Veredas: Caminhos Poéticos
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Veredas - Adelson Caldas S. Mello
Conteúdo © Adelson Caldas S. Mello
Edição © Viseu
Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, incluindo ainda o uso da internet, sem a permissão expressa da Editora Viseu, na pessoa de seu editor (Lei nº 9.610, de 19.2.98).
Editor: Thiago Domingues Regina
Projeto gráfico: BookPro
Coordenação Editorial: Giselle Rocha
Consultoria Editorial: Rafael Silva
Copidesque: Isis Maureen
Revisão: Sawara Brasil Moreira
Capa: Pamela Luz
Diagramação: Ytana Mayanne
e-ISBN 978-65-254-4269-3
Todos os direitos reservados por
Editora Viseu Ltda.
www.editoraviseu.com
PLENA DEDICAÇÃO
Em especial, ao ilustríssimo Delegado de Polícia, Dr. Marcio Caldas e ao Professor Universitário, não menos dignitário, Diego Caldas. A todos os membros de minha primeira família: aos meus pais, José da Silva Mello e Maria José Caldas Mello (falecidos); aos meus irmãos, José Mello Filho (zezito) e família; Miguel e família; Cremilda (falecida) e família (falecidos); em especial aos irmãos: Agnaldo (melinho), Aydil e Antonio (tunico) e família; Ademildes e família; Albérico e família; Édson e família; Arlene e família; Waltere família; e Adauto e família (seu boy
). Aos inesquecíveis netos Luan, Larissa, Alan Mello, Luís Fernando Caldas Dias Mello, Victor Stulzer Mello e Nícolas Caldas Mello. Em especial à neta Anna Flávia Mello Zóccoli e ao bisneto Marcus Antônio Mello e Cael Heitor e a nascitura Maitê. À dileta sobrinha Luciana Gomes Mello e família; à fidelíssima biomédica e prima neta Catarine Maciel e família. Aos diletos amigos Mário Ferreira Gomes, ilustre presidente da Academia Neolatina e Americana de Artes – ANAAe família; e ao vice-presidente, José Damião dos Santos e família. Aos ilustríssimos pares da Academia Neolatina e Americana de Artes – ANAA.Ao colaborador e instrumentalista da Academia Neolatina e Americana de Artes, o compositor Ronaldo Esteves Cammarota, preceptor da radio Universidade Católica de Petrópolis. Ao jornalista e amigo de Alagoinhas–Bahia Belmiro Deusdete Ferreira de Araújo e família.
Glossário
Explica palavras poucas conhecidas, obscuras ou incomuns; termos léxicos ou de uma área do conhecimento; tipo de dicionário específico para palavras e certas expressões introduzidas ao leitor.
APRESENTAÇÃO
Adelson, sob texto da exortação:
Vai, poeta...
Dar conta,
Em canto,
De tua missão de sentidor!
Presta tua generosa percepção de esteta
Ao solidário traduzir
Dos códigos do sentir
Que clamam por teu apostolado de intérprete.
Arauto do sublime,
Porta-voz do indescoberto,
Profeta do sentimento
– que é mistério e simplicidade.
Foste ungido
Cristo e Cireneu
Da cruz do irrevelado
Que é imperioso cantar...
E ainda que não entendam a singularidade de teu mistério
Vai à lide,
Missionário do clamor insuspeitado...
E que o sentir
Feito verbo
Torne-se canto
E habite tua voz!
Jose Damião dos Santos
Vice-presidente da Academia Neolatina e Americana de Artes-ANAA
INTECORRÊNCIA
Não viva a vida
,
unicamente pelo que te oferece o dia a dia
– e viva mais...
Não veja a existência
,
unicamente pelo que te oferece a natureza
– e veja Deus!
Glossário:
Intercorrência: aquilo que expressa mudança, variação, modificação, alternância, intercalação, revezamento.
AURA
Ver a beleza desnudada tendo olhos de lince;
e ver a aura
dos santos, com a visão de Leonardo da Vinci...
Ver o nu sem as vestimentas da tela;
e ver que a vida sem maquiagem é mais bela!
Ver no romper da aurora a sucessão da vida;
e ver na gota de orvalho a tua alma refletida!
