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The Start - O Fim - Parte 2
The Start - O Fim - Parte 2
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E-book782 páginas8 horas

The Start - O Fim - Parte 2

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Sobre este e-book

A obra contem informações com relação a geopolitica e acontecimentos recorrentes dando continuidade a uma serie de relatos do volume anterior the start - o fim - boa leitura.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de fev. de 2022
The Start - O Fim - Parte 2

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    Pré-visualização do livro

    The Start - O Fim - Parte 2 - Weslley Silva De Oliveira

    The start

    O fim  

    Parte 2  

    1

    Lançando as sementes do Governo mundial: A  

    busca do vaticano por uma autoridade politica  

    mundial  

    A maioria de nós não é competidor... Somos os  

    prêmios. A competição é sobre quem estabelecerá  

    o primeiro sistema de governo mundial... Ninguém  

    conseguirá ficar isento de seus efeitos. Nenhum  

    setor de nossas vidas deixará de ser afetado." [1;  

    Malachi Martin].  

    Em 1990, um ex-integrante do Vaticano alegou  

    que uma luta titânica estava sendo travada para  

    produzir um sistema político mundial. Essa  

    disputa, o agora falecido jesuíta explicou, era  

    originalmente entre três competidores: o leninismo  

    internacional, as elites empresariais transnacionais  

    e a mão do Vaticano.  

    Quase vinte anos se passaram desde que Malachi  

    Martin chamou a atenção para essa busca de três  

    vias. Naquela época, suas declarações pareceram  

    ultrajantes. Claro, a ideia de um governo mundial  

    por meio do comunismo não era nova, pois as  

    décadas da Guerra Fria ainda estavam frescas em  

    nossas mentes. E a escrita estava na parede a  

    respeito do crescente poder das elites  

    internacionais  

    empresariais  

    e

    financeiras,  

    exemplificada por tipos como David Rockefeller e  

    pela Comissão Trilateral. Mas, e o Vaticano?  

    2

    Para muitos, a crença de que a Santa Sé estava  

    perseguindo uma visão de governo mundial era  

    simplesmente exagerada. Afinal, esse antigo  

    centro do catolicismo romano tinha a reputação

    —  

    principalmente entre os jovens agnósticos da  

    Europa

    de ser uma instituição de homens  

    velhos, mergulhada em tradições, procissões e  

    cerimoniais. E isto, apesar de a história do  

    continente quase sempre girar em torno da força  

    política do Vaticano.  

    No verão de 2009, as cartas políticas da Santa Sé  

    foram reveladas em um importante documento  

    papal. Voltando à declaração de Malachi Martin  

    sobre o governo mundial, o cargo religioso mais  

    poderoso do planeta propôs uma autoridade  

    política mundial para administrar a economia  

    global. A segurança alimentar, o desarmamento e  

    a paz viriam em seguida.  

    Uma economia global sólida e a paz mundial são  

    objetivos que soam bastante nobres. Mas, o perigo  

    se esconde no fato que as sementes da tirania  

    muitas vezes são enterradas no solo das boas  

    intenções.  

    Em 7 de julho, o papa Bento XVI lançou sua nova  

    encíclica intitulada Caritas in Veritate, ou Caridade  

    na Verdade. Após dois anos em elaboração, esse  

    documento foi divulgado na véspera do Encontro  

    de Cúpula do G-8 na Itália e da reunião do papa  

    3

    com o presidente dos EUA Barack Obama. Com  

    cerca de 30.000 palavras, a encíclica descreveu  

    as preocupações do papa  

    a

    respeito da  

    globalização e da economia, ética empresarial e o  

    papel da Igreja Católica na promoção da doutrina  

    social.  

    Comentando a encíclica, o jornal The New York  

    Times observou que "às vezes, Bento soa como  

    um socialista europeu da velha escola..." [2] e o  

    San Francisco Chronicle explicou que:  

    "Caridade na Verdade aborda questões muito  

    modernas, como a globalização, a economia de  

    mercado, os fundos de hedge, terceirização e  

    energia alternativa, convocando as pessoas a  

    deixarem de lado a ganância e permitir que suas  

    consciências  

    as  

    orientem  

    nas  

    decisões  

    econômicas e ambientais. Muitas das ideias  

    apresentadas provavelmente poderão irritar os  

    conservadores..." [3].  

    E. J. Dionne, colunista do The Washington Post,  

    escreveu que Bento XVI está "bem à esquerda de  

    Obama na economia". [4].  

    Embora a perspectiva do papa Bento sobre a  

    economia  

    global  

    seja  

    uma  

    combinação  

    desconcertante de livre mercado e ideais de bem  

    estar social, o que causou surpresa foram seus  

    pensamentos sobre a política internacional. Na  

    4

    seção 67 de Caridade na Verdade, o papa soltou  

    uma bomba ideológica

    uma autoridade mundial  

    para administrar a economia, realizar o "oportuno  

    desarmamento e garantir a segurança alimentar  

    e a paz".  

    Aqui está a maior parte da seção 67. A referência  

    a uma autoridade política mundial está muito  

    clara e o papa Bento explica que deve ser dado a  

    esse organismo internacional  

    o

    poder de  

    imposição, de se fazer obedecer, isto é, força real.  

    67. Perante  

    o

    crescimento incessante da  

    interdependência mundial, sente-se imenso

    —  

    mesmo no meio de uma recessão igualmente  

    mundial

    a urgência de uma reforma quer da  

    Organização das Nações Unidas quer da  

    arquitetura econômica e financeira internacional,  

    para que seja possível uma real concretização do  

    conceito de família de nações.  

    De igual modo sente-se a urgência de encontrar  

    formas inovadoras para atuar o princípio da  

    responsabilidade de proteger e para atribuir  

    também às nações mais pobres uma voz eficaz  

    nas decisões comuns. Isto revela-se necessário  

    precisamente no âmbito de um ordenamento  

    político, jurídico e econômico que incremente e  

    guie  

    a

    colaboração internacional para  

    o

    desenvolvimento solidário de todos os povos.  

