O Amor Existe
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O Amor Existe - Gisele Cristina Pacheco Da Silva
"Tudo começou com um
estranho e envolvente sonho, e
nossas vidas se
transformaram!"
1
Agradecimentos
Agradeço primeiramente à Deus pela
oportunidade, a minha mãe Regina,
minha fortaleza, meu porto seguro, à
minha filha amada Ana Clara, a
quem eu amo imensamente.
Agradeço as minhas amigas Elaine,
Fernanda, Elisangela e Ana, que me
inspiraram a concluir este livro, e
literalmente me empurraram para
cima, me dizendo palavras de
incentivo e carinho.
Obrigada ao meu anjo inspirador,
cujos olhos invadiram minha alma e
preencheram meu coração.
Agradeço a você, caro leitor e
leitora, que embarcará nesta
aventura comigo, explorando cada
pedacinho do meu sonho.
2
Gisele Cristina
Pacheco da Silva, 30/03/1978,
nascida em Sorocaba, fez faculdade
de Ciências Contábeis, mas assumiu
o amor pelos livros de romance.
3
Capítulo 1
O sonho
Abri os olhos assustada, era tão real.
Aquele sonho vinha me perturbando já havia
algum tempo...
Olhei ainda meio sonolenta para o relógio em cima
da cômoda, eram 06:00 da manhã e eu havia tido mais
uma vez aquele sonho. Já fazia três semanas que eu não
conseguia dormir direito. O que está havendo comigo? É
algo que não consigo controlar, vejo esse homem, muito
bonito, charmoso, atraente, exala masculinidade, por um
momento, estou correndo e ele de alguma forma me
salva, de alguém ou alguma coisa, nos beijamos
demoradamente, e então acordo sempre no mesmo
momento do sonho. Não sei dizer se na melhor ou na pior
parte dele, onde quase nos entregamos um ao outro e
tudo fica muito intenso.
Balanço a cabeça tentando afastar os
pensamentos deste sonho, e respiro fundo.
4
Um homem tão bonito, mas que é desconhecido.
Por que me sinto tão bem quando sonho com ele? Não
sei dizer. Só fico intrigada, pois já vi isso em filmes e
livros e geralmente não acaba bem pra mocinha da
história.
Tive que esfregar os olhos para voltar à realidade.
Olhei ao redor e tudo estava no seu devido lugar, o
despertador no formato de golfinho cor de rosa que Josy
me deu no último natal, um quadro com moldura
artesanal e bordas de balões coloridos e uma foto dos
meus pais sorrindo quando fomos a uma viagem ao
México, a cortina salmão com desenhos de flores que
ganhei de minha mãe, minha cama de casal, que meus
pais fizeram questão de me dar de presente, tudo
parecia normal, era apenas aquela sensação estranha do
sonho que não passava.
Levantei ainda com sono, escovei os dentes e
lavei o rosto, tomei uma ducha, esperando que aquela
sensação estranha descesse pelo ralo junto com a água,
mas não foi, seria mais um dia difícil convivendo com as
lembranças daquele sonho excitante e perturbador, fechei
os olhos, suspirei como quem se encoraja pra enfrentar o
que vem pela frente.. – Vamos lá...
5
Moro no último andar de um pequeno apartamento
de três andares, no centro de Jersey, com um quarto
onde tenho minha cama de casal, um guarda roupa e
uma cômoda ambos na cor marfim, alguns perfumes
adocicados, umas tiaras, uma pequena varanda com
janelas de vidro, aonde tenho um lindo vaso com uma
renda portuguesa, uma planta linda que se assemelha
uma samambaia, uma sala onde tem um jogo de sofá de
dois e três lugares na cor creme com almofadas coloridas,
paredes pintadas de branco, um ou dois quadros de
pinturas não famosas, um tapete vermelho no centro e
uma estante de parede com a tv, cozinha pequena, para
uma pessoa só e um banheiro com uma deliciosa
hidromassagem, fica num bairro aconchegante e bem
tranquilo, desses que você quer para criar seus filhos, fica
numa rua com muitas árvores, entre elas muitos ipês de
cores variadas, laranjeiras, macieiras, limoeiros, uma
vizinhança bem calma, com crianças brincando, pessoas
andando de bicicleta, jornaleiros, idosos jogando gamão,
casais de namorados nas varandas, parece uma cena de
filme de tão aconchegante que é.