Ver que sem culpa e sem pecado o Ser nascia;
e ver a obra prima do artista que pintou teu destino um dia!
Ver através da retina a vida
que ainda temos;
e ver a vida
que com a visão seletiva não vemos!
Ver nos ganhos vantagens e também superação;
e ver que espírito elevado e bonomia é uma ação!
Ver que nas adversidades ainda consegues tudo que almejas;
e ver que podes dizer para a tua simetria: vicejas!
.
Ver que a vida é um privilégio também do vir-a-ser;
e ver cada dia pulsar em tua unidade um novo Ser!
Ver que a tua vocação para a vida transcende a coisa-em-si;
e ver aqui mesmo a imanência do teu Devir!
Ver que da seiva-bruta jorra toda essência;
e ver na fé e na sabedoria a tua excelência...
Ver, por fim, a força criadora
do teu e dos outros, eus
– e ver Deus!
Glossário:
Aura: Zona luminosa em torno de um corpo; conjunto de elementos sutis que caracteriza dada coisa ou pessoa;
Ar: brisa; aragem; vento ameno; fluído ou essência sutil, que emana dos corpos humanos e dos animais; eflúvio psíquico que, por sua vez, participa da mente e do corpo; estado geral do corpo-mente-alma de uma pessoa e seu corpo vibratório; energia imaterial que envolve um determinado ser, e pode ser boa ou má; as pessoas que conseguem visualizar AURAS são as que possuem SINESTESIA EMOCIONAL, é o que ocorre entre pintores, artistas e alguns curandeiros;
Leonardo da Vince: pintor famoso; desenhista; escultor; arquiteto; astrônomo; engenheiro de guerra e engenheiro hidráulico; juntamente com Rafael Michelangelo deram base ao Renascimento; nascido em 15.04.1452 no vilarejo de Vince, Itália;
Lince: quadrúpede de vista permanente; firme e penetrante;
Simetria: relação de grandeza de forma entre as partes; tudo o que observa um certo equilíbrio, relação de equilíbrio = harmonia;
Aonde: indica movimento; aproximação; aonde ele vai; aonde você quer chea; aonde você deve ir; ao lugar a que; a que lugar; para qual lugar; (onde: indica estado de permanência; indica o lugar em que você está; em que lugar; onde está sua filha; onde iremos nos hospedar; não sei onde fica este lugar)
Retina: membrana sensível e mais interna do olho, que recebe a impressão luminosa;
Seletiva: que escolhe com critério e rigor; que escolhe ou seleciona bons amigos; que seleciona tendo em conta preceitos ou objetivos determinados, rigorosos;
Devir (devenir): vir-à-ser, transforma-se; tornar-se; passar a ter existência;
Imanência: que existe sempre num determinado objeto, inseparável
HOMENAGEM PÓSTUMA
Nasci com atributos de vida,
de existência e de Deus...
Quando morrer, certamente,
levarei tudo
o que é meu
(para a eternidade!)
-minha vida também?!
Glossário:
Atributo: símbolo, ícone, acessório, faculdade, apanágio, virtude, predicado, particularidade.
O ESPAÇO E O TEMPO
O vento
passa e repassa
– as nuvens passam e repassam!
A chuva
passa e repassa
– os ciclones e as tempestades passam e repassam!
O sol
passa e repassa
– a lua e as estrelas passam e repassam!
A aurora boreal
passa e repassa
– o equinócio e o solstício passam e repassam!
O dia
passa e repassa
– as noites e as madrugadas passam e repassam...
Enfim, o outro dia
passa e repassa;
e o vento e as nuvens e o sol e a chuva... se repetem e passam.
Só a vida humana, em que pese o pari passu, não repassa.
Na estrada da vida, a qualquer momento,
perco o espaço e o tempo?!
