Torcer E Morrer Até Quando
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Torcer E Morrer Até Quando - Zeca De Medeiros
Zeca de Medeiros
TORCER E MORRER
ATÉ QUANDO?
Londrina
2017
TORCER E MORRER ATÉ QUANDO?
Copyright © 2017 by Zeca de Medeiros
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste ebook pode ser reproduzida, distribuída, transmitida ou armazenada, no todo ou em parte, por qualquer meio, incluindo gráfico, eletrônico ou mecânico, sem a expressa autorização por escrito do autor.
Revisão
Virgínia Ayres
Capa, Projeto gráfico e Diagramação
Studio Moons | studiomoons@uol.com.br
QUARTA CAPA
Imagina você, sendo o maior fanático torcedor pelo Palmeiras, um dia vestindo a camisa e torcendo pelo arquirrival Corinthians? Sim, é isso mesmo que poderá acontecer com o personagem dessa dramática história de ficção vivida por Thomas, um jovem rapaz que num determinado momento ficará com o coração entre a cruz e a espada. Sua paixão como torcedor será colocada à prova diante de um amor por alguém muito especial, como jamais acontecera antes. Você não pode deixar de ver o final desta eletrizante história.
ORELHA 1 – SOBRE ESTA OBRA
Torcer e morrer até quando? fala sobre um romance vivido por um jovem rapaz e uma garota. A história tem como pano de fundo a rivalidade entre dois dos maiores times de futebol do Brasil, Palmeiras e Corinthians.
Esse romance tinha tudo para ser como a maioria, um clichê, não fosse por uma nova personagem que entrará para mudar não somente a história como o coração de muitos, principalmente do personagem do livro.
ORELHA 2 – SOBRE O AUTOR
Zeca de Medeiros nasceu em Sarapuí, interior de São Paulo. Mora em Londrina. Atualmente atua como autônomo no setor automotivo e dedica suas horas vagas para se aventurar na escrita.
É autor do romance O Diario de uma Mente Adormecida (2015), do autoajuda Ciúmes - Como Controlar através dos Signos e seus Elementos (2016).
Introdução
Promessas de um torcedor conta a história de um jovem rapaz, fanático por um dos maiores times de futebol do Brasil chamado Palmeiras, que vê sua vida mudar completamente quando conhece uma garota, Nicole, que o leva com o passar do tempo a entrar numa situação nunca sonhada antes por nenhum torcedor no mundo.
Nessa dramática história o personagem viverá sua mais árdua missão, sua paixão será colocada à prova diante da mais difícil batalha que um ser humano pode enfrentar e apenas o amor será capaz de manter vivo o sonho desse rapaz apaixonado.
1
Essa é a história de Tomas, mais conhecido como Tom. Um rapaz jovem, atraente, nascido na cidade de São Paulo. Ele pertencia à geração y, era conservador demais fugindo um pouco dos costumes dos jovens de sua época.
Filho único, sempre morou com os pais na capital paulista, em um bairro que se chamava Bela Vista, mas sempre foi conhecido como Bexiga. Esse bairro concentrava a maior parte dos imigrantes italianos que desembarcaram no Brasil no final do século dezenove.
Seu bisavô paterno, junto com outras centenas de italianos, foi o primeiro da família a desembarcar aqui no Brasil e isso ocorreu já no início do século vinte. Ele deixou o nordeste da Itália, mais precisamente a região de Vêneto, lugar de origem da maioria dos primeiros imigrantes italianos que aqui desembarcaram na época.
Muitos na época foram para a América, no entanto o bisavô do Tom decidiu se aventurar nas terras brasileiras.
Ele deixou a Itália assim como os demais imigrantes italianos, para recomeçarem a vida em outro continente em virtude das transformações socioeconômicas daquela época que afetavam boa parte da Europa ocidental.
Tom era filho único e sempre foi um exemplo de filho devido a seu comportamento familiar e escolar. Sempre foi muito sonhador, o que o fazia almejar muitas coisas para o futuro.
