Gavetas da vida
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Sobre este e-book
Tudo está interligado. Tudo é ponte. Somos pontes e temos pontes. Você já parou para pensar como cada ação nos levou a algum lugar? Algumas definidas pelo nosso livre-arbítrio e outras aconteceram sem o nosso controle.
Todos nós somos aprendizes nesta grande escola chamada vida!
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2 avaliações1 avaliação
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5O livro é maravilhoso. Impossível parar de ler. Nota mil.
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Gavetas da vida - Lysandra Fortes do Amaral
Constatação preludial
Lysandra deu-me a honra de ler as notas, já maduras, de seu Gavetas da vida .
Por algum tempo foi leitura regular. Neste lapso, soube de suas experiências, contatos com pessoas, com a espiritualidade, com seus sentimentos.
Abri escaninhos vitais, particularidades que jamais saberíamos, se ela não as quisesse compartilhar.
Nosso caminhar existencial, como bem demonstram as histórias que são verdadeiros biografemas de pessoas queridas à autora, é constituído de mulheres e homens que contribuíram para nossa formação íntima.
Os locais, igualmente, revelam o caráter daqueles com quem convivemos, e este livro bem descreve sua importância.
Um dia resolve-se tornar a nadar e, claro, escolhe-se uma piscina, e abre-se um novo nicho relacional com Anita e a escrita.
Pontes, conexões são referências importantes à Lysandra. Em seu livro podemos vê-las a cada ocasião em que alguém abre-lhe uma porta.
Porta ou gaveta, por vezes, têm a mesma função: permitir o acesso a algo ou alguém. Por uma enveredou para o noviciado dos estudos espíritas, onde obteve conhecimentos, fez apresentações, reconciliações e até despedida.
Conta sobre Doni, Vera e Facundo, o morador de rua. Estão presentes, também, os conteúdos das gavetas abertas no trato com Nancy Westphalen, no reencontro com Bel, na descrição da odisseia da agrônoma Sirlene. A avó Eliane e suas veredas revelam muito da neta Lysandra. Seu registro sobre Arioswaldo Trancoso Cruz, a par de justa homenagem, proporciona-nos conhecer e reconhecer em sua vida e obra a imortalidade do artista e escritor.
E das gavetas saem malas prontas para recordar aventuras de passeios e amizades. Nem só de prosa compõe-se este primeiro trabalho de Lysandra. Ela nos deleita com seus poemas e as reflexões dali extraídas. É um início, um batismo literário, uma imersão quase mística no que tem dentro das Gavetas-memórias da vida ou Vidas de Lysandra. Há muitas sendas a percorrer, mas a escritora já se define neste livro. Sua capacidade descritiva é manifestada quando se refere, delicada e detidamente, às virtudes daqueles que ama, sabendo reconhecer-lhes existências bem-sucedidas apesar, como sempre, das dificuldades, dos desafios e das dores.
Um livro é exatamente isto: o desvelar de fatos, pessoas, ideias, ficção, com sentimento, com entrega e com honestidade ao que se dar aos outros.
Prefácios devem ser sucintos. Por isso, para encerrar transcrevo o poema Iansã, de Lysandra, que parece sintetizar bem seu livro:
Iansã
Vento e ventania vem ventar
E minha alma chacoalhar
E na tua ventania vem levar
O que minha alma não suporta carregar
E na tua ventania vem trazer
O que minha alma anseia receber
Vento ventania vem ventar.
Alberto Vellozo Machado
(38a cadeira Nestor de Castro
da Academia de Letras José de Alencar.)
A piscina
Curitiba — Paraná, fevereiro de 2022
Resolvi resgatar uma de minhas antigas paixões: voltar a nadar. Estava longe das piscinas há mais de 10 anos e sentia, naquele momento, que iria me fazer bem.
Não por razões estéticas do corpo perfeito, ou para seguir o conceito-padrão da sociedade, ou porque você precisa fazer alguma atividade física
. Senti que precisava de movimento. Logo, quis conectar com a água, novamente. Foi inquestionável dentro de mim! Esse era meu próximo passo.
Conhecia havia pouco tempo o Clube Thalia e resolvi me associar para nadar nas raias livres, sem a necessidade de instrutores.
No primeiro dia, a surpresa! Ao invés de nadar, minha maior contribuição para meu corpo foi ingerir o maior volume de água possível, durante o tempo que estive com a cabeça submersa. Em prol do cuidado de meu corpo e alma, estava lá, a me movimentar e tentando me relacionar novamente com a água; uma grande dificuldade: estávamos como água e óleo misturados ao se decantar, cada um se encontravia em seu lugar, você para lá e eu para cá. O que nadei? Crawl? Peito? Estava mais para cachorrinho, quando caí desesperada à beira de uma piscina. Onde estavam os movimentos que aprendi?
No segundo dia, estava mais confiante; consegui fazer meus primeiros 200 metros com muito esforço, mas ainda não tinha nada de nadadora.
Entusiasmada com meu avanço, eis que me deparo com uma mulher invadindo minha raia:
— Seja bem-vinda! — disse ela — Anita.
Após se apresentar com toda simpatia que logo me conquistou, uma presença inusitada na minha vida, dentro da piscina, na parcela em que reservei como minha, fora invadida, com tanta luz. Será que fui invadida ou iluminada? Me apresentei acompanhada de um sorriso acanhado. Anita desembrulhou um presente conselho de vida, dizendo: Deve persistir em tudo o que você deseja!
. Um presente que poderia ser convenientemente passado
; todavia, grande presente, guardei com muito amor. Marcante como foi, sem esperar mais sinais, tornou-se meu lema: PERSISTIR!
As palavras têm poder sobre nossas escolhas. Quando acatei a palavra persistir
como um lema para minha vida,