    5

    Para o governo da economia mundial, para sanar  

    as economias atingidas pela crise de modo a  

    prevenir o agravamento da mesma e em  

    consequência maiores desequilíbrios, para realizar  

    um oportuno  

    e

    integral desarmamento,  

    a

    segurança alimentar e a paz, para garantir a  

    salvaguarda do ambiente e para regulamentar os  

    fluxos migratórios urge a presença de uma  

    verdadeira Autoridade política mundial, delineada  

    já pelo meu predecessor, o Beato João XXIII.  

    A referida Autoridade deverá regular-se pelo  

    direito, ater-se coerentemente aos princípios de  

    subsidiariedade e solidariedade, estar orientada  

    para a consecução do bem comum, comprometer-  

    se na realização de um autêntico desenvolvimento  

    humano integral inspirado nos valores da caridade  

    na verdade. Além disso, uma tal Autoridade  

    deverá ser reconhecida por todos, gozar de poder  

    efetivo para garantir a cada um a segurança, a  

    observância da justiça, o respeito dos direitos.  

    Obviamente, deve gozar da faculdade de fazer  

    com que as partes respeitem as próprias decisões,  

    bem como as medidas coordenadas e adotadas  

    nos diversos fóruns internacionais.  

    [Fonte:  

    http://wiki.cancaonova.com/index.php/Enc%C3%A  

    Dclica_Caridade_na_Verdade].  

    Uma controvérsia imediata cercou este parágrafo,  

    com alguns católicos rapidamente tentando afastar  

    6

    a ideia que a Santa Sé apoiava o governo  

    mundial.  

    Hierarquia de Poder  

    John-Henry  

    Westen,  

    escrevendo  

    para  

    o

    LifeSiteNews, afirmou inequivocamente que o  

    papa estava falando "diretamente contra um  

    governo mundial". A justificativa dele para essa  

    posição foi a chamada do papa para uma  

    autoridade política dispersa, no parágrafo 41

    —  

    uma referencia ao papel dos Estados no sistema  

    internacional. Westen também apresenta o uso do  

    termo subsidiariedade na seção 57 como um  

    ataque ao governo mundial.  

    Este é um ponto importante: Subsidiariedade é o  

    ensino social católico de que as questões devem  

    ser tratadas ao nível mais baixo possível. Em  

    muitos aspectos, ele se baseia no tema da  

    autodeterminação e, neste sentido, se mostra  

    contrário a uma autoridade mundial.  

    A Seção 57 da Caridade na Verdade diz:  

    "Para não se gerar um perigoso poder universal de  

    tipo monocrático, o governo da globalização deve  

    ser de tipo subsidiário, articulado segundo vários e  

    diferenciados  

    níveis  

    que  

    colaborem  

    reciprocamente. A globalização tem necessidade,  

    sem dúvida, de autoridade, enquanto põe o  

    problema de um bem comum global a alcançar;  

    mas tal autoridade deverá ser organizada de modo  

    7

    subsidiário e poliárquico, seja para não lesar a  

    liberdade, seja para resultar concretamente  

    eficaz."  

    O Sr. Westen, que afirma que o uso da  

    subsidiariedade de Bento se opõe ao governo  

    mundial, diagnosticou incorretamente esta seção.  

    O papa não está falando contra o governo mundial  

    ao evocar a subsidiariedade, ao contrário, está  

    oferecendo um modelo hierárquico sobre o qual  

    uma autoridade mundial deve ser construída.  

    Essencialmente, onde as questões possam ser  

    tratadas no nível local ou nacional, que sejam  

    tratadas nesses domínios. E onde as questões são  

    globais e não podem ser tratadas adequadamente  

    em um nível inferior, então uma autoridade  

    mundial é necessária.  

    O

    papa Bento também sugeriu que  

    a

    subsidiariedade possa ser um valor de segurança  

    que serve como contrapeso para um governo  

    universal não assumir características tirânicas.  

    Mas, propor que a subsidiariedade seja um modo  

    de se contrapor à tirania não é convincente

    ela  

    não pode nem mesmo conter a expansão do  

    grande governo de hoje.  

    John Laughland, autor de The Tainted Source:  

    The Undemocratic Origins of the European Idea  

    (As Origens Antidemocráticas do Pensamento  

    Europeu), observou que: "... a Constituição Alemã  

    8

    tornou-se cada vez mais centralizada como  

    resultado de sua cláusula de subsidiariedade." A  

    União Europeia também incorpora esse conceito;  

    todavia, isso não a impediu de centralizar poder  

    político e acumular uma burocracia inchada.  

    Subsidiariedade, de acordo com Laughland, é um  

    modelo que assume uma "hierarquia piramidal  

    unitária de funções executivas" com uma doutrina  

    decididamente corporativista. [6].  

    A subsidiariedade pode ser encontrada até no  

    sistema da ONU. O professor Robert Araújo  

    explica que: "o princípio da subsidiariedade é  

    reconhecido como um princípio fundamental da  

    Organização das Nações Unidas". [7] Aqui, o  

    conceito está centrado na autodeterminação no  

    Artigo 1, Parágrafo 2 da Carta da ONU. No  

    entanto, isso não impede a ONU de buscar  

    jurisdição internacional autorizada sob a bandeira  

    de reforma.  

    É importante observar que a subsidiariedade  

    permite tomada de decisão e autodireção em nível  

    da população, mas isto dentro do contexto de uma  

    perspectiva mais abrangente. O professor Araújo  

    explica que é um "conceito que sintetiza os  

    interesses do indivíduo com os da comunidade".  

    Portanto, não é difícil ver como esse princípio  

    pode se aliar com uma autoridade mundial

    você  

    pode exercer controle político local, mas onde o  

    9

    envolvimento local termina, os outros níveis de  

    governo intervêm em prol do bem comum.  

