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Os Códigos Secretos De Sofia
Os Códigos Secretos De Sofia
Os Códigos Secretos De Sofia
E-book225 páginas3 horas

Os Códigos Secretos De Sofia

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Sobre este e-book

Ela é dona de uma mente privilegiada, e por isso é objeto de estudo de cientistas do mundo inteiro. O Vaticano quer saber detalhes dessa estrutura mental tão avançada. A Cia investiga os benefícios que a maior inteligência do planeta pode oferecer. O que ninguém imagina é que quando ela se apaixona um milagre acontece.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de nov. de 2021
Os Códigos Secretos De Sofia

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    Os Códigos Secretos De Sofia - Lucio Homero Visentini

    1

    2

    OS CÓDIGOS SECRETOS DE SOFIA

    ELA É JOVEM, BONITA, E QUANDO SE APAIXONA UM MILAGRE ACONTECE.

    LUCIO HOMERO VISENTINI

    3

    OS CÓDIGOS SECRETOS DE SOFIA

    4

    Capítulo 1

    O dia amanhecera nublado naquela quinta-feira, com uma densa cerração cobrindo o topo dos prédios no centro de Porto Alegre. Do alto do 22º andar Max observava da janela do seu apartamento o fluxo de automóveis que trafegavam pela via.

    Carregava uma xícara de café quente nas mãos, bebia longos goles enquanto refletia sobre aqueles sonhos estranhos que vinham acontecendo nos últimos meses. O lugar era sempre o mesmo, um pequeno vilarejo isolado na Espanha. A menina que corria ao seu lado, lembrando Sofia, deveria ter a mesma idade, entre 10 e 11 anos. Ela o chamava por um outro nome, ainda assim Max sentia seus sentimentos vibrarem.

    Visou o porta-retratos sobre a mesinha de canto. Uma foto monocromática de Sofia mostrava a beleza dos traços delicados de quem descende de parentescos germânicos.

    Pensou em revelar aqueles sonhos ao Dr. Godofredo Meyer.

    Curiosamente os sonhos iniciaram após conhecer Sofia, antiga paciente do seu colega de profissão.

    As últimas conclusões referentes a paciente Sofia Shuster fervilhavam na cabeça de Max. O Dr. Godofredo Meyer o contratou nove meses atrás para que assumisse a terapia com Sofia – uma paciente com um tipo raro de esquizofrenia.

    Alegou na época que não havia espaço em sua agenda para tratá-la, em parte devido a complexidade do caso.

    5

    - Que sirva de alerta Max, analisar esta moça é como colocar um androide no divã. Ainda quando menina passou pelos mais conceituados terapeutas da América. Usaram todas as técnicas de hipnose, é um caso perdido. Ela não tem cura.

    Lembrando as palavras do colega, Max não compreendia o porquê do Dr. Godofredo Meyer citar: ela é um caso perdido, ou ainda, Ela não tem cura.

    Sofia não era nenhuma doente mental. O QI de um doente mental conforme os fundamentos da própria psiquiatria encontram-se entre 25 a 40 pontos. Nos casos de esquizofrenia varia muito, tem casos em que o doente tem o QI altíssimo.

    Ainda assim, o caso de Sofia Shuster era um caso primeiro.

    Fixado em 500 pontos ela teria o dobro do maior QI do planeta.

    6

    Capítulo 2

    A cerração acentuara-se ainda mais, agora mal se conseguia enxergar o prédio em frente. Max andou até a cozinha e serviu-se de mais café. Bebeu goles amparado no balcão da pia enquanto ouvia o locutor no rádio anunciar a queda da temperatura no decorrer do dia. O inverno começava dar as caras naquele início de maio. Bebeu até a última gota.

    Voltou para a sala, deteve-se diante do espelho onde ajeitou a gravata e vestiu o paletó.

    Ao tocar a alça da valise ouviu o celular chamar. Percebeu no visor do aparelho que se tratava de um número desconhecido. Não costumava atender pacientes novos pelo celular, por isso avisara aos clientes mais antigos que nunca os repassasse o seu número.

    - Alô, quem fala?! – disse, quando erguia a valise pela alça.

    - Dr. Berguemeier? É o padre Firmino quem está falando.

    Eu pertenço a Diocese de Roma e preciso falar-lhe com urgência. É sobre Sofia Shuster.

