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Filhas das Estrelas
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E-book212 páginas2 horas

Filhas das Estrelas

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Sobre este e-book

Eles dizem que agem com absoluta transparência.Eles dizem que é evidente que não existem conspirações.Eles afirmam que é absurda a ideia de extraterrestres nos visitando.Eles estão mentindo!O contato com alienígenas é um dos temas mais explorados na ficção científica, motivando histórias plenas de fascínio, terror, suspense, ação e mistério. Esses são elementos presentes em Filhas das Estrelas, uma coletânea de seis contos inspirados por histórias, teorias e conspirações a respeito de discos voadores e seres extraterrestres.
IdiomaPortuguês
EditoraEstronho
Data de lançamento16 de mar. de 2022
ISBN9788564590410
Filhas das Estrelas

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    Filhas das Estrelas - Renato A. Azevedo

    Prefácio

    F

    alar do Renato sempre me remete aos antigos desafios de se conquistar um bom espaço na literatura fantástica. Sei bem o quanto ele batalhou para lançar seus livros e participações em antologias. E ele gosta de desafios. É um grande pesquisador.

    Em todos estes anos, Renato foi autor de De Roswell a Varginha (2008), consultor da revista UFO, colaborador da revista Sci-Fi News, coluna Quem conta um conto..., publicando a série de contos A Lista, co-editor do site Aumanack, autor convidado nas antologias Ufo: Contos Não Identificados (2010), e Medieval Sci-Fi (2010), participante das antologias Histórias Fantásticas – Volume 1 (2010), Imaginários 4 (2011), e A Fantástica Literatura Queer (2011) e ainda escreve o blog Escritor com R (http://escritorcomr.blog.uol.com.br).

    Uma carreira muito extensa e cheia de desafios que venceu com muita eficiência. Seus trabalhos são considerados os melhores do Brasil e eu tenho muito orgulho de conhecê-lo.

    Quando fui ao lançamento do livro Ufo: Contos Não Identificados em 2010 ele foi chamado para palestrar sobre OVNIs e sua experiência nessa área era bem ampliada. Tinha muitas fotos bem arquivadas e muitas curiosidades que eu mesmo fiquei muito impressionado com todas estas informações. Lembro que fiz uma entrevista com ele falando sobre UFOs e seu trabalho em pesquisa neste campo. A entrevista está em meu canal do Youtube e é uma das mais assistidas.

    Nos encontros que tivemos em eventos de ficção ficamos muito tempo falando das novidades do campo da literatura fantástica. É um escritor que conhece muito bem toda esta área e é sempre um prazer falar sobre este tema.

    No Brasil escritores como o Renato sabem que a pesquisa é tudo para poder fazer sempre um bom livro com muitas informações e curiosidades, que deixarão o leitor mais faminto em procurar mais sobre o assunto.

    Esta nova obra do Renato A. Azevedo mostra que existe muito ainda a se descobrir do autor e podem ter certeza que em toda a sua busca em fazer o melhor. Renato estará mostrando que sua eficiência e qualidade nos livros que faz só vai deixar os leitores e a editora mais satisfeitos com o resultado de seu trabalho.

    Grande abraço e tenham todos uma Adorável Noite.

    Adriano Siqueira

    Adriano Siqueira é escritor do livro solo Adorável Noite e de várias antologias. Fotógrafo, diagramador, ativista cultural, prefaciador, palestrante, colecionador e criador do site de vampiros Adorável Noite.

    A marca

    J

    á havia anoitecido há tempo, e Suzana terminara de lavar a louça. Seus filhos dormiam em seus quartos no andar superior da casa, e os roncos do marido eram ouvidos, vindos da sala.

    A casa era grande e confortável, dois andares e uma grande varanda na frente, típica daquela região próxima a Jarinu e outras cidades do interior paulista. A propriedade da família era chamada de Sítio Macieira, onde plantavam trigo, milho e outras culturas.

    A mulher olhou pela janela para a noite escura lá fora. Na cidade grande era impossível observar tantas estrelas no céu. Apesar disso, a rotina dali a cansava um pouco. Geraldo, seu marido, era funcionário da prefeitura de Jarinu e ganhava bem, o suficiente para os filhos irem às melhores escolas da região. Mas Suzana sentia saudades da cidade.