    Dizer que o papa Bento se opõe ao governo  

    mundial porque evocou a subsidiariedade não é a  

    questão: a subsidiariedade desempenha um papel  

    funcional na hierarquia dos poderes políticos  

    crescentes. O que o Parágrafo 57 demonstra não  

    é uma aversão ao governo mundial, mas a ordem  

    da tomada de decisão em que Bento acredita que  

    esse governo deve se basear.  

    Reforma e Autoridade Mundial  

    O Parágrafo 67 da Caridade na Verdade é  

    abertamente político por natureza. Aqui está uma  

    análise de alguns pontos-chave:  

    Reforma das Nações Unidas

    A reforma das  

    Nações Unidas está centrada em mais do que  

    apenas  

    "alterações  

    na  

    votação"  

    ou  

    transparência. Pelo contrário, a reforma está  

    conectada com uma tributação mundial, um  

    componente de imposição das leis internacionais e  

    a criação de um parlamento internacional. Uma  

    pequena montanha de relatórios e documentos  

    que suportam essa versão de reforma, já existe,  

    apoiada pelas Nações Unidas, pelos governos  

    nacionais e grupos pró-ONU, como o Movimento  

    Federalista Mundial e o Clube de Roma. [8] De  

    fato, essa plataforma de tributação internacional,  

    imposição das leis e um Parlamento Mundial foram  

    10  

    os pontos principais de discussão no Foro do  

    Milênio da ONU

    particularmente durante as  

    reuniões organizadas pelo grupo de trabalho sobre  

    "Fortalecimento e Democratização das Nações  

    Unidas". [9].  

    Cliff Kincaid, editor do site Accuracy in Media,  

    observou as ligações entre a reforma e o governo  

    mundial na Seção 67 do texto papal:  

    ... a reforma" da ONU tem o objetivo de  

    fortalecê-la. Por esta razão,  

    a

    ONU está  

    claramente destinada, do ponto de vista do  

    Vaticano, a se tornar a Autoridade Política  

    Mundial." [10].  

    A reforma da ONU vai muito além de trocar a  

    mobília dos escritórios.  

    Responsabilidade de proteger

    Conhecido  

    como R2P, este é um ideal federalista mundial que  

    daria  

    à

    ONU um mandato para intervir  

    internamente quando um país cometer uma  

    violação aos direitos humanos. Aparentemente,  

    parece ser uma boa ideia, mas os críticos

    e até  

    mesmo alguns defensores

    percebem que esse  

    mandato poderá abrir a Caixa de Pandora.  

    José E. Alvarez, presidente da Sociedade  

    Americana de Direito Internacional, reconheceu  

    esta situação, ao discursar em uma conferência  

    11  

    sobre Direito Internacional, em Haia, em 2007. O  

    R2P, sugeriu ele, poderá ser usado como um  

    pretexto para o envolvimento em todos os tipos de  

    ações intervencionistas questionáveis. [11].  

    Ninguém em sã consciência deseja que um grupo  

    de pessoas sofra genocídio ou injustiças graves. O  

    R2P, no entanto, é um conceito seriamente  

    defeituoso que tem potencial para graves abusos.  

    A partir de uma perspectiva de gestão mundial, o  

    direito de proteger se torna a justificativa legal para  

    uma autoridade política mundial agir militarmente.  

    O perigo se enconde no fato que as sementes da  

    tirania são muitas vezes enterradas no solo das  

    boas intenções.  

    Para saber mais sobre o conceito R2P, veja o  

    Volume 2, Número 7 de Forcing Change  

    (http://www.forcingchange.org)

    Kosovo and the  

    International Community: Just Another Pawn in the  

    Game ("Kosovo e a Comunidade Internacional:  

    Apenas outro Peão no Jogo").  

    Para governar a economia global

    Isto já está  

    sendo discutido na comunidade internacional, e  

    está parecendo que a nova ordem financeira  

    mundial será uma estrutura de poder hierárquica  

    que fortalecerá muito as instituições globais  

    existentes:  

    12  

    O Banco de Compensações Internacionais

    será  

    o regulador bancário global. O BIS (do inglês Bank  

    for International Settlements) está se posicionando  

    rapidamente como o gerente do sistema bancário  

    internacional, um órgão que irá supervisionar os  

    bancos e o sistema financeiro de todo o mundo,  

    incluindo a regulação do capital internacional. Uma  

    entidade deste tipo seria o equivalente para os  

    banqueiros de O Rei do Pedaço. [NT: Para saber  

    mais sobre o BIS, leia "O Sistema Financeiro  

    Internacional  

    Parte 3:  

    O

    Banco de  

    Compensações Internacionais".] O Los Angeles  

    Times escreveu no ano passado que:  

    "... Esse sistema forçaria os países a abrirem mão  

    de certa medida de sua soberania nacional para  

    os bancos que operam dentro de seus territórios.  

    Isto  

    também  

    poderá  

    levar  

    burocratas  

    internacionais a tentarem moldar a política  

    financeira e, possivelmente, tomarem medidas  

    punitivas."  

    Fundo Monetário Internacional

    Será o banco da  

    moeda de reserva mundial. Neste esquema, o FMI  

    estará encarregado de regular uma nova moeda  

    global a ser utilizada no comércio internacional,  

    incluindo o setor de energia. Colaborando com o  

    Banco Mundial, o FMI usará, do mesmo modo,  

    essa nova unidade monetária para realizar  

    empréstimos internacionais e cobrar as obrigações  

    da dívida. As moedas nacionais e regionais ainda  

    13  

    existirão, pelo menos provisoriamente, mas os  

    valores reagirão e se ajustarão de acordo com os  

    novos critérios e parâmetros globais. [NT: Para  

    saber mais sobre o FMI, leia "O Sistema  

    Financeiro Internacional

    Parte 1: O Fundo  

    Monetário Internacional (FMI)".]  