Uma das coisas que Tom mais amava era o esporte e o preferido era mesmo o futebol, pois desde pequeno ele sonhava em se tornar um jogador profissional, assim como era desejo e sonho de milhões de brasileiros. No entanto, com o passar do tempo, a realidade mostrou que Tom não levava jeito para esse tipo de esporte uma vez que ele não possuía o dom para tal atividade. Para se ter uma ideia da situação, nas peladas realizadas no bairro Tom sempre era o último a ser escolhido para integrar o time, isso quando ele não ficava de fora do jogo, o que o deixava muito triste.
Bom, a carreira como jogador não deu certo, no entanto a paixão pelo futebol foi adiante e Tom acabou se tornando o mais fanático torcedor da família.
Tom não era só fanático, assim como muitos brasileiros, era exagerado, às vezes parecia ser uma paixão doentia, uma coisa totalmente alucinante na vida dele.
Ele torcia por um grande time que se chamava Palmeiras, um dos maiores clubes do Brasil. Sociedade Esportiva Palmeiras ou Palmeiras, como é conhecido popularmente, foi fundado por imigrantes italianos.
O ano da fundação do time é 1914, um pouco depois da chegada de seu bisavô aqui nas terras tupiniquins.
O Palmeiras sempre foi um dos times mais vitoriosos do Brasil com inúmeras conquistas nacionais e internacionais.
Da mesma forma que Tom começara a amar o Palmeiras como seu time do coração, ele também começou a odiar o seu principal rival, outro grande e tradicional time da cidade de São Paulo, que se chama Corinthians.
O Sport Clube Corinthians foi fundado por operários no ano de 1910, no Bairro Bom Retiro, na capital paulista.
Seu nome foi inspirado no Corinthians FC de Londres, que na época de sua fundação excursionava pelo Brasil fazendo alguns amistosos, entre eles contra operários ingleses e brasileiros que trabalhavam nas linhas férreas que começavam a explorar o progresso brasileiro.
Assim como o Palmeiras, o Corinthians sempre foi um time vitorioso.
Esses dois times de futebol são os maiores rivais da América inteira, sendo visto por alguns especialistas no assunto como a maior rivalidade no mundo esportivo dentro de campo.
Em dia de jogo entre eles, o País praticamente para para assistir o derby, e isso não só os torcedores do Palmeiras e Corinthians como todos os outros torcedores que amam futebol, uma vez que esse é o clássico mais esperado e explosivo que acontece todo ano e que atrai holofotes do mundo todo.
Os dois times estão entre os que detêm maiores números de torcedores no Brasil e juntos somam mais de cinquenta milhões de torcedores espalhados por todo território nacional. Isso sem contar os que não residem no Brasil e que estão fora das últimas contagens.
Para se ter uma ideia do tamanho dessas duas torcidas juntas, elas são maiores que a população inteira de países como Espanha, África do Sul, Coreia do Sul, Argentina e outras.
Tudo isso inflama mais ainda a rivalidade, o que impulsiona cada vez mais o confronto dentro de campo.
Pelo seu fanatismo ao time, não demorou muito e ainda muito jovem Tom se tornou membro da maior torcida organizada do clube. Ele amava tanto o Palmeiras que havia ano que ele não perdia um jogo do time.
Tom chegou até a atravessar os Oceanos Pacífico e Índico para ver o Palmeiras jogar.
Isso aconteceu numa única ocasião e foi em 1999, quando Tom e seus amigos foram até o Japão para torcerem pelo Palmeiras que disputaria o título mundial interclubes daquele ano.
A final foi entre Palmeiras e Manchester United da Inglaterra e, infelizmente, seu time perdeu a grande final e o time inglês ficou com o título tão sonhado por ele e os demais torcedores alviverdes.
Tom e seus amigos que tinham ido ver aquela tão esperada final voltaram arrasados.
Naquele voo de volta, Tom teve uma conversa com o amigo que estava sentado ao seu lado. Disse ao amigo estar arrasado e que aquela era a maior derrota já sofrida por ele. Entretanto, naquele mesmo instante Tom teve um pressentimento estranho e voltou atrás com sua afirmação dizendo que talvez fosse a maior.