    Viu um ponto de luz descer rapidamente do céu, uma estrela cadente certamente, e fez um pedido. Não esperava que fosse atendido, mas era algo que podia usar para ocupar a mente. Estava cada dia mais aborrecida, e gostaria muito de ter um pouco de agitação.

    Depois de deixar a louça no escorredor sobre a pia, pôs-se a arrumar a mesa, deixando-a pronta para o café da manhã seguinte. Foi em meio a isso que ouviu os cachorros latirem lá fora.

    Não deu muita atenção a princípio, afinal os animais às vezes se agitavam por nada. Quando terminou de arrumar a cozinha, finalmente ouviu.

    Ouviu o silêncio. Os cachorros haviam parado de latir.

    Um brilho fugaz passou pelas venezianas da janela lateral. Suzana pensou em chamar o marido, mas a curiosidade foi mais forte, e ela caminhou lentamente para os fundos.

    Não percebeu nada de anormal.

    Movimentou-se para o lado, para a porta de madeira, que em sua metade superior era composta por uma fina grade de plástico, tornando a visão desimpedida. Chamou os cachorros.

    Não obteve resposta. Começou a sentir medo quando reparou que os sons normais da noite, pássaros, cigarras, e tantas outras criaturas noturnas, não eram ouvidos.

    Aguçou a audição, por um instante achou que imaginara, mas não!

    Ruídos novamente! Barulho de passos, muito baixo, mas eram passos com certeza.

    Aproximou-se mais ainda da porta, que dava para uma varanda na parte de trás da casa, bem menor que a da frente. Logo adiante, descendo por uma pequena escada, chegava-se ao chão de terra batida e grama. A varanda era delimitada por uma cerca de madeira, que formava o corrimão da escada.

    Suzana voltou a ouvir os passos, agora bem próximos.

    Sua mão trêmula ergueu-se lentamente, a fim de ligar o interruptor da luz de fora.

    Ela respirou fundo, e finalmente acionou o interruptor.

    A primeira coisa que viu foram duas formas redondas, sobressaindo no piso da varanda. Pareciam as carecas de duas pessoas, mas não poderiam ser.

    Suzana viu nitidamente que a pele das carecas era cinza.

    Queria gritar, mas não conseguia. Aproximou-se mais ainda da tela da porta. Algo formigava em sua mente, e ela ficou ali, enquanto os dois seres, já não tinha dúvidas que eram duas criaturas, aproximavam-se da escada, e começaram a subir os degraus.

    Suzana não sentiu medo, apenas uma irresistível vontade de permanecer. De fazer contato!

    Fascinada, e mais que isso, quase hipnotizada pela visão, não percebeu que sua filha havia descido as escadas, e se aproximava de suas costas.

    Nesse momento, a menina os viu pela tela da porta.

    Gritou, um grito lancinante que ecoou na noite, e agarrou-se à mãe. Suzana pareceu acordar de um sonho, e gritou também, fugindo da cozinha com a filha nos braços. Não chegou a ver que os dois seres correram apressadamente para longe da casa.

    Ao mesmo tempo em que Suzana alcançava seu esbaforido marido na sala, pelas janelas penetrava uma intensa luminosidade. O casal ouviu os gritos dos outros filhos, subitamente despertos, mas não conseguiu se mover. Sua filha agarrava à mãe como um náufrago a uma tábua.

    A cerca de um quilômetro de distância, na propriedade vizinha a dos Macieira, um homem estava de pé à frente da porta de um celeiro, e viu quando uma coisa muito luminosa elevou-se dali, passando por sobre a casa dos vizinhos e disparando para o céu com uma velocidade indescritível.

    – Essa não... De novo não!

    O homem apressou-se a voltar para seu quarto dentro do celeiro.

    No dia seguinte bem cedo, a polícia veio e fez o trabalho de praxe, isolando o local, entrevistando as testemunhas, enquanto o delegado tentava elaborar alguma explicação que fizesse sentido.

    A família estava muito assustada, e queria que tudo acabasse logo.

