O Que Aprendi Com José, O Patriarca
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O Que Aprendi Com José, O Patriarca - Mattheus Araújo
Sobre o autor
Nascido em 1995 com distrofia muscular congênita, problema que limita grandemente os movimentos, Mattheus Araújo depende de aparelhos para respirar desde os oito anos de idade e, além disso, possui escoliose, isto é, um sério desvio na coluna. Por causa de tais problemas, o Mattheus tem home care, uma espécie de hospital em casa. Mesmo assim, se lançou numa carreira de escritor e atualmente cursa teologia na Universidade Católica Dom Bosco na modalidade à distância.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente e acima de tudo a Deus por tudo o que fez e faz por mim. Depois, à minha família por todo amor que me dão. Aos meus amigos e parentes por me tratarem tão bem. Ao meu home care por toda assistência que me dão. À minha faculdade por todos os recursos que disponibilizam para mim e, por fim, ao editor por tornar minhas obras realidade. Muito obrigado a todos!
Introdução
Eu não poderia, de forma alguma, deixar de comentar as lições que podemos extrair da história do patriarca José, pois, sem dúvida, ela é uma das mais ricas de toda a Sagrada Escritura.
Como você verá ao ler este livro, tudo o que José passou de ruim serviu, lá na frente, para que ele e sua família pudessem se fortalecer ainda mais. Isso porque mesmo nos piores momentos, ao invés de blasfemar, o patriarca confiou em Deus e por isso venceu as adversidades.
Que nós também possamos, amado, como José, ser fiéis a Deus mesmo nos reveses da vida. Se assim procedermos (com tamanha fidelidade), nada nem ninguém poderá nos afastar do nosso Divino Pai Eterno.
Boa leitura e que Deus te abençoe!
Capítulo 1
É muito triste quando somos rejeitados pela própria família
Jacó, pai de José, o amava mais que aos outros filhos e isso, logicamente, incomodava muito os irmãos de José. Era tanta a inveja que eles tinham de José que chegou ao ponto de partirem para a agressão contra ele. Veja:
"José, ainda jovem, com a idade de dezessete anos, apascentava o rebanho com seus irmãos, os filhos de Bala e os filhos de Zelfa, mulheres de seu pai; e ele contou ao seu pai as más conversas dos irmãos. Israel amava José mais do que todos os outros filhos, porque ele era o filho de sua velhice; e mandara-lhe fazer uma túnica de várias cores. Seus irmãos, vendo que seu pai o preferia a eles, conceberam ódio contra ele e não podiam mais tratá-lo com bons modos.
Ora, José teve um sonho, e o contou aos seus irmãos, que o detestaram ainda mais: ‘Ouvi, disse-lhes ele, o sonho que tive: estávamos ligando feixes no campo, e eis que o meu feixe se levantou e se pôs de pé, enquanto os vossos o cercavam e se prostravam diante dele.’ Seus irmãos disseram-lhe: ‘Quererias, porventura, reinar sobre nós e tornar-te nosso senhor?’ E odiaram-no ainda mais por causa de seus sonhos e de suas palavras.
José teve ainda outro sonho, que contou aos seus irmãos. ‘Tive, disse ele, ainda um sonho: o sol, a lua e onze estrelas prostravam-se diante de mim.’ Ele contou isso ao seu pai e aos seus irmãos, mas foi repreendido por seu pai: ‘Que significa, disse-lhe ele, este sonho que tiveste? Viremos, porventura, eu, tua mãe e teus irmãos, a nos prostrar por terra diante de ti?’ Seus irmãos ficaram, pois, com inveja dele, mas seu pai guardou a lembrança desse acontecimento.
Os irmãos de José foram apascentar os rebanhos de seu pai em Siquém. Israel disse a José: ‘Teus irmãos guardam os rebanhos em Siquém. Vem: vou mandar-te a eles.’ ‘Eis-me aqui’, respondeu José. ‘Vai, pois, ver se tudo corre bem a teus irmãos e ao rebanho, e traze-me notícias deles.’ Enviou-o do vale de Hebron, e José foi a Siquém.
Um homem encontrou-o errando pelo campo: ‘Que buscas?’ perguntou ele. ‘Busco meus irmãos, respondeu ele. Dize-me onde apascentam os rebanhos’. E o homem respondeu: ‘Partiram daqui e ouvi-os dizer: Vamos a Dotain.’ Partiu então José em busca dos seus irmãos e encontrou-os em Dotain.
Eles o viram de longe. Antes que José se aproximasse, combinaram entre si como o haveriam de matar; e disseram: ‘Eis o sonhador que chega. Vamos, matemo-lo e atiremo-lo numa cisterna; diremos depois que uma fera o devorou; e então veremos de que lhe aproveitaram os seus sonhos.’ Ouvindo-o, porém, Rubem, quis livra-lo de suas mãos: ‘Não lhe tiremos a vida, disse ele. Não derrameis sangue. Jogai-o naquela cisterna, no deserto, mas não levanteis vossa mão contra ele.’ Pois Rubem pensava livrá-lo de suas mãos para o reconduzir ao pai.
Quando José se aproximou de seus irmãos, eles o despojaram de sua túnica, daquela bela túnica de várias cores que trazia, e jogaram-no numa cisterna velha, que não tinha água." (Gn 37, 2-24).
Não só José, mas, infelizmente, muitas outras pessoas, ainda hoje, sofrem ou já sofreram perseguição dentro de casa. É o pai, a mãe, o irmão, o tio, o primo, algum destes, em muitos casos, mostram rejeição a algum membro da família.
Eu, graças a Deus, sempre fui muito bem tratado pelos meus parentes e familiares. Porém, lamentavelmente, conheço uma pessoa que sofreu bastante perseguição da irmã durante muito tempo.
Quando isso acontece, ainda mais sendo dentro de casa, a pessoa que é rejeitada não encontra paz. A todo o momento ela é afrontada, provocada, enfim. É difícil viver num ambiente hostil.
Muitas vezes, assim como no caso de José, as perseguições se dão por causa de inveja e ciúme. Isso é muito comum
entre irmãos. Ainda mais quando se trata de crianças ou jovens, as brigas são corriqueiras.
A atenção dos pais, geralmente, é muito disputada. É até difícil para os pais procederem com os filhos, pois, se eles cederem um favor para um e para o outro não, pronto, o ciúme toma conta daquele que foi desfavorecido
.
Os pais amam os filhos igualmente, mas os filhos pensam que um é mais amado que o outro. As crianças não têm ainda um bom discernimento, uma boa compreensão do que é uma família. Por isso imaginam que, quando os pais estão fazendo algo para o irmão, estão ignorando-o.
Além disso, como já mencionei, também existem casos em que os perseguidores são os próprios pais.