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Casamento Feliz: desenvolvendo a arte de ser uma só carne
Casamento Feliz: desenvolvendo a arte de ser uma só carne
Casamento Feliz: desenvolvendo a arte de ser uma só carne
E-book114 páginas1 hora

Casamento Feliz: desenvolvendo a arte de ser uma só carne

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Sobre este e-book

Casamento feliz: desenvolvendo a arte de ser uma só carne é uma obra cativante, envolvente e desafiadora. Os autores, psicanalistas, Delmo Gonçalves e Dinéia Fontoura Gonçalves, especialistas em terapia familiar e atendimento ao casal, nos ajudam a compreender as crises e os conflitos que afetam o casamento. De forma didática, com suas experiências de mais de uma década atendendo casais e 28 anos de casados, nos apontam caminhos para resgatar um casamento prazeroso e leve. Através desta obra é possível compreender que a maioria das crises conjugais não têm a ver com falta de amor, mas, sim, com a falta de amadurecimento, algo inegociável para um relacionamento saudável. Os autores revelam o incrível poder dos diálogos e sua necessidade para a construção e consolidação da empatia, o que permite ao casal construir uma identidade conjugal. Com uma abordagem clara o livro nos mostra que conflitos são inevitáveis na vida a dois e precisam ser tratados de forma adulta, antes que se tornem problemas. Sob um novo olhar os autores revelam que sexo é mais do que parece e a paixão tem data de validade, e isso é bom, pois nos permite suscitar tantas outras novas paixões na relação. Por fim, nossos olhos são abertos para entender que o sucesso precisa ser para os dois e a dois e se for necessário deve-se buscar ajuda profissional.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de set. de 2022
ISBN9786525250083
Casamento Feliz: desenvolvendo a arte de ser uma só carne

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    Casamento Feliz - Delmo Gonçalves

    1 RELACIONAMENTO TAMBÉM PRECISA AMADURECER

    O ser humano é um ser relacional. Nascemos para nos relacionar. Essa é uma vocação natural humana. Certamente nossas afirmações devem soar muito estranhas para as pessoas que preferem a solidão ou que têm históricos de grandes fracassos em seus relacionamentos. De fato, para algumas pessoas relacionamentos soam como desafios intransponíveis, muitas se abalam totalmente só de pensar na vida a dois. Isso é compreensível considerando o fato de que muitos sofreram tanto em seus casamentos que nunca mais querem voltar a se casar. É bom lembrar que temos umbigo e isso precisa nos dizer algo. O fato de termos um umbigo nos traz uma simbologia forte que nos faz lembrar que nascemos de uma relação e fomos gestados dentro de um relacionamento com a nossa mãe. Logo, a vocação para relacionamentos está no nosso DNA, e se nada der errado na nossa trajetória, cedo ou tarde, todos nós iremos em busca de alguém para amar. Esse é o nosso destino natural.

    Outro aspecto a se considerar na vida humana é o quanto deve ser triste chegar ao fim da vida sozinho, sem alguém para conversar, dividir a história, compartilhar as experiências e sentimentos. Mas, se somos vocacionados para relacionamentos, por que alguns relacionamentos acabam indo à falência, mesmo iniciando com duas pessoas que juram se amar? Por que algumas pessoas simplesmente não avançam em seus relacionamentos, parecendo estar presos em ciclos viciosos de desarmonia? Por que mesmo se amando muito, certos casais não conseguem se entender, conviver bem, se harmonizar?

    Em nossa experiência no set analítico percebemos que o problema para muitas pessoas está especificamente na dificuldade de aceitar viver o processo de amadurecimento. É isso mesmo, infelizmente há pessoas que não se permitem amadurecer. Há pessoas que por se amarem acabam negligenciando uma verdade importantíssima em relacionamentos: Numa relação a dois é fundamental que haja amor, mas também, é fundamental que haja maturidade.

    Quando falamos em relacionamentos e pessoas fazemos questão de pontuar que há uma verdade inegociável: é preciso se abrir para amadurecer. No set analítico de terapia de casais percebemos que, quando se está num casamento tendo amor, mas não tendo maturidade, sabemos onde colocar o cônjuge em nossos corações; mas não sabemos como lidar com ele diante das diferenças. Quando se tem maturidade, mas falta amor, sabemos como lidar, mas não sabemos o que fazer com a falta de sentimentos para com o nosso cônjuge. Logo, é preciso amor e maturidade.

    Existem casamentos que mesmo tendo amor suficiente para uma vida a dois sofrem daquilo que chamamos de a síndrome de Gabriela. Na música de Dorival Caymmi de 1975 (Modinha para Gabriela) que foi tema de uma das melhores produções de novelas no Brasil, por sinal uma bela música, temos um trecho que diz assim:

    "Eu nasci assim eu cresci assim

    E sou mesmo assim

    Vou ser sempre assim

    Gabriela Sempre Gabriela" ...