    Enquanto o delegado desculpava-se, lembrando sempre dos parcos recursos disponíveis para uma polícia de cidade pequena, uma perua aproximou-se, estacionando defronte a casa. Um homem de cerca de quarenta anos e um casal desceram do veículo, o homem foi logo se apresentando:

    – Bom dia, meu nome é Marcos Tavares, e esses são Kássia e Leonardo Ramos. Soubemos de um fenômeno estranho neste lugar, e gostaríamos de permissão para investigar.

    O delegado, seu ajudante e o dono da casa trocaram olhares, e finalmente este último respondeu:

    – Na verdade, senhor Marcos, o delegado já estava de saída. Entenda, estamos todos muito assustados, e não queremos chamar ainda mais atenção.

    – Além do mais – disse o delegado Benevides –, já tem um outro cara examinando o local.

    O trio de ufólogos estranhou, e Marcos reforçou o pedido, dizendo que pesquisavam casos assim por toda a região:

    – Não sei se soube a respeito de eventos estranhos em Salto do Avanhandava, não muito longe daqui, no ano passado?

    Ninguém parecia informado a respeito. Kássia, por fim, aproximou-se e conversou com os homens. Apenas um pouco de conversa foi suficiente para que obtivessem permissão para examinar o terreno.

    – O que você disse? – perguntou desconfiado Leonardo.

    – Nada de mais, apenas o necessário para ganhar sua confiança. Às vezes, uma situação assim clama por um toque feminino.

    – Ainda bem que deixamos Renato em casa dessa vez – acrescentou Marcos – Nosso amigo consegue ser inconveniente em situações delicadas.

    Contornaram a casa, já pensando em como conseguir entrevistar as testemunhas, quando deram com outro carro, estacionado nos fundos e com placa de São Paulo. Mais longe, outros dois policiais de Jarinu, e um homem de óculos e aparência juvenil com uma máquina fotográfica, obtinha imagens de algo no chão.

    Quando o trio se aproximou, o homem apenas os olhou fugazmente antes de continuar fotografando. Os recém-chegados olharam para a área cercada por uma fita pelos policiais, sem conseguir acreditar.

    O terreno era coberto por grama, mas naquele setor ela havia desaparecido, possivelmente queimada. Na terra nua seis marcas circulares pareciam decorrentes de um grande peso. No meio, duas linhas cruzando-se e formando uma cruz.

    Marcos e seus amigos nunca tinham visto nada parecido. O desconhecido continuou fotografando, e depois que terminou correu até seu carro. Os demais viram quando deixou a câmera e voltou com um bloco de notas e trena. Quando fez menção de transpor a linha da polícia, um dos guardas disse:

    – Não pode fazer isso, senhor!

    – Seu guarda, é absolutamente necessário para que possamos entender o que aconteceu!

    Como o guarda ficasse irredutível, o homem pediu que fosse falar com o delegado. O outro policial finalmente afastou-se para cumprir seu pedido, enquanto o jovem aguardava com evidente impaciência. Nesse momento, Marcos decidiu falar:

    – Olá, parece que veio pelo mesmo motivo que nós.

    – Também ouviram falar sobre o que houve aqui ontem à noite?

    Apesar de um tanto arredio, o outro parecia afável, e finalmente apresentou-se:

    – Meu nome é Roberto Monteiro, sou de São Paulo.

    – Marcos, e estes são Kássia e Leonardo. Somos de Campinas, mas atuamos por todo o interior do estado.

    Finalmente, o segundo guarda voltou e disse que os ufólogos poderiam examinar mais de perto a marca.

    – Mas o delegado mandou que não alterassem nada, entendido?

    Depois de concordarem, os ufólogos apressaram-se em tirar medidas e desenhar esboços. A marca parecia autêntica, e nesse caso seria uma prova de que algo muito estranho de fato havia ocorrido ali.

    – Eu soube por repórteres da região, que contataram uns amigos meus, sobre o incidente. E vocês?

    Roberto dirigiu-se a Marcos, e este respondeu:

    – Recebemos um telefonema anônimo, dizendo que algo estranho havia ocorrido aqui. Não sabemos quem foi, pois logo em seguida desligou.

