A Tocha Entre Os Reinos
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A Tocha Entre Os Reinos - Andressa Correia
O Nascimento
Irei lhe contar a bela história da menina Elle Fleury, mas para isso, precisamos regressar a tempos antigos, em um pequeno vilarejo próximo ao reino de Alfeunny. O tempo da ocorrência dos fatos não é de suma importância, pois a principal relevância é que esta história de fato aconteceu, criando um elo entre a fantasia e a realidade e nos impulsionando a sempre ir além.
Tudo começou em um dia tempestuoso, com uma queda d'água nunca vista antes, onde em um pequeno quarto estava Donata, caminhando para dar à luz a sua segunda filha, cujo nome seria Elle Fleury. Na sala, a poucos metros do quarto, estava Louis Fleury e sua primogênita, Lina, oscilando entre estarem ansiosos para receber a mais nova pimpolha da família, e atemorizados por estarem abaixo do tempo mais horripilante que o pequeno Vilarejo Oliviers já havia presenciado. Mal sabiam eles que aquele seria o dia divisor de águas em sua família.
As horas estão a se passar. Para alívio dos nervos, a tenebrosa chuva cessa, mas o céu permanece soturno. O clima aperta dentro de uma densa nuvem de apavoro, pois já se foi a manhã, e à tarde aparenta querer se recolher depressa. O parto está demorado em dez horas, sendo oito dentre as dez passadas caracterizadas com momentos de muito grito, choro e sofrimento por parte não apenas de Donata, mas também de sua família. Um parto demorado, em um dia escurecido, com dores de gemer o Espírito.
Subitamente, a ajudante da parteira aponta na sala e chama Louis para ver sua amada esposa, apenas ele, deixando a pequena Lina a entrar em um momento de desespero. Não havia choro de bebê, apenas gemidos tão baixos que aparentavam ser de outrem, não da mesma mulher que parecia estar dentro de uma fornalha. Louis se
Imagem em preto e branco Descrição gerada automaticamente com confiança médiaapressa a fazer o que a ajudante havia lhe comunicado. Chegando ao pequeno quarto, ele vê sua amada quase a desfalecer com sua filha ainda no ventre:
— Donata, minha flor. Eu estou aqui — Diz Louis, ao pegar na mão de Donata, deixando-lhe um beijo.
— Hmmm, Lo… Lou... — Tenta ela exclamar seu nome.
— Não, não, minha amada. Não diga nada — Diz ele em prantos — tente se esforçar mais um pouquinho, está bem? Jaja tudo isso acaba e a nossa pequena estará conosco, você ficará bem!
Ao som do esposo motivando-a, Donata usa suas últimas forças para tentar trazer ao mundo sua pequena luz. Em alguns minutos, ocorreu o milagre! De longe dava para ver os muitos e escuros cabelos da pequena Elle que, enfim, chegou ao mundo. Mas o inesperado aconteceu! Elle não deu seu choro de vida, e sua mãe parecia estar perdendo o sopro de vida dela. Louis se vê à beira de um naufrágio. Rapidamente a ajudante tenta ressuscitar Elle, e a parteira expulsa Louis do pequeno quarto para poder socorrer Donata. Alguns minutos após, Elle deu seu choro para a vida. Para meio alívio, a pequena luz estava bem, mas sua mãe precisava de cuidados.
A ajudante trata de Elle e a entrega a seu pai, e se apressa a voltar ao quarto rapidamente para ajudar Donata. Lina, a primogênita, permaneceu quieta sem esboçar reação ou qualquer movimento, enquanto Louis estava em júbilo por estar com Elle em seus braços:
— Venha! Vem até aqui Lina, ver como sua irmã é linda.
Lina permaneceu imóvel:
— Vem filha, vem aqui, o que está acontecendo com você?
A menina não pode dar sua resposta. A parteira abre a barulhenta porta e caminha com a ajudante até a sala. Louis, com a pequena Elle nos braços, arregala os grandes olhos cheios de lágrimas, e Lina finalmente esboça algo. Ela se move dois passos para frente:
— Eu… — Tenta dizer a parteira, ao cair em prantos, pois era amiga da família — Eu sinto tanto, Louis. Tentei salvá-la, eu juro que tentei. Eu sinto muito.