    Organização Mundial do Comércio

    Está se  

    tornando a reguladora do comércio global. A OMC  

    estabelecerá as regras para a comercialização de  

    bens e serviços por meio de um conjunto de  

    padrões organizados de forma global, um  

    processo que atualmente está em negociação. As  

    políticas comerciais nacionais se alinharão depois  

    às práticas mundiais aprovadas. Tudo isto já está  

    acontecendo, mas há outra ligação entre o livre  

    comércio global e um novo sistema financeiro  

    internacional.  

    Richard  

    Cooper,  

    embora  

    defendendo uma única moeda de reserva global,  

    observou o seguinte em uma conferência, em  

    1984, patrocinada pelo Banco da Reserva Federal  

    de Boston:  

    "Seria lógico se o livre comércio (mundial)  

    seguisse esse regime de moeda única. Isso  

    também seria condizente com o espírito político  

    colaborativo necessário para estabelecer o regime  

    de moeda única. O livre comércio asseguraria um  

    mercado de bens e de instrumentos financeiros."  

    [12].  

    14  

    Organização das Nações Unidas  

    Está  

    rapidamente se tornando a ética global e agência  

    de governança. A ONU oferecerá contribuição  

    moral e orientação política para a recém-  

    gerenciada economia mundial. Essencialmente,  

    esse órgão se tornará a consciência planetária,  

    definindo as atitudes, valores e comportamentos  

    políticos e do consumidor. Isto também já está  

    acontecendo. No fim de junho, a ONU organizou  

    uma conferência que delineou uma norma social  

    aceita para a economia global: uma cosmovisão  

    centrada no planeta Terra, socialismo internacional  

    e uma visão de Nova Era da evolução planetária.  

    Lembre-se, a autoridade política mundial de Bento  

    XVI deverá gerenciar a economia global. Como  

    acontecerá a execução desse mandato? A  

    autoridade mundial irá funcionar como um guarda-  

    chuva para os grupos acima mencionados? A  

    Organização das Nações Unidas poderá se  

    reformar ao ponto de se tornar esse gerente da  

    economia global?  

    A encíclica Caridade na Verdade nos dá um  

    vislumbre das diretrizes da autoridade mundial,  

    mas não fornece os detalhes operacionais. A  

    Santa Sé fez o detalhamento, descrevendo o  

    processo em um documento interno de operação?  

    Em caso afirmativo, seria uma leitura muito  

    interessante!  

    Ou,  

    oferecendo  

    somente  

    generalidades, o Vaticano espera que outros  

    15  

    atores importantes

    como as Nações Unidas ou  

    o Movimento Federalista Mundial

    elaborem os  

    detalhes? Em caso afirmativo, qual é a função do  

    Vaticano neste sistema de governo mundial?  

    Observador? Consultor? Supervisor?  

    Muitas perguntas intrigantes surgem, e assim elas  

    devem ser.  

    Nota: Para informações e análises sobre a  

    conferência citada acima, confira o relatório da  

    Forcing Change (http://www.forcingchange.org)

    —  

    intitulado Building a New Common Future: Twisting  

    Faith and Finance in a Global Order ("Construindo  

    um Novo Futuro Comum: Torcendo a Fé e as  

    Finanças em uma Ordem Global" (julho de 2009).  

    Para mais informações sobre a mudança para  

    uma moeda única global, consulte os artigos da  

    Forcing Change One World, One Money ("Um  

    Mundo, Uma Moeda") (Volume 1, Edição 12) e  

    The Joseph Principle and Crisis Economics ("O  

    Princípio de José e a Crise Econômica") (Volume  

    2, Edição 9).  

    Uma autoridade... regulada por lei

    Os  

    governos de todo mundo são regulados por leis  

    internas e exigências de prestação de contas;  

    contudo, isso não impede que os abusos, a  

    corrupção e a tirania entrem em cena. A ideia de  

    que uma autoridade mundial possa ser mantida  

    em xeque por um sistema de leis mundiais não se  

    sustenta.  

    16  

    Verdadeira autoridade politica mundial

    Este  

    não é um ideal moral ou espiritual propagado pela  

    Santa Sé, mas é a visão de um governo mundial  

    real. Isto está evidente no contexto geral da Seção  

    67 e com as próprias palavras: "uma autoridade  

    política mundial".  

    Sem dúvida, o ofício papal deseja ver um padrão  

    espiritual incorporado a essa entidade política,  

    baseado em grande parte nos ensinos sociais da  

    Igreja Católica. No entanto, isso não garante de  

    forma alguma que uma autoridade mundial agirá  

    de boa vontade. Como a história confirma, o  

    próprio Vaticano está longe de ser imune nesse  

    aspecto, e os detentores do poder tendem a  

    acumular mais e mais poder.  

    Lembre-se das palavras de Lord Acton, um  

    historiador católico que escreveu o seguinte em  

    resposta à autoridade inquestionável do Vaticano:  

    "O poder corrompe e o poder absoluto corrompe  

    absolutamente." [13].  

    Seguindo uma Tradição  

    A promoção de um governo mundial do Papa  

    Bento XVI não ocorreu por acaso. Desde 1950 a  

    Santa Sé tem agido constantemente para apoiar  

    uma ONU fortalecida e uma autoridade política  

    mundial.  

    17  

    Papa Pio XII: Em 6 de abril de 1951, Pio XII teve  

    um encontro no Vaticano com o Movimento  

    Mundial para um Governo Federal Mundial

    um  

    precursor do Movimento Federalista Mundial.  

    Durante esse encontro, Pio XII incentivou sua  

    audiência pró-governo mundial a continuarem  

    nessa busca.  

    "Seu movimento, senhores, tem a tarefa de criar  

    uma organização política eficaz do mundo. Não há  

    nada mais de acordo com as doutrinas tradicionais  

    da Igreja ou melhor adaptada a seus ensinos  

    sobre guerra justa ou injusta, especialmente na  

    presente situação mundial. Uma organização  

    desta natureza deve, portanto, ser criada..."  