O apartamento foi presente de meus pais quando
passei na faculdade de administração em Waddington, e
6
resolvi ir morar sozinha, decisão que na opinião de minha
mãe era precipitada e desnecessária, pois eu deveria ir
morar com eles na França e fazer uma faculdade por lá,
especializando meu francês. Minha mãe era uma mulher
calma, tinha 46 anos, seus cabelos eram longos até o
meio das costas, claro que tinha um ou outro fio branco,
mas era normal da idade, ela se preocupava com tudo o
que estava acontecendo, minha mãe era o pilar de nossa
casa, cuidava de nossa família com todo amor do mundo.
Meu pai tinha 52 anos, e já tinha seus grisalhos,
era brincalhão, tudo pra ele era motivo para um bom riso,
ele era feliz, e sei disso por que ele tinha minha mãe.
Lembro-me como se fosse hoje, minha mãe
inconformada com minha independência.
- Mamãe, preciso disso, quero ser independente e não
depender de ninguém, e aqui estarei bem perto da
faculdade.
- Mas querida, como será no Natal? E seu aniversário?
Somos seus parentes mais próximos e...
- Mãe... já tenho vinte anos. Não se preocupe comigo. E
tem mais, vamos combinar o seguinte, no Natal
7
comemoramos meu aniversário também, pois é dia 23 de
dezembro, passaremos juntos todos os anos, aqui ou na
França, o que acha?
Mamãe ficou um pouco decepcionada, vi em seus
olhos que ela me queria por perto, que ela tinha
esperança de que eu concordasse com ela como eu
sempre fiz, mas se eu não insistisse em morar sozinha,
eu ficaria para sempre sem saber se daria certo ou não.
Ela olhou para papai, e eles trocaram uma
cumplicidade no olhar, e concordaram juntos.
- Nossa filha está crescendo David, e precisamos tentar
nos acostumar a isso. Tudo bem Sarah querida, se é o
que você deseja, seu pai e eu apoiamos.
Após uma tarde inteira arrumando o apartamento,
fizemos o almoço, e tudo transcorreu na maior felicidade,
e então chegou a hora deles irem embora. Que aperto no
peito.
Nunca me esquecerei do abraço apertado que
demos no aeroporto, mamãe chorou dizendo que iria
sentir muito minha falta e numa ultima tentativa, me
8
chamou novamente para morar com eles, e eu apenas
sorri e disse:
- "Mãe, prometo que irei passear assim que tiver uma
folga.".
Quando voltei ao apartamento, senti um vazio, e
embora ele fosse novo, queria poder sentir o cheiro do
bolo que ela sempre fazia em nossa casa, seus temperos,
nós três conversando sobre algum incidente engraçado
do dia anterior, bem, eu sentiria muita falta deles. Mas era
minha vida, eu tinha que crescer e dar aquele passo
sozinha.
Escolhi uma roupa confortável, uma calça de
moletom, uma camiseta branca, um tênis e um boné,
prendi meus cabelos num rabo de cavalo, peguei meu
MP4 e estava saindo.
Benny estava eufórico do lado de fora, como se
pedisse pra ir junto. Eu apenas sorri. Como negar algo
para aqueles olhos imensos?
- Vamos lá garoto!
Benny era um cão de raça, branco, seu pelo
parecia algodão, seu nariz era marrom, e parecia uma
9
trufa, ele tinha os olhos na cor cinza e eram os olhos mais
lindos que eu já havia visto. Encontrei Benny na rua,
machucado, maltratado e faminto. Demorou menos de 1
segundo para eu decidir levá-lo pra casa comigo, cuidei
dele, dei banho e hoje fazemos quase tudo juntos, somos
grandes amigos, é o tipo de companheirismo verdadeiro e
recíproco, cuido de Benny e ele de uma certa forma cuida
de mim já faz oito longos anos, e ele ainda faz com que
eu tenha os pés no chão, que esqueça tudo o que me fez
sofrer.
Saímos para correr, como Benny sempre me
acompanha em minhas corridas pela manhã, não preciso
levar guia e nem coleira, ele vai ao meu lado o tempo
todo.
Estava um dia fresco, sem muito sol, resolvi
passar pelo parque, pois posso fazer um alongamento
rápido e Benny pode descansar alguns minutos, afinal,
por