Imagem em preto e branco Descrição gerada automaticamente com confiança média— Não! Eu confiei em você, eu confiei nela, ela não podia ir, não agora, não antes de mim — Diz Louis ao correr para o quarto com Elle em seus braços.
Lina corre também, não em direção ao quarto, mas sim para a casinha de ferramentas do seu pai, e ali ela deixa cair a máscara de pedra e se rende à dor que ela precisava sentir. Chora sozinha, como sempre fez, pois ninguém jamais em Oliviers deve demonstrar sentimentos fracos.
Enquanto isso, no quarto, as parteiras se despedem por ora, pois elas precisam se recuperar do dia tenebroso que viveram junto da família Fleury, e por cortesia, irão arranjar tudo para que o corpo de Donata seja retirado dali e encaminhado para o seu velório. E, assim, elas foram executar tudo, deixando Louis sentir sua perda sozinho, pois no Vilarejo Oliviers era comum não demonstrar abertamente a outros os seus sentimentos. Então, o ferreiro se pôs a lamentar em cima de sua amada:
— Até o fim você foi guerreira — Diz ele acariciando o rosto de Donata — Olha nossa filha Elle, ela é linda e se parece comigo, era o que você temia né? Que ela se parecesse comigo! Por que você se foi, minha amada flor? Por que fez isso comigo? Por que me deixou só? Agora estou perdido.
Em prantos, ele permanece por horas ali, até que a pequena Elle cai no choro, e chora, e chora. Nesta altura, Donata já foi levada, e Louis já fora do quarto percebe que uma de suas filhas havia sumido sem ver sua mãe, e a outra filha não havia sido amamentada. Porém, ele teve uma idéia iluminada para suprir a necessidade de Elle, mas antes teria que achar Lina, pois agora ele é pai e mãe de duas garotas. Ele grita por Lina que, sem demora, sai da casinha de ferramentas e se dirige até o seu pai que estava em seu quarto, quarto esse que irá dividir com a irmã, ideia essa que desde o início foi odiada por ela. Então, com a cara inchada, mas sem demonstrar reações, Lina abraça o seu Pai:
— A mamãe se foi, Lina. Ela se foi... será só nós três agora tá, minha princesa? Você será uma boa moça e irá me ajudar, não vai?
Imagem em preto e branco Descrição gerada automaticamente com confiança média— Sim, Papai. Eu serei uma boa moça, e irei te ajudar sempre, somos só eu e você agora.
— Não, Lina, tem sua irmã, a Elle. Esqueceu?
Elle neste momento para os resmungos e volta a chorar:
— Como vou esquecer essa menina irritante, por causa dela a mamãe morreu.
— LINA! — Gritou Louis — Nunca mais repita isso novamente, nunca mais, tá me ouvindo?
A menina balança a cabeça em concordância com o pai que, sem delongas, caminha com as filhas. Já havia muita demora e Elle estava faminta. Ele leva as meninas para a casa de seus amigos Filinto e Mirela Lecomte, pois eles há pouco tempo deram à luz ao seu único filho, Teodorico. Portanto, Mirela tinha leite e poderia ajudar, e assim fez, de todo bom grado alimentou Elle.
Havia se passado algumas semanas após o fatídico ocorrido daquele dia sombrio, o pequeno Vilarejo Oliviers voltou ao normal, mas a vida dos Fleury havia sido virada de cabeça para baixo. Louis ainda não havia voltado ao trabalho como ferreiro. Ele estava a pensar como conciliaria o trabalho e os cuidados com as filhas. Lina permanecia independente com sua pose de coração de pedra, e Elle em seus primeiros dias de vida encantava a todos e vivia normalmente como recém chegada.
Donata Fleury, a então agora falecida, era muito querida por todos no Vilarejo. Dona de uma beleza única, ela sabia entender a todos. Sempre muito respeitosa, Donata lidava com as pessoas como ninguém. Seu falecimento foi um baque para todos os moradores de Oliviers, mas mesmo sendo muito querida, seu enterro foi frio, assim como quase tudo naquele Vilarejo. As pessoas de lá tratam os sentimentos como algo ruim que não pode ser demonstrado, principalmente na frente dos outros. Todos neste lugar são bem ranzinzas, sendo reservados em tudo o que se propõem a fazer.
