Reaper Love

De Arthur Bellato

Luke Roscoe é um ceifeiro de almas que odeia seu trabalho, ele foi aceito como um ceifeiro tendo uma única condição: nunca matar ninguém, apenas levar a alma . Porém seu superior lhe da a missão de ceifar a alma de uma paciente com câncer que ressuscita após cada parada cardíaca, como Luke irá lidar com isso?

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 19 de out. de 2018

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Reaper

Love

A morte odeia o

amor

Arthur Bellato

Acordei de manhã cedo e logo vesti

meu manto negro sem me alimentar,

meu nome é Luke Roscoe, atualmente

sou um Ceifeiro de Almas que

trabalha todo o santo dia feito um

escravo a troco de nada.

O sol iluminava levemente a manhã

sombria no lugar onde eu moro,

conhecido popularmente como

Limbo Dimensional, mas bem, eu

prefiro chamar de Parque do Tédio.

Não demorou muito para eu ouvir

meu nome ser chamado:

– Luke Roscoe, se dirija ao centro de

operações imediatamente.

A maioria dos outros Ceifeiros

normalmente se cagariam de medo ao

ouvir uma convocação dessas feita

pelo Rei Ceifeiro diretamente, mas

no meu caso é diferente, afinal, faz apenas algumas semanas que fui

promovido para Ceifeiro de Elite e

isso só me dá mais trabalho, se eu

soubesse que seria assim, teria feito

um trabalho meia-boca só pra ter mais

tempo livre, mas infelizmente é tarde

demais.

Vesti minhas botas e apoiei minha

enorme foice em minhas costas, saí de

minha pequena casa de madeira e fui

andando pela floresta até chegar em

um castelo em meio a algumas

árvores, pelo visto o único privilégio

que recebi ao longo desses mil e

seiscentos anos foi uma casa de

madeira perto do castelo para não me

atrasar, lá se foi minha estratégia de

vagabundagem...

Ao entrar pelos enormes portões e

andar até chegar próximo ao trono,

curvei minha cabeça e esperei as

ordens, é compreensível o medo da

maioria pelo Rei Ceifeiro, afinal todos

nós temos uma aparência humana, já

ele tem um corpo deformado e

humanoide, semelhante a um corpo

em decomposição. Acho que nunca

vou saber se ele tem essa aparência de

propósito para assustar seus

subordinados, ou se simplesmente não

pode fazer nada em relação a isso.

– Sua missão hoje é levar a alma de

uma paciente em estado terminal de

câncer, ela está no quarto 38 do

hospital, o portal já está aberto, volte

antes do sol se pôr e nem pense em me

enrolar! – Disse o Rei Ceifeiro sem

demonstrar expressão olhando

friamente para mim.

– Sim senhor. – Respondi

rapidamente e sem perder tempo fui

para o portal, porém logo fui

interceptado pelo rei que me alertou:

– Só mais uma coisa.

– Que coisa?

– A paciente, digamos que ela possa

ser um pouco... peculiar, mas estou

confiando em você para cumprir essa

missão, não me decepcione.

– Para de enrolar, fala logo o que ela

tem.

– Ela não morre.

– Como assim não morre? Se não

morre o que eu estou indo fazer lá?

– Seu tempo estimado de vida já se

esgotou a muito tempo, porém, seu

coração sempre volta a bater após uma

morte súbita, mas bem, resolver esse

mistério é o seu trabalho né? –

Responde o Rei Ceifeiro com um

sorriso irônico no rosto.

– Não devia confiar tanta

responsabilidade assim em alguém

como eu... Um dia vai acabar se

decepcionando.

– Se isso um dia acontecer é só te

matar.

– Me matar né? Falar é fácil.

Após essa troca de ameaças me virei

e saí pelo portão