Seu amigo achou estranho e disse: Talvez?
.
Em seguida foi além e completou: Imagina! Pior que essa derrota só mesmo a Seleção Brasileira ser goleada numa final de Copa do Mundo
.
Bom, naquele instante Tom ficou em silêncio por alguns segundos, em seguida disse ao amigo que talvez, um dia, aquele pressentimento revelaria algo.
A verdade era que Tom teve um pressentimento estranho, assim como muitos de nós temos e não damos importância. Apenas o futuro iria dizer para ele o que estaria por trás daquele pensamento que tivera.
A viagem de volta continuava e naquele momento a preocupação dele já era outra, pois além de não levar o título ele tinha que aguentar as provocações dos torcedores rivais, entre eles os corintianos que Tom tanto odiava.
Tom, naquela viagem para o Japão, havia gastado todas as suas economias, mais a ajuda do seu pai que ganhara como presente de aniversário de 18 anos.
Mesmo com as derrotas, Tom continuava sua jornada firme na torcida por dias melhores.
Nas conversas com os amigos sempre havia o Palmeiras como tema principal e às vezes a conversa passava para um tom de discussão. No entanto, nunca chegou à agressividade, o que era comum entre alguns torcedores.
Tom era tão fanático que seu quarto era repleto de acessórios do Palmeiras. Havia tudo sobre o time, era uma verdadeira enciclopédia acumulada ao longo de anos.
Sobre como Tom havia se tornado Palmeirense ninguém sabia ao certo, no entanto o pai de Tom mencionava que o filho deve ter começado a se tornar palmeirense logo aos dois anos de idade e tudo indica que foi sobre a influência do seu tio, torcedor do Palmeiras, que lhe deu como presente de aniversário uma camisa do time naquela ocasião em que ele comemorou os dois primeiros anos de vida.
Quase todos da família do Tom eram torcedores do Palmeiras, no entanto nenhum igual a ele.
Numa outra ocasião quando Tom tinha apenas seis anos de idade o seu tio o levou ao Parque Antártica, que era o estádio do Palmeiras, para eles assistirem a um jogo entre Palmeiras e seu maior rival Corinthians.
Foi numa tarde de domingo, e acho que ali no meio daquela arquibancada do estádio lotada de fanáticos de ambos os times pulando e gritando, que ele se tornara o verdadeiro e fanático torcedor.
Logo em seu primeiro jogo, que era uma final de campeonato estadual, ele torceu igual gente grande e foi pé quente. Viu o Palmeiras vencer o derby e assim conquistar o título estadual daquele ano.
Com aquele feito seu tio não se conteve de tanta alegria logo na estreia do sobrinho como torcedor.
Após aquele jogo eles deixaram o estádio e seguiram para casa e pelo caminho se misturaram na multidão de torcedores que ocupavam as ruas do bairro comemorando o título estadual conquistado.
Tom morava num bairro de imigrantes italianos, o que fazia com que em dia de jogos e principalmente seguido de conquista as ruas se enchessem de torcedores fanáticos para ali comemorarem.
Naquela tarde durante o caminho de volta e com o título o tio parou com o pequeno Tom em uma sorveteria ali mesmo no bairro para tomarem sorvetes enquanto os milhares de torcedores gritavam campeão em frente ao estabelecimento.
O pequeno Tom amava sorvetes e naquele dia o tio de tão feliz que estava com a conquista do título do time liberou sorvete à vontade para o pequeno e mais novo torcedor alviverde.
Foi naquele mesmo dia que após minutos sentados e para surpresa do tio que o pequeno Tom todo melecado de sorvetes perguntou para ele quando iriam ver o time deles jogar novamente.
Ali naquela hora o tio que já estava feliz com o título de campeão olhou para o pequeno e deu um enorme sorriso dizendo que a hora que ele quisesse o levaria de novo para o estádio e num gesto de alegria o abraçou fortemente dando boas-vindas ao novo integrante dos milhões que já tinham o Palmeiras como time do coração.
Naquele instante o tio do