    O papa então explicou, com razão, que os  

    germes mortais do totalitarismo mecânico podem  

    infectar essa organização política mundial. No  

    entanto, ao observar essa possibilidade, ele  

    instruiu os participantes  

    a

    seguirem uma  

    abordagem mundial federalista moralmente firme.  

    Encerrando o encontro, o papa encorajou seus  

    ouvintes a seguirem essa grande ideia.  

    "... Vocês têm a coragem de se entregar a esta  

    causa. Nós os parabenizamos. Gostaríamos de  

    expressar-lhes nossos votos de total sucesso e de  

    todo nosso coração rezaremos para que Deus lhes  

    18  

    conceda Sua sabedoria e ajuda no desempenho  

    de sua tarefa." [14].  

    Papa João XXIII: Em sua encíclica de 1963,  

    Pacem in Terris, João XXIII propôs uma  

    autoridade pública internacional com uma "esfera  

    de atividade mundial" para lidar com os problemas  

    globais. Essa autoridade seria "equipada com  

    poder mundial e meios adequados para realizar o  

    bem comum universal", embora não possa se  

    estabelecer pela força, "ela deve ser criada com o  

    consentimento de todas as nações."  

    Ao considerar como este sistema funcionaria, João  

    XXIII recorreu ao princípio da subsidiariedade,  

    dizendo que este deve ser aplicado "às relações  

    entre a autoridade pública da comunidade mundial  

    e as autoridades públicas de cada comunidade  

    política".  

    Subsidiariedade aqui, como o uso de Bento do  

    termo, não nega uma autoridade mundial

    —  

    simplesmente impõe uma estrutura hierárquica  

    que reconhece cada nível, de baixo para cima,  

    como uma chave para o processo. [15].  

    Papa Paulo VI: Ao falar na Organização das  

    Nações Unidas em 1965, a adulação vinda do  

    papa foi agradável. Em seu discurso, ele elogiou o  

    sistema da ONU como "o caminho obrigatório da  

    civilização moderna e da paz mundial".  

    19  

    "O edifício que vocês construíram nunca deve cair;  

    ele precisa ser aperfeiçoado e deixado à altura das  

    necessidades que  

    a

    história mundial irá  

    apresentar. Vocês marcam uma etapa no  

    desenvolvimento da humanidade, em que o recuo  

    nunca deve ser admitido... Avancem sempre!...  

    Que a confiança unânime nesta instituição cresça,  

    que sua autoridade aumente."  

    Infelizmente, o papa Paulo VI defendeu um  

    governo mundial.  

    "Há alguém que não veja a necessidade de  

    chegar,  

    assim,  

    progressivamente  

    ao  

    estabelecimento de uma autoridade mundial, apta  

    para agir eficazmente nos níveis jurídico e  

    político?" [16].  

    Papa João Paulo II: Em seu discurso na ONU em  

    1995, João Paulo refletiu sobre as ligações  

    históricas entre o Vaticano e o organismo  

    internacional.  

    "A Santa Sé, em virtude de sua missão  

    especificamente espiritual, que a torna interessada  

    no bem integral de cada ser humano, tem apoiado  

    os ideais e metas da Organização das Nações  

    Unidas desde o início. Embora seus respectivos  

    objetivos e abordagens práticas sejam obviamente  

    diferentes,  

    a

    Igreja  

    e

    as Nações Unidas  

    20  

    constantemente encontram áreas extensas de  

    cooperação com base em sua preocupação  

    comum pela família humana." [17].  

    Embora o papa João Paulo II tenha batido de  

    frente com as Nações Unidas nas questões sobre  

    família, ele depositou enorme importância na  

    obtenção de sistemas políticos de lei internacional.  

    Em 1985, ele discursou para os juízes do Tribunal  

    Internacional de Justiça, dizendo-lhes que:  

    "A Santa Sé atribui grande importância à  

    colaboração com a Organização das Nações  

    Unidas e com os diversos organismos que são  

    uma parte vital de seu trabalho. O interesse da  

    Igreja no Tribunal Internacional de Justiça remonta  

    aos primórdios deste Tribunal e aos eventos que  

    estiveram ligados à sua criação..."  

    "A Igreja tem constantemente apoiado  

    o

    desenvolvimento de uma administração  

    internacional da justiça e arbitragem como um  

    caminho de paz que resolva completamente os  

    conflitos e como parte da evolução de um sistema  

    jurídico mundial..."  

    "Estritamente falando, o Tribunal presente não é  

    mais

    mas também não é menos

    que um  

    passo inicial para o que esperamos que um dia  

    seja uma autoridade judicial totalmente eficaz em  

    um mundo pacífico." [18] (Itálico no original)  

    21  

    Em outros discursos e escritos, como em sua  

    encíclica Sollicitudo rei Socialis, João Paulo  

    defendeu um fortalecimento da lei mundial e um  

    grau superior de ordenação internacional. [19].  

    Nada disso tem a mesma evidência que a  

    recomendação do papa Bento de uma "autoridade  

    política mundial", mas isto segue um tema político  

    comum

    o governo global ampliado e melhorado.  

    A ideia do papa Bento de uma "autoridade política  

    mundial" não surgiu do nada. Pelo contrário, ao  

    longo de sucessivos pontificados, remontando a  

    pelo menos Pio XII, a Santa Sé tem nutrido visões  

    de uma política internacional.  

    Influenciando os Príncipes e os Destituídos  

    O fato de um líder religioso propor uma autoridade  

    mundial é interessante em si mesmo, mas, como  

    isso emana do ofício papal, uma medida extra de  

    atenção é necessária.  