O Vilarejo de Oliviers é pequeno em sua extensão, mas guarda grandes mistérios. Um lugar de pessoas endurecidas, pessoas que se guardam dentro delas mesmas no mais profundo escuro que possa
Imagem em preto e branco Descrição gerada automaticamente com confiança médiahaver em um ser humano. Donata agia como tal, mas sentia diferente; ela sabia que as paredes não tinham só ouvidos, mas podiam falar também. E este lugar será o berço de Elle, que poderá decidir em ser ou não ser mais um coração gelado neste lugar. Louis, que nunca saiu de Oliviers desde sua infância, teve que tomar uma decisão que não agradava o seu coração, mas que seria de grande ajuda para agora sua incompleta vida:
— Lina, minha filha, quero conversar com você, sente-se aqui comigo — Diz Louis enquanto eles sentam no sofá da escura sala.
— O que houve, Papai? — Falou Lina sem imaginar o que poderia ser.
— Já faz algumas semanas que a mamãe se foi e eu preciso sustentar esta casa, e com sua irmã pequena, não é muito fácil para mim, você me entende?
— Sim, Papai. Eu entendo — Diz a menina com o semblante um pouco fechado.
— Filha, eu tomei uma decisão que será para o nosso bem. Escrevi para a vovó e vou te mandar para morar com ela.
— Mas Papai — Disse Lina, aumentando o tom de voz — Você precisa de mim, a mamãe se foi eu não posso ir também.
— Calma, filha, está tudo bem. A vovó mora em um reino grande, lá será melhor. Você poderá estudar, e ela vive sozinha, vai amar sua companhia. Faça isso por mim, está bem? Te prometo que darei conta.
Lina, então, decide atender a vontade de seu pai, mesmo com dor no coração por deixar seu lar. Ela estava ansiosa, aliás, sua avó mora em um Reino de verdade, não em um Vilarejo mal conhecido, e ela poderia crescer e se desenvolver melhor por lá.
No Vilarejo pequeno logo a notícia se espalhou, e todos ficaram a saber que a primogênita dos Fleury iria deixar sua casa, sonho de muitos naquele lugar, mas realidade rara para quase todos. Lina, então, começa a arrumar suas coisas, pois na manhã seguinte, ela zarparia para um belo e real Reino, como assim eles chamavam.
Imagem em preto e branco Descrição gerada automaticamente com confiança médiaOs reinos eram diferentes em tudo em relação ao Vilarejo. Oliviers não tinha crianças a brincar na rua, não havia luzes por todo o lugar, não havia muita música, e o mais intrigante, não tinha muitos animais domésticos, os únicos animais que ali haviam em uma proporção razoável eram os que serviam de alimento para a população. Na manhã seguinte, na pequenina estrada afastada do Vilarejo a menina Lina pegou uma carroça e estava a deixar Oliviers. Seu pai, a partir dali, tinha desafios pela frente, e o gelado Vilarejo estava prestes a ganhar luz através do crescimento de uma bela garota chamada Elle Fleury..
Imagem em preto e branco Descrição gerada automaticamente com confiança médiaOs tempos avançam
Treze anos depois…
É aqui que começam as aventuras de Elle. Sua infância foi pacata assim como a infância de qualquer outra criança em Oliviers, mas aos seus 13 anos, despertaria ainda mais a esperança que ela guardava dentro de si de que havia muito mais além dos montes que cercavam aquele cinzento vilarejo. Oliviers era um vilarejo pequeno; para se adentrar nele, precisava passar por uma ponte que se localizava acima de um estreito rio. O pequeno Vilarejo acabava em montes que, ao subir neles, podíamos ver uma breve campina, que logo após dava vista à floresta de Jaspe. Elle morava perto dos montes e sempre subia para observar de longe a floresta, mesmo sendo alertada por seu pai Louis que jamais deveria se aproximar de lá, pois os moradores de Oliviers contavam histórias que não