Glossário:
Aurora boreal e aurora austral: é um fenômeno óptico, luminoso, impulsionado pelos ventos solares que agressivamente batem no campo magnético que protege a terra, donde são puxados para os polos norte e sul e acontecem as auroras boreais: a aurora boreal do hemisfério norte ou setentrional e aurora austral do hemisfério sul. Ou seja, sempre que há vento solar há uma aurora. O nome aurora boreal foi criado pelo cientista Galileu Galilei em 1619, em homenagem a deusa romana do amanhecer, e Borios, seu representante do vento norte (Ártico, região ao Norte, localizada no extremo norte da terra). Além do planeta terra seria possível contemplar o evento nos planetas: júpiter, marte, saturno e vênus. Equinócio: ocorre quando ao descrever a eclíptica corta o equador e faz com que os dias
sejam iguais às noites
, em toda Terra (em 21 ou 22 de março e 22 ou 23 de setembro = eq. de outono e equimócio. De primavera). Solstício: ocorre quando o sol se acha em um dos trópicos e parece estacionário durante dias (em 21 de junho é solstício de inverno, no hemisfério sul, e em 22 de dezembro no hemisfério norte é solstício de verão). Aurora boreal: opõe-se à Austral ou Meridional.
Ciclone: tempestade de ventos que giram em turbilhão e se deslocam a grande velocidade, e que se destinam a se separar; centro de baixa pressão que se caracteriza pelo movimento intenso de corrente de ar que convergem dos bordos para o centro e se deslocam para fora a altura mais elevada da troposfera; centro de baixa pressão; vento de grande intensidade que gira em círculos como um redemoinho.
Redemoinho: ponto de encontro de ondas (de águas) ou de ventos que seguirão em direção oposta; se forma quando um ponto da Terra está muito quente e transfere esse calor ao ar que está acima dele, o que o faz se elevar e se movimentar em círculos, criando uma área de baixa pressão no chão e levantando poeira, que fica girando em forma de funil, por isso é comum confundi-lo com um tornado.
Troposfera: camada mais inferior ou mais próxima ou mais densa da superfície terrestre, situada de 10 a 12 km de altitude; tem espessura média na latitude média de 12 km.
Estratosfera: é a segunda camada mais próxima da Terra. Possui pouco vapor d’água e quase não apresenta nuvens. Está entre 17 km e 20 km da superfície. A camada de ozônio, responsável por filtrar os raios ultravioletas emitidos pelo sol, está entre 20 km e 35 km da superfície da Terra, ou seja, está localizada na estratosfera. Os aviões comerciais trafegam a altitudes que variam de 9 km a 12 km, ou seja, no limite inferior da estratosfera. Tem um perfil vertical. Sua espessura é de 10.000 km. A coluna de ar que a compõe exerce uma pressão, chamada pressão atmosférica. Como ela depende da densidade do ar conforme subimos, a pressão atmosférica vai se tornando menor.
Atmosfera: é a camada de ar que envolve o nosso planeta; outros planetas do sistema solar: também apresentam atmosfera. É constituída de nitrogênio, oxigênio, gás carbônico etc. É responsável pela manutenção da vida no planeta, visto que uma de suas funções é manter a temperatura estável, impedindo que haja grandes amplitudes térmicas entre o dia e à noite, evitando que o calor se dissipe no período noturno e que haja grande amplitude térmica.
Pari passu: ao mesmo tempo; com o mesmo passo; em igual passo. Ex: as vendas cresceram pari passu com a produção.
MARCAS
Ah!, a minha vivência...
Desde que nasci, é um atributo unicamente
meu!
Portanto, aceitando qualquer intercorrência
.
Ou, cooptando experiência com outrem, não serei mais eu!
É certo que minha vida ontológica ficará no tempo.
No espaço, na lápide, ficarão as marcas
do meu tormento - minha vida terrena, pois, também é eterna?!
Glossário:
Cooptar: agregar, agrupar, associar, compartilhar;
Marca: baliza, limite, raia, fronteira, divisa, marco;
Tormento: revés, ansiedade, dor, azar, sofrimento, aflição;
Epitáfio: inscrição, assentamento, apontamento, lançamento, averbação para comemorar um fato ou a memória de alguém; laje que cobre um túmulo;
Perpetuar: eternar, perpetuar, inscrever, gravar, conservar.
ETERNIDADE
Minha vida é coisa própria...
É minha, é inata, nasceu comigo.
Qando eu morrer, ela resistirá com minha história.