    Mas que droga, pensou Max, quando afastou rapidamente os olhos do relógio para fitar o vazio. Conferia as horas quando o seu ouvido foi alfinetado pelo nome da sua paciente mais importante. Ouvia o sujeito do outro lado da linha com certo interesse. O padre italiano tinha uma voz rouca, um sotaque que 7

    o irritara. Mas o instinto falou mais alto, por isso Max compreendeu que segurar aquele estrangeiro na linha podia ser importante para desvendar os mistérios de Sofia.

    Sofia avançara no tratamento nos últimos meses. Após muitas sessões ela começava a ceder e narrar detalhes da sua vida que o impressionaram. Pela primeira vez revelava a alguém os mecanismos da sua complexa estrutura mental.

    Ainda que por vezes, de forma demasiadamente fragmentada.

    Em outros momentos, nada do que proferia parecia ter lógica ou razão. Conjeturas que só mesmo analisadas profundamente tornavam-se plausíveis.

    - Posso saber do que se trata? – questionou interessado

    - Eu prefiro falar-lhe pessoalmente. É algo muito sério. –

    disse Pe. Firmino.

    O padre temia que não desse certo os planos de encontrar com Sofia. Era preciso convencê-la a viajar para Estrasburgo.

    Lá alguns cientistas estariam realizando testes com um equipamento revolucionário e que num futuro próximo poderiam realizar o seu grande sonho – a telepatia.

    - Bem, podemos marcar um encontro em meu consultório, outro dia. No momento tenho compromisso marcado.

    - O assunto é importante, – apartou o padre – cheguei ao Brasil ontem pela tarde. E tive de enfrentar uma longa viagem até chegar aqui.

    - E onde que eu entro nessa história, padre? – Os minutos passavam depressa e não podia atrasar-se para o compromisso 8

    com o Dr. Liam Palmer. Vislumbrou a cerração pela vidraça, era uma típica manhã de inverno. Depois olhou para o relógio, sem ao menos memorizar os minutos. Decidiu se encaminhar para a saída do prédio enquanto falava ao celular.

    Do outro lado da linha o padre esforçava-se para convencer Max sobre a importância daquele encontro.

    - É em função dos meus estudos que ando lhe procurando, já faz um tempo. Desejo muito falar das minhas experiências.

    Soube que Sofia é sua paciente...

    - Estudou o que mesmo padre? – foi dizendo Max, quando cerrava a porta e se encaminhava para o elevador.

    - Venho há anos estudando o comportamento dos fãs de algumas celebridades e suas relações. Constatei coincidências incríveis no comportamento dessas pessoas e isso permitiu que eu traçasse o perfil de cada grupo de fãs. Não sei se está me entendendo?

    - Olha padre.... como é mesmo o seu nome?

    - Firmino Maineri.

    - Pois é Pe. Firmino Maineri, como eu havia dito, tenho um encontro muito importante e de certa forma estou atrasado. Se o padre quiser, podemos marcar uma hora. Mas não vejo no que isso possa me interessar. O meu trabalho é completamente diferente do seu. O senhor estudou teologia e eu psiquiatria.

    Como vê não existe nenhuma relação forte entre as duas profissões, uma trata do psíquico do indivíduo e a outra da alma 9

    humana. E eu particularmente, não sou de crendices. Vivo focado no campo científico.

    Aquela advertência de Max serviria para pressionar Firmino Maineri a responder com maior objetividade. Precisava ouvir somente o que pudesse ter alguma relação com Sofia. Nada mais o interessava naquele padre de voz grave e sotaque carregado que o irritava. Firmino demonstrava muita energia nas palavras, como alguém que descobre algo muito importante e precisa revelar.

    - Estudei toda a trajetória de Dua Lipa e pesquisei a fundo o perfil dos seus fãs. Dua Lipa nasceu no dia 22 de agosto de 1995, vendeu mais de 385 milhões de streams, só no seu país.

    - Escuta, padre – interrompeu Max – eu não quero ser indelicado, mas não estou interessado no seu estudo sobre a Dua Lipa. E agora se me der licença, preciso desligar. Como disse tenho um encontro importante.

    Max começava a irritar-se com o italiano que não parava de falar.

    - Desculpe. Eu só estava querendo explicar melhor as minhas experiências. Mas o que realmente interessa são as coincidências que os fãs de Dua Lipa tem com ela. É disso que estou falando. Cada ídolo tem seus seguidores graças a uma semelhança de índole ou pensamento, ainda não sei. E não estou falando de sinergia. O que sei é que se encontram sintonizados na mesma frequência. É mais ou menos isso.

    10

    Max alcançou a porta do elevador. Imediatamente estendeu a mão apertando o botão de busca e viu que as luzes indicavam o aparelho subindo.