    Não podemos negligenciar a influência exercida  

    pela Santa Sé. O papa é muito diferente em  

    relação às outras figuras religiosas quando se trata  

    de importância mundial. É verdade que alguns  

    líderes protestantes e evangélicos são consultados  

    pelas elites políticas, e membros dos governos  

    muitas vezes procuram líderes de outras religiões,  

    como o Dalai Lama. Mas tudo isso é pequeno em  

    22  

    comparação com os poderes históricos  

    contemporâneos do ofício papal.  

    e

    Durante séculos, a Santa Sé tem sido a peça  

    central dos assuntos políticos europeus. Sua  

    história está repleta de intrigas geopolíticas,  

    guerras papais, ascensão e queda de potências  

    nacionais. Os membros das famílias reais de todas  

    as partes do continente viajavam a Roma e  

    solicitavam audiência com o papa, na esperança  

    de obter seu favor. Além disso, o Vaticano tem  

    sido um centro concentrador para os interesses  

    bancários,  

    espionagem  

    e

    negociações  

    empresariais transnacionais. [21] Além disso,  

    exatamente como no passado, presidentes e  

    primeiros-ministros curvam-se hoje diante do  

    papa, buscando seu conselho e discutindo  

    particularmente  

    as  

    questões  

    de  

    grande  

    importância política, econômica e social.  

    Eric Frattini, o autor de The Entity: Five Centuries  

    of Secret Vatican Espionage ("A Entidade: Cinco  

    Séculos de Espionagem Secreta do Vaticano"),  

    nos dá uma visão desse mundo geopolítico:  

    "O papado, a autoridade suprema na liderança da  

    Igreja Católica, é a instituição mais antiga  

    estabelecida no mundo. Foi a única instituição a  

    prosperar durante a Idade Média, um ator influente  

    no Renascimento, um protagonista nas batalhas  

    da Reforma, da Contra-Reforma, na Revolução  

    23  

    Francesa, na Era Industrial e na ascensão e queda  

    do comunismo. Durante séculos, fazendo pleno  

    uso de sua famosa 'infalibilidade', os papas  

    fizeram seu poder centralizado influenciar os  

    resultados sociais dos desdobramentos dos  

    acontecimentos históricos..."  

    "... Ao longo da história, o papado sempre  

    apresentou duas faces: a da liderança mundial da  

    Igreja Católica e a de uma das melhores  

    organizações politicas do mundo. Enquanto os  

    papas, por um lado, abençoavam seus fiéis, por  

    outro, recebiam embaixadores estrangeiros e  

    chefes de Estado e despachavam emissários e  

    núncios em missões especiais." [22].  

    Além disso, por trás do papa, está uma massa de  

    católicos devotos, que não devem concordar com  

    o governo mundial, mas que estão, apesar disso,  

    comprometidos com a Igreja Católica Romana

    —  

    e, assim, apoiam o pontífice. Avro Manhattan, um  

    crítico da Santa Sé, corretamente fez a correlação  

    entre o poder do Vaticano e seus fiéis:  

    "O que dá ao Vaticano seu tremendo poder não é  

    sua diplomacia como tal, mas o fato de que por  

    trás de sua diplomacia está a Igreja, com todas as  

    suas múltiplas atividades abraçando o mundo..."  

    "... A diplomacia do Vaticano é tão influente e pode  

    exercer um poder tão grande no campo  

    24  

    diplomático-político porque tem ao seu dispor a  

    tremenda máquina de uma organização espiritual  

    que tem ramificações por todos os países do  

    mundo. Em outras palavras, o Vaticano, como  

    poder político, emprega a Igreja Católica como  

    uma instituição religiosa para auxiliar na obtenção  

    de seus objetivos. Esses objetivos, por sua vez,  

    são procurados principalmente para promover os  

    interesses espirituais da Igreja Católica."  

    "... a hierarquia católica automaticamente reage de  

    acordo com inúmeras organizações religiosas,  

    culturais,  

    sociais  

    e,  

    finalmente  

    políticas,  

    conectadas com a Igreja Católica, que, embora  

    vinculadas com a Igreja principalmente por  

    motivos religiosos, podem em determinados  

    momentos ser usadas direta ou indiretamente para  

    atingir fins políticos." [23].  

    A questão é a seguinte: Nenhum outro líder  

    religioso no mundo detém tanta influência política  

    e econômica dentro de uma estrutura religiosa.  

    Considere apenas o número de adeptos que  

    compõe a espinha dorsal da Igreja de Roma: Nos  

    EUA, os católicos constituem aproximadamente  

    22% da população, e 17% do total mundial

    ou  

    cerca de 1,14 bilhão de pessoas. [24] É por isto  

    que o pedido do papa Bento de uma "autoridade  

    política mundial" é tão significativo; o que ele fala  

    influencia centenas de milhões de líderes e leigos.  

    25  

    Se um pastor batista ou um pregador menonita,  

    com uma congregação de algumas dezenas ou  

    poucas centenas, fizesse o apelo para a criação  

    de uma autoridade política mundial no estilo da  

    ONU

    isto não teria muita repercussão além dos  

    bancos dessa igreja em particular. Os fiéis  

    poderiam animar o pastor ou então questionar  

    suas suposições. Mas, falando em termos gerais,  

    isto não causaria uma reverberação para além da  

    comunidade local. No entanto, quando o "Santo  

    Padre"

    um título católico que denota mais que  

    apenas um líder

    faz essa recomendação e  

    tem o apoio dos apelos dos papas anteriores, as  

    ondas da influência repercutem por todo o mundo.  

    Conclusões  

    Há pelo menos seis décadas que a Santa Sé tem  

    apoiado a busca por uma estrutura política global.  

    O papa Bento, por meio de sua encíclica recente,  

    apoiou explicitamente a ideia de uma autoridade  

    política mundial; e esse governo mundial deve ser  

    projetado para incorporar  

    subsidiariedade. Outro  

    o

    princípio da  

    Que  

    ponto:  

    a

    subsidiariedade em uma estrutura política  

    universal seria semelhante ao chavão: "Pense  

    globalmente, aja localmente."  

    A influência da Santa Sé sobre a comunidade  

    internacional é substancial e o papado tem o  

    suporte e o apoio geral de centenas de milhões  

    26  

    em todo o mundo, acrescentando o apoio "local-  

    para-global" para as visões geopolíticas do  

    Vaticano.  