    Depois de tirarem e anotarem cuidadosamente todas as medidas, e que Marcos e seu grupo também fotografaram a estranha marca, todos entraram para conversar com a família.

    Depois da conversa com o senhor Macieira, o delegado decidiu que não era necessário manter um guarda vigiando:

    – Já tenho o que preciso para começar o inquérito. Mas seu Geraldo, pra ser honesto com o senhor, duvido que isso dê em alguma coisa.

    O dono da casa respondeu algo que os demais não ouviram, e os policiais despediram-se e saíram. Os ufólogos ficaram a sós com a família.

    Geraldo, Suzana e sua filha Carmem eram as principais testemunhas. Os dois meninos, Pedro e Mateus, haviam acordado com os gritos, e só puderam observar a forte luz que penetrava pelas frestas das janelas. Todos continuavam muito abalados, e sem entender o que havia passado.

    Kássia foi quem mais falou, interrogando a família de forma a não pressioná-los demais. Roberto às vezes acrescentava alguma pergunta ou observação, ao que eles respondiam com simplicidade e objetividade, ainda que relutassem um pouco.

    – O que vocês acham que foi? De onde eles veem? De Marte?

    Notava-se que Pedro, o mais velho, parecia gostar do assunto. Leonardo conversou com ele dando algumas explicações, e como Carmem estava prestando muita atenção, procurou conduzir a conversa de modo que ela se abrisse mais. Marcos lançou para o colega um olhar de aprovação. Já Roberto ainda mostrava certa impaciência quando perguntou:

    – Dona Suzana, a senhora poderia descrever mais uma vez o que viu?

    – Já disse, seu Roberto, eram dois homenzinhos... Carecas, de cabeça grande...

    – E o que sentiu enquanto os observava?

    A mulher hesitou um pouco, tossiu, e finalmente prosseguiu:

    – Não sei dizer! Tudo que eu queria era gritar e sair correndo, mas não pude!

    Roberto mantinha-se atento a qualquer reação da mulher, e perguntou:

    – Sentiu como se tentassem comunicar-se com a senhora?

    Suzana havia baixado a cabeça, mas diante da pergunta ergueu o rosto e sustentou o olhar de Roberto. Ele sentiu algo que não saberia definir. Lágrimas rolaram dos olhos da mulher, que finalmente levantou-se, pediu licença de forma quase inaudível e retirou-se, subindo apressadamente a escada.

    Geraldo lançou-lhes um olhar indefinível e foi atrás da esposa, seguido pela filha. Os pesquisadores ficaram com os dois meninos, que não sabiam muito mais. Era inútil perguntar por respostas que não saberiam dar.

    Instantes depois Geraldo voltou, e disse:

    – Acho que já respondemos tudo, gostaria de pedir aos senhores que nos deixassem.

    Roberto abriu a boca para dizer algo, mas diante do olhar que os demais lhe lançaram optou por calar-se. Todos saíram e dirigiram-se a seus veículos.

    Roberto abriu a porta de seu carro e jogou o material no banco de trás, quando Marcos aproximou-se e disse:

    – Obrigado por tudo, viu? Agora a mulher não vai mais querer conversa conosco!

    Roberto o olhou com desdém, e respondeu:

    – Do jeito que vocês faziam as perguntas, nunca iríamos descobrir nada!

    – Não é pressionando as testemunhas que conseguiremos respostas – acrescentou Leonardo.

    – Ah, pessoal...

    Todos se voltaram para Kássia, que apontou para cima. O carro de Roberto estava estacionado ao lado da casa, e por uma das janelas do segundo andar, Mateus os observava com cara de espanto.

    Finamente entraram nos carros e afastaram-se. Depois que passaram pela porteira do sítio, deixando-a fechada, voltaram a conversar.

    – Tenho uma proposta – disse Roberto. – Esses amigos que me enviaram aqui podem rastrear de onde vocês receberam a ligação, e poderemos descobrir quem mais soube do ocorrido.

    – Como irão fazer isso? – perguntou Kássia.

    – Eles têm certos contatos, e certas especialidades...

    Nesse momento, saindo de uma porteira distante algumas dezenas de metros, uma caminhonete foi estacionada. Um

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