    - Adeus, padre. Faça bom proveito das suas elucidações.

    - Espere, – gritou Pe. Firmino ao telefone – me ocorreu uma ideia; vou deixar na sua caixa de correspondência um envelope contendo alguns documentos. Se interessar, então nos encontramos. Estou hospedado no Hotel Ritz.

    Enquanto o elevador descerrava as portas, o padre continuava falando das suas teses.

    - Tem mais uma coisa. Sofia pode ser a chave de tudo isso que venho estudando. Será uma oportunidade de estudá-la, juntos. Já se certificou que ela tem o dom da locução recíproca?

    Max apertou o botão para o elevador descer instintivamente, sua atenção voltou-se toda para a revelação do padre.

    - Locução recíproca?! O que queria dizer aquilo?

    - Sobre Dua Lipa e seus fãs, acredito que são pessoas com algumas combinações genéticas. O sucesso dela depende de pessoas com as mesmas condições que a dela. Compreende?

    Sofia, no entanto, fala mutuamente quando dialoga com algumas pessoas. Como se usasse um ponto eletrônico fixado à orelha. Ela repete simultaneamente o diálogo do seu interlocutor. É como se duas pessoas falassem ao mesmo tempo.

    Max cresceu os olhos para o vazio.

    11

    - Pode ser um truque. – salientou Max, atrapalhado.

    - Não. Eu acredito em outra teoria. Por isso estudo as ligações dos fãs com seus ídolos.

    - Em que teoria você acredita? Não acredito que uma anormalidade, uma disfunção no centro nervoso, daria poderes de adivinhação. Ela já foi avaliada por especialistas, inclusive pelo mais renomado psiquiatra brasileiro, o Dr. Godofredo Meyer, e não me recordo de ter citado algo a esse respeito. E

    comigo... isso nunca ocorreu.

    O padre permitiu que Max terminasse a frase, para completar em palavras mastigadas:

    - Telepatia.

    12

    Capítulo 3

    Nesse momento a porta do elevador se abriu no andar térreo, quando o Dr. Liam Palmer recebeu Max.

    - Estava ansioso. Pensei que ainda dormia. Sei como são cansativas essas análises, vara-se noites inteiras em cima de relatórios.

    Max não compreendia por completo o que o americano comentava. Encontrava-se extasiado. Aquele padre italiano revelara algo perturbador.

    Pe. Firmino ficara estático junto ao telefone. Guardava uma certeza no peito; o conceituado psiquiatra brasileiro retornaria a ligação.

    Max era conduzido pelo americano para o interior da Mercedes. Ainda tentou buscar com os olhos o número do padre ao celular, mas a voz estrondosa do Dr. Liam Palmer lhe resgatava para o seu cotidiano outra vez.

    Quando Max acomodava-se no banco de couro ainda pode ouvir a palavra locução recíproca latejar em seu ouvido.

    Liam Palmer abriu a valise, puxando do seu interior uma pastinha azul. Max correu os olhos para a Rua Alberto Bins, o fluxo dos automóveis parecia ter crescido e agora trafegavam mais lentamente devido a um congestionamento que se formara em razão da densa cerração. Ficara tentado em dirigir-se até o 13

    Hotel Ritz, atrás do padre, imaginando que talvez perdesse a oportunidade de lhe falar novamente. Mas logo sua atenção foi desviada pela imposição do americano.

    Estendeu a pasta azul, o semblante fechando-se aos poucos.

    - Leia você mesmo.

    Max abriu a pasta azul quando a Mercedes mal virava a roda, tamanho o congestionamento. Passou a ler as quatro páginas do texto condensado em fonte tamanho 8, onde o Instituto de Psiquiatria de Massachusetts explicava que havia uma faculdade obscura que Sofia não teria revelado nas análises com o Dr. Jeffrey Bourrougs. O texto ainda confirmava que ao todo a mente de Sofia somavam sete sentidos e não seis como haviam anunciado antes.

    - Sete sentidos?! – leu Max, em voz alta.

    - É isso mesmo. – disse o psiquiatra. – Haviam detectado seis, anteriormente. O sexto na verdade é uma hipótese, de algo que poderíamos chamar de percepção apurada. Mas que não chega a somar em nada. De qualquer forma seria um a mais que o resto da humanidade. Como se não bastasse agora apareceu mais um.

    Enquanto Max concentrava-se no texto, o Dr. Liam Palmer complementava:

    - Sentido este inexplicável, até agora. Nem se cogita o que poderá ser.