(Não, nem mesmo para tê-la, um amigo?!)
Porquanto, minha vida é; é minha, eternamente.
Quem morre é o corpo...
Deus me aguarda, Ele é paciente,
e sabe que sou eu mesmo e não uma metáfora, um tropo!
Glossário:
Inata: congênita, inerente, que nascdeu com o indivíduo;
Corpo: estrutura física de um organismo, massa de matérias existentes no espaço, materialidade de algo ou de coisas;
Resistir: sustentar, não sucumbir, opor-se, contrapor, enfrentar, reagir;
Tropo: metáfora; figura de linguagem em que emprega uma palavra com o sentido diferente do habitual, atribuindo-lhe uma significação não literal, geralmente transferindo o sentido de uma palavra para outra.
VEREDAS
Busco, na vida material, a vida
na vida espiritual, a outra
vida...
Na vida material, a vida que satisfaz
na vida espiritual, luz e paz!
Na vida material, a vida racional cognitiva
na vida espiritual, a vida celestial contemplativa!
Na vida material, a vida, mesma, e o sobejo
na vida espiritual, a vida que amo e finjo que beijo...
As veredas compensam as alegrias e as tristezas da vivência
, embora também acenem para uma ontológica ausência
.
Ainda mostrem que a vida finita e passageira,
é o prelúdio de uma vida longa, máxima, sobranceira!
E direi, mais, eventual atalho que faça na estrada em nada me confunde,
pois sou eu mesmo aqui, ali, alhures, algures ou no aliunde!
Enfim, no espaço a vida-vivida se resume nesta corpórea presença
e no tempo, se esgota na etérea e intangível crença
da mesma vida no além encontrar e abraçar e beijar.
Ainda que indeterminado o lugar...
Busco a vida que viceja plenamente
– a experiência transcendente!!
Glossário:
Veredas: caminhos estreitos, atalhos, sendas, rumos.
Transcendente: acima dos limites ordinários, superior, supremo.
Sobejo: sobra, resto, excesso.
Cognitivo: faculdade de conhecer, pensar; raciocinar.
Adquirir conhecimento ontológico: é o que não se vê, o que está acima do fenomênico, divino; (ôntico – é o que se vê, imanente do Ser ou a propriedade intrínseca do Ser/Ente).
Prelúdio: prefácio, trecho ou exercício preliminar, prólogo, introdução.
Sobranceiro: que ocupa lugar superior, que olha do alto, orgulhoso, majestoso, altaneiro, sobreposto, superior.
Absentismo: ato de abster-se de; afastado ou ausente.
DOIS DESTINOS
No leito do rio, a água deságua no mar...
Na estrada da vida,
Não sei para aonde estou indo!?
Glossário:
Aonde: indica movimento; aproximação. Exemplos: aonde ele vai; aonde você quer chegar; aonde você deve ir; não sei aonde ir para vê-la. A que lugar; ao lugar a que.
Onde: indica estado de permanência; indica o lugar em que você está; em que lugar. (Exemplos: onde está sua filha; onde iremos nos hospedar; não sei onde fica este lugar).
PROFUNDO FUNDO
Ver os olhos os olhos, no espelho.
Esse sentir-se diante de imponderável
aparelho:
só para ver o teu Ser concreto, inconcluso;
abstrato e confuso...
Aparentemente paralisado,
de todo encantado!
Só para ver o teu Ser refletido;
olhar comprometido...
A própria imanência abstraída,
em duas dimensões dividida!
Só para ver o teu Ser em um fundo estacionado;
na antimatéria configurado...
Em outro ambiente,
a tudo indiferente!
Só para ver o teu Ser semi-induzido;
supostamente abduzido...
Em verdade, arrebatado pela revelação do espectro,
do fantasma do eu e do eco!
Só para ver o teu Ser naquele momento,
tentando ver a ‘alma’, como se se pudesse também ver o vento...
Ademais, da pretensão
de no íntimo penetrar,
com o olhar!
Enfim, ver os olhos os olhos, no espelho. Esse sentir-se diante de imponderável
aparelho:
Nada mais é que um porquê em busca de suposto porque, na fugaz aparência