o que eles fazem. Tereza contou fatos incríveis que acontecem dentro das famílias, com a conivência dos pais. Até falou de uma conversa que teve com Lourdes, sua empregada doméstica. Lourdes é mãe de Kleber, caçula de 17 anos.

    Tereza nos disse que ficou muito surpresa, impressionada mesmo, com o comportamento de Lourdes ao abonar o assalto que Kleber, seu filho, juntamente com colegas, havia praticado na casa lotérica do bairro onde mora. Lourdes ficou bastante nervosa e justificou o ato do filho alegando que ele não era assaltante de residência – ele assaltava é banco! Pelo tom de voz, Tereza notou que ela demonstrava certo orgulho pelos atos que o filho praticava. E que, talvez, pela impessoalidade de um banco, Lourdes pensasse que ele poderia ser assaltado. Principalmente porque, do dinheiro desse assalto, Kleber deu-lhe 5.000, salvando suas despesas do ano de 2013.

    Fiquei muito preocupada com a história de Kleber e fui para casa direto ao computador, registrar mais esse fato. Ficava imaginando se Kleber fosse apanhado pela polícia durante o assalto. Hoje poderia ser mais um jovem morto. E Lourdes, infelizmente, não se preocupava com essa verdade. Confesso que tenho colecionado muitas histórias; algumas tristes, outras curiosas. São todas interessantes, porque estou, por meio delas, desenvolvendo estudos com o propósito de conhecer as reclamações, procurar respostas no sentido de encontrar alguma ajuda para tais problemas. Desejo contribuir para a melhoria de vida das pessoas, facilitar orientações às famílias e ajudar a fortalecer a sociedade, pois a preocupação com a desordem do comportamento é geral.

    Grande é o número de pessoas que procuram a origem de tantos problemas, principalmente jovens da classe estudantil, como o que acontece com grande parte até dos universitários. Comentários mostram que a irresponsabilidade entre eles também é preocupante, conforme uma história que se passa em meio aos estudantes de uma faculdade particular de Direito daqui de nossa terra. Tiago, meu vizinho, é aluno do terceiro ano de Direito. Nós sempre trocamos ideias no portão de minha residência, antes de ele entrar no carro para ir à faculdade. Falamos sobre literatura, novidades nos estudos, movimento estudantil. Ontem ele falou-me dos comentários interessantes desenvolvidos na roda de conversa durante a aula da segunda-feira anterior. Depois de desentendimentos entre alguns alunos de sua classe, ele e mais dois colegas pediram a atenção do professor de Filosofia, Sr. Carlos Marques, pois gostariam de elucidar algumas dúvidas sobre o comportamento duvidoso e alterado de jovens conhecidos e até de alguns colegas. Tiago sempre me faz questionamentos insistentes sobre colegas da sala. Diz ele que "são tantas repetições negativas que me deixam nervoso. Falações massacram meus ouvidos, tumultuam as aulas e

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