    O lado positivo para uma das interpretações dessa música está em manter as suas raízes. Essa música trata da personalidade forte de Gabriela, seu encanto quanto mulher menina, despojada e de ser alguém que não aceita as imposições de uma sociedade hipócrita. No entanto, também oferece outras vertentes interpretativas. Uma das interpretações possíveis é a de que existem pessoas que são resistentes a mudanças. Em se tratando de relacionamentos, o processo de amadurecimento é necessário e precisa trazer ressignificações na vida pessoal e do casal. Quando se pensa em casamento é necessário estar aberto a transformações proporcionadas pelo amadurecimento.

    O tempo precisa ir nos forjando, ajudando a nos temperar e retemperar, ampliando o nosso processo psíquico, emocional e afetivo, dando equilíbrio à nossa visão de mundo e do outro. Essas mudanças precisam entrar no relacionamento conjugal tornando-o mais generoso, mais provido de alteridade, pois só assim o outro terá rosto na relação.

    Quando desejamos viver ao lado de alguém muito nos ajudará compreender que enquanto ser humano somos seres biopsicossocioespiritual. Isto significa que estamos num corpo biológico, lemos a vida com a nossa percepção psicoemocional, somos codependentes das relações que construímos ou não, e somos um espírito. Tudo isso vive junto, harmonizado ou não, numa complexidade que não podemos ignorar, portanto, precisamos amadurecer em todas essas áreas equilibradamente.

    Não é preciso ser especialista para ter claro que na infância temos uma forma de ver o mundo e quando entramos na adolescência algumas visões de mundo que construímos caem por terra, iniciamos um processo que visa nos preparar para a fase da juventude. Na juventude o mesmo ciclo precisa acontecer, e por fim, vem a fase adulta. A vida é assim, nos apresenta situações e fases que exigem novas construções sempre a partir do que já temos, onde se espera que sejamos um dia adulto de fato, e por fim tenhamos mais equilíbrio na nossa visão de mundo e do outro (a).

    O amadurecimento é isso, trata-se de um processo interno e contínuo que vai se dando ao longo da vida em experiências que nos colocam em situações que exigem crescimento. A palavra adulta tem sua origem no latim e significa completo, maduro. Quando nos tornamos pessoas adultas precisamos estar em condições de controlar melhor as nossas emoções, respeitar as nossas limitações e com isso buscar decisões mais prudentes e seguras. No entanto, milhares de pessoas irão envelhecer, chegar à maioridade e não vão conseguir amadurecer nem se tornar adultas. São pessoas que estão reféns da Síndrome de Gabriela, ou seja, sempre assim, sem se permitir alcançarem as mudanças necessárias para a vida a dois. Se prenderam em uma das fases da vida por motivos que podem ser desde um trauma até uma criação infantilizada, e outros.

    O princípio da abertura à mudança é essencial no processo de desenvolvimento e amadurecimento para se chegar ao lugar de adulto com propriedade na vida. Vejamos:

    Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino ... (BÍBLIA DA LIDERANÇA CRISTÃ, ALMEIDA, REVISTA E ATUALIZADA, 1º CORÍNTIOS Cap. 13. Versículo 11. Pág. 1168).

    No atendimento a casais é comum nos depararmos com conflitos que só serão corrigidos quando estes estiverem dispostos a aceitar o processo de amadurecimento necessário para lidar com as demandas da vida. Um casamento precisa ser um espaço de construção de amadurecimento, sendo assim, possibilitará um casamento saudável e permitirá a construção e consolidação de um casamento feliz. Mas afinal, o que é a maturidade? Por que ela é tão importante?

    Compreendendo o amadurecimento

    Conforme afirma Winnicott (1945), pediatra e psicanalista, em sua teoria do amadurecimento, o ser humano tende a desenvolver-se até a sua morte. Tal compreensão nos ajuda no entendimento de que o amadurecimento é marcado por essa tendência natural e ao mesmo tempo uma necessidade do ser humano de se desenvolver, assim sendo, amadurecer é uma vocação da espécie humana. Todo indivíduo precisa estar aberto a essa realidade. A esse processo de desenvolvimento temperado pelas experiências, que propõe gerar as ressignificações necessárias para atender as demandas da vida, que chamamos de amadurecimento.

    No amadurecimento aprendemos a nos conhecer, descobrir e respeitar limites, conhecer nossas fraquezas e trabalhar os nossos defeitos. Quando aceitamos viver esse processo, permitimos abertura para compreender a importância do outro, aceitando que esse, dentro do processo relacional nos empreste as suas lentes para que também por elas possamos nos ver, agora de um outro ângulo da vida.

    Há pessoas que simplesmente se ignoram, não conseguem se ver e ainda exigem ser compreendidas pelo outro. Pessoas assim vão construindo uma forma de

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