    Os defensores do governo mundial

    como o  

    Movimento Federalista Mundial

    pegarão as  

    recomendações do papa Bento e as usarão para  

    promover a ideia de gestão mundial.  

    Muitos católicos romanos  

    e

    organizações  

    católicas, subsequentemente, irão endossar a  

    proposta de uma autoridade política mundial e,  

    consequentemente apoiarão vários movimentos  

    pró-governança global.  

    Indivíduos e organizações dentro e fora da Igreja  

    Católica defenderão a encíclica papal, procurando  

    espiritualizar ou moralizar o texto, tentando desse  

    modo amenizar a controvérsia. No entanto, o  

    intento do papa de uma autoridade política  

    mundial permanece.  

    Uma minoria de católicos irá se opor  

    veementemente ao chamado do papa para o  

    fortalecimento da ONU e do governo internacional  

    (muitos mais serão indiferentes). A ridicularização  

    e a zombaria poderão ocorrer para aqueles que  

    falarem publicamente contra os ideais políticos de  

    Bento XVI. Espere uma cisão entre aqueles que se  

    opõem e aqueles que defendem o governo global.  

    27  

    Grupos religiosos não-católicos apoiarão  

    a

    encíclica do papa Bento. Um documento de  

    resposta evangélico já foi produzido por um grupo  

    de professores e líderes nacionais evangélicos.  

    Intitulado Praticando a Verdade em Amor, o texto  

    reconhece que as novas formas de autoridade  

    global são necessárias, mas que elas "devem  

    garantir a participação crescente, a transparência  

    e a responsabilidade, e ajudar a fortalecer o  

    estado da nação em relação ao poder financeiro  

    global". [25] Esta é uma visão mais utópica do que  

    prática, pois poucos incentivos reais levariam um  

    governo mundial a operar assim abertamente.  

    Novas alianças e redes serão formadas para  

    aumentar a pressão política e social em apoio à  

    gestão global; essas redes irão incorporar grupos  

    católicos e do Vaticano, organizações não-  

    governamentais (ONGs) e elementos das Nações  

    Unidas.  

    Quando a Santa Sé erguer o cetro do governo  

    mundial, isto deverá sacudir tanto os católicos  

    quanto os não católicos. Mesmo se uma  

    autoridade política mundial não se concretizar,  

    essa defesa é impressionante. Aqui temos o ofício  

    religioso mais influente de todo o mundo

    ele  

    mesmo politicamente estruturado como uma  

    autoridade hierárquica de cima para baixo

    —  

    promovendo um sistema também hierárquico de  

    28  

    cima para baixo de gestão internacional. A  

    percepção por si só é profundamente preocupante.  

    Além disso, se uma autoridade política mundial  

    realmente aparecer, o que a impedirá de se  

    transformar em um regime autoritário? Até nisto,  

    estamos admitindo que a autoridade global será  

    introduzida como um governo limitado.  

    A

    contradição máxima, é claro, é uma autoridade  

    mundial sem força. Sem ter a capacidade de  

    imposição, de se fazer obedecer, ela seria pouco  

    mais que um conselho consultivo. Portanto, para  

    ser eficaz, ela precisa ser um poder centralista  

    com influência; qualquer coisa menor do que isto  

    não faria sentido.  

    Mas é isto que o mundo precisa para garantir a  

    ordem mundial?  

    Considere por um momento os últimos cem anos,  

    um século repleto de exemplos de governos  

    centralistas bem-intencionados

    eles sempre  

    foram bem-intencionados para alguém. Em nome  

    da paz e segurança esses regimes esmagaram  

    os opositores internos, muitas vezes liquidando  

    seus próprios apoiadores nesse processo. Do  

    Chile à China, o lema não-oficial "Paz é a  

    destruição de toda a oposição" foi colocado em  

    prática. No caso da Alemanha nazista, o governo  

    chegou ao poder pela via do processo  

    democrático. Infelizmente, em alguns casos o  

    próprio Vaticano esteve de mãos dadas com  

    29  

    aqueles que cometeram esses crimes, como na  

    Croácia durante os anos 1940. [26]  

    Será que tudo isto significa que a Santa Sé apoia  

    um regime ditatorial mundial? Não segundo a  

    encíclica do papa Bento, onde ele abertamente  

    reconheceu a possibilidade perigosa de um "poder  

    universal de natureza tirânica". Sua esperança,  

    como descrito em Caridade na Verdade, é uma  

    autoridade política mundial colocada em xeque por  

    limites legais para não violar a liberdade. Os  

    excessos do governo seriam compensados por  

    medidas de prestação de contas  

    responsabilização.  

    e

    de  

    Este é um ótimo conceito na teoria, mas que se  

    apoia em uma suposição fraca: Que a autoridade  

    política mundial estará satisfeita em permanecer  

    dentro de limitações determinadas, satisfeita em  

    operar dentro de rígidas restrições sociais,  

    econômicas e políticas. Aqui está o empecilho:  

    nossas avançadas nações democráticas

    e até  

    mesmo o Vaticano

    não têm vivido e não  

    conseguem viver de acordo com essa norma  

    fundamental.  

    Enquanto o papa Bento tenta sutilmente persuadir  

    os católicos e os líderes nacionais a aceitarem a  

    ideia de governo mundial, as sóbrias palavras de  

    Lord Acton ecoam de um passado quase  

    esquecido: O poder corrompe...  

    30  

    A Ciência e o sobrenatural  

    "Nos últimos séculos, a ciência nos tornou cientes  

    que o universo é mais estranho e mais  

    interessante do que nossos antepassados  

    compreenderam. É divertido pensar que ele  

    poderá se revelar até mais estranho e mais  

    interessante do que os cientistas estão dispostos a  

    admitir." [Colin Wilson, The Occult: A History, pág.  

    33.].  