    14

    - Mas como podem saber disso? – inquiriu Max, preocupado.

    O outro abriu os braços, desolado.

    Max compreendia o peso que recaia sobre os seus ombros.

    A sua principal paciente poderia revelar verdades preciosas e ajudar a humanidade, ou ficar isolada e vir a morrer junto aos seus segredos mais obscuros.

    - Eu já expliquei, não tenho controle sobre a minha paciente.

    - Mas revelou também que toda vez que ela sente-se oprimida ou pressionada, recebe a visita do guardião.

    - Guardião?! Eu jamais citei essa palavra, antes.

    Percebendo que Max irritava-se, alterando a voz, o Dr. Liam Palmer recolheu a pasta azul e guardou na valise. Depois de observar o colega, disse em palavras macias:

    - O embaixador confiou no senhor.

    Max teria se exaltado, novamente.

    - Eu pensei que aquela reunião não passasse de um jantar.

    Quando o embaixador me fez o convite, não falou em Sofia.

    Disse apenas que era preciso intensificar as análises. Bom, eu achei a ideia ótima. Depois veio aquele pessoal do Instituto de Massachusetts. Todos muito interessados em minhas revelações sobre Sofia. Pareciam eufóricos com a descoberta do sexto sentido. Cheguei a pensar que não passavam de curiosos.

    15

    - O senhor acha mesmo que organizamos um banquete formal com celebridades e cientistas renomados, para debatermos sobre curiosidades do cotidiano? Está se revelando um tanto ingênuo, Dr. Max. A embaixada esperava mais do senhor. O combinado foi que nos ajudasse.

    Max segurava a cabeça entre as mãos. Parecia desapontado.

    Ao ouvir da boca do embaixador a solicitação de uma possível contribuição à embaixada, não imaginou que pudesse ser algo praticamente impossível. Conhecia todos os limites de Sofia e acreditava que podia confiar nela.

    Curvou-se para vislumbrar o americano, estava confuso e envergonhado. Talvez não imaginasse que o governo americano fosse depender da boa vontade de uma paciente apontada como esquizofrênica. Fixou o Dr. Liam Palmer com maior interesse.

    - O senhor não me respondeu por que não relataram isso antes.

    Dr. Liam Palmer que segurava firme a valise, explicou sem qualquer reação:

    - Todos os estudos realizados pelo Instituto de Psiquiatria de Massachusetts são analisados por uma junta médica, primeiro, para só depois ser notificada numa publicação científica. É

    claro que neste caso, não foi noticiado nada a respeito.

    Questões de segurança. O senhor entende, não é?

    Max ouvia atento. Sentia o coração mais acelerado do que o habitual. Imaginou que deveria ser o efeito da adrenalina, por 16

    encontrar-se diante de uma situação grave e que fugia ao seu controle.

    - Alguém tem alguma ideia do que possa vir a ser o sétimo sentido?

    - Impossível. Ninguém tem bola de cristal. Sigilo absoluto.

    Alguém poderia usar de má fé e tirar proveito financeiro em cima da situação. E a sua paciente correr risco de vida. É muito arriscado. Ela poderia ser sequestrada por algum grupo radical.

    Imagina o valor do resgate que essa gente iria pedir.

    - O doutor imagina alguma coisa? Até que ponto esse sentido se tornaria especial?

    - Hoje em dia tudo é possível quando se trata de pessoas especiais. Qualquer doutor em psiquiatria poderia facilmente manipular os sentidos da sua paciente através de sedativos. Aí é que está o perigo. Ainda que não tenhamos nada comprovado sobre o sétimo sentido, é possível crer que exista algo muito especial nessa moça. E como ela é uma peça única...

    Max mexeu-se no banco do automóvel, estava tenso, imaginava que toda aquela expectativa em relação a inteligência excepcional de Sofia poderia ser em vão. Não conseguia imaginar como extrair tal informação de alguém que por vezes passava horas devaneando sobre o divã, sem articular uma só palavra. O que mais impressionava a comunidade científica, no entanto, eram os números de acertos sobre as previsões feitas por Sofia. Jamais teria errado.

    17

    Capítulo 4

    Diversas universidades sentiram interesse em estudar Sofia, na maioria para pesquisas neurológicas. E por uma única vez fora estudada pelo Vaticano. O bispo Don Eduardo Weber foi quem mais se aproximou da enigmática mente de Sofia Shuster.

    - Você pode estar sendo orientada por um burocrata celestial. Nesses casos eles manipulam seus pensamentos com mensagens futuras. Esses anjos são os

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