    Moro com minha família em uma região muito rural  

    das planícies canadenses. Para irmos a um centro  

    de compras, ou até mesmo a um grande  

    supermercado, precisamos literalmente reservar  

    um dia inteiro. O tempo de viagem até uma cidade  

    grande que tenha um centro comercial razoável é  

    maior do que o tempo que passamos nas lojas.  

    Viagens para fazer uma consulta médica, ir ao  

    cinema ou a uma biblioteca requerem um esforço  

    concentrado; quando a ida ao cinema envolve  

    31  

    uma viagem de 160 km (para ir e voltar), você  

    começa a questionar se o filme realmente vale a  

    pena todo esse esforço.  

    Mas, existem vantagens de viver assim tão isolado  

    na zona rural. Em uma noite qualquer, podemos ir  

    para fora de casa e contemplar a Via Láctea em  

    detalhes incríveis, com o céu noturno totalmente  

    forrado por estrelas, de uma extremidade até a  

    outra, e podendo ser vistas sem o auxílio de  

    binóculos ou de um telescópio. A espetacular  

    Aurora Boreal também aparece, dando  

    a

    impressão que o céu está em chamas, e pode ser  

    apreciada em sua plenitude. Da mesma forma,  

    podemos ouvir o estrondo produzido pelas asas de  

    milhares de gansos, cisnes, patos e grous  

    migratórios a cada primavera e outono.  

    Já vimos o sol e a lua produzirem fenômenos  

    curiosos no ar gelado do inverno: halos solar e  

    lunar, glórias ao amanhecer, auréolas de luz  

    incomuns e outros fenômenos com luzes surreais.  

    Também já testemunhamos diversos outros  

    fenômenos naturais interessantes: tempestades de  

    relâmpagos, faixas de cores nos céus, o arco  

    circunzenital, miragens esquisitas, redemoinhos  

    gigantes, múltiplos tornados (estes são realmente  

    violentos) e milhares de bolinhas de neve perfeitas  

    caindo do céu na tarde quente de um dia de  

    agosto. Ao longo dos anos, minha família e eu  

    32  

    testemunhamos uma infinidade de belas e  

    incomuns maravilhas naturais.  

    Por que estou contando isto? Porque Colin Wilson  

    estava certo: o universo é um lugar estranho e  

    interessante. Além disso, nosso mundo imediato e  

    o universo maior ainda são um lugar que pode  

    deixar  

    a

    ciência humana em profunda  

    perplexidade.  

    A ciência, em sua forma pura, está preocupada  

    principalmente com aquilo que é observável,  

    testável e que pode ser reproduzível. Neste  

    sentido, ela está restrita ao estudo físico da  

    matéria física. Mas, a ciência pura, tanto no  

    passado e no presente, frequentemente teve (ou  

    tem) seus dedos em outra torta: a metafísica, a  

    investigação filosófica na base da realidade

    isto  

    é, a religião (pode-se argumentar que toda a  

    ciência tem alguma base metafísica, entretanto,  

    muitos humanistas seculares dizem que a "ciência  

    pura" opera de forma independente da metafísica;  

    um debate que este artigo não poderá explorar de  

    forma apropriada). Além disso, a ciência está se  

    tornando cada vez mais interessada em explorar  

    as possibilidades da utilização do sobrenatural.  

    Por exemplo, considere um relatório publicado por  

    Eric Davis, da Warp Drive Metrics. Esse relatório,  

    intitulado Teleportation Physics Study (Estudo da  

    Física do Teletransporte), foi produzido  

    e

    33  

    financiado pelo Laboratório de Pesquisa da Força  

    Aérea dos EUA, na Base Aérea de Edwards  

    (contrato número F04611-99-C-0025, data de  

    publicação: agosto de 2004).  

    O relatório é de natureza técnica e se aprofunda  

    nos aspectos da Física Quântica  

    e

    o

    relacionamento dela com o espaço e tempo, algo  

    que acho fascinante, embora frequentemente me  

    perco na terminologia complexa. O relatório  

    também detalha outra ciência

    uma ciência que  

    cruza e avança além do estudo da Física  

    Quântica: a psicocinética (o movimento de objetos  

    por meio de canais psíquicos).  

    Delineando essa estranha ocorrência, Davis  

    explicou que Uri Geller, um psíquico bem-  

    conhecido, era capaz de entortar uma colher sem  

    tocar fisicamente nela durante as palestras que  

    fazia. Além disso, Davis explica detalhadamente o  

    profundo interesse que as comunidades de  

    Inteligência, científica e militar dos EUA têm até  

    hoje no campo das ciências ocultas  

    particularmente a visualização remota.  

    A visualização remota, que inclui e combina  

    elementos de clarividência (ver coisas no futuro) e  

    experiências  

    extracorpóreas,  

    tem  

    sido  

    especialmente intrigante para a comunidade de  

    Inteligência. Há várias décadas que diversas  

    agências governamentais e laboratórios privados  

    34  

    estão envolvidos em programas de visualização  

    remota. Davis, ao delinear o contexto histórico  

    para o estudo científico-militar dentro desse  

    campo, explica o seguinte:  

    "O leitor deve observar que os primeiros  

    programas de Pesquisa  

    e

    Desenvolvimento  

    militares e de Inteligência sobre controle mental,  

    psicológico e psicocinese, foram realizados por H.  

    K. (Andrija) Puharich, durante seu serviço militar  

    no Centro de Guerra Biológica e Química do  

    Exército, em Fort Detrick, Maryland, nos anos  

    1940s-1950s. Puharich tinha um interesse em  

    clarividência e psicocinese, e investigou as teorias  

    para expandir  

    e

    sintetizar eletrônica  

    e

    farmaceuticamente as capacidades psíquicas.  

    Durante o tempo em que esteve no Exército,  

    Puharich participou de diversas experiências  

    parapsicológicas e proferiu palestras para equipes  

    do Exército, Força Aérea e Marinha sobre as  